Você está na página 1de 3

Monólogo

Sobre o que iremos conversar hoje?


Thiago Henrique Limia - Ator

“Busco as palavras certas


Penso em como começar
De mim se aproximas
Para segredos para contar
Então, sobre o que iremos conversar hoje?”

Ninguém sabe como é uma verdadeira guerra sem passar por ela, ninguém
sabe como é esconder algo a qualquer custo, verdades ou invenção,
segredos do coração.
Em 1914, aproximava-se o dia 28 de julho, e jovens eram recrutados,
famílias abraçavam seus filhos sem tanta esperança de vê-los novamente.
"O que temos haver com isso? Por quem lutaremos? Porque entraremos em
uma guerra que não travamos?"
No final, mais de 56 milhões morreram, pessoas, pais traumatizados,
esperando que um dia os filhos voltassem. Mas no meio da espera, o
descanso; a guerra acabou!
“Achamos que teremos guerras todos os dias, então nos equipamos.
Seremos feridos, então nos armamos
Espadas, lanças, armas
Contra quem? Por quem?”

Como uma arma engatilhada andamos


Esperando o primeiro alvo
Esperando a primeira provação
Mas porquê andar em tribulação?
Quando o principal atingido somos nós mesmo
Lutamos todos os dias, sim, desde o amanhecer, sendo nossas ou não,
enfrentamos, como soldados sempre pré-dispostos, mas ao pôr do sol,
assim como todos os soldados, precisamos de curativos, remédios,
precisamos de renovo, depois de muito trabalho, precisamos de
relacionamento
“Alguém quem não se importe em enxugar lágrimas,
alguém que não se importe em ouvir muitas palavras
Então, sobre o que iremos conversar hoje?”
Espero, falo – quando não tem quem me escute, sou o próprio ouvinte, e
no profundo silêncio, onde consigo escutar até as batidas do coração, sinto
a calmaria, calmaria antes da tempestade, aquela que chama novas
adversidades. Mas pra que? Porquê enfrentar sozinho?
Quando sinto minhas feridas, feitas por mim mesmo, tentativas de fuga
não por uma porta ou janela, mas fugas abertas com lanças e lâminas,
fugas de mim mesmo - sinto que não há mais volta, não há como refazer,
estou cansado, destruído, sem esperança, não mais espero.
“E por quem esperarei? Se sou filho de Deus, por que ainda luto, por que
ainda não fui tomado e levado para os céus? se Ele me ama tanto assim.”
Estamos aqui, sim, ainda, não para murmurar, não para lutarmos só, não
para sermos um corpo morto, mas para nos movermos
Estamos aqui, porque, nossas verdadeiras guerras, é Ele quem luta por nós,
mas pra isso é preciso ficarmos calados, não levantar bandeiras do homem,
mas levantar uma única bandeira, não de guerra, mas de paz, levantar um
só nome, uma só bandeira, a bandeira do Evangelho
Pois Ele nos chamou! Porque seu Reino não foi construído por nossos
votos, mas por seu sangue, seu sangue que nos libertou de nossas guerras!
Nos libertou!
Nós fomos libertos para alcançar, para pregar, para movermo-nos, para
andar, nós fomos libertos para libertar!
Espere, mesmo contra a esperança, mas não espere que Deus fale sua
missão, que já foi dada a você por seus profetas na terra
Relacione-se, fale com Deus, Ele sempre está disposto para ouvir você.
Não busque as palavras mais belas
Pois Ele busca sua sinceridade
Fale, conte a Ele todos seus segredos
Hoje Ele te espera no secreto, fora do palco, sem holofotes, sem falsidade

“Então, sobre o que iremos conversar hoje?”

Escrito em 17 de outubro de 2020, Apicum-açu - MA


por Thiago Henrique Limia

Você também pode gostar