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CENTRO DE EDUCAÇÃO E SAÚDE

UNIDADE ACADEMICA DE EDUCAÇÃO


CURSO DE LICENCIATURA EM FÍSICA
COMPONENTE CURRICULAR: LABORATÓRIO DE
FÍSICA MODERNA
TURNO: NOITE
PERÍODO: 2019.2
PROFESSOR: PEDRO CHAVES SEGUNDO

MÁRCIO SILVA DINIZ

EFEITO FOTOELÉTRICO: A DESCOBERTA QUE


REDEFINIU A FORMA DE SE ENXERGAR A NATUREZA
Cuité-PB
23/08/2019
AUTOR:
MÁRCIO SILVA DINIZ

EFEITO FOTOELÉTRICO

Artigo prático apresentado à instituição


UFCG - Universidade Federal Campina
Grande para a disciplina de Laboratório de
Física Moderna
Cuité-PB
23/08/2019
1. RESUMO

Neste artigo será demonstrado um experimento para que se possa fazer a verificação
visual e experimental do fenômeno conhecido como Efeito Fotoelétrico. Podemos
denominar efeito fotoelétrico como um processo de emissão de elétrons por
determinados materiais quando estes são iluminados por feixes de frequências
específicas. Assim, o experimento foi realizado com o objetivo de verificar esse
processo de emissão de elétrons ao serem atingidos por raios de luz de diferentes
comprimentos de onda e pôde assim ser verificada e representada graficamente a
relação entre a frequência e a tensão de corte observada.

Palavras-chave: efeito fotoelétrico, física moderna, elétrons, física quantica

2. OBJETIVOS

 Observar, na prática, o Efeito Fotoelétrico;


 Representar graficamente o fenômeno e seus resultados
3. INTRODUÇÃO

Efeito Fotoelétrico e o Nobel de Einstein

O efeito fotoelétrico, descoberto por volta de 1886 por Heinrich Hertz (1857-
1894), é um fenômeno quântico e consiste na emissão de elétrons por determinado
material quando iluminado por radiações eletromagnéticas de certas frequências.
Hertz notou que a incidência da luz ultravioleta em chapas metálicas auxiliava a
produção de faíscas. No entanto, a explicação teórica para esse fenômeno foi
apresentada somente em 1905 pelo físico alemão Albert Einstein.
Nessa época a principal dúvida era com relação a energia cinética (energia de
movimento) dos elétrons que eram ejetados do material. Essa energia não dependia da
intensidade da luz. Einstein observou que o agente responsável por arrancar cada elétron
era uma única partícula de luz, chamada fóton, que transferia parte de sua energia para
os elétrons e, contanto que sua frequência fosse grande o suficiente, arrancava-os do
material.
Para chegar a essa observação Einstein muniu-se das ideias postuladas em 1900
pelo físico alemão Max Planck, que afirmava que os corpos negros não poderiam emitir
luz de qualquer frequência e sim só luz que fosse múltipla inteira de uma frequência
fundamental. Dizer que algo é múltiplo de um valor fundamental significa dizer que é
quantizado, ou seja, quântico. Essa é a base da física quântica. Apesar da palavra
“quântica” assustar muitos leigos, nada mais é do que dizer que alguma coisa é múltipla
de um valor fundamental.
As descobertas relacionadas ao efeito fotoelétrico viriam, mais tarde, a garantir a
Einstein o seu prêmio Nobel, que, ao contrário do que boa parte das pessoas ainda
pensa, não foi conquistado por causa da Teoria da Relatividade, mas sim por causa de
suas contribuições e por suas descobertas relacionadas à quantização da luz.

Como Funciona o Efeito Fotoelétrico?


Resumidamente, o efeito fotoelétrico se dá pela retirada de elétrons de algum
determinado material exposto a uma certa frequência de radiação eletromagnética (luz,
por exemplo). Os pacotes de luz vindos dessa radiação eletromagnética – os fótons –,
emitem energia que é transferida para os elétrons presentes no material. Caso a
quantidade de energia aplicada seja superior à energia mínima necessária para se ejetar
os elétrons, eles serão arrancados da superfície do material, formando uma corrente de
fotoelétrons.

Figura 01: esquematização do efeito fotoelétrico

A energia de cada fóton irá depender de sua frequência ( f ), logo, há uma


frequência mínima que é necessária para produzir o efeito fotoelétrico. A energia
mínima que cada fóton precisa ter para arrancar os elétrons do material é chamada de
função trabalho. Havendo um fóton de frequência f , a equação a seguir permite calcular
a energia do mesmo:

E=hf

onde h é a constante física conhecida como constante de Planck, que possui o valor de
eV , E é a energia do fóton lançado no material e f a sua frequência. Após ser
−15
4.0 × 10
atingido pelo fóton, o elétron adquire uma certa energia cinética (energia de
movimento) que é determinada através da diferença da energia do fóton com a função
trabalho (Φ ). Assim, temos

Eelétron =hf −Φ
A função trabalho possui valor característico e determinado que varia de material para
material. Dependendo do quanto estão ligados os elétrons no material, estes possuirão
um valor ou outra para a função trabalho. Veja na tabela a seguir alguns valores de
função trabalho, em unidades de eV , para alguns materiais.

Valor da Função
Material
Trabalho (eV )
Cobre 4,70
Chumbo 4,14
Zinco 4,31

4. DESCRIÇÃO DO EXPERIMENTO

Vamos observar, na prática, através de dados coletados em nosso experimento


realizado em laboratório, como o efeito fotoelétrico funciona. No nosso experimento
foram utilizados alguns poucos materiais.

4.1. Objetivo

O experimento tem por objetivo observar o efeito fotoelétrico na prática e analisar e


representar graficamente os resultados obtidos afim de obter algumas conclusões.

4.2. Materiais utilizados

 Aparelho Constante Planck


 Cinco LEDs de diferentes cores, isto é, de diferentes comprimentos de onda.
4.3. Procedimento experimental

Na pratica foi efetuado apenas um procedimento experimental contendo algumas etapas


simples e rápidas. Foram elas:

1) Inserir o LED no Aparelho Constante Planck.

2) Ajustar a intensidade luminosa em 50%.

3) Utilizar os ajustes grosso e fino para variar a tensão até que a corrente se
tornasse zero.

4) Repetir o mesmo procedimento para os LEDs restantes.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Utilizando os LEDs com cores diferentes e, por sua vez, comprimentos de onda
diferentes, encontramos as seguintes tensões de corte para cada um deles, como mostra
a tabela 01 abaixo:

Cor Comprimento de onda (nm ) Tensão (V )


Vermelho 611 0,10
Azul 472 0,68
Ciano 505 0,50
Amarelo 588 0,17
Verde 525 0,46
Tabela 01: cor, comprimento de onda e tensão de corte de cada LED.

Com base, no comprimento de onda, podemos relacionar a velocidade da onda


eletromagnética e calcular a frequência para cada cor através da expressão:

C
λ=
f

e daí temos,
C
f=
λ

Assim, sabendo que C é uma constante que equivale a aproximadamente 3,0 ×108 m/s ,
teremos, para os comprimentos de onda de cada LED:
8
3,0 ×10 m/ s 14
f vermelho= −9
=4,91 ×10 Hz
611 ×10 m
8
3,0 ×10 m/s 14
f azul= −9
=6,35 ×10 Hz
472× 10 m
8
3,0 ×10 m/ s 14
f ciano = −9
=5,94 × 10 Hz
505× 10 m
8
3,0× 10 m/s
f amarelo= −9
=5,10 × 1014 Hz
588 ×10 m

3,0 ×10 8 m/ s 14
f verde = −9
=5,71 ×10 Hz
525× 10 m

Agora que obtivemos as frequências de cada LED, observe a Tabela 02 abaixo


contendo cada frequência:

Frequência ( Hz ) Comprimento de onda (nm ) Tensão (V )


4,91 ×10
14
611 0,10
6,35 ×10 14
472 0,68
5,94 ×10
14
505 0,50
5,10 ×10 14
588 0,17
5,71 ×10
14
525 0,46
Tabela 02: frequência, comprimento de onda e tensão de corte de cada LED.

Com base nos dados da frequência calculada e da tensão de corte observada


experimentalmente construímos o gráfico abaixo relacionando estes resultados obtidos
para cada um dos raios luminosos.

Gráfico: frequência versus tensão de corte de cada LED.

Observe que traçamos uma reta média devido aos pontos experimentais estarem
ligeiramente irregulares, mas nada que comprometa a legitimidade do experimento.

6. CONCLUSÕES
Após a realização dos estudos na aula teórica e do procedimento experimental
realizado no laboratório podemos observar como os elétrons são retirados do material
gerando o efeito fotoelétrico.

Foi possível notar também que a intensidade do raio luminoso não afeta a forma
como cada elétron é arrancado. Se você não aplica a tensão certa, o efeito não ocorre,
pois ele depende da tensão de corte, que varia dependendo da frequência da radiação
aplicada sobre o material.

Foi possível perceber, ainda, que, aumentando a intensidade da luz aplicada no


material não há, como já mencionamos, efeito prático em cada elétron individual, pois a
sua remoção depende da tensão aplicada. A variação da intensidade da luz aplicada só
influencia na quantidade de elétrons que serão arrancados do material. Quanto maio a
intensidade, mais elétrons serão arrancados.

O efeito fotoelétrico foi uma descoberta que revolucionou a física e a forma como
enxergamos a natureza e o universo. Teve um impacto tão grandioso que garantiu a
Albert Einstein um prêmio Nobel, redirecionou os estudos posteriores de outros
cientistas e serviu como pilar de sustentação para o grande monumento chamado física
quântica.

7. REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS

HALLIDAY, David. RESNICK, Robert. WALKER Jearl. Fundamentos de física IV.


Trad. de Ronaldo Sérgio de Biasi. 9ª ed. Rio de Janeiro. Instituto Militar de Engenharia
– 2002.

FÍSICA E VESTIBULAR. Efeito Fotoelétrico.


Disponível em: https://fisicaevestibular.com.br/novo/fisica-moderna/efeito-fotoeletrico-
2/.
Acesso em: 23/08/2019.

IF-UFRGS, Efeito Fotoelétrico.


Disponível em: https://www.if.ufrgs.br/~betz/iq_XX_A/fotoElec/aFotoElecText.htm.
Acesso em: 23/08/2019.

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