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Olá! Neste nosso encontro eu quero conversar com você sobre a atuação da Defensoria
Pública no direito de família.
Então é uma matéria muito próxima do dia adia do defensor público, a atuação em
temas afetos/relacionados ao direito de família, por isso é importantíssimo esse nosso
contato.
Por isso é essencial um órgão público estatal, como a Defensoria Pública a frente
desses tipos de ações. Embora, obviamente, ela não seja legitimada exclusiva para
propor esses tipos de ações.
Então eu quero trazer para vocês, pincelar, as principais ações que são propostas pela
Defensoria Pública em matéria de direito de família ou direito das famílias, e trazendo
E a principal das ações propostas pela Defensoria Pública, sem dúvida alguma, são as
ações de alimentos decorrentes das relações familiares, aquela devida pelos
ascendentes em relação aos descendentes, objetivando, a partir daquele trinômio
necessidade do credor (do alimentante e alimentado), possibilidades financeiras do
devedor (aquele que alimenta) e a proporcionalidade nesse arbitramento dos alimentos.
Então, aqui, são os alimentos que decorrem das relações familiares, dos vínculos
decorrentes do poder familiar, por exemplo, como você sabe, existem outras espécies
de alimento.
Então, ações de alimentos familiares, arts. 1.694 a 1.696 do CC, os fundamentos legais.
Garante a integridade física, psíquica, o direito à educação, o direito à vida da criança
ou do adolescente.
Resposta: sim. Para isso, muito cuidado com a súmula nº 594 do Superior Tribunal de
Justiça (STJ): legitimidade ativa do MP para propor ação de alimentos, mesmo que a
criança não esteja exposta a risco e mesmo que na comarca haja Defensoria Pública.
Outra questão muito comum no dia a dia é a prisão civil do devedor de alimentos. Isso
foi incorporado no Código de Processo Civil (CPC) e era uma súmula, antiga nº 309 do
STJ, e foi incorporada no CPC, 528, § 7º, prisão civil do devedor de alimentos: o débito
alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende - está aqui
para você - até as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se
vencerem no curso do processo, que são aquelas conhecidas como vincendas.
Você, logo mais, certamente será colega defensor público, defensora pública, e você
vai se deparar com o que a gente chama de lenda urbana. A representante da criança
chega. Sentença judicial de alimentos. E diz: "venceu a terceira, eu quero executar, eu
quero que ele seja intimado para pagar em 3 dias, sob pena de prisão".
Tem que esperar vencer a terceira prestação para entrar com execução de
alimentos, pelo rito da prisão?
Nesse sentido, súmula nº 358 do STJ. Muito comum também esse tipo de
questionamento em matéria de alimentos.
Súmula n° 358 que diz que: o cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu
a maioridade, ou seja, completou 18 anos, está sujeito a uma decisão judicial, mediante
contraditório, ainda que nos próprios autos.
Então, muito cuidado com essas perspectivas das ações de alimentos, a maioridade, a
possibilidade de prisão civil, que é um dos ritos de execução de alimentos.
CONTEÚDO IMPORTANTE
Muito comum e é uma lei muito simples, uma lei singela, são os chamados alimentos,
primeiro alimentos avoengos, depois os gravídicos.
Uma hipótese muito comum são os alimentos avoengos, que são aquelas hipóteses
subsidiárias, em que os avós são chamados a prestar alimentos.
EXEMPLO: Muito comum, pai preso; outro exemplo comum: pai que se encontra em
local incerto e não sabido, aí o neto pode acionar o avô. São as chamadas hipóteses de
alimentos avoengos.
Resposta: não. Recurso Especial 1.249.133, leitura obrigatória. Não pode executar,
porque o avô não é o devedor. Faleceu o pai, deve-se entrar com uma nova ação de
alimentos, alimentos avoengos, acionando o avô.
E essa hipótese de alimentos avoengos é tão comum que, uma Súmula recente do STJ
vem delimitar o alcance dos alimentos avoengos; nº 596 do STJ, muito cuidado para
essa súmula, está certo? Específica para obrigação alimentar avoenga.
O grande exemplo, genitor preso. Então a súmula nº 596 objetiva colocar um freio,
delimitar quando se aplicaria esse hipóteses de alimentos avoengos.
Alguns doutrinadores dizem que essa lei (a lei dos alimentos gravídicos) representa, em
última análise, a adoção da teoria concepcionista, ou seja, está se reconhecendo o
nascituro com o titular de direitos.
O art. 6º, da Lei nº 11.804, diz que deve-se comprovar a necessidade da autora e as
possibilidades dos genitores.
JURISPRUDÊNCIA
Quero fazer um gancho com você. Nós estamos falando de direitos relacionados à
garantia da personalidade da pessoa humana. E aqui, especificamente, no que toca o
nome, muito comum, por exemplo, em ação de investigação de paternidade para
inclusão, por exemplo, do sobrenome paterno.
É uma ação que, embora haja uma discussão, essa alteração do gênero e do nome, uma
ação que tramitava nas varas de registro público. E a partir dessa decisão maravilhosa
O nome nada mais é do que uma das expressões dos direitos da personalidade. Assim
como o direito à filiação, assim como direito à percepção de alimentos. Então por isso
que eu fiz para você esse gancho da ADI 4.275, que agora, a partir da interpretação
conforme o art. 58 da Lei de registros público, pode ser feito diretamente em cartório.
Independe de ação judicial.
Vamos continuar. União estável e direitos sucessórios, também muito comum. Ação de
reconhecimento e dissolução de união estável, para fixação de parâmetros sucessórios.
Lembrando que, existem dados que dizem que a união estável é entidade familiar mais
comum no nosso dia a dia, porque ela é informal, ela não é solene, não existe custos
como o casamento exige.
E no artigo 1.723 do CC, que fala da união estável, a entidade familiar que é
configurada pela união pública, continua e duradoura de duas pessoas, com o objetivo
de constituição de família.
O STF fez uma adequação aqui ADPF 132 do Rio de Janeiro e ADI 4.277.
Muito cuidado, isso é novo, isso é recente; já começa a pipocar na Defensoria Pública
ações nesse sentido.
Por paridade, por simetria, aplicamos a regra do artigo 1.829 e as escadas sucessórias
1.829.
E, por fim, muita informação né? Perda, suspensão e extinção do poder familiar.
O poder familiar é o vínculo, é o ônus, que recai sobre o genitor decorrente da filiação.
É o dever de guarda, sustento, educação, prover as necessidades básicas do filho que
repousa por / em cima / sobre os ombros que ambos os genitores, em relação ao filho
menor de dezoito anos de idade.
E o que eu quero que você saiba (isso é muito comum): hipótese de perda, suspensão e
extinção do poder familiar.
Então vamos aqui para o material. Primeira coisa que você vai enfrentar muito:
A perda, a doutrina diz que é mais que severa, a mais grave, forma mais grave de
destituição do poder familiar. Se dá por ato judicial, lembre-se disso. Quando o pai ou a
mãe castigar imoderadamente o filho; deixá-lo em abandono; praticar atos contrários a
moral e aos bons costumes; ou incidir de forma reiterada no abuso de sua autoridade,
faltando os deveres a eles inerentes; e também é hipótese de perda, Lei nº 13.715, CC.
Quero que você leia essas novas hipóteses de perda, por exemplo, o feminicídio
praticado contra a genitora; o abuso praticado contra a genitora, pode justificar o
pedido de perda do poder familiar em relação ao filho menor.
Quando perde - bastante cuidado com isso - o vínculo biológico permanece, ou seja, a
criança poderá ingressar com ação de alimentos contra genitor que perdeu o poder
familiar, sob pena de ele ser beneficiado duas vezes com a perda, ser beneficiado com a
perda.
Perda e suspensão.
Por fim.
JURISPRUDÊNCIA
O estudo social feito por psicólogos, assistentes sociais, durante a ação. A garantia do
contraditório ao genitor / réu da ação proposta pelo MP, é essencial para dar para o juiz
substrato, conhecimento extra jurídico para que a decisão seja correta, seja bem feita,
está certo? Afinal, envolve interesses e direitos de crianças e adolescentes.