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FACULDADE DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELECTROTRCNICA

Licenciatura em Engenharia Electrónica – Laboral


Electrotecnia Teórica

Trabalho Laboratorial 3
Tema:

INVESTIGAÇÃO DE PROCESSOS TRANSITORIOS NUM


CIRCUITO R-L-C

V Grupo

Docentes: Discentes:
Regente: Eng. Zacarias Chilengue CHITLHANGO, Stélio Alfredo
Assistente: Eng. Dinis Chissano GUAMBE, Gustavo Zacarias
Monitor: Albino Nhabomba JAMISSE, Didiery Evaristo
MARRODA, Honesto Raúl
NEVES, Ivanildo Joaquim
ZUBA, Zuba Ibraimo

Maputo, Novembro de 2022

__________________________________________________________________________ 1
1. Introdução
As características tensão – corrente do condensador e da bobina introduzem as equações
diferenciais no seio da análise dos circuitos eléctricos. As Leis de Kirchhoff e as características
tensão-corrente dos elementos conduzem, em conjunto, a uma equação diferencial linear, cuja
solução define a dinâmica temporal das variáveis corrente e tensão eléctrica nos diversos
componentes do circuito.

A solução de uma equação diferencial com termo forçado é composta por duas parcelas
essencialmente distintas: solução ou resposta natural, que determina a dinâmica das variáveis na
ausência de fontes independentes (entenda-se na ausência de termo forçado na equação
diferencial); e solução forçada. Esta última solução encontra-se directamente relacionada com a
forma de onda das fontes independentes, revelando-se de particular interesse aquelas impostas
por fontes constantes e sinusoidais. A seu tempo verificar-se-á que o estudo da solução forçada
sinusoidal de um circuito abre um campo inteiramente novo à análise de circuitos, genericamente
designado por regime forçado sinusoidal.

A solução de uma equação diferencial é definida a menos de um conjunto de constantes, tantas


quantas a ordem da mesma. A determinação da solução particular de uma equação diferencial
exige a consideração das condições inicial e de continuidade da energia armazenada nos
condensadores e nas bobinas do circuito.

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1. Objectivos

 Verificar na prática o carácter da variação da tensão e da corrente num circuito R-C e R-


L-C, ligados em série, em dependência dos valores de R, L e C, durante o processo
transitório.

 Adquirir habilidades na escolha de parâmetros R-L-C para realizar o controlo dos


processos transitórios.

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2.1. Circuitos RC

Designa-se por regime, solução ou resposta natural a dinâmica temporal de um circuito excitado
pelas energias armazenadas nos condensadores e nas bobinas que o constituem. Ao contrário dos
circuitos puramente resistivos, nos quais a ausência de fontes independentes determina o valor
nulo das correntes e das tensões no mesmo, os circuitos RC, RL e RLC sem fontes independentes
podem apresentar dinâmicas não nulas como resultado das energias eléctrica e magnéticas
inicialmente armazenadas nos condensadores e nas bobinas. Abordando o tópico de um outro
prisma, pode dizer-se que o regime natural é a dinâmica da descarga dos condensadores e das
bobinas, designadamente através de elementos dissipadores de energia, como as resistências.

Considere-se o circuito RC representado na Figura 1.

Figura 1: Circuitos RC

Aplicando -se a Lei de Kirchhoff das correntes ao nó X,

iC (t) + iR (t) = 0 (1)

Por substituição das características tensão-corrente dos elementos:

VR
iR 
R
duc
ic  c
dt

Obtém-se a equação diferencial linear de 1.ª ordem

(2)

A solução de (2) determina a dinâmica temporal da tensão e da corrente aos terminais do


condensador e da resistência. A energia armazenada num condensador ou numa bobina é
necessariamente uma função contínua no tempo. Como se concluiu nos Capítulos anteriores, a
não verificação da continuidade da energia armazenada nos condensadores e nas bobinas conduz,
respectivamente, a valores de corrente e de tensão de amplitude infinitamente elevados. A
imposição da condição de continuidade da energia eléctrica armazenada num condensador

__________________________________________________________________________ 4
(3)

Equivale a exigir a continuidade da tensão aos terminais respectivos

(4)

Considere-se então o circuitos RC representado na Figura.2 e admita-se que são conhecidas a


tensão aos terminais do condensador e a corrente na bobina no instante de tempo t = 0, vC (t
=0)=Vo e iL(t=0)=Io respectivamente.

Figura 2: Solução natural de circuitos RC de 1.ª ordem

Neste caso do circuito RC verifica-se que:

(5)

e que a condição de continuidade da energia eléctrica armazenada exige que

(6)

Enquanto um circuito RC com capacidade do condensador e resistência, respectivamente, C=1


µF e R=1 M, tem uma constante de tempo t=1 s, o mesmo circuito com C=1 nF e R=1 k
revela uma constante de tempo t=1 µs, portanto, um milhão de vezes inferior. Na Figura 3
comparam-se os regimes naturais de um mesmo circuito RC com diferentes constantes de tempo.

__________________________________________________________________________ 5
Figura 3: Solução natural de um circuito RC em função da constante de tempo

Considere-se o circuito RC representado na Figura 4a. e admita-se que a fonte de tensão vs(t)
define um sinal em degrau com origem em t=0 e amplitude Vs, ou seja, vs(t)= Vs.u(t). Admita-se
ainda que no instante de tempo t=0 a tensão aos terminais do condensador é vC(0)=Vo.

Figura 4: Solução forçada constante de um circuito RC

Conjunto com a solução natural, conduz à solução completa

(7)

Por outro lado, a imposição das condições inicial e de continuidade

(8)

Permite obter o valor da constante de integração

(9)

e escrever a solução

__________________________________________________________________________ 6
(10)

Considere-se agora a expressão da corrente no condensador, iC(t). Uma vez que

(11)

(12)

O circuito RC figurado em Figura 5.a e admita-se que a fonte de sinal é de tipo sinusoidal, vs
(t)=u (t).Vs.cos (t).

Figura 5: Solução natural e forçada sinusoidal de um circuito RC

A equação diferencial característica do circuito é, neste caso,

(13)

Cuja solução após aplicação do integral é

(14)
__________________________________________________________________________ 7
Em que Bc, Bs e A são constantes a determinar como adiante se indica. A solução pode ainda ser
expressa na forma

(15)

Em que

(16)

2.2. Circuitos R-L-C

Figura 6: Circuito RLC em série e paralelo

Considere-se então o circuito RLC – série sem fontes independentes representado na Figura 6a.
A aplicação da Lei de Kirchhoff das tensões à malha do circuito permite escrever a igualdade

vR(t) + vL(t) + vC(t) = 0 (17)

A qual, em conjunto com as características tensão-corrente dos componentes, se pode reescrever


como

(18)

Em que i(t) e vC(t) definem, respectivamente, a corrente na bobina (e no condensador) e a tensão


no condensador. No entanto, por substituição da característica tensão-corrente do condensador,
i(t)=CdvC(t)/dt, obtém-se

(19)

Conduz à equação diferencial de 2.ª ordem

__________________________________________________________________________ 8
(20)

Cuja forma é idêntica àquela estabelecida anteriormente para a tensão aos terminais do
condensador.

Considere-se o circuito RLC – série representado na Figura 7

10.9,

Figura 7: Solução natural sobre-amortecida

Em conjunto com as equações diferenciais de 2.ª ordem que governam a tensão aos terminais do
condensador, vC (t), e a corrente na bobina, iL(t),

(20)

A dinâmica da tensão aos terminais do condensador tem a forma

(21)

__________________________________________________________________________ 9
Cujas constantes A1 e A2 são determinadas por imposição das condições inicial e de continuidade
das energias armazenadas no condensador e na bobina

2. Trabalho realizado

Figura 8: Esquemas usados para a elaboração do trabalho

Material disponível

1. Multímetro;
2. Medidor de L, C, R;
3. Gerador de sinais;
4. Osciloscópio de dois raios;
5. Papel milimétrico
6. 1 Transístor 2N1711;
7. 1 Diodo 1N914;
8. Resistências de 22 K, 0.56 K, 1.5 K, 0.33 K, 1 K;
9. Condensador de 470 µF;

Determinação das curvas Experimentalmente

Circuito R – C

Usando valores da indutância e capacitância dados pelo professor, 2mH e 1mF respetivamente,
se usou o circuito R-C a partir da colocação de um fio condutor entre as bobinas L3 e L2 do
esquema da figura 8.
I. Com R=10ῼ e frequência F=88Hz

__________________________________________________________________________ 10
Fig9:. Esquema elétrico do circuito.

Fig:. 10 Forma de onda observada no osciloscópio.

II. Com R=100 ῼ e frequência f=694Hz

__________________________________________________________________________ 11
III. Com R=1.5k ῼ

Circuito R-L-C
 Com R=10 ῼ e frequência f=88Hz

 Com R=100 ῼ e frequência f=694Hz

__________________________________________________________________________ 12
 Com R=1.5K ῼ e frequência f=694Hz

__________________________________________________________________________ 13
Conclusão

 Após a extinção da solução natural, a tensão aos terminais do condensador segue a forma
sinusoidal da fonte independente, designadamente a mesma frequência;
 Existe uma diferença entre as amplitudes das sinusóides aplicada e medida aos terminais
do condensador, que se constata depender da relação entre a frequência da sinusóide e os
parâmetros R e C do circuito;
 A energia armazenada num condensador ou numa bobina é necessariamente uma função
contínua no tempo;
 A não verificação da continuidade da energia armazenada nos condensadores e nas
bobinas conduz, respectivamente, a valores de corrente e de tensão de amplitude
infinitamente elevados.

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3. Bibliografia.

 B. ORDOBAEV, Fundamentos de Electrotecnia.


 Joseph A. Edminister; “Circuitos Eléctricos” 2º edição, editora Mc Graw-Hill São
Paulo. pp. 365.
 Apontamentos teóricos da disciplina Electrotecnia Teórica II.
 Kassakatin, Fundamentos de electrotecnia, Editora Mir Moscovo

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