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DEPARTAMENTO DE FÍSICA – INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E CIÊNCIAS EXATAS

UNESP – Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”


LABORATÓRIO DE ESTRUTURA DA MATÉRIA – ano 2021

Relatório 2 – Laboratório de Estrutura da Matéria I (2021)

O Efeito Fotoelétrico

Paulo Victor da Silva Soares

Rio Claro
22/05/2021
DEPARTAMENTO DE FÍSICA – INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E CIÊNCIAS EXATAS
UNESP – Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”
LABORATÓRIO DE ESTRUTURA DA MATÉRIA – ano 2021

SUMÁRIO

1 – OBJETIVO ................................................................................................... 2

2 – INTRODUÇÃO ............................................................................................. 2

3 – FUNDAMENTOS TEÓRICOS ..................................................................... 3

4 – MATERIAIS UTILIZADOS ........................................................................... 7

5 – METODOLOGIA .......................................................................................... 8

6 – RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................ 9

7 – CONCLUSÃO ............................................................................................ 15

8 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 16

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1. OBJETIVO

Colocar em evidência a quantização de campo eletromagnético, determinar a


constante de Planck, determinar as funções trabalho (ânodo e cátodo) e também
determinar a dpc (diferença de potencial de contato).

2. INTRODUÇÃO

Heinrich Hertz em 1887 e Joseph Thompson em 1899 já realizavam


experimentos com raios catódicos (que mostrava que ao ser aplicada uma ddp entre
dois eletrodos, era formado um feixe) e com o tempo, perceberam que era possível
desviar este feixe aplicando campos eletromagnéticos ou campos elétricos.

A partir daí começou a se ter ideia da natureza do elétron como uma partícula.
Já em 1902, um físico húngaro chamado Phillip Lenard estudou o fenômeno fotoelétrico
e percebeu que inserindo luz sobre a superfície de um metal eram produzidos
determinados valores de correntes elétricas; em 1905 ganhou um Prêmio Nobel da
Física por conta da sua descoberta experimental.

É importante ressaltar também que Einstein, posteriormente, em 1905,


descreveu teoricamente o efeito fotoelétrico e postulou os fótons (ou partículas de luz)
experimentado por Phillip Lenard e que mais tarde (em 1921) também rendeu-lhe um
Prêmio Nobel da Física.

Phillip Lenard realizou o experimento apenas variando a intensidade da luz


incidida sobre os eletrodos, e aproximadamente 9 anos depois, em meados de 1914,
Millikan realizou o experimento afim de explicar a teoria proposta por Einstein, decidindo
variar a frequência da luz incidida sobre os eletrodos, que também ganhou um Prêmio
Nobel da Física em 1923 pela descoberta da carga fundamental do elétron e pela
contribuição no conhecimento sobre o Efeito Fotoelétrico, trabalhado anteriormente por
Hertz, Thompson, Lenard e Einstein.

Neste trabalho será analisado dados de um experimento na tentativa de


reproduzir o trabalho experimental de Phillip Lenard.

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3. FUNDAMENTOS TEÓRICOS

No final do século XIX, Heinrich Hetz já realizava observações, incidindo


radiação luminosa e principalmente no ultravioleta na superfície de certos metais, estes
materiais emitem elétrons, e este fenômeno foi adotado como “Emissão Fotoelétrica”.

No esquema da Figura 1, temos o circuito referente ao respectivo experimento


a ser desenvolvido, consiste de um amperímetro, uma fonte de tensão variável, uma
fonte que emite um feixe de luz na célula fotoelétrica, em direção ao cátodo e
consequentemente, sentido pelo ânodo (que está à frente do cátodo). Com isso, o ânodo
experimenta um movimento de
cargas elétricas por sua superfície,
gerando um valor de corrente
elétrica que será informado pelo
amperímetro.

Apesar de haver vários


circuitos possíveis para a realização
de tal experimento, o circuito à qual
foi responsável por nos dar as
informações e dados tratados Figura 1 – Exemplo de circuito para que seja feito a
neste relatório é ligeiramente experimentação do efeito fotoelétrico. Disponível
em:
diferente, mas será abordado no
www.sites.google.com/site/afisicamodernadoensi
tópico de “metodologia”. nomedio/topicos-de-fisica-moderna-e-
contemporanea/a-dualidade-onda-particula-da-
Na teoria, mantendo esta
luz/o-efeito-fotoeletrico – Acesso em 20/05/2021
célula no escuro, sem iluminação,
o amperímetro não indicará nenhuma existência de corrente elétrica, mas quando o
cátodo, dentro da célula, é iluminado, há a presença de corrente elétrica registrada pelo
amperímetro no circuito.

No contexto da época, os físicos e demais cientistas já estavam muito


convencidos de que a natureza da luz fosse ondulatória (por conta do experimento da
dupla fenda, de Young), pensando nisso, o efeito fotoelétrico ainda era algo
incompreensível.

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Alguns problemas surgiram para a compreensão deste fenômeno, e o


entendimento só foi possível saindo do escopo da física clássica.

Se pensarmos em um elétron livre na presença de um campo eletromagnético


oscilante de acordo com a equação 3.1, é possível extrair a amplitude deste de oscilação
de acordo com a equação 3.2 em que 𝐸0 é a amplitude do campo elétrico, 𝑒 é a carga
elétrica do elétron, 𝜔 é a frequência de oscilação da radiação e 𝑚 é a massa do elétron.

𝐸 = 𝐸0 cos(𝜔𝑡)

(Equação 3.1 – Elétron livre na presença de um campo oscilante)

𝑒𝐸0
𝐴=
𝑚𝜔 2

(Equação 3.2 – Amplitude de oscilação)

Portanto, o que houve foi que os resultados experimentais não necessariamente


condiziam com as previsões teóricas do comportamento ondulatório da radiação
luminosa. De acordo com os resultados do experimento, percebia-se que:

o Há uma forte dependência da frequência da luz que atinge o aparato metálico


no processo de emissão, sabendo que para cada metal, existe uma frequência
de corte 𝑣0 de forma que, a luz com frequência menos que a frequência de corte
é incapaz de liberar elétrons.
o Se aumentarmos a frequência da radiação incidente em uma determinada
superfície metálica, a energia dos elétrons emitidos aumentam linearmente na
mesma razão.
o Instantaneamente após a incidência da radiação ocorre a emissão dos elétrons,
e a quantidade de elétrons emitidos é estritamente proporcional à intensidade da
radiação incidente.

A principal questão é que, a energia com que os elétrons são retirados do ânodo
deveria ser proporcional à intensidade da radiação incidida, mas não é o que acontece
e isso contrariou os postulados da Física Clássica.

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Figura 2 – Interpretação ilustrativa


da hipótese de Einstein na
explicação do efeito fotoelétrico,
a radiação incidida (emissão de
fótons) sob uma superfície
metálica é capaz de ejetar
elétrons. Imagem retirada do
vídeo referente à aula 4 de
Laboratório de Estrutura da
Matéria – Profº Fabio.

Albert Einstein por sua vez, mesmo sem conhecer todas as informações que
contornavam o problema, propôs uma explicação ousada e que, aparentemente,
explicava os fenômenos da natureza onda-partícula da luz. Propôs que a luz consiste

de quanta de luz (ou conhecidos como fótons) em que a energia é expressa de acordo
com a equação 3.3, em que ℎ representa a constante de Planck (que será determinada
neste trabalho) e 𝑣 a frequência da radiação:

𝐸 = ℎ𝑣

(Equação 3.3 – Energia de um fóton)

Agora, nesta lógica, pode-se presumir que quando um fóton colide com um
elétron em um aparato metálico (cátodo), poderia ser absorvido de forma a ter sua
energia transferida ao elétron; se os elétrons da estrutura do material a qual o cátodo é
composto estão ligados à superfície do metal com uma energia 𝑒∅ em que ∅ é o valor
do potencial responsável por prender o elétron na superfície do metal (função trabalho)
e considerando que todos os elétrons possuem a mesma probabilidade de absorver um
fóton incidente e se a frequência da radiação luminosa é tal que...

ℎ𝑣 > 𝑊0

(Equação 3.4 – Condição para primeira hipótese)

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...existe a probabilidade de um fóton ser absorvido e ser ejetado como um fotoelétron.


No caso contrário, ou seja...

ℎ𝑣 < 𝑊0

(Equação 3.5 – Condição para segunda hipótese)

...não há possibilidade de elétrons ser ejetados, já que o fóton não tem energia suficiente
associada para vencer o potencial ∅.

No caso da primeira hipótese (equação 3.4) o excedente do quantum de luz é


representado como a energia cinética adquirida pelo elétron:

𝑚v 2
ℎ𝑣 = + 𝑊0
2

(Equação 3.6 – Inclusão da energia cinética na primeira hipótese)

Que se trata de definições atribuídas por Einstein com base na sua interpretação
dos resultados de Lenard:

- O valor máximo de energia cinética do elétron ejetado será:

𝐾𝑚𝑎𝑥 = ℎ𝑣 − 𝑊0

(Equação 3.7)

Onde 𝐾𝑚𝑎𝑥 é a energia cinética máxima, ℎ é a constante de Planck e 𝑊0 é a


energia mínima para remover o elétron do metal (função trabalho).

- Também existe uma frequência mínima limítrofe para não ocorrer o efeito fotoelétrico,
𝑚v²
ou seja, ( 2
) = 0:

ℎ𝑣0 = 𝑊0

(Equação 3.8)

- Para descrever a energia cinética em função do potencial retardador 𝑉0 :

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ℎ𝑣 𝑊0
𝑒𝑉0 = ℎ𝑣 − 𝑊0 → 𝑉0 = −
𝑒 𝑒

(Equação 3.9 e 3.10)

Em 1914, com o experimento de Millikan:

𝑒𝑉0 = ℎ(𝑣 − 𝑣0 )

(Equação 3.11 – Interpretação de Millikan)

Que é muito parecida com a equação 3.9, proposta por Einstein. Importante
ressaltar que 𝑣0 depende do tipo de metal. O que difere ligeiramente Millikan para
Einstein foi que Millikan percebeu e experimentou a relação entre o potencial de
frenagem com a frequência, e quando plotado em um gráfico para diferentes frequências,
obtemos uma função afim de acordo com uma reta normalizada entre os pontos de 𝑉0
para suas frequências 𝑣, onde o coeficiente angular dessa reta é a própria constante de
Planck ℎ e também, é uma demonstração de que a energia cinética dos fotoelétrons
está diretamente ligada à frequência (como a previsão da teoria quântica de Einstein) e
não diretamente ligada à intensidade (como a previsão da física clássica).

4. MATERIAIS UTILIZADOS

• Célula fotoelétrica (dentro de uma caixa metálica)


• Lâmpada de Mercúrio
• Fonte de tensão (0 – 30 V)
• Fonte de alimentação (para a lâmpada de mercúrio)
• Multímetro
• Amperímetro
• Sistema de chaves (aplicação de tensões de -3 V a +30 V)
• Circuito com capacitor (no interior do sistema de chaves)
• 5 filtros ópticos de diferentes comprimentos de onda

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5. METODOLOGIA

No circuito, temos um sistema de chaves, com possibilidade de variar a tensão


de -5 Volts à +30 Volts, no interior desse sistema há um sistema de chaves (a qual não
aparece na Figura 3), um amperímetro que irá medir os baixos valores de fotocorrentes,
um multímetro para medir o valor de corrente no circuito com certa precisão, a fonte de
tensão que alimenta o circuito e também a célula fotoelétrica. Direcionado para a célula
fotoelétrica, temos uma lâmpada de mercúrio ligada à uma fonte de alimentação, e para
a saída de luz desta lâmpada, há um conjunto que permite ser acoplado a ela, filtros de
366 nm à 578 nm.

Figura 3 – Equipamentos para a realização do experimento do efeito fotoelétrico, esta


imagem foi um print tirado durante o vídeo do experimento, gravado para nossa aula de
Laboratório de Estrutura da Matéria pelo Professor Fábio.

A primeira parte será feita analogamente ao experimento de Phillip Lenard, que


consiste em manter o comprimento de onda fixo da lâmpada (trabalhando com filtros de
366nm e 578 nm). Mantendo o comprimento de onda fixo e aplicando uma diferença de
potencial sobre a célula que varia de -3 V à +30 V.
No primeiro momento, ao variar a tensão, percebe-se uma certa dependência
da tensão elétrica com o valor da fotocorrente (devemos lembrar que a energia cinética
dos fótons e fotoelétrons são constantes para diferentes valores de potencial, e só

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variam conforme a frequência também varia, de acordo com as previsões teóricas


realizadas no início deste trabalho). Obtendo o gráfico somos capazes de determinar a
dpc (diferença de potencial de contato).
No segundo momento do experimento, fazemos testes acoplando diferentes
filtros para comprimento de onda que sai da lâmpada de mercúrio, mudando
consequentemente a frequência e determinando os diferentes potenciais de frenagem
(potenciais a qual não há transferência de energia cinética dos fótons para os elétrons
no ânodo), ao plotar no gráfico de tensão por frequência, obtemos uma função afim com
a normalização de uma reta entre os pontos, em que o coeficiente angular da reta nos
dá a equação de Planck e que o momento em que Ax+B=0, x nos dá a frequência de
corte, necessário para definir o trabalho necessário para ejetar elétrons do respectivo
cátodo, como será comentado abaixo nos resultados.

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Nessa etapa do relatório serão expostas as grandezas medidas e serão


discutidos os resultados calculados a partir desses dados medidos pelo professor. Para
facilitar o tratamento dos dados e a construção dos gráficos, foi utilizado o programa
SciDavis. Inicialmente foi calculada a forma com que a fotocorrente varia conforme a
tensão (ou intensidade do potencial na lâmpada) também varia e também, como vemos
na Figura 4, para quais valores de tensão que a corrente satura.
A Figura 4 foi plotada com base nos dados da tabela abaixo:

Tensão ( ±0,01 V) Corrente (A) para Tensão (±0,01V V) Corrente (A) para
para 𝜆=578nm para 𝜆=366nm
𝜆=578nm 𝜆=366nm
-3,00 0,00000 -3,00 0,00000
-2,70 -0,00067 -2,81 0,00012
-2,70 -0,00067 -2,46 -0,00124
-2,30 -0,00190 -1,92 -0,00069
-1,79 -0,00009 -1,43 0,00095
-1,79 -0,00009 -1,06 0,00074
-1,36 0,00126 -0,82 0,00107

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-0,90 0,00030 -0,63 0,00250
-0,55 0,00239 -0,46 0,01251
-0,21 0,00351 -0,33 0,03132
-0,03 0,01381 -0,19 0,05751
0,07 0,02700 -0,06 0,08699
0,16 0,04563 0,07 0,11857
0,25 0,06657 0,22 0,16224
0,31 0,08520 0,41 0,21355
0,40 0,11011 0,61 0,26296
0,48 0,14219 0,85 0,31136
0,57 0,17373 1,12 0,35976
0,65 0,20208 1,43 0,40732
0,75 0,23571 1,78 0,44837
0,84 0,27017 2,20 0,49231
0,93 0,30239 2,62 0,53625
1,05 0,34610 3,18 0,57830
1,22 0,39414 3,74 0,61434
1,42 0,44327 4,59 0,65450
1,61 0,48251 5,83 0,68834
1,81 0,52042 6,93 0,71314
2,01 0,55059 7,93 0,73108
2,23 0,58228 9,14 0,75247
2,46 0,60835 10,47 0,77134
2,75 0,63822 11,71 0,78671
3,09 0,66349 12,97 0,79980
3,49 0,68775 14,28 0,81297
4,03 0,71120 15,81 0,82465
4,63 0,73068 17,05 0,83150
5,34 0,74692 18,41 0,83976
6,05 0,75864 19,85 0,84687
6,85 0,77375 21,30 0,85355
7,85 0,78773 23,30 0,86181
8,76 0,80058 25,30 0,86672
9,53 0,80870 26,90 0,87041
10,11 0,81456 28,55 0,87410

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10,49 0,82036 30,15 0,87551
11,04 0,82475
11,78 0,83281
12,52 0,83779
13,29 0,84252
14,12 0,84838
15,01 0,85177
15,77 0,85425
16,66 0,85624
17,25 0,85843
18,06 0,86084
19,11 0,86429
20,28 0,86690
21,67 0,86893
23,11 0,87048
24,36 0,87278
25,47 0,87296
26,32 0,87410
27,37 0,87524
28,26 0,87718
29,12 0,87744
29,88 0,87858
30,13 0,87858
30,15 0,87973

Os dados foram coletados para duas frequências de onda diferentes


(inversamente proporcionais a seus respectivos comprimentos de onda) e, com eles, foi
possível plotar meu próprio gráfico, com as curvas representadas por Preto (curva
referente ao comprimento de onda de 578 nm) e por Vermelho (curva referente ao
comprimento de onda de 366 nm).
Assim temos:

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Figura 4 – Em preto temos a curva de medidas feitas para um comprimento de onda fixo de 578nm e as bolinhas indicam as
medidas de corrente para dadas tensões, analogamente para a curva em vermelho, com medidas feitas para o
comprimento de onda fixo de 366nm e os quadradinhos indicam as medidas de corrente para dadas tensões. Imagem
retirada do gráfico plotado no SciDavis com os dados fornecidos pelo Professor Fábio.

A intersecção das duas curvas se dá no ponto [0,35 ; 1,4] e deles, extraímos a


dpc (𝐷) de tal forma que:
0,35
𝐷= = 0,25𝑉
1,4
(Equação 6.1 – Extraindo a dpc das curvas)

Outra informação extraída do gráfico é que, a partir de determinados valores de


tensão, a corrente satura, independente do comprimento de onda a qual estamos
analisando, contrariando algumas previsões clássicas para este caso. Já para a
determinação da constante de Planck de da função trabalho, será tabelado alguns
dados obtidos por envio do professor através da plataforma Google Classroom, teremos
abaixo tabelas com a tensão de frenagem para cada comprimento de onda dividido em
dois conjuntos, Conjunto 1 e Conjunto 2 respectivamente:

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Tensão de frenagem (V) Comprimento de onda (𝟏𝟎−𝟕 𝒎)


0,25 6,78
0,32 6,24
0,47 5,7
0,55 5,43
0,7 5,15
0,9 4,73
1,05 4,31
1,2 4,03
1,3 3,89

Tensão de frenagem (V) Comprimento de onda (𝟏𝟎−𝟕 𝒎)


0,55 5,78
0,62 5,46
1,2 4,36
1,38 4,05
1,59 3,66
1,88 3,5

Para obter a frequência, basta dividir a velocidade de propagação das onda-


partículas (𝑐 = 3. 108 𝑚/𝑠) pelo comprimento de onda para se obter a frequência da onda
(𝑣 ) em Hertz. Fazendo isso obtemos os gráficos da Figura 5 e Figura 6, para os
conjuntos 1 e 2 respectivamente, onde cada ponto representa o potencial de frenagem
𝑉0 para cada valor de frequência em que a luz é incidida no cátodo, e fazendo um “fit
linear” (como renomeado no programa SciDavis), obtemos uma curva inclinada de
acordo com a distribuição dos pontos no gráfico, resultando em duas funções afins (para
o conjunto 1 e 2) e com isso, no ponto em que a reta dessa função afim “corta” o eixo x
em y=0, obtemos a chamada “frequência de corte”.

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Figuras 5 e 6 – No eixo vertical temos a Tensão de frenagem 𝑉0 para diferentes valores de frequência incididas sobre a
fotocélula, cada medida está representada por pontos pretos. A linha vermelha representa o fit linear, normalizando uma
reta de função afim de acordo com os dados obtidos, podendo ser representada por uma função Ax+B.

Para o conjunto 1 o coeficiente angular calculado foi:


𝐴𝑥 + 𝐵 ; 𝐴 = 0,33. 10−14 𝑒𝑉. 𝑠 = 5,28. 10−34 𝐽
(Equação 6.2 – Coeficiente angular dos dados do Conjunto 1)

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𝐴𝑥 + 𝐵 ; 𝐴 = 0,38. 10−14 𝑒𝑉. 𝑠 = 6,08. 10−34 𝐽


(Equação 6.3 – Coeficiente angular dos dados do Conjunto 2)

A frequência de corte 𝑣0 deu um valor extremamente próximo para ambos os


conjuntos, sendo considerado então 𝑣0 = 0,38. 1015 𝐻𝑒𝑟𝑡𝑧 para ambos conjuntos.
Sabendo que:
𝑊0 = ℎ. 𝑣0
(Equação 6.4 – Expressão para a função trabalho do ânodo e cátodo)

E considerando a constante de Planck mais próxima da exata, ou seja, com o


ℎ = 6,626. 10−34 𝐽 (uma vez que nos cálculos deste experimento foram obtidos valores
com uma margem de erro considerável de até 25%), obtemos uma função trabalho de
𝑊0 = 2,52𝑒𝑉 .

7. CONCLUSÃO

O Experimento de Phillip Lenard é um clássico do início do século XX,


responsável por oferecer ferramentas para que outras mentes brilhantes (como Einstein
e Millikan) pudessem descrever fenômenos de uma forma alternativa à Física Clássica.
Com esse experimento feito em duas partes, podemos concluir a intensidade do
potencial não é proporcional à energia cinética a qual os fótons se movem no interior da
célula fotoelétrica, consequentemente contrariando a física clássica e provando que
Einstein estava certo juntamente com sua teoria quântica que tentava explicar o efeito
fotoelétrico. Concluímos também que a frequência da luz está fortemente ligada à
velocidade dos elétrons que colidem com o metal, e que para cada frequência de
radiação, há um potencial de frenagem diferente que faz com que o movimento dos
elétrons no interior da célula não seja suficiente para leva-los “de um lado para o outro”
em relação a cátodo e ânodo.
Enfim, de acordo com os coeficientes angulares obtidos nos gráficos das Figuras
5 e 6, obtemos a constante de Planck média como sendo ℎ = 5,688. 10−34 𝐽, o que nos
dá uma margem de erro de aproximadamente 25%, uma frequência de corte de
aproximadamente 𝑣0 = 0,38. 1015 𝐻𝑒𝑟𝑡𝑧, diferença de potencial de contato 𝐷 = 0,25 𝑉 e
por fim, a função trabalho 𝑊0 = 2,52𝑒𝑉.

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- Fábio Simões de Vicente, Dario Antonio Donatti, Laboratório de Estrutura da Matéria


I - Roteiros de Experimentos e Teoria, Departamento de Física, IGCE, Unesp, Campus
de Rio claro 2021.

- D.A. Donatti, Tratamento de Dados Experimentais, Departamento de Física, Campus


Rio Claro, Unesp 2016.

- M. H. Tabacniks, Conceitos Básicos da Teoria de Erros, Instituto de Física de São


Carlos, USP 2009.

- “Diferença de potencial de contato”. Wikipédia, a enciclopédia livre, 22 de maio de


2019. Wikipedia,
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Diferen%C3%A7a_de_potencial_de_contato
&oldid=55239678.

- Index of /wp-content/uploads. http://aun.webhostusp.sti.usp.br/wp-content/uploads/.


Acessado 23 de maio de 2021.

- ZoteroBib: Fast, free bibliography generator - MLA, APA, Chicago, Harvard citations.
https://zbib.org/. Acessado 26 de maio de 2021.

- A principal referência utilizada para realização deste trabalho foram os materiais


enviados pelo professor Fábio e as aulas síncronas e assíncronas enviadas através da
plataforma Google Classroom.

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