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W – percepção (Wahrnehumnung)
V – ideia (Vorstellung)
M –Imagem motora
Freud explica esta dicotomia, descrevendo um sistema nervoso primário que adquire a Q, via
neurônios sensoriais, para descarrega-la sobre os neurônios motores. Mas a complexidade do
sistema nervoso gera igualmente estímulos endógenos que também são descarregados por
meio da sexualidade, da respiração e de outras necessidades. Estes são saciados no mundo
graças às condições externas e não pela simples descarga de Q. Nestes casos o sistema precisa
tolerar um acumulo de Q para satisfação de suas necessidades.
Com efeito, o sistema nervoso é capaz de reter e de receber, além de lidar com os estímulos
exógenos e a descarga das excitações endógenas. Sua principal função: fugir da dor, gerada
pelo aumento de Q, que forçosamente terminar por irromper em facilitações abruptas.
De acordo com Freud, trata-se aqui de fenômenos que independem de uma consciência, são
inconscientes (não confundir com a inconsciente enquanto topos em sua totalidade, como
outros fenômenos naturais. Nestes casos, onde localizar na teoria os conteúdos da
consciência? A solução de Freud é afirma-los enquanto diferenças na qualidade das sensações.
Elas estão ligadas à percepção, mas não se originam no mundo externo, pois de lá somente se
pode dizer sobre Q de excitação.
A noção de qualidade faz com que Freud atribua ao sistema uma nova categoria de neurônios,
capazes de produzis sensações conscientes. Por meio deles, as quantidades são convertidas
em qualidades, no processo de descarga de Q. Mas neste caso, as qualidades não se originam
da descarga de Q, mas do período em que um mínimo de Q resta nos neurônios.
Mas assim como existem neurônios motores, que conduzem a Q para os músculos, haveriam
neurônios secretores, que influenciam a produção de uma Q endógena – são os neurônios-
chave. Somam-se a estes, os neurônios w que fornecem a indicação de realidade, pela
qualidade das experiências externas.
Segundo Freud, os resíduos das experiências de dor e de satisfação no sistema neuronal são os
afetos e o desejo, que envolvem um aumento da tensão Q em y. Assim o estado de desejo
resulta em uma atração pela catexia de uma imagem mêmica “positiva”, ao passo que a
aversão à uma catexia “negativa” ou “dolorosa” provoca repulsa, identificada como um defesa
primária, ou recalcamento.