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Geração, transmissão &

distribuição de energia
elétrica II

Matrizes de Rede

prof. Su Pei Fei


su.fei@cruzeirodosul.edu.br
Conteúdo

• Definição
• Relação entre correntes e tensões
• Métodos de montagem
• Modificações
• Curto-circuito
Matrizes de Rede

• Permitem o cálculo elétrico dos sistemas de potência


– Fluxo de potência
– Curto-circuito
• Solução por sistemas de equações lineares (Ax = b)
– Métodos de triangularização e retro-substituição
Matriz de admitâncias nodais

• Onde
– [IB ]: vetor de correntes injetadas em cada barra
– [VB]: vetor de tensões nodais medidas em cada nó (barra)
– [YB]: matriz de admitâncias nodais
Definição

• Dada uma rede genérica com N nós, os elementos da matriz de


admitancias nodais podem ser definidos como se segue.

• Admitancia de entrada na barra i: é definida pela relação entre a


corrente injetada na barra i e a tensão aplicada nesta barra, quando
as demais barras da rede são curto-circuitadas para a barra de
referencia.
Ii Ii

Ij
Vi = 1pu ~ In

Yii = Ii/Vi
• Admitancia de transferência entre barras I e J: é definida pela relação
entre a corrente injetada na barra j e a tensão aplicada na barra i,
quando todas barras da rede, a menos da i-ésima são curto-
circuitadas para a barra de referencia, .

Ii Ii

Ij
Vi = 1pu ~ In

Yij = Ij/Vi
Relação entre tensões e correntes injetadas

• Por superposição a corrente total injetada no nó k

• Para determinar um elemento da matriz Y, ex: Y22

A matriz de admitancias nodais relaciona as correntes injetadas


nos nós com as tensões nodais.
Exemplo de montagem da matriz Y

Determinar a matriz de admitancias nodais para a rede da figura abaixo, que


representa um quadripolo (uma linha de transmissão ou um transformador no
tap nominal)

1 2
z12
z1 z2
Aplicando 1pu de tensão no NÓ 1 e demais curto-circuitados para barra de
referencia.

I1 1 2
1 2
z12 V1=1pu y12 I2
z1 z2 ~ y1 y2

 I1 I1 1 1
 11 V = 1 = z  z  y1  y12
Y =
 1 1 12

Y = I 2 = I 2 = - 1  - y *1  - y
 21 V1 1 z12
12 12

Montagem da coluna 1 da matriz [Y]


Aplicando 1pu de tensão no NÓ 2 e demais curto-circuitados para barra de
referencia.

I1 1 2 I2
1 2
z12 y12
z1 z2
y1 y2 ~ V2=1pu

 I2 I2 1 1
Y =
 22 V = =   y2  y12
 2 1 z 2 z12  y1  y12  y12 
 Y 
  y12 y2  y12 
Y = I1 = I1 = - 1  - y *1  - y
 12 V2 1 z12
12 12

Montagem da coluna 2 da matriz [Y]


Método de montagem da matriz YBARRA sem mútua

• Os elementos da matriz admitância de barra podem ser calculados pelo


ensaio em curto-circuito.
onde:
Ykk : admitância própria de curto-circuito da barra k,
Yik : admitância de transferência de curto-circuito entre as barras i e k.

• Método de montagem para redes sem mútuas:


– A admitancia de entrada da barra é determinada pela somatória
das admitancias que chegam ao nó.
– A admitancia de transferencia entre 2 nós é dada pela
admitancia existente entre os 2 nós, com sinal negativo.
Exemplo 1

Determine a matriz de admitancias nodais do circuito com as


impedancias abaixo:
Por inspeção:

Obs.: Valores das impedancias em [pu]


Exemplo 2

Determine a matriz de admitancias nodais do circuito

Obs.: Valores das impedancias em [pu]


Método de montagem da matriz YBARRA com mútua

• Para o caso da rede com mútuas, pode-se montar a matriz de


admitancias nodais de forma análoga, desde que os elementos com
mútuas sejam tratados como blocos representados pelas suas
correspondentes matrizes de impedancias e admitancias dos
elementos de rede.
Exemplo de um trecho de circuito em que existe admitância ou impedância
mútua entre alguns elementos do sistema elétrico.
A polaridade da tensão induzida é importante.

matriz Z é denominada de matriz


impedância primitiva do elemento
• Passando-se para admitância vem:

onde a matriz Y é chamada de


matriz admitância primitiva do
elemento

• Expandindo-se a equação
Na forma matricial tem-se:

Notar que os dois


blocos com yij e ykl
são termos da
matriz YBARRA sem
mútua.

Regra prática para a montagem da matriz YBARRA com mútuas:

1) Determinar a matriz [Z] primitiva dos elementos com mútua;


2) Inverter a matriz [Z] primitiva do elemento para encontrar a matriz Y primitiva;
3) Montar a matriz YBARRA sem considerar a admitância mútua ym ;
4) Incluir o efeito das mútuas somando-se ym aos elementos da matriz referentes aos
terminais igualmente marcados e subtraindo-se ym dos elementos da matriz referentes
aos terminais marcados diferentemente.
Matriz de impedâncias nodais

[VB] = [ZB] [IB]


• Onde
– [VB] vetor de tensões nodais medidas em cada nó (barra)
– [ZB] matriz de impedâncias nodais
– [IB] vetor de correntes injetadas em cada barra
Matriz Zbarra - Definição

• Dada uma rede genérica com N nós, os elementos da matriz de


impedancias nodais podem ser definidos como se segue.

• Impedancia de entrada na barra i: é definida pela relação entre a


tensão aplicada na barra i e a corrente injetada nesta barra, quando
as demais barras da rede são deixadas em aberto.

Zii = Vi/Ii Nó 1
Vi
Nó 2
Ii = 1pu
Nó n
Matriz Zbarra - Definição

• Impedancia de transferencia entre as barras j e i: é definida pela


relação entre a tensão na barra j e a corrente injetada na barra i,
quando as barras da rede, a menos i-ésima são deixadas em aberto.

Zji = Vj/Ii

Nó 1

Nó j Vj
Ii = 1pu
Nó n
Métodos de montagem da matriz ZBARRA

• Inversão da matriz YBARRA


• Ensaio de circuito aberto
Exemplo 3

Determine a matriz de impedancias nodais do circuito

Por inspeção:

Invertendo a matriz Y:
Obs.: Valores das impedancias em [pu]
[Z] = [Y]-1
Exemplo 4

Obs.: Valores das impedancias em [pu]


Invertendo a matriz Y:
[Z] = [Y]-1
Redução de Rede

• Objetivo
– As matrizes impedância de barra e admitância de barra de
um sistema elétrico real são muito grandes, dimensão da
ordem de milhares.
– Nos estudos não é necessário se conhecer a tensão em
todas as barras do sistema, logo seguem técnicas para
reduzir a dimensão da rede, eliminando-se trechos não
prioritários da rede para o estudo em questão.
Eliminação de barra

• Seja a rede elétrica representada pela matriz admitância de


barra. A eliminação se processa para duas diferentes situações:
– a) não existe fonte de corrente na barra a ser eliminada,
– b) existe fonte de corrente na barra a ser eliminada.
Eliminação da barra onde não existe fonte de corrente

• Particionamento da matriz. Ordenam-se as equações de tal forma que todas


as barras sem fonte fiquem juntas e na parte inferior da matriz.
A ordem da matriz YA neste exemplo é a do número de barras com fonte de
corrente.
Redução de Kron

Esta matriz representa um sistema equivalente ao sistema de três barras,


agora com dimensão 2×2. Colocando-se de forma escalar tem-se que a
eliminação da barra n é:
Exemplo 5
Eliminar as barras 3 e 4 do sistema.

y1 = -j8,0
y2 = -j0,8
y4 = -j4,0
y5 = -j2,5
y6 = -j5,0
y7 = -j0,8
y8 = -j5,0
• Eliminando a barra 4
• Eliminando a barra 3
Modificação da matriz admitância de barra

• A inclusão ou retirada de um elemento da rede utiliza o mesmo


procedimento já visto na montagem da matriz admitância de barra com ou
sem mútuas. Para a eliminação da barra utiliza-se a redução de Kron.
Eliminação da barra onde existe fonte de corrente

• A eliminação de barra onde existe fonte de corrente é semelhante a


eliminação de Gauss. Este método também vale quando não existe fonte de
corrente na barra eliminada, sendo a fonte de corrente nula um caso
particular.
• A eliminação de Gauss consiste em transformar a matriz do sistema em uma
matriz triangular superior. Com isto encontra-se o valor de uma variável e,
por substituição todas as demais variáveis. Quando da eliminação de barra
com fonte pode ocorrer que uma barra, originalmente sem fonte, fique com
fonte.

A eliminação de Gauss consiste de duas etapas:


a) normalização da primeira equação,
b) eliminação da variável pivotada nas outras equações.
Cálculo de curto-circuito

• Corrente de Curto Circuito

• Ex: Corrente de Curto fase-terra • Ex: Corrente de Curto trifásico


Vth
I cc 
Z 0  Z1  Z 2

Onde: Z0, Z1 e Z2 são as impedancias de sequencias zero, positiva e negativa


respectivamente vistas na barra da falta (equivalente de Thevenin)
Cálculo de curto-circuito usando a matrix de impedancias Zbarra

• Em estudos de curto-circuito calcula-se, a partir da matriz YBARRA, apenas uma


coluna da matriz ZBARRA, a de interesse, não sendo necessário determinar toda a
matriz ZBARRA.
• Se a matriz impedância de barra for multiplicada pelo vetor que contém 1 na
linha k e zero no resto:
Cálculo de curto-circuito usando a matrix de adimitancias Ybarra

• Para obter a coluna da matriz ZBARRA, resolve-se o sistema de equações


lineares nas sequencias positiva e zero.
REFERÊNCIAS

– [1] Stevenson Jr, W. Elementos de Analise de Sistemas de Potencia,


McGraw-Hill, 1986.
– [2] MONTICELLI, A. G. A. Introducao a Sistemas de Energia Eletrica.
Campinas: Unicamp, 2000.
– [3] GLOVER, J. D. Power System Analysis And Design. 2. ed. Boston: Pws
Publishing Company, 1994.
– [4] ZANETTA JUNIOR, L. C. Fundamentos de Sistemas Eletricos de
Potencia. São Paulo: Livraria da Física, 2006.
– [5] Dorel Soares Ramos Sistemas Elétricos de Potência Regime
Permanente, São Paulo: Guanabara Dois, 1983.
– [6] Kagan, N. Introdução aos sistemas de distribuição de energia elétrica,
São Paulo: Blucher, 2005.
– [7] Carmen Lucia Tancredo Borges, Análise de Sistemas de Potência, Rio
de Janeiro: UFRJ, 2005.

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– [8] WOOD, A. J. Power Generation, Operation, And Control. 2. ed. New
York: John Wiley & Sons, 1996.
– [9] KUNDUR, P. Power System Sability And Control. New York: Mcgraw-
Hill do Brasil, 1994.
– [10] J. C. Das Power System Analysis: Short-Circuit Load Flow and
Harmonics,. New York: CRC, 2002.

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www.cruzeirodosul.edu.br

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