Sistemas trifásicos

ELECTROTECNIA TEORICA 1
2021
 Introdução
Um conjunto de três tensões sinusoidais, da mesma
frequência e amplitude, desfasadas de 120° em relação umas
às outras constituem o que se designa de sistema de tensões
trifásico simétrico. Os valores instantâneos de tais tensões
podem ser representadas, como se segue:
Sistema de tensoes trifasicas
6
uA uB uC

u A  U m sen  t ; 2

uB  U m sen ( t  120 ) ; Tensao, [V]

0

uC  U m sen ( t  120 ) -2

-4

-6
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03
Tempo, [s]

ELECTROTECNIA TEORICA 2
2021
Princípio de funcionamento de
um gerador trifásico

Fig. 1 Princípio de funcionamento de uma máquina

síncrona
ELECTROTECNIA TEORICA 3
2021
 Princípio de funcionamento de
um alternador trifásico
A Fig. 1,a representa o esquema de um gerador trifásico
síncrono na sua forma mais simples. Sobre o anel do induzido
foram escolhidos os pontos a, b e c, separados cada um em
relação ao outro de ângulo de 120º. Os três pontos foram
ligados aos três anéis fixos solidários com o veio. Estes por
sua vez ligarão à rede de corrente alternada através das
escovas A1, B1, C1 (as quais deslizam sobre os anéis) e dos
terminais A, B e C. Neste caso temos sobre o induzido três
enrolamentos de fase: a-x, b-y e c-z ligados em triângulo.
Quando o induzido gira num campo magnético, nos
enrolamentos a-x, b-y e c-z são induzidas as f.e.m. EA, EB, EC
de frequência f = pn e desfasadas em 120º, Fig. 1,b.
ELECTROTECNIA TEORICA 4
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 Métodos de ligação dos
enrolamentos
Cada uma das bobinas representa uma fase e as formas
comuns de ligação das fases são em estrela e em triângulo:
A

Na ligação em estrela existe

um ponto comum a todos
Z X
enrolamentos. Y
C
B

Na ligação em triângulo o fim (Z)

de uma bobina é ligada ao

princípio da outra segundo
uma certa sequência. C
B
(Y) (X)

ELECTROTECNIA TEORICA 5
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 Ligação gerador - carga
Ligação estrela – estrela com neutro
A a
Ia
In N Za
N n
Zb
Zc
C B c b
Ic
Ib

Os condutores que interligam Aa, Bb e Cc são designados

condutores de linha. AN, BN e CN ou an, bn e cn são chamados
de fases. O condutor Nn é chama-se condutor neutro.
Neste sistema as correntes de linha e as correntes de fase são
iguais.

ELECTROTECNIA TEORICA 6
2021
 Ligação gerador - carga
As tensões de linha e de fase relacionam-se pela
expressão: UC
1 120 

U AB  U A cos 30  U AB  3 U A

UA
2 120 

I L  I F ;U L  3 U F UB U AB

Para o cálculo das correntes aplica-se a lei de Ohm,

para cada fase:
U 0 U   120 U 120
IA  ; IB  ; IC  ; I N  I A  I B  IC
Za Zb Zc
No caso em que as impedâncias em cada fase sejam as
mesmas, isto é, tenham o mesmo módulo e ângulo de fase, as
cargas designam-se de equilibradas.
ELECTROTECNIA TEORICA 7
2021
 Ligação gerador - carga
UC
Sendo as cargas equilibradas,
IC
as correntes que resultam UA
IB
formam um sistema simétrico e IA
equilibrado e o diagrama de
fasores, resulta numa estrela
UB
simétrica.
UC
No caso em que as impedâncias
formam um sistema desequilibrado, IC

UA
as correntes resultantes também IB
InN
serão desequilibradas. Nestes casos IA
a corrente no condutor neutro não
será nula. UB

ELECTROTECNIA TEORICA 8
2021
 Exemplo 1
Considere uma carga equilibrada conectada em estrela
com neutro e determine as correntes e apresente os
diagramas de fasores de tensões e correntes.
U A  220 V ; U B  220   120 V ;
U C  220 120 V ; A a
Ia
Z  Z A  Z B  Z C  ( 40  j 40 )  In N
n
Za
N
Zb
UA
IA   3,89   45 , A;
B
Ib Zc
b
Za Ic c
C
I B  3,89   165 , A ;
I C  3,89 75 , A ;
I N  ( I A  I B  IC )  0
ELECTROTECNIA TEORICA 9
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 Exemplo 1
Diagrama de fasores de tensões e correntes

UC
IC

IB
UA

IA

UB

ELECTROTECNIA TEORICA 10
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 Exemplo 2
Considere uma carga desequilibrada conectada em estrela
com neutro e determine as correntes e represente o
diagrama de fasores.
A a
U A  220 V ; U B  220   120 V ; I a
Za
U C  220 120 V ; Z A  220 ; N
In N
n
Zb

Z B  j 220 ; Z C   j 220 ;
B
Ib Zc
Ic c b
C

UA UB UC
IA   1 0 , A; I B   1 150 , A; I C   1   150 , A
ZA ZB ZC
I N  I A  I B  I C   0,73 A  0,73180 , A

ELECTROTECNIA TEORICA 11
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 Exemplo 2
Diagrama de fasores de tensões e correntes

UC

IB

IN
IA
UA
IC

UB

ELECTROTECNIA TEORICA 12
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 Ligação gerador - carga
Ligação estrela – estrela sem neutro
A a
UA Ia U A  I a Z a  U n N  0
Za
UC N
U nN
n
Zb
U B  I b Zb  U n N  0

C UB
Zc
b
U C  I c Z c  U n N  0
Ic B c
Ib

As correntes nas fases podem então ser determinadas

pelas expressões abaixo:

 U A  I a Z a  U n N  0  I a  (U A  U n N ) Ya
I b  (U B  U n N ) Yb ; I c  (U C  U n N ) Yc
ELECTROTECNIA TEORICA 13
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 Ligação gerador - carga
Ligação estrela – estrela sem neutro
Como o neutro é isolado, a soma das correntes das fases
deve ser zero:
I a  I b  I c  0  (U A  U n N ) Ya  (U B  U n N ) Yb  (U C  U n N ) Yc  0

Da última expressão pode-se fazer o cálculo da tensão

entre os pontos neutros da fonte e da carga, N e n
respectivamente, recorrendo a equação que se segue:

U Y  U BYb  U C Yc U A Ya  U BYb  U C Yc U A  U B  U C  Ya
Un N  A a Un N   0
Ya  Yb  Yc Ya  Yb  Yc 3Ya

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ELECTROTECNIA TEORICA
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 Ligação gerador - carga
Ligação estrela – triângulo
A a
I ab
Ia I ca
Zc Za
N

Zb
c I bc
C B b
Ic
Ib

Neste sistema as fases estão ligadas entre as linhas. Logo as

tensões de fase e de linha são iguais.
Neste sistema as correntes de linha e as correntes de fase são
diferentes e são determinadas por aplicação da lei dos nós.

ELECTROTECNIA TEORICA 15
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 Ligação gerador - carga
Ligação estrela – triângulo
UL  UF ; IL  3 IF

O cálculo das correntes de fase é feito com recurso a lei de

Ohm:
U L 0 U L   120 U L 120
I ab  ; I bc  ; I ca  ;
Za Zb Zc
As correntes de linha são obtidas por aplicação da lei dos nós:

I ca
I a  I ab  I ca ; I b  I bc  I ab ; I c  I ca  I bc
Ia
1
I a  I ab cos 30  I a  3 I ab
2
I ab
I bc ELECTROTECNIA TEORICA 16
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 Ligação gerador - carga
Uca
Sendo as cargas equilibradas,
as correntes que resultam I ca

formam um sistema simétrico e U ab

equilibrado. I bc
I ab

Ubc
Uca
I ca
No caso em que as impedâncias I ab
formam um sistema desequilibrado, I bc U ab

as correntes resultantes também

serão desequilibradas.
Ubc
ELECTROTECNIA TEORICA 17
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 Potência em circuitos trifásicos
Sistema trifásico equilibrado – aquele em que as
impedâncias nas três fases são iguais
P  3U f I f cos   3 U L I L cos 
S  3U f I f  3 U L I L
Q  3U f I f sen  3 U L I L sen

Y : IF  IL; UL  3 UF
U
P  3U f I f cos   3 L I L cos   3U L I L cos 
3
 :UF  UL; IL  3 IF
IL
P  3U f I f cos   3 U L cos   3U L I L cos 
3
ELECTROTECNIA TEORICA 18
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Potência em circuitos trifásicos
Sistema trifásico desequilibrado – aquele em que as
impedâncias das fases são diferentes.

P  P1  P2  P3 Pi  U i I i cos

Q  Q1  Q2  Q3 Qi  U i I i sen

S  P 2  Q2

ELECTROTECNIA TEORICA 19
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 Potência em circuitos trifásicos
Sistema trifásico em estrela desequilibrado
Sa  U a I a*  Pa  jQa ;
Sb  U b I b*  Pb  jQb ;
Sc  U c I c*  Pc  jQc
S  Sa  Sb  Sc  Pa  Pb  Pc  j  Qa  Qb  Qc   P  jQ
Sistema trifásico em triângulo desequilibrado

Sab  U ab I ab*  Pab  jQab ; Sbc  U bc I bc*  Pbc  jQbc ;

Sca  U ca I ca*  Pca  jQca
S  Sab  Sbc  Sca  Pab  Pbc  Pca  j  Qab  Qbc  Qca   P  jQ

ELECTROTECNIA TEORICA 20
2021
 Métodos de medição de
potência em circuitos trifásicos
Sistema trifásico equilibrado – Num sistema com carga
equilibrada pode-se medir a potência total utilizando apenas
um wattímetro.
A potência em qualquer sistema trifásico, seja de carga
equilibrada ou não, pode ser medida utilizando dois ou três
wattímetros.
 
A w a
Ia
In N Za
N n
Zb
B
Ib Zc
Ic c b
C

Z a  Zb  Z c  Z

ELECTROTECNIA TEORICA 21
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 Métodos de medição de
potência em circuitos trifásicos
A utilização do método de dois wattímetros e aplicavél em
sistemas trifásicos com três condutores, isto é, sistemas em
triângulo ou em estrela sem neutro.

 
A w a
I ca
I ab I a  I ab  I ca ;
Ia
Zc Za I b  I bc  I ab ;
B
Zb
I c  I ca  I bc ;
c I bc
 b I a  Ib  Ic  0
C
 w Ib
Ic

ELECTROTECNIA TEORICA 22
2021
 Métodos de medição de
potência em circuitos trifásicos
P  Re (U AB I A )  Re (U CB I C )  Re (U A I A  U B I A  U C I C  U B I C )
P  Re (U A I A  U B I A  U C I C  U B I C )  Re [U A I A  U B ( I A  I C )  U C I C ]
U AB  U A  U B ; U CB  U C  U B
I A  I B  IC  0  I A  IC   I B

I A  I B  I C  0  I A  I C   I B

P  Re (U A I A  U B I B  U C I C )  U A I A cos  A  U B I B cos B  U C I C cos C

ELECTROTECNIA TEORICA 23
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