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São José
2021
PRISCILA ALVA FERNANDES DOS SANTOS
São José
2021
PRISCILA ALVA FERNANDES DOS SANTOS
BANCA EXAMINADORA
Agradeço à Deus por ter me proporcionado esta conquista e por ter colocado
pessoas maravilhosas que fizeram toda a diferença em minha vida, ao meu esposo
Maylson Santos que esteve ao meu lado durante toda esta fase, à minha mãe Salete
e ao meu pai Reinaldo Alva Fernandes que sempre estiveram me dando apoio e
torcendo por mim em cada momento até aqui, gratidão às minha maninhas Patricia e
Suyane, por estarem sempre torcendo por mim e me dando palavras de
encorajamento. Não posso deixar de agradecer aos meus mestres que me
inspiraram tanto, meus professores que durante estes anos me proporcionaram
tanto aprendizado, cada um deles fazem parte desta conquista. Também ao Dr Aldo
Bonatto Filho, Dr Eduardo Franco Scangarelli e Dr Valdor Ângelo Montagna, a qual
tive a honra de trabalhar ao lado deles por um período de três anos, período em que
obtive a experiência do direito na prática, obrigada pelo apoio e compreensão, vocês
são inspiração para mim, gratidão à vocês. Por último mas não menos importante à
minha amiga Greyce Raquel, foi ela quem deu a primeira palavra de incentivo
quando soube que eu gostaria de cursar Direito, foi ela quem me encorajou a dar o
primeiro passo, minha eterna gratidão, você faz parte desta minha conquista e
consequentemente de toda a trajetória que me levará ao meu tão sonhado objetivo.
Minha eterna gratidão à todos, cada um, de uma forma ou e outra teve enorme
importância para que eu pudesse chegar aonde eu estou.
“A sabedoria é a coisa principal; adquire pois a
sabedoria, emprega tudo o que possuis na aquisição de
entendimento.”
(Provérbios 4:7)
SANTOS, Priscila Alva Fernandes. Uma Análise Sobre o Acordo De Não
Persecução Penal. 2021. 21. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Direito) – Anhanguera Educacional, São José, 2021.
RESUMO
ABSTRACT
INTRODUÇÃO............................................................................................................13
O SURGIMENTO DO ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL E SUA
CONSTITUCIONALIDADE.........................................................................................15
REQUISITOS IMPOSTOS PARA A POSSIBILIDADE DE PROPOSITURA DO
ANPP AO INVESTIGADO..........................................................................................20
ANÁLISE DOS REQUISITOS OBJETIVOS DISPOSTO NO ARTIGO 28-A DO CPP,
SOBRE O NÃO CABIMENTO DO ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL E
SUA IMPORTÂNCIA..................................................................................................26
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................33
REFERÊNCIAS...........................................................................................................34
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1. INTRODUÇÃO
Sendo este tema recente, merece ser analisado com a pretensão de se trazer
informações aos leitores para que compreendam o contexto e surgimento do ANPP,
através da então regulamentada Lei nº 13.964/2019, mais precisamente através do
artigo 28-A, compreender os critérios de aplicação deste acordo para o investigado,
quais as forma de acordo trazidas pelo legislador, conhecer quais os benefícios para
o acusado e também para a sociedade consequentemente para o Estado como um
todo.
Na presente análise serão apresentados autores que com olhar crítico
expõem suas ideias acerca do Acordo de Não Persecução Penal das mais diversas
formas tanto positivas como negativas, o ANPP, por alguns é visto de forma positiva
como uma medida salutar que tem por objetivo trazer ao sistema brasileiro maior
efetividade, desburocratizando o processo penal e dando celeridade nas respostas
às vítimas pelos danos causados.
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Ora, as buscas dos legisladores por alternativas tem ocorrido com intuito de
serem as mais adequadas possíveis ao nosso ordenamento jurídico brasileiro para
consequentemente poderem ser implementadas. As grandes potências mundiais
têm criado formas de desenvolver uma saída aos problemas enfrentados nos
judiciários que na prática vem dando certo, estas ideias tem sido trazidas como
modelo para países como o Brasil, onde os crimes só têm aumentado prejudicando
economicamente o Estado com gastos demasiados com as custas processuais
causando transtornos ao Poder Judiciário o que por consequência suas prisões vem
sendo superlotadas sem que haja uma efetiva resposta didática aos apenados e que
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afeta à todos de modo geral, pois quanto maior os gastos do poder público maior a
conta que a sociedade paga.
Este formato de justiça consensual traz também ao investigado uma maior
celeridade, pois não necessita passar por todos as etapas de um longo processo e
ainda ter que aguardar por um longo tempo até seu julgamento, o qual muitas vezes
não se adquire seu real objetivo, nem mesmo traz ressarcimento ao dano causado à
vítima nem à sociedade como um todo.
Segundo o escritor Rogério Sanches (2019), O Acordo de Não persecução
penal é um ajuste celebrado entre o órgão de acusação e o investigado com
assistência do seu advogado ou defensor público, este acordo devidamente
homologado pelo juiz é o acordo no qual o investigado assume sua responsabilidade
e aceita o cumprimento de algumas condições mais brandas do que a sanção penal
e passa assim a não sofrer com os efeitos do processo criminal.
O Acordo de Não Persecução Penal deve ser aplicado em alguns casos
específicos, não sendo possível sua propositura à todos os casos, vejamos alguns
requisitos que devem ser observados, conforme o artigo 28-A do Código de
Processo Penal Brasileiro, o crime não pode ser caso de arquivamento, o acusado
deve ter confessado formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem
violência ou grave ameaça, a pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, nestas
hipóteses poderá o Ministério Público propor o Acordo de Não Persecução Penal
mediante algumas condições a seguir cumulativamente ou alternativamente, são
algumas delas: reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, renunciar
voluntariamente a bens e direitos provenientes de crime (indicados estes pelo MP),
prestar serviços à comunidade, pagar prestação pecuniária a ser estipulada e
indicada pelo juízo, cumprir outras determinações indicadas pelo MP por prazo
determinado.
Já as hipótese de não cabimento são: se for cabível transação penal não se
aplicará o ANPP, s o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios
que indiquem conduta criminal habitual, não caberá também ao agente beneficiado
nos 5 (cinco) anos anteriores à infração, por ANPP, por transação penal ou ainda
por suspensão condicional do processo, nos crimes de violência doméstica ou
familiar, ou ainda praticados em razão da condição do sexo feminino.
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O ANPP deve ser formalizado por escrito e firmado tanto pelo membro do MP
quanto pelo investigado e seu advogado ou defensor, desta forma se garante um
acordo justo sem que haja ferimento à dignidade da pessoa humana. O ANPP será
homologado em audiência no qual o Juiz ouvirá e verificará a voluntariedade do
investigado e a legalidade do acordo na presença do seu defensor. Caso o Juiz
considere inadequadas, insuficientes ou até mesmo abusivas as condições
dispostas no acordo, este devolverá os autos ao MP para que seja reformulada a
proposta com a concordância do investigado e de seu defensor. Após homologado o
acordo, será devolvido os autos ao MP para que inicie a execução perante o juiz de
execução penal. Cumprido integralmente o Acordo de Não Persecução Penal, o
juízo competente decretará a extinção de punibilidade.
Estas são algumas hipóteses e diretrizes para a propositura do ANPP, nesta
senda se vê, que o Acordo de Não Persecução Penal, não é medida que se impõe
de forma negligente simplesmente para beneficiar apenas o investigado, mas sim
com intuito de trazer benefícios à sociedade e ao Poder Judiciário, há também novos
debates que surgem com a prática do novo acordo que o que será apresentado ao
decorrer desta monografia.
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processo, por medidas mais brandas, ambas mediante restrições de direitos trazidas
pelas respectivas leis, segundo os autores tal medida não é proporcional, pois
enquanto o primeiro mecanismo, para os casos de menor potencial ofensivo, admite
crimes praticados com violência ou grave ameaça, o segundo mecanismo, o ANPP,
não admite, ora este abrange os casos de médio potencial ofensivo e são os
principais e mais danosos à sociedade.
Desta forma, entende-se que o “sistema negocial penal” permite às infrações
penais de menor potencial ofensivo, quando da competência dos Juizados Especiais
Criminais, deslocamento por conexão, devem possibilitar o Acordo de Não
Persecução Penal, ainda que praticadas com violência ou grave ameaça.
Como exposto pelos autores, não há cabível razão para a não concessão do
Acordo de Não Persecução Penal em casos de crimes de menor potencial ofensivo,
que tenham sido executados com violência ou grave ameaça, mas que preencham
os demais requisitos expostos pelo artigo 28-A do CPP.
Como terceiro requisito exposto pelo caput do artigo 28-A do CPP, o acordo
pode ser proposto apenas à crimes que tenham como pena mínima inferior a 4
(quatro) anos, podemos citar como exemplo crimes como peculato (art. 312, do CP),
concussão (art. 316, do CP), corrupção passiva (art. 317, do CP), tráfico de
influência (art. 332, do CP), corrupção ativa (art. 333, do CP), lavagem de dinheiro
(art. 1º, da Lei nº 9.613/98), dispensa ou inexigibilidade ilegal de licitação (art. 89, da
Lei nº 8.666/93), fraude à licitação (art. 90, da Lei nº 8.666/93), furto (art. 155, do
CP), entre outros. Cabe ressaltar que a pena mínima deve ser inferior a 4 (quatro)
anos, ora em se tratando de crimes cuja pena é igual a 4 (quatro) anos, não cabe
aqui a propositura do referido acordo.
Acrescenta-se ainda, conforme caput do art. 28-A do CPP, que o acordo pode
ser proposto pelo MP desde que este acordo seja necessário e suficiente por si só
para reprovação e prevenção do crime. Como se nota, conforme escreve Couto
(2020) este ponto é bem subjetivo, já que a análise esperada pelo legislador é
altamente subjetiva e confere ao Ministério Público certa discricionariedade que na
prática pode causar problemas.
Como exposto a seguir, há certas obrigações a serem observadas e
cumpridas cumulativamente ou alternativamente pelo investigado para que seja, de
alguma forma, reparado o dano à vítima e à sociedade em geral.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
sociedade sobre o ANPP. Mas pode-se afirmar que a aplicação deste acordo é parte
da Justiça Penal Consensual que vem ganhando espaço no ordenamento jurídico,
não só brasileiro como também de outros países que já aderiram à tal, com o intuito
de gerar economia ao sistema e consequentemente à sociedade, o que sempre será
debatido pois gera-se em alguns casos a sensação de impunibilidade, ainda mais
em casos em que o investigado prospera com o delito e não paga a conta de forma
literal.
Ante o exposto, espera-se que as medidas alternativas sejam cada vez mais
discutidas e sanadas suas brechas, para que estas medidas não gerem apenas
economia e ao mesmo tempo desconforto à sociedade quanto à sua punibilidade,
mas que alcancem seus objetivos como um todo, que são de extrema importância
para aplicação da ordem e da justiça.
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REFERÊNCIAS
https://www.conjur.com.br/2021-mar-31/opiniao-confissao-anpp-viola-direito-nao-
autoincriminacao. Acessado em 02.nov.2021.
PIVA, Ana Carolina Graciano. Transação penal nos Juizados Especiais Criminais
sob a ótica constitucional. 30 de Maio de 2016. Disponível em
http://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/46750/transacao-penal-nos-
juizados-especiais-criminais-sob-a-otica-constitucional. Acessado em 04.nov.2021.