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AVALIAÇÃO I - RELATÓRIO DE APRENDIZAGEM DE HISTÓRIA DO DIREITO

Professora Responsável: Dalva Carmem Tonato. Disciplina: História do Direito


Nome do discente: Thiago Henrique de Souza Lima Turma: A Cartão UFRGS: 333972
Peso total: 4 pontos.

Requisitos de avaliação: - cumprir os requisitos formais e substanciais definidos nos


enunciados; - prazo (não admite atraso); - qualidade e correção do conteúdo e - originalidade
das respostas do instrumento de avaliação (ou seja, a AVALIAÇÃO PODE SER FEITA EM
DUPLAS, MAS RESPOSTAS PARCIAL OU INTEGRALMENTE IDÊNTICAS ENTRE DOIS
TRABALHOS NÃO PONTUARÃO).

Atenda ao solicitado em cada questão. Ao final, salve em PDF e atribua para a professora como
TAREFA do TEAMS pelo mesmo canal em que a recebeu ATÉ às 12h00 do dia 19 de novembro
de 2021. Atividades enviadas após esse prazo não serão corrigidas e não pontuarão. Caso o
aluno/dupla não consiga realizar este procedimento por questões técnicas ou de força maior, deverá
salvar o documento com as respostas em PDF e - em caráter excepcional e exclusivo - enviar para a
professora por e-mail (dalva.tonato@ufrgs.br). Só envie por e-mail se não conseguiu submeter como
tarefa no TEAMS. O envio por e-mail é excepcional, não devendo ser a primeira opção.

1. (Peso 1) Sobre a jurisdição no curso da História do Direito brasileiro, marque com X a(s)
alternativa(s) errada(s) e explique o(s) erro(s), no espaço de até 2 linhas cada (fonte times, 12), de
modo fundamentado (indique o porquê do/s erro, apontando a resposta correta). Obs.: a mera
incompletude não caracteriza - por si só, erro.

a. ( ) Durante o período colonial - em território brasileiro - a jurisdição foi atuada por agentes leigos
(sem formação jurídica, como os capitães hereditários e seus respectivos ouvidores, que até 1628 a
exerceram nas capitanias) e, togados (com formação jurídica, como os juízes-de-fora portugueses e
desembargadores dos Tribunais de Relação).

b. ( ) A partir da instalação do Governo-Geral, a Casa de Suplicação de Lisboa passou a exercer


jurisdição também sobre o território do Brasil-Colônia, figurando no vértice de uma estrutura
jurisdicional que, apesar de subordinada ao Rei, gozava de autonomia determinada principalmente
pelas peculiaridades da função e pela formação jurídica de seus agentes.

c. ( X ) A figura do juiz-de-direito substituiu a dos juízes-de-fora sob a Constituição de 1824. Em


comum quanto a ambas as figuras, ressalta-se a exigência formação jurídica obrigatória, mas, no caso
dos juízes-de-direito, esta deveria ocorrer nos cursos de Direito brasileiros, com um currículo de
estudos diverso do português principalmente porque, no território do Brasil imperial, não cabia a
aplicação subsidiária do Direito Romano após a Lei da Boa-Razão.

De acordo com a Constituição de 1824 haveria a construção do Poder Judicial, e não a substituição
dos juízes-de-fora, pois esta função só foi disolvida em 1832 pelo Código do Processo Criminal.

d. ( X ) Consequências diretas da adoção do modelo Federativo, nos termos como foi


assumido pela primeira Constituição republicana brasileira, foram a supressão de resquícios da
função jurisdicional dos municípios e a criação do STF.
Após a adoção do modelo Federativo houve a criação do STF, mas a primeira constituição
Republicana brasileira indicava maior autonomia a esfera municipal, como forma de divisão da
competência da União.

2. (Peso 1,5) Explique o "processo de autonomia jurídica" brasileira na transição para o


Império brasileiro, não deixando de referir qual direito se buscava suplantar e com qual êxito
ocorreu até o final do Império. Indique (e explique brevemente) no mínimo 4 marcos
importantes desse processo quanto ao Direito objetivo (conjunto de normas); 1 marco
importante para a autonomia do pensamento jurídico brasileiro e 1 marco relativo à jurisdição
que não tenha sido referido na questão 1 desta avaliação. Faça isso em, no máximo, 15 linhas
(fonte times, 12).

Após 1822 os legisladores tinham o objetivo de reformar o país, mas para isso se fazia necessário a
escolha de uma nova ordem, e para tal os seus construtores precisariam adotar um novo modelo de
código, e com a independência do Brasil seria necessário que seu Judiciário fosse de igual modo
independente, e para isso seus funcionários precisariam de uma formação de Direito no Brasil, então
em 1827 foram fundadas as primeiras faculdades de Direito do Brasil: as Academias de Direito e
Ciências Sociais de São Paulo e Olinda.

Em 1830 houvera a aprovação do Código Criminal do Império do Brasil, e em 1832 o do Processo


Criminal, sendo os dois primeiros aprovados. Após alguns anos, e o completamento de reformas
importantes, veio o Código Comercial Brasileiro (1850), nasce então, no Brasil, a legislação de forma
modernizadora e idealista, com o propósito de reformar o país e modificar uma parte da velha ordem.

A Constituição Imperial veio então como um fruto de sua época, com um grande defeito, onde a
constituição se omitia a respeito da escravidão, mas garantia aos cidadãos passivos os direitos civis,
onde não havia a estimulação do igualitarismo nas práticas sociais. E esta foi construida com base em
textos da Constituição dos Estado Unidos, textos da Revolução inglesa, Revolução francesa e de
revoluções que ocorreram na América Latina.

3. (Peso 1,5) Explique os antecedentes históricos da Codificação Civil brasileira de 1916. Não
deixe de considerar, em sua resposta: (a) o impacto da própria Constituição Imperial, (b) as
etapas da Consolidação e do Esboço de Freitas (com as respectivas caraterísticas destas obras)
e seu impacto no Código Civil de 1916, e (c) os caminhos percorridos pelas correntes de
influência das codificações civis francesa (1804) e alemã (1900) para que pudessem afetar o
Código Civil brasileiro de 1916. Faça isso em, no máximo, 25 linhas (fonte times, 12).

A Constituição Imperial, feita a mando de Dom Pedro I, criou um estado centralizador e concedeu
fortes poderes conservadores à competência do imperador. Durante o império vários juristas lutaram
contra duas de suas instituições, sendo elas o Poder Moderador e o Conselho de Estado, a primeira
criada por Benjamin Constant, poder este que seria o principal ponto de toda organização política, e
este era delegado somente ao imperador. Já o conselho de estado era uma instituição característica da
monarquia oitocentista, e operava segundo o governo, justiça, fazenda e guerra.

Em 1859 por meio de um decreto, Augusto Teixeira de Freitas, formado na Faculdade de Direito de
Olinda, criou, por encomenda de Dom Pedro II, já que, mesmo após a independência, ainda se
utilizava ordenações portuguesas para reger obrigações civis, uma obra de aproximadamente 5.000
artigos, nomeada “Esboço de Código Civil”, já que seria uma tentativa de codificação civil do Brasil.
Apesar de não ter sido diretamente utilizada no Brasil, influenciou profundamente processos de
codificação no Paraguai, no Uruguai, no Chile, na Nicarágua e, principalmente na Argentina. No
Brasil seu esboço inspirou trabalhos posteriores no país, tal como que resultou no Código Civil de
1916.
Freitas foi o jurisconsulto contratado para, a partir de então, dar seguimento ao projeto. Primeiramente
organizou um projeto onde se dedicou totalmente a matéria, e em seu código já havia uma
estruturação onde estabelecia uma parte geral do Código, preparatória do sistema jurídico, e outra
especial. E com o esboço do Código Civil promulgado, o Código Civil Alemão (1900) se tornou a
primeira Codificação a trazer esta sistemática, já abordada por Freitas. Contudo é inegável que o
código civil tenha recebido diversas influencias do Código Civil Alemão, da mesma forma, em maior
parte para criação do Código Civil, Beviláqua se baseou no projeto de Freitas, inclusive a estrutura.

Augusto Teixeira de Freitas foi um dos responsáveis pela originalidade do direito Latino-Americano,
pois não se limitou à apenas uma cópia do Direito Francês, já que isso era comum na época, e o
mesmo estudou e construiu uma análise crítica sobre o Direito Francês, Português e Alemão, para
então a elaboração do Esboço do Código Civil.

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