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2# Microscópio e Spirogyra - Medição de Células (calibrar escala micrométrica)

Modelos da luz:
1. Modelo de raios → explica a reflexão e refração da luz
- a luz consiste em raios (linhas paralelas) que partem de uma fonte
- os objetos emitem luz ou refletem a luz
2. Modelo de ondas → a luz é simbolizada por ondas sinusoides
- a luz é produzida por alterações rítmicas de campos eletromagnéticos
- explica a resolução, função do método de contraste de fases e cores por
comprimentos de onda diferentes
3. Modelo de partículas → luz em forma de partículas (fotões)
- cada fotão tem energia → E = h.f , onde h = constante de Planck e f = frequência
- (-) comprimento de onda → (+) frequência → (+) energia

Constituintes do microscópio:

1. Lentes oculares (A=10x); 2. Revólver; 3. Objetivas (5x, 10x, 40x,


100x); 4. Parafuso macrométrico; 5. Parafuso micrométrico;
6. Platina; 7. Fonte de luz; 8. Diafragma e condensador; 9. Coluna

Lente ocular → imagem ampliada, virtual, invertida


Lente objetiva → imagem ampliada, real, invertida (vertical e
horizontalmente)
Lupa → imagem ampliada, virtual

Índice de refração = velocidade luz no ar : velocidade luz no outro meio (ex: vidro)

Objetiva 100x → utilizar o óleo de imersão para que os raios luminosos sejam
direcionados para a lente. O óleo de imersão deve ser usado para que o índice de refração
seja igual na lâmina de vidro e no óleo.
Profundidade de campo → capacidade da objetiva para focar planos diferentes ao
mesmo tempo. (+) abertura numérica → (-) profundidade de campo
Tipos de aberrações: Cromática (diferentes comprimentos de onda da luz podem não
seguir o mesmo trajeto e não incidir no mesmo foco) vs. Esférica (ondas que passam
através da zona periférica da lente incidem num ponto focal mais próximo que aquelas
que atravessam a lente na sua zona mais espessa).
Nota:
Microscópio eletrónico de transmissão e varrimento (eletrões)
Contraste de fase, fluorescência, campo claro
10-6 micrómetro (μm); 10-9 nanómetro (nm); 10-10 angström (Å); 10-12 picómetro (pm)

Spirogyra → alga fotossintética de pigmentação verde (cloroplastos) e filamentosa;


Plantae
pertence ao reino Protista; é unicelular - célula cilíndrica e de corpo alongado.
Calibração da escala micrométrica
do microscópio:
Objetivas Divisões da escala
micrométrica (μm)
5x 20
10x 10
40x 2,5
100x 1,0

3# Filos Microsporidia e Apicomplexa

Filo Microsporidia: (microsporideos)


- Pertencem ao Reino dos Fungos (protozoários parasitas no passado). A sua
taxonomia baseia-se na morfologia do esporo que apresenta o aparelho polar.
- São seres unicelulares, com desenvolvimento intracelular (parasitas obrigatórios).
- São considerados células eucarióticas primitivas: contêm um núcleo rodeado de
membrana, mas não possuem centríolos nem mitocôndrias, e os seus ribossomas são
70S, tal como os ribossomas das bactérias.
- O ciclo de vida de um microsporideo consiste em 3 fases: 1) Fase de Transmissão,
fase extracelular; 2) Merogonia, fase proliferativa, com formação do merontes
multinucleados, fase intracelular; 3) Esporogonia, fase de produção de esporos, a
qual se inicia com a formação do esporoblasto → esporonte → esporos, fase
intracelular. Os esporos são ingeridos ou inalados pelos hospedeiros. O número de
esporos produzidos difere de espécie para espécie.
Legenda da figura do esporo microsporideo: (e) exósporo; (en)
endósporo; (c) membrana celular do esporoplasma (s); (n) núcleo;
(v) vacúolo posterior; (a) disco ancorador ou saco polar; (p)
polaroplasto; (ps) posterosoma; (pt) tubo polar.
Glugea serranus foi descoberto na Madeira, na garoupa
(Serranus atricauda). Pleistophora ladogensis infeta a
musculatura dos peixes, causando nódulos e tecido inflamatório
nas células infetadas do tecido fibroso. Glugea hertwigi infeta as
células intestinais dos peixes, produzindo xenomas que irão
conduzir à hipertrofia. Xenomas: na periferia encontram-se os
estádios de merogonia e no centro os esporos maduros.

Filo Apicomplexa: (coccídeos)


- Pertencem ao Reino dos Protozoários. São caracterizados pela presença do
complexo apical (só visualizado ao MET) presente nos esporozoites e merozoites.
- São organismos unicelulares e parasitas obrigatórios.
- O ciclo de vida dos coccídeos engloba 3 fases distintas: Merogonia, Gamogonia
(micro/macrogamontes) e Esporogonia (esporontes). Os coccídeos produzem
esporocistos, em nº variável consoante a espécie, podendo estar no interior de um
oocisto ou livres. A estrutura do oocisto e dos esporocistos é fundamental para a
identificação e classificação dos coccídeos.

Nos peixes da RAM, Goussia clupearum parasita o


figado da cavala, Scomber colias, e Goussia cruciata o
fígado do chicharro, Trachurus picturatus. O coccídeo,
Goussia clupearum infecta os hepatócitos do arenque,
Clupea harengus, e de cavalas, Scomber scombrus e
Scomber colias.

4# Leveduras e corantes
Corantes são sais compostos por um anião (carga negativa) e um catião (carga positiva).
Os corantes podem ser ácidos (a função de corante é desempenhada pelo anião) ou
básicos (se a função é desempenhada pelo catião). Tecido que reage com um corante
básico → basófilico (ex: nucléolo, heterocromatina, cartilagem); tecido que reage com
um corante ácido → acidófilo (ex: filamentos citoplasmáticos). Os corantes ácidos
atuam sobre o citoplasma da célula (ex: fuchsina ácida, eosina); corantes básicos atuam
sobre o núcleo (ex: azul de metileno, hematoxilina).
Corantes básicos: Azul de Toluidina, Azul de Metileno, Verde de Metilo, Carmim
Acético, Hematoxilina. Corantes ácidos: Fucsina Ácida, Eosina, Laranja G e Azul de
Anilina. Hematoxilina e eosina → coloração de tecidos; a hematoxilina cora os
núcleos de azul e a eosina cora o citoplasma das células de rosa ao laranja/vermelho.

Leveduras, Saccharomyces cerevisiae → seres unicelulares eucariontes, pertencentes


ao Reino Fungi. Reproduzem-se de forma sexuada ou assexuada (cissiparidade ou
gemiparidade). São seres anaeróbios facultativos → realizam fermentação alcoólica.

O amido pode ser visualizado por coloração com iodina de Lugol. As leveduras contêm
substâncias de reserva, carboidratos → coloração com iodina de Lugol evidencia os
carboidratos na célula da levedura (os grânulos coram de castanho).

5# Células do sangue e da medula óssea


Sangue: glóbulos vermelhos (eritrócitos); glóbulos brancos (leucócitos); plaquetas
(trombócitos); plasma (contém os fatores de coagulação e o sérum). Eritrócitos →
carregam hemoglobina que se combina ao oxigénio (liga-se aos iões Fe presentes nos 4
grupos Heme) → transporte de oxigénio às células e remoção do dióxido de carbono.
Os eritrócitos têm um revestimento de glicolípido e glicoproteína; no ser humano
origina os grupos sanguíneos, A, B, 0. Fatores de coagulação e plaquetas → impedem
o derrame do sangue quando há um dano de uma vaso sanguíneo. Glóbulos brancos →
são fundamentais no combate a infeções (resposta imune).

Tipos de leucócitos:
Granulócitos: neutrófilos, eosinófilos, basófilos.
Agranulócitos: monócitos, linfócitos.

As plaquetas são “fragmentos” de uma célula


chamada megacariócito (célula da medula
óssea de grandes dimensões).

6# Célula vegetal
Funções da parede celular: 1) determinação da forma da célula; 2) regulação do
alongamento final da célula. A parede celular primária é composta de celulose,
polissacarídeos, pectinas e glicoproteínas (extensinas).
Transporte intercelular através plasmodesmos (H2O e iões atravessam livremente).

Vacúolo → membrana (tonoplasto) envolvida na manutenção do pH ácido do vacúolo.


Funciona como uma estrutura de hidratação, que pode armazenar enzimas hidrolíticas,
pigmentos, proteínas e substâncias tóxicas. Algumas células acumulam pigmentos nos
seus vacúolos. A maior parte dos pigmentos (vermelhos, azuis e púrpura) pertence ao
grupo das antocianinas → são hidrossolúveis e encontram-se no suco vacuolar.
Plastos → o seus invólucro é constituído por 2 membranas e tem genoma próprio. De
acordo com a coloração que manifestam, é possível distinguir cloroplastos (verdes),
cromoplastos (amarelos – xantofilas; laranjas – carotenos; vermelhos - licopenos),
leucoplastos (incolores), amiloplastos (armazenam amido).
Cloroplastos → existem nas células vegetais fotossintéticas; os pigmentos mais
importantes são: as clorofilas a e b e os carotenóides (carotenos e xantofilas). O seu
invólucro é constituído por 2 membranas (externa e interna), que delimita o estroma
onde se encontram os tilacoides.
Porção de epiderme da folha de Tradescantia pallida, observação de cloroplastos.
Parênquima cortical da raiz de Dacus carota (cenoura), mesocarpo do fruto de
Lycopersicon esculentum (tomate) para observação de cromoplastos.

Epiderme da escama do bolbo de Allium


cepa (cebola).

Plasmólise: gotas de solução salina.

Deplasmólise: gotas de água destilada na


borda da lamela.

7# Contagem de células
Câmara de contagem/ hematocitómetro - dispositivo utilizado para determinar o
número de células por unidade de volume de uma suspensão. 400 células → 10% erro

Contagem de células da microalga marinha unicelular → Nannochloropsis gaditana.


Quanto mais células contadas, maior é a precisão (limite de confiança de 95%).
Esquema da grelha da câmara de contagem tipo Neubauer.
A quadrícula mais pequena (azul) tem uma área de 0,0025 mm2,
a quadrícula amarela tem uma área de 16 x 0,0025 m2 = 0,04 mm2,
a quadrícula verde tem uma área de 0,0625 mm2 e a quadrícula
maior (vermelha) tem uma área de 1 mm2.
8# Pólen
Grão de pólen tem atividade fisiológica que o diferencia das outras células vegetais.
Possui: núcleo, citoplasma, membrana celular, parede celular, organelos (complexo de
Golgi, mitocôndrias, RE), NÃO TEM CLOROPLASTOS; cresce heterotroficamente,
obtendo energia ao absorver açúcares e aminoácidos do estigma da flor. Pólen - gerado
nas anteras da flor, a sua sobrevivência é independente do corpo da planta; o pólen é
uma entidade biológica que cresce, germina (desenvolve um tubo polínico) e morre.
Aspetos morfológicos de interesse taxonómico: 1. Forma 2. Aberturas 3. Ornamentação

Inaperturado (sem aberturas)


Aperturado (com aberturas): porado, colpado
ou colporado
Ervas daninhas (pouco evoluídas) Plantas com flor (mais evoluídas)
Pólen disperso em grande quantidade, em geral Pólen disperso em menores quantidade;
pelo vento (anemofilia) → leve e aerodinâmico; Menor conteúdo em proteína, maior conteúdo
Maior conteúdo em proteína e menor em lípidos em lípidos e substâncias aromáticas para atrair o
(+ proteínas → + alergénios); respetivo polinizador (zooifilia);
Ornamentação em geral simples;
As flores são em geral simples e localizam-se de Ornamentação adequada ao agente polinizador;
forma que o vento transporte os grãos de pólen Pétalas de cor atrativa; pólen e néctar é oferecido
com facilidade. como recompensa.

Meios para a germinação do pólen em anteras maduras de Lilum sp. (lírio):


Meio A - 10% sacarose → não germinou
Meio B - 10% sacarose, 100mg/L ácido bórico, 300 mg/L nitrato de cálcio
Meio C - Idêntico ao Meio B com a adição de 1% agar → germinou
(Aquecer a 60°C durante 10 minutos e guardar. Cobrir a câmara de crescimento e mantê-la imobilizada
durante 1 semana)
 Sacarose - fornece energia para o processo de desenvolvimento do tubo polínico.
 Ágar - solidificar o meio de cultura (maior consistência do meio); tem nutrientes.
 Boro - interagir com a sacarose e formar um complexo ionizável que reage mais
rapidamente com as membranas celulares, facilitando o desenvolvimento in vitro.
 Cálcio - crescimento do tubo polínico com forma linear e aparência rígida.
Meio C → Simula a estrutura do estigma, por isso há germinação
 Observação ao microscópio: gotículas amarelas são lípidos; tubo polínico comprido.
 Corante carmim acético → permite avaliar a viabilidade do pólen: viável – rosa
forte, não viável – rosa fraco (+ transparente).
9# Mitose em células de cebola

Ciclo celular → 2 fases: interfase (G1, S e G2) e fase mitótica (mitose e citocinese).
Mitose → 4 fases: prófase, metáfase, anáfase e telófase.
 Prófase: condensação máxima dos cromossomas, membrana nuclear desgrega-se
e os centrossomas dirigem-se para os polos opostos da célula.
 Metáfase: formação do fuso acromático, cromossomas na placa equatorial.
 Anáfase: clivagem dos centrómeros, encurtamento dos microtúbulos, deslocação
dos cromossomas para os polos da célula.
 Telófase: fuso acromático desaparece, reorganização dos núcleos-filhos, posterior
descondensação da cromatina.
 Citocinese: divisão do citoplasma (pode ter início na anáfase ou na telófase).

Meristemas → tecidos vegetais das raízes e dos caules cujas células se dividem
continuamente. Amostra usada: Allium cepa (cebola).
 Se os meristemas apicais da cebola não tivessem sido estimulados uns dias antes,
colocando essa zona dentro de água, quase só observaríamos células em interfase.
 Incubação a 60 ºC com HCl serviu para destruir as lamelas medianas que mantêm
as células da zona apical ligadas umas às outras, facilitando o processo seguinte de
coloração dos cromossomas com orceína acética.
 Solução de orceína láctico/acética - corante (orceína), cora eletivamente o núcleo
e os seus componentes; e fixador (ácido láctico + ácido acético), auxilia a adesão da
amostra à lâmina. Solução de orceína láctico/acética: forma uma espécie de solução
tampão, o que irá assegurar a viabilidade das células.
 O aquecimento à chama por breves segundos da lâmina contendo o material
biológico e algumas gotas de orceína lactoacética serviram para acelerar o processo
de fixação/coloração dos cromossomas.
 Colocámos uma lamela sobre a preparação e pressionámos ligeiramente, de modo a
obtermos uma única camada de células, o que facilitou a observação ao MOC.

10# Meiose
Meiose → processo de divisão celular a partir do qual 1 célula diploide (2n) origina 4
células haploides (n). O nº de cromossomas é reduzido para metade: 2n → n (gâmetas).
A meiose é um processo essencial para garantir a variabilidade genética entre os
indivíduos. A meiose consiste em duas divisões: a divisão I e a divisão II.
Divisão I → 1 núcleo diploide (2n) origina 2 núcleos haploides (n). Há uma redução do
nº de cromossomas → divisão reducional. Consiste em 4 fases distintas:
1. Profase I: Esta fase, muito longa e complexa, subdivide-se em 5 fases diferentes:
 Leptóteno: espiralização da cromatina;
 Zigóteno: emparelhamento dos cromossomas homólogos;
 Paquíteno: cada cromossoma começa a dividir-se nos 2 cromatídeos e a emparelhar
com o cromossoma homólogo, formando os bivalentes;
 Diplóteno: distinção dos pontos de quiasma, que correspondem a cruzamentos entre
os cromatídeos dos cromossomas homólogos, podendo haver crossing-over; os
cromossomas homólogos separam -se, mantendo -se unidos apenas nos centrómeros
e quiasmas – tétradas;
 Diacinese: os cromossomas atingem o máximo de encurtamento; desintegram-se a
membrana nuclear e os nucléolos; o fuso acromático começa a formar-se.
2. Metafase I (os bivalentes alinham-se na placa equatorial); 3. Anafase I (ascensão
polar de um cromossoma de cada par de homólogos); 4.Telofase I.
Divisão II → ocorre a separação dos cromatídeos, obtendo-se assim 4 núcleos haploides
(n), cujos cromossomas são constituídos por 1 cromatídeo → divisão equacional.
Prófase II, metáfase II, anáfase II e telófase. Nota: Na meiose II conseguimos observar
uma membrana a separar as células.
Não há replicação do DNA!

Na aula observamos a meiose em células de anteras de Lílio e de testículos de gafanhoto.


É preciso notar que os grãos de pólen têm 2 núcleos (vegetativo e germinativo) → grãos
de pólen de antera imatura (com apenas um núcleo ainda formado) e madura (dois
núcleos).

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