Você está na página 1de 24

Capítulo elaborado por Tânia Muzy Preparatório Marinha 2017

Administração de Serviços de Alimentação – ASA I

Administração (Teixeira) (Segundo Teixeira) Fayol (Europa): Organização do


trabalho de forma que ele se torne mais eficiente, utilizando
“Pode ser definida com a função de se conseguir fazer as os princípios da administração em bases científicas com a
coisas através das pessoas, com os melhores resultados”. divisão em funções administrativa, técnica, comercial,
contábil, segurança e financeira. Criou as funções
“Consiste em orientar, dirigir e controlar os esforços de um administrativas: Planejamento, Organização, Direção e
grupo de indivíduos para um objetivo comum, ou seja, Controle.
consiste basicamente na coordenação de atividades
grupais”. (Segundo Abreu) Fayol (Europa): Definiu as funções
essenciais da empresa, o conceito de administração
O objeto de estudo da administração é a Organização que (prever, organizar, comandar, coordenar e controlar). Essa
pode ser definida por um “conjunto de cargos e tarefas”; um teoria restringe-se exclusivamente a organização formal.
“conjunto de órgãos e funções”; e um mais atual: “um Racionalmente a organização deve caracterizar-se por uma
sistema composto de subsistemas que interagem entre si e divisão de trabalho e consequente especialização e
com o ambiente externo”. coordenação para garantir a harmonia e eficiência do
conjunto.
“Toda organização, seja ela industrial ou prestadora de
qualquer tipo de serviço, precisa ser administrada Organização Formal
adequadamente, para alcançar seus objetivos com maior Resumo:
eficiência e economia de ações e de recursos”.

A administração é realizada através do processo


administrativo, que abrange atividades administrativas,
técnicas e operacionais.

Funções Administrativas (segundo Fayol):

INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO (Abreu)

1. Origem e Evolução da Indústria

 Influência da Revolução Industrial


 A influência dos filósofos
 Influência da organização da Igreja Católica
 Influência da organização militar
 Influência dos economistas liberais e dos
empreendedores

2. Movimentos de Administração

 Abordagem Clássica ou Tradicional da


Administração

Taylor (EUA): Escola da Administração Científica

Preocupação em aumentar a eficiência da indústria por


meio da racionalização do trabalho do operário.
Mecanização do Trabalho

314
Capítulo elaborado por Tânia Muzy Preparatório Marinha 2017

Resumo das funções administrativas na UAN 3. Conceito e Objetivos da Empresa


(Teixeira):
Define-se como empresa toda organização particular,
governamental ou de economia mista que produz ou
oferece bens e serviços, com vista, em geral, à obtenção de
lucros.

Missão da empresa: É a razão de ser da empresa.


Representa um “horizonte” no qual a empresa decide atuar
e vai realmente entrar em cada um dos negócios que
aparecerem nesse horizonte, desde que seja viável sob os
vários aspectos considerados.

Objetivos da empresa: estado, situação ou resultado futuro


que o administrador pretende atingir. Relaciona-se a tudo
que implica a obtenção de um fim ou resultado final.

 O objetivo pode ser geral e interessar a toda a empresa


ou ser específico de um setor.
 A META representa etapas para alcançar os objetivos e
a meta empresarial pode ser definida como a
quantificação dos objetivos.
 Os objetivos devem ser: hierárquicos; quantitativos;
realistas; conscientes; claros, entendidos e escritos;
comunicados; desmembrados em objetivos funcionais;
motivacionais; utilitários; decisórios e operacionais.
 Uma adequada administração se inicia com o
estabelecimento ou a compreensão nítida dos objetivos
a serem alcançados.

 Teoria das Relações Humanas - Elton Mayo UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO


(Chicago) Segundo Teixeira
Teoria calcada em valores humanísticos na administração,
deslocando a preocupação anteriormente voltada à tarefa e A alimentação coletiva é representada pelas atividades de
à estrutura para a preocupação com as pessoas. O alimentação e nutrição realizadas em Unidades de
trabalhador não é só visto como força de trabalho e o seu Alimentação e Nutrição (UANs) que tem como objetivo
desempenho é resultado de seu esforço e de sua relação manter a saúde de sua clientela, através de uma
com o ambiente de trabalho trazendo satisfação e retorno alimentação adequada, equilibrada, segura sob os aspectos
para a organização. Harmonizar a função econômica de dietéticos, de higiene e ajustada à disponibilidade financeira
gerar lucro com a função social de dar satisfação aos seus da empresa.
empregados.
 UAN como atividades fim (hospitais e centros de
Ênfase nas pessoas que trabalham nas organizações saúde) – conjunto de bens e serviços destinados a
prevenir, melhorar e/ou recuperar a população que
 Teoria Neoclássica ou Escola Operacional (Abreu) atendem, seja através de seu ambulatório, seja através
da hospitalização.
Utilização dos conceitos básicos da Teoria Clássica sem os
exageros, utilizando a administração como uma teoria social  UAN como atividade meio (refeitórios das indústrias e
básica. Ela enfatiza as funções do administrador instituições escolares, creches, asilos e abrigos) –
(planejamento, organização, direção e controle) formando o atividades que procuram reduzir o índice de acidentes
processo administrativo. e taxas de absenteísmo, melhorar a aprendizagem,
prevenir e manter a saúde daqueles que atendem.
315
Capítulo elaborado por Tânia Muzy Preparatório Marinha 2017
 Comodato: a empresa incentivada (empregadora)
O mercado de alimentação (Abreu) contrata os serviços de uma empresa especializada,
concessionária, a qual utiliza as instalações da
 Com a criação do Programa de Alimentação do primeira para o preparo de refeições. A contratada
Trabalhador (PAT) pela lei nº 6.321/76, permitindo a assume toda a responsabilidade, desde a aquisição
dedução do imposto de renda de um percentual sobre dos gêneros alimentícios até a distribuição das
o lucro tributável das empresas participantes do refeições. Para a empresa incentivada (contratante) há
programa, as UAN das indústrias sofreram uma a vantagem de transferência de responsabilidade;
expansão, entretanto, com características entretanto, o investimento do capital inicial é maior, o
diversificadas. mesmo ocorrendo com o custo operacional. O controle
de qualidade da refeição é possível com a contratante
As UANs podem ser: mantendo uma nutricionista como supervisora.
 Institucionais: dentro de empresas, escolas e outras,
com clientela fixa;  Refeição pronta e transportada: a contratada
 Comerciais: restaurantes abertos ao público; entrega à empresa incentivada refeições
 Hotéis; (convencionais ou supergeladas) já confeccionadas
 Comissarias ou caterings; para consumo. No que se refere a espaço físico,
 Cozinhas dos estabelecimentos assistências de saúde. equipamentos, despesas de gás, luz, combustível para
preparo das refeições, a empresa incentivada é isenta.
Tipo e Porte das UAN (macrossegmentos) Pinheiro Desvantagens: riscos na conservação das refeições,
(2012) alterações de sabor, limitação quanto aos tipos de
preparações possíveis de oferecer, dificuldade na
1. Alimentação em empresas: indústria, comércio e fiscalização e manuseio da matéria-prima, exige uma
serviço. definição antecipada do número de refeições,
2. Alimentação em serviços de saúde ou refeições causando transtornos da frequência não atender à
dietoterápicas: hospitais e spas. previsão e, problemas de transporte.
3. Catering de bordo: refeições servidas em aviões,
navios, trens, plataformas marítimas, e outros.  Refeições-convênio: a empresa incentivada
4. Alimentação em instituições de educação ou diretamente ou por meio de concessionária, mantem
alimentação escolar: creches, ensino infantil e até convênio com restaurantes comerciais para o
universidades. fornecimento das refeições aos funcionários da
5. Alimentação das Forças Armadas: Exército, Marinha, empresa incentivada.
Aeronáutica e polícias militares.
6. Alimentação Comercial: restaurantes, bares, fast-  Processo de seleção: mediante licitação, nas
foods, hotéis, buffets, resorts. modalidades de Tomada de Preços ou Concorrência
onde é exigido competência do Pessoal Técnico e
Classificação do porte das UAN Administrativo e da adequação do quantitativo e
qualitativo do pessoal operacional, apresentação de
1. Pequeno Porte: até 500 refeições por dia. cardápios básicos para a clientela, bem como
2. Médio Porte: de 501 a 2.000 refeições por dia. documentos de idoneidade financeira da
3. Grande Porte: 2.001 a 10.000 refeições por dia. concessionária.
4. Extraporte: acima de 10.000 refeições por dia.
Quadro Resumo
Tipos de Serviços (Teixeira):

 Serviço próprio (auto-serviço) – a empresa


incentivada assume toda a responsabilidade, inclusive
técnica, pela elaboração das refeições aos comensais,
necessitando portanto, de infra-estrutura e
possibilitando melhor controle de qualidade;
 Serviço de terceiros – fornecimento de refeições é
formalizado por contrato firmado entre a empresa
incentivada e a prestadora de serviços
(concessionária);
 Administração por condomínio – um único refeitório
para atender aos funcionários de um agrupamento de
empresas situadas numa mesma área geográfica.

Modalidades do serviço de terceiros:

316
Capítulo elaborado por Tânia Muzy Preparatório Marinha 2017
 Coordenar e executar os cálculos de valor nutritivo,
Quanto ao sistema de distribuição (Teixeira): rendimento e custo das preparações culinárias;
 Planejar, implantar, coordenar e supervisionar as atividades
 Centralizado – refeições produzidas e distribuídas no de pré-preparo, preparo, distribuição e transporte de
mesmo local. refeições e/ou preparações culinárias;
 Descentralizado – refeições produzidas na cozinha  Avaliar tecnicamente as preparações culinárias
central e distribuídas em outro local.  Desenvolver manuais técnicos, rotinas de trabalho e
 Misto – parte das refeições distribuídas de forma receituários;
centralizada e outra parte descentralizada.  Efetuar controle de sobras e restos;
 Planejar, implantar e supervisionar as atividades de
Tipos de Serviços (Abreu): higienização do ambiente, veículos de transporte de
alimentos, equipamentos e utensílios;
1. Serviço Próprio ou Autogestão – a própria empresa  Implantar métodos de controle de qualidade de acordo com
gerencia a UAN, produzindo refeições a serem servidas a legislação vigente;
aos seus funcionários.  Participar do recrutamento e seleção dos recursos
humanos;
2. Concessão – o fornecimento de refeições é feito por  Coordenar e executar programas de treinamento e
uma empresa terceira (concessionária) que assume a reciclagem de recursos humanos;
responsabilidade da gestão da UAN. Tipos de  Integrar a equipe de saúde ocupacional;
concessão:
 Participar da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
(CIPA);
 Preço fixo da refeição – gestão, gestão fixa, gestão
 Coordenar, supervisionar e executar as atividades
operacional, entre outros, onde o valor da refeição é
referentes às informações nutricionais e técnicas de
preestabelecido em contrato. A empresa recebe pelo
atendimento ao cliente;
número de refeições servidas.
 Promover programas de educação alimentar;
 Detectar e encaminhar ao superior hierárquico relatórios de
 Mandato – a terceirizada cobra pela administração do
condições da UAN impeditivas das Boas Práticas;
serviço que será calculado com base em uma
 Colaborar com autoridades na fiscalização;
porcentagem sobre: (i) folha de pagamento dos
funcionários e do montante total de compras da  Desenvolver pesquisas e estudos sobre a área de atuação;
matéria-prima. Obs: funcionário da concessionária e  Orientar estágio e participar de programas treinamento;
estoque do cliente; (ii) somente fornecimento de mão-  Efetuar controle periódico dos trabalhos executados.
de-obra.
QUALIDADE TOTAL (ABREU)
 Taxa fixa – a cobrança é feita sobre uma porcentagem
preestabelecida do faturamento. Clientes + Concorrência = aperfeiçoamento contínuo
dos serviços.
Obs: Mandato ou Taxa fixa podem ser cobrados EPIs,
utensílios, gastos com locação para eventos, outros. O desafio organizacional é o aperfeiçoamento com revisão
de conceitos a respeito da qualidade dos produtos e
A administração da UAN deve ser delegada ao nutricionista. serviços, bem como, estratégias para satisfazer o cliente e
o mercado.
Funções do nutricionista: planejamento, organização,
direção, supervisão e avaliação segundo a Lei 8.234/91. Definição de qualidade segundo ISO 8402/1986:

Atribuições específicas do nutricionista (Abreu): “A totalidade de aspectos e características de um


produto ou serviço que satisfazem necessidades
 Participar do planejamento e gestão recursos econômico- explícitas e implícitas”.
financeiros;
 Participar do planejamento, implantação e execução de
projetos de estrutura física e executar a adequação de
instalações físicas, equipamentos, utensílios e fazer as suas
especificações;
 Planejar, coordenar, supervisionar a seleção, compra e
manutenção de veículos de transporte, equipamentos e
utensílios;
 Avaliar fornecedores, planejar, coordenar e supervisionar a
seleção, compra e armazenamento de alimentos;
 Planejar cardápios de acordo com as necessidades dos Moderno conceito de excelência = “encantar o cliente”
clientes;

317
Capítulo elaborado por Tânia Muzy Preparatório Marinha 2017
Desafio: Converter as necessidades do usuário em  Promoção – publicidade, relações públicas,
características mensuráveis. promoção de vendas, venda pessoal e merchandising.
 Ponto – local, distribuição e logística.
O Serviço de alimentação deve administrar de forma a:
 Pesquisa de mercado – bom método para avaliar a
 Se integrar aos objetivos organizacionais da empresa; qualidade dos serviços prestados, mas apresenta
 Atender aos anseios dos clientes; limitações tais quais: processo e erro amostral, falha na
 Conhecer o impacto da UAN dentro da empresa; coleta dos dados, erro no registro, processamento e
 Abrir canal de comunicação; interpretação dos dados, não cobertura de todas as
 Conquistar espaço com clientes, empregados e variáveis.
empresa.
O PROCESSO ADMINISTRATIVO (RELACIONADO ÀS
ATIVIDADES DE UAN)
Cliente satisfeito é sinônimo de sucesso,
lucratividade, competitividade, sobrevivência
O Custo da Má Qualidade PLANEJAMENTO
e maior participação no mercado.
São antecipadamente previstas as ações relacionadas a: o
 Custo da não prevenção – ausência de programas de que fazer (objetivos do trabalho), de que maneira fazer
qualidade, controle de processos, treinamento. (normatização das operações, definição das atribuições),
 Custo da não avaliação – ausência de auditorias, quando fazer (definição do tempo de execução) e quem
verificação de não conformidades, supervisão deve fazer.
sistemática.
 Custo de erros anteriores à entrega dos produtos – Deve ser exequível (ações planejadas se tornem efetivas) e
desperdícios, retrabalho (detectados antes de chegar ao flexível (possibilitando as correções de direção
cliente). necessárias). Ex UAN: Definir Valor Energético Total,
 Custo de erros posteriores à entrega dos produtos – padrão socioeconômico do cardápio, aceitação das
restos, devoluções, reclamações. preparações, etc.
 Custo dos equipamentos - más condições,
subutilização, mau uso. Forma de relacionar os objetivos com as condições
disponíveis e determinar a melhor forma da execução das
MARKETING PARA UANS (ABREU) operações.

Processo pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que O que fazer corresponde aos objetivos do trabalho, para
necessitam e desejam por meio da criação, oferta e troca de evitar desperdícios financeiros, de tempo e energia.
produtos de valor com outros. Esta definição baseia-se em
alguns conceitos centrais como necessidades e desejos, Como fazer significa a normatização das operações, a
produtos (bens, serviços e ideias), valor, custo e satisfação, definição das atribuições proporcionando maior disciplina e
troca e relacionamentos. continuidade na execução das tarefas.

Estratégias básicas do marketing: Quando fazer implica na definição do tempo de execução,


possibilitando controle no andamento das atividades da
 Definição do público alvo – comportamento humano; empresa.
estilo de vida; faixa etária; localização geográfica;
segmentação geográfica, demográfica, psicográfica e Quem fazer implica na divisão das atividades permitindo a
comportamental. organização do trabalho de forma que os objetivos sejam
cumpridos.
 Posicionamento de mercado – posição que a
empresa, a marca, o produto ou serviço ocupam na Os princípios gerais da administração aplicáveis ao
mente do consumidor. planejamento são: o da definição do objetivo e o da
flexibilidade do planejamento possibilitando as correções de
 Composto de marketing (4Ps) – tem como objetivo direção necessárias.
mostrar como atingir e atender às necessidades e
desejos dos indivíduos e se é possível superá-los.
 Produto – tangível (refeição) e intangível
(eficiência, qualidade, valor agregado)
 Preço – monetário (quanto se paga pelo produto)
e não monetário (atendimento, acesso ao local,
estacionamento, ambiente, infraestrutura, etc.).

318
Capítulo elaborado por Tânia Muzy Preparatório Marinha 2017
 Dieta geral e dietas especiais de rotina, refeições
intermediárias (desjejum, merenda e lanche) e parte fria
(sucos, saladas e sobremesas)

Sistema Misto

 Mais encontrados nos hospitais do Brasil. Parte da


distribuição centralizada e parte descentralizada.

 Funcionários e acompanhantes

Cafeteria Fixa (balcão térmico): bandejas de inox


estampadas ou com pratos (prato principal e guarnição).
Mais recomendado e encontrado nos hospitais brasileiros.

Fases do planejamento: Esteira rolante: comensal recebe sua bandeja pronta. Leva
a desperdícios pois não considera preferências e hábitos
1. Estabelecimento dos objetivos a alcançar alimentares.
(organizacionais, políticas, diretrizes, metas,
programas, procedimentos, métodos e as normas); Self-Service: mais encontrado em restaurantes industriais
2. A tomada de decisões para ações futuras; com elevado padrão de cardápio. Não apresenta
3. Determinação dos planos. desperdícios pois o comensal porciona sua bandeja.

Níveis do planejamento: À francesa: pouco encontrado, servido em refeitório


diversificado de grandes firmas com cardápio diferenciado
 Estratégico – nível de diretoria (metas, objetivos, (gerência, diretoria com pequeno número de comensais).
políticas, missão)
 Tático – nível gerencial (utilização adequada dos ATIVIDADES ANTERIORES À PRODUÇÃO (UAN)
recursos da empresa)
 Operacional - produção São atividades típicas de planejamento que fixam
parâmetros imprescindíveis à avaliação e configuram uma
Determinação do Sistema de Distribuição de Refeições administração em bases científicas, ou seja, fundamentada
Deve ser levado em conta no planejamento físico-funcional. nos princípios de planejamento e controle.

 Pacientes – centralizado, descentralizado e misto São elaborados instrumentos de comunicação e controle,


como fichas e formulários que tenham praticidade,
Sistema Centralizado simplicidade e identidade dos resultados.

São atividades inerentes das chefias onde estão inseridos


 Mais prático, higiênico e funcional.
os nutricionistas.
 Preparo, distribuição, porcionamento e identificação na
própria cozinha.
1. Estimativa das Necessidades Nutricionais
 Menor manipulação, menor contaminação, melhor
manutenção da temperatura dos alimentos.
Para assegurar esta adequação será necessário definir
 Melhor supervisão e controle
previamente as necessidades em calorias que poderão ser
 Maior integração do pessoal do S.A
estimadas utilizando-se o método da OMS e que passarão
 Supressão das copas de apoio. a ser utilizadas como parâmetro para avaliação do Valor
 Dietas especiais, almoço e jantar e a parte quente. Calórico Total (VCT) das refeições oferecidas.

Sistema Descentralizado A distribuição dos % dos macronutrientes em relação ao


VET deve ser:
 Preparo realizado na cozinha com porcionamento,
identificação e distribuição, realizados nas copas de Carboidratos - 55 a 65%
apoio. Proteínas - 10 a 15%
 Maior manipulação, perda de apresentação e Lipídeos - 20 a 30%
qualidade.
 Alteração do paladar por reaquecimento inadequado. Nos locais onde se oferece mais de um tipo de refeição, a
 Porcionamento inadequado, supervisão precária. distribuição do VCT deverá seguir as proporções:
 Maior possibilidade de erros na distribuição.
 Maior desperdício de área física.

319
Capítulo elaborado por Tânia Muzy Preparatório Marinha 2017

Desjejum 15%  Fornecer refeições adequadas a trabalhadores


Almoço 45% portadores de doenças de acordo com cardápio base
Jantar 40% com avaliação nutricional periódica;
5 a 10% retirados do
Lanche
almoço ou do jantar  O cálculo de VCT será alterado em benefício da saúde
do trabalhador, em cumprimento às exigências laborais
Para grupos de baixo poder aquisitivo, em que é oferecida e baseado em estudos de diagnóstico nutricional.
apenas uma refeição, recomenda-se que represente 60%
das calorias totais.  Modalidade autogestão deve ter responsável técnico
inscrito no PAT.
O equilíbrio entre vitaminas e minerais também deve ser
atenção do nutricionista. Distribuição dos nutrientes

Quando não há possibilidade de obtenção de dados locais Refeição HC PTN GT GS Fibra Na (mg)
para definição do V.C.T, sugere-se a utilização dos (%) (%) (%) (%) (g)
parâmetros do Programa de Alimentação do Trabalhador Desjejum
(PAT). 60 15 25 <10 4-5 360-480
Lanche
Almoço
Para as empresas que aderem ao Programa de Jantar 60 15 25 <10 7-10 720-960
Alimentação do Trabalhador (PAT) Ceia

Garantia de oferta de nutrientes na alimentação baseada


2. Estabelecimento do Padrão dos Cardápios
nas seguintes referências:
Deve ser compatível com a disponibilidade financeira e de
Nutrientes Valores diários Referência mercado, hábitos alimentares, condições socioeconômicas
Valor Energético Total 2000 Kcal da clientela e peculiaridades de cada unidade como número
Carboidrato 55-75% e habilitação de funcionários, equipamentos e área física
disponível.
Proteína 10-15%
Gordura Total 15-30%
3. Definição do “Per Capita”
Gordura Saturada <10%
Fibra >25 g É necessário dispor de informações sobre os hábitos
Sódio < 2.400 mg alimentares da clientela e de suas necessidades calóricas.

Importância “per capita”


Parâmetros nutricionais - Portaria MTE n° 193, de 05 de
dezembro de 2006.  Garantir o equilíbrio dos cardápios
 Orientar na previsão de compras e requisições
Refeições Principais (almoço, jantar e ceia)  Ótimo parâmetro para avaliar a cobertura da
 600 a 800 calorias (variação de acordo com o fator alimentação oferecida.
atividade)
 30 a 40% do VET 4. Planejamento de Cardápios
 6 a 10% de NDPcal
 Admite-se um acréscimo de 20% em relação ao VET O cardápio é um instrumento gerencial que inicia o
de 2 mil calorias. processo de produção de refeições e que permite estimar
antecipadamente toda a estrutura necessária para o serviço
Refeições menores (desjejum e lanche) de alimentação.
 300 a 400 calorias
 15 a 20 % do VET diário Instrumento de venda, normalmente apresentado antes do
 Admite-se um acréscimo de 20% em relação ao VET consumo que irá influenciar diretamente a rentabilidade da
de 2 mil calorias. empresa.

Recomendações: A partir do cardápio podem ser dimensionados:


 Recursos humanos e materiais
 Os cardápios deverão oferecer, pelo menos, uma  Controle de custos
porção de frutas e uma porção de legumes ou verduras,  Planejamento de compras
nas refeições principais (almoço, jantar e ceia) e pelo  Política de abastecimento
menos uma porção de frutas nas refeições menores  Padronização de receitas
(desjejum e lanche).  Organização do processo produtivo

320
Capítulo elaborado por Tânia Muzy Preparatório Marinha 2017
O planejamento de cardápios deve levar em consideração:
 Saladas – variar entre folhas, legumes crus e cozidos,
 Necessidades nutricionais – inserção no cardápio de cereais ou massas, leguminosas e miscelâneas (frios,
cada grupo básico de alimentos. tortas, queijo, salgados, frutas etc). Evitar
componentes que estejam em outras preparações.
Regras a serem observadas: ao utilizar uma entrada de
alto valor calórico, escolher como guarnição ou sobremesa 1 salada Variar diariamente tipo
preparações de valor calórico mais baixo com a utilização 2 saladas 1 folha e outra variável
de fichas técnicas. 3 saladas 1 folha, 1 legumes e outra variável
1 folha, 1 legume cru, 1 legume
 Disponibilidade de gêneros – utilização gêneros 4 saladas
cozido e 1 variável
disponíveis no mercado facilita abastecimento, garante
a qualidade do produto e minimizam os custos.  Prato Base - arroz e feijão (ou outra leguminosa).
Quando usar massa deve ter o porcionamento igual ao
 Recursos Humanos – pessoal disponível, habilitação arroz com feijão. A massa pode ser prato base + prato
e tempo hábil para a execução. Evitar preparações que principal + guarnição. Ex: lasanha de presunto.
demandem tempo e qualificação especial.
 Prato Proteíco – Prato principal, denominação que se
 Disponibilidade da área e equipamentos - para refere ao custo maior entre os demais componentes
melhor organização, racionalização do trabalho e não
comprometer a produção e qualidade das refeições.
do cardápio. Quando oferecer mais de uma opção, a
porção pode ser menor (meia porção). Oferecer tipos
Os equipamentos vão determinar a escolha das diferentes de carnes quando tiver opção e com técnica
preparações do cardápio. de preparo diferentes. Evitar mais de um tipo de fritura.

 Hábitos alimentares da clientela – sondagem de  Guarnição: Se houver dois pratos proteicos e


preferências através de formulários com uma aceitação guarnição única, esta deve combinar com ambos.
de 90 a 100% é um bom indicador. Caso uma guarnição seja adequada apenas para um
prato, deverá ter outra guarnição. Ex: Peixe com pirão /
 Outros Fatores - adequação ao clima, digestibilidade, picadinho de carne com legumes.
consistência das preparações, equilíbrio de cores,
repetição de alimentos em preparações diferentes.  Sobremesas: pelo menos uma porção de fruta (PAT).
Prato mais elaborado, sobremesa simples e vice-versa.
 Utilizar o Guia Alimentar para a População Brasileira
na elaboração de cardápios e como instrumento de Quanto ao padrão:
apoio às ações de educação alimentar e nutricional.
 Popular, trivial simples ou padrão operacional –
 Leis da Nutrição (Pedro Escudero): aquele de baixo custo, preparações pouco elaboradas
e não exige mão de obra especializada.
Lei da Quantidade - alimento em quantidade necessária
ao funcionamento do organismo, preservação da espécie e  Médio trivial médio ou padrão administrativo –
manutenção da saúde. preparações diversificadas, mais elaboradas, com
custo maior, mas sem requinte.
Lei da Qualidade - qualidade dos nutrientes, maturação,
conservação e condições de consumo dos alimentos.  Luxo, liberal ou diretoria - alimentos de preço elevado
e mais de uma preparação, representando cada grupo
Lei da Harmonia - equilíbrio na ingestão de nutrientes, básico componente do cardápio.
dentro do VET, harmonia entre cores, sabores e textura dos
alimentos.  Outros Aspectos:
 2ª-feira usar preparações mais simples;
Lei da Adequação – dieta adequada ao indivíduo levando
 Não fixar preparações em dias da semana. Ex.
em consideração os fatores que interferem no cálculo de
feijoada na sexta-feira;
uma dieta (peso, altura, clima, idade, sexo, disponibilidade
 Reduzir frituras;
dos alimentos, poder aquisitivo, gasto energético, estado
 Nunca introduzir mais de um prato novo por dia;
fisiológico) e à coletividade.

Programação do Cardápio
 Estabelecer previamente a frequência e variedade
 Deverá ser mensal para reduzir o risco de erros e dos gêneros a serem utilizados no cardápio;
repetições e facilitar a distribuição das formas de  Usar denominação “prato light” se atender ao
preparo, das cores e da consistência dos alimentos, disposto na legislação.
além de balancear os custos.
321
Capítulo elaborado por Tânia Muzy Preparatório Marinha 2017
Dietas hospitalares e armazenamento das mercadorias com normas de
operacionalização.
 Dietas de rotina: sem modificações ou restrições
na composição, porém podem ser modificadas  Escolha de fornecedores – informação da idoneidade,
quanto à consistência: dieta branda, pastosa, leve preço, padrões de qualidade, forma de pagamento,
e líquida. prazo de entrega. Licitação - deve-se respeitar as
regras da legislação em vigor.
 Dietas modificadas quanto à composição:
hipossódica, laxativa, sem resíduos. Proporção  Periodicidade - normatiza o abastecimento e permite
equilibrada de macronutrientes. avaliação do desempenho dos fornecedores.

 Dietas especiais: modificações tanto na  Definição do padrão de qualidade com registros em


composição de micro quanto macronutrientes formulários de controle de estoque.
(dietas hipoproteicas)
9. Avaliação da UAN com base na opinião da Clientela
 Dietas para preparo de exames: ex: dieta liquida
sem resíduos para preparo de colonoscopia. Definição do valor do parâmetro que mede o grau de
satisfação do comensal com aplicação de formulário
5. Ficha Técnica ou Receituário Padrão próprio.

Instrumento para padronização da qualidade, planejamento PLANEJAMENTO FÍSICO-FUNCIONAL


das operações e de custo e que permite:
Fundamental para garantir a operacionalização das
 Preparo seja sempre o mesmo, independente do refeições conforme os padrões qualitativos desejados,
funcionário. (técnico e higiênico), melhor utilização dos recursos
 Receita se adapte às quantidades escolhidas. humanos e produtividade.
 Previsão de compra e otimização de estoque.
 Conhecer o rendimento e porcionamento das A determinação dos fluxos de matéria-prima, de pessoal, de
preparações reduzindo sobras. lixo e da utilização dos equipamentos deve levar em
 Controle de custos. consideração os seus cruzamentos e as suas interferências
 Cálculo do valor nutricional. no processo, nas questões de saúde e possíveis riscos de
 Tempo, temperatura de preparo, equipamentos e contaminação alimentar.
utensílios necessários.
 Dar um caráter científico ao trabalho. Um planejamento bem elaborado evita:

Podem ser classificadas por ordem alfabética, por tipo de  Fatores negativos de operacionalização como
preparação ou por composição de cardápio. Fichas ou interrupções no fluxo de operações, cruzamentos
planilhas eletrônicas. Instrumento de controle inadequados de gêneros e funcionários, má utilização
imprescindível para um programa de informatização dos equipamentos, limitação no planejamento dos
adequado. cardápios, equipamentos ociosos ou mal localizados,
congestionamento na circulação, filas, falhas nos
6. Estimativa do Número de Refeições pontos de distribuição e no sistema de ventilação,
aumento de custos, acidentes de trabalho e risco das
Nesta estimativa devem ser consideradas a rigidez no condições higiênicas.
cumprimento de normas em relação à oferta de refeições e
o plano de expansão ou retração da empresa. Este dado O planejamento físico-funcional das UAN não envolve
permite uma avaliação da frequência do refeitório, apenas a construção de uma edificação e suas instalações,
desempenho do serviço, previsão orçamentária, dentre mas também deve ser voltado para os processos de
outros. trabalho a serem desenvolvidos e para os fluxos de
manipulação dos alimentos, funcionários e clientes,
7. Estimativa do Custo para Cardápios-Padrões caracterizando uma preocupação com o arranjo físico-
funcional.
Tem como objetivo a definição de parâmetros para
apuração e avaliação dos custos realizados e elaboração do Dentro do contexto da qualidade total, um layout funcional
orçamento. proporciona:

8. Definição da Política de Abastecimento  Aos funcionários: conforto, bem-estar, satisfação e


segurança no trabalho.
Fixação de critérios para escolha de fornecedores,  Aos clientes: melhores produtos e serviços, um
periodicidade, sistematização das requisições da recepção ambiente saudável, aconchegante e confortável.

322
Capítulo elaborado por Tânia Muzy Preparatório Marinha 2017
 Às operações: fluxo de trabalho mais racional, menor tecnológicas e planejar e supervisionar o
tempo de produção, diminuição dos custos com dimensionamento, a seleção, a compra e a
recursos materiais e humanos, aumento dos níveis de manutenção de equipamentos e utensílios.
eficiência administrativa e operacional.
 Ao espaço físico: flexibilidade na disposição dos Critérios do projeto:
equipamentos, móveis e áreas físicas, além da
possibilidade de ampliação dessas áreas e  Gerais: otimização de custo de investimento e
aproveitamento do espaço da melhor maneira possível. funcionamento; racionalização das áreas e dos
 À empresa: integração dos processos e elementos equipamentos e possibilidade de ampliação futura.
envolvidos em sua execução, com resultados no
aumento dos níveis de qualidade, produtividade e  Específicos: eficiência dos equipamentos vitais
eliminação dos desperdícios. (produção, distribuição e tratamento de utensílios) e
boa dissociação dos principais circuitos: cliente,
gêneros e lixo.
O planejamento físico-funcional das UAN envolve:

Locais para Operação da UAN:


 Dimensionamento e planejamento dos diferentes
setores;
Recebimento, Estocagem neutra e refrigerada, Pré-preparo
 Planejamento da ambiência e das instalações
de vegetais e carnes, Confeitaria, Cocção a calor úmido e
hidráulicas e de energia;
seco, Espera para distribuição, Distribuição, Higienização
 A seleção, dimensionamento e aquisição de
de panelas, utensílios e Tratamento do lixo.
equipamentos, móveis e utensílios;
 A elaboração do projeto arquitetônico, além de outras
atividades; Anexos: sala do nutricionista, vestiários e sanitários e áreas
 Deve ser feito por equipe multidisciplinar como técnicas (ventilação, energia, combustíveis).
nutricionista e outros profissionais da área de
alimentação e nutrição, engenheiro civil, arquiteto, Fluxo de Alimentos
engenheiro eletricista, dentre outros.
 A participação do nutricionista está prevista na Lei  Fluxos ou Circuitos Curtos: diferentes setores de
8.234/91 e resolução CFN 380/2005 com as seguintes trabalho ligados entre si por fluxos curtos.
atividades: participar do planejamento, implantação e
execução da adequação de instalações físicas,  Marcha Avante: evitar cruzamento impróprio.
equipamentos e utensílios de acordo com as inovações

323
Capítulo elaborado por Tânia Muzy Preparatório Marinha 2017
• Espaço ecológico: condições ligadas às pessoas e ao
Fluxo ou circuito de clientes: Trajeto que evite ambiente: climatização, luminosidade, acústica.
interferências de circulação e com sequência lógica.
• Espaço tecnológico: ligado às necessidades físicas para
A legislação brasileira como suporte para o planejamento implantação e operação do espaço: estrutura (paredes,
piso, teto) e instalações ( energia, água e esgoto).
físico-funcional das UAN
 Portaria SVS/MS 1.428 de 26/11/93 – primeiro • Espaço de tempo: tempo em que o espaço é utilizado.
documento legal na área que estabelece diretrizes para
• Espaço psicológico: espaço pessoal e territorialidade.
boas práticas. Em relação às condições físicas faz
referência: as condições ambientais (internas e
externas); instalações e saneamento (planta baixa,
revestimento, instalações elétricas e hidráulicas, serviços
básicos de saneamento e respectivos controles
sanitários; equipamentos e utensílios.

 Portaria SVS/MS 326 de 30/7/97 - Localização


(características da área onde a UAN está construída);
Vias de acesso interno (recomendações sobre a área
utilizada para circulação pelo estabelecimento – tipo de Desenho arquitetônico (PINHEIRO, 2012)
pavimentação, escoamento de água adequado e controle
É uma especialização do desenho técnico normatizado que
de meios de limpeza); Edifícios e instalações (
tem por finalidade a representação da forma, dimensão e
recomendações sobre o material de construção, fluxo, posição dos objetos de acordo com as
layout, revestimento, portas e janelas, iluminação,
ventilação e abastecimento de água); equipamentos e diferentes necessidades requeridas. É utilizado por um
conjunto de linhas, números, símbolos e indicações escritas
utensílios.
normatizadas internacionalmente, ou seja, é uma linguagem
 Portaria CVS-6/1999 de 10/3/99 - o livro cita esta gráfica universal para a representação de projetos
portaria mas ela foi revogada e substituída pela CVS-5. arquitetônicos.

 Resolução RDC 216 de 15/9/2004 – edificações,


Estabelecem uma linguagem para o emissor (o desenhista e
instalações, equipamentos, móveis e utensílios ( fluxo, projetista) e o receptor ( o leitor do projeto). São compostos
acesso, revestimento, pisos, portas, janelas, iluminação, por informações gráficas, representadas por desenhos
arquitetônicos (plantas, cortes, elevações e perspectivas) e
instalações elétricas, ventilação, instalações sanitárias e
por informações escritas (memorial descritivo e
vestiários, equipamentos, móveis e utensílios); controle especificações técnicas de materiais e sistemas construtivos).
integrado de vetores e pragas urbanas – ações para É executado por papel, réguas, esquadros, lápis, compasso,
gabaritos, entre outros.
prevenção; Abastecimento de água; manejo de resíduos;
preparação do alimento ( quantitativo de equipamentos e Informações fundamentais para o planejamento físico-
utensílios, lavatórios, climatização de áreas); exposição funcional de UAN
ao consumo e armazenamento de transporte do alimento
 Estudo do Mercado: avaliar a necessidade de
preparado.
implantação da UAN sendo essencial para restaurantes
comerciais.
Planejamento e projeto (Abreu)  Análise da legislação brasileira: portaria 326/97, CVS
6/99 (substituída pela CVS 5), resolução 275/02 e
O ato de planejar e projetar espaços está diretamente ligado resolução 216/04.
às atividades que as pessoas irão exercer na área  Análise das necessidades e caracterização da UAN:
considerada – a função (representada pelas pessoas  Tipo de estabelecimento (trabalho, saúde, forças
exercendo as atividades) incide na forma (representada pelo armadas, comercial ou serviço de bordo) e a atividade
espaço considerado). O encaminhamento do projeto em específica. Ex: UAN para indústria de eletrodomésticos,
termos de espaços deverá percorrer os seguintes conceitos: UAN hospitalar, restaurante universitário;
 Porte do estabelecimento (pequeno, médio ou grande);
• Espaço ergonométrico: dimensões corretas de circulação,  Tipo de clientela (faixa etária, gênero, gasto energético
objetos, equipamentos etc. no trabalho, hábitos e preferências alimentares);

365
Capítulo elaborado por Tânia Muzy Preparatório Marinha 2017
 Tipo de refeição (desjejum, almoço, lanche da tarde,
jantar, ceia, lanche noturno e outros); Planejamento e Organização
 Número de refeições diárias; padrão e estilo geral do
cardápio;  Estabelecimento do plano diretor
 Per capita geral previsto; períodos previstos para  Anteprojeto
distribuição;  Definição da planta física
 Política de compras (região e suas facilidades);  Elaboração do memorial descritivo
 Fontes de energia disponíveis (gás ou energia elétrica);  Construção da unidade
 Disponibilidade financeira (estima-se a estimativa de  Atividades a serem desenvolvidas
R$2.500,00 a R$3.000,00 por metro /quadrado para a  Recursos físicos, materiais e humanos
construção e instalação de equipamentos de uma UAN);  Composição da equipe e estabelecimento de hierarquia.
 Infraestrutura existente: área externa da UAN (livres de
focos insalubres, objetos estranhos, roedores, insetos); Áreas e subáreas de um Serviço de Nutrição Hospitalar
localização da UAN (zona isenta de odores indesejáveis, (SNH)
fumaça, pó e outros contaminantes)
 Facilidade de iluminação natural: janelas devem receber  Cozinha Geral e Dietética: recebimento, armazenamento
luz suficiente para usar o mínimo de luzes acessas de gêneros e materiais, pré-preparo, porcionamento de
evitando calor e aumento de custos. refeições, distribuição de dietas, higienização e guarda
 Facilidade de ventilação natural cruzada: janelas de utensílios e louças.
localizadas em paralelo ou perpendicular.  Lactário
 Facilidade de comunicação com o exterior: permitir
facilidade de acesso.  Nutrição enteral: recebimento de prescrição e
dispensação de NE, preparo de dietas artesanais (com
 Facilidade de reparos, reformas e ampliações na alimentos in natura), limpeza e sanitização de
edificação e instalações. embalagens e outros insumos, manipulação e envase.
 Eliminação de monta-cargas e elevadores: ideal que a  Refeitórios
UAN seja no pavimento térreo, construção horizontal e  Copas de apoio
em bloco isolado (facilita futuros reparos, como inclusão
de novas portas e janelas, reformas e ampliação); Projetos e construção de SNH devem se basear na resolução
calçadas contornando a edificação com pelo menos 1 ANVISA/MS, RDC 50, de 21/02/2002, atualizada pela RDC
metro de largura e com declive suficiente para 307 de 14/11/2002.
escoamento da água.
 Localização voltada para o nascente para favorecer o Ambiência
conforto térmico. Deve ser estudada a posição geográfica
da área para verificar a orientação mais conveniente para Conjunto de elementos envolventes que condicionam as
a edificação. atividades e determinam a qualidade e quantidade do trabalho
 Vias de Acesso e saída: portas de entrada e de saídas produzido.
para evitar cruzamentos indesejáveis e uso de certas vias
com finalidade inadequada. UAN de grande e extraporte Principais fatores: iluminação, cores, ventilação, temperatura,
devem ter acesso para matérias-primas, fornecedores, umidade relativa, acústica, ruídos e odores, relacionados
pessoal administrativo e visitantes, funcionários (porta diretamente à edificação e instalação da UAN.
única para entrada e saída), clientes e lixo. Caso não seja Fatores secundários: relações humanas, remuneração,
possível todas as vias, estabelecer horários diferentes. estabilidade e apoio social.
 Fluxos de atividades x Localização dos setores da UAN
– evitar cruzamentos indesejáveis, contaminação de Fatores que interferem diretamente na produção:
alimentos, desordem e prejuízos na racionalização dos
processos de trabalho, redução da qualidade e 1. Iluminação
produtividade, acidentes de trabalho e aumento de
custos. A edificação deve ser projetada de forma a Exerce uma forte influência no comportamento das
possibilitar um fluxo ordenado e sem cruzamentos em pessoas. Sua utilização adequada evita doenças visuais,
todas as etapas da preparação de alimentos e a facilitar aumenta a eficiência do trabalho e diminui o número de
as operações de manutenção, limpeza e desinfecção. acidentes.
Dessa forma, a concepção dessa UAN deve prever locais Uniforme evitando ofuscamento, sombras e reflexos
específicos para cada operação, sendo que a localização fortes e contrastes excessivos. Janelas dispostas de maneira
dos setores deve seguir um fluxo de atividades que que não permita penetração direta do sol sobre a superfície
priorize especialmente a manipulação segura dos de trabalho.
alimentos e fluxo linear. A iluminação mais recomendada para UAN é a natural
por ser acelerador de trocas orgânicas, bactericida (raios UV)
e age como um tônico estimulando as funções do organismo
GESTÃO DE UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E e propiciando sensações de alegria e disposição (está
NUTRIÇÃO HOSPITALAR

366
Capítulo elaborado por Tânia Muzy Preparatório Marinha 2017
relacionada diretamente com o nível de trabalho produzido).
Além disso, é a mais econômica.

As aberturas devem ser de 1/5 a 1/4 da área do piso a


ser projetada.

(Abreu) – Lâmpadas e luminárias de fácil limpeza, protegidas


contra explosão e queda, em bom estado de conservação,
sem alterar as características sensoriais dos alimentos.

Lâmpadas Incandescentes (pé direito máximo 3 m)


NR 24
Refeitórios - 150W/ 6 m2
Área de processamento - 150W/ 4 m2

PINHEIRO (2012)
2. Ventilação, Temperatura e Umidade
Iluminação: garantir a higienização adequada do ambiente,
equipamentos e utensílios; garantir que as Ventilação
A ventilação assegura conforto térmico e renovação de ar
matérias-primas sejam inspecionadas, tanto na recepção, importante em cozinhas para que a mesma fique livre de
quando durante a produção de refeições; evitar distorção de fungos, gases, fumaça, gordura e condensação de vapores.
cores nos alimentos; garantir conforto físico e mental dos
operadores; reduzir erros e acidentes de trabalho; reduzir a A ausência deste conforto pode causar fatores negativos
fadiga física e visual; aumentar a percepção e atenção, como prostração, dor de cabeça, mal-estar, tontura, náuseas,
melhorando o desempenho intelectual; garantir conforto vômitos etc.
visual pela eliminação de reflexos e ofuscamentos; garantir o
desenvolvimento do interesse pelas tarefas que são O conforto térmico pode ser assegurado pela abertura de
realizadas, criando elementos motivacionais; possibilitar que paredes com área equivalente a 1/10 da área do piso.
indivíduos portadores de deficiências visuais possam realizar
um trabalho mais seguro. (Teixeira) Quando não é possível por meio natural, deve-se
utilizar meios artificiais como ventiladores, circuladores,
Iluminação Natural: apresenta vantagens em relação ao uso
exaustores e coifas.
de luz artificial por motivos econômicos, climáticos e de
saúde; a luz natural proporciona mais conforto ao olho
(Abreu) - Fluxo de ar da área limpa para a suja. Não devem
humano, é gratuita e não tem custo de manutenção, não
ser utilizados ventiladores nem aparelhos de ar-condicionado
produz tanto calor como a luz artificial . Janelas com área
nas áreas de manipulação.
suficiente com a 10 a 15% da área do setor, uso de claraboias
no teto, facilitando também a ventilação natural, como a (Pinheiro) Deve ser adequada para proporcionar a renovação
abertura em dente de serra.
do ar, remover o ar viciado, garantir o conforto térmico, manter
o ambiente livre de fungos, gases, gordura e condensação de
Iluminação Artificial: luminárias protegidas contra queda e
vapores.
explosão com superfície lisa para facilitar limpeza. Projeto
luminotécnico:
 De preferência natural por meio de aberturas nas
 Iluminação geral: distribuição equitativa das luminárias. paredes e na cobertura.
Para setores de pré-preparo e cocção da UAN.  As aberturas devem ser de 10 a 15% da área do setor
 Iluminação Localizada: concentração das luminárias sendo que para o salão de refeições devem ser maiores.
em locais de principal interesse. Útil para o setor de  A ventilação artificial pode ser feita por condicionadores
seleção e higienização de grãos. de ar, exaustores, circuladores de ar e ventiladores.
 Iluminação de tarefa: posicionamento das luminárias  Na áreas de preparo deve ser ar insuflado e controlado
perto da tarefa visual e do plano de trabalho, iluminando por meio de filtros ou de exaustão com equipamentos
uma área reduzida. Pode ser utilizada em balcões de devidamente dimensionados.
distribuição de alimentos.  Ventiladores e circuladores não são permitidos em áreas
de manipulação ou sobre os alimentos.

Temperatura e Umidade

Temperatura adequada cozinha - 22º a 26ºC


Umidade relativa do ar - 50 a 60%

367
Capítulo elaborado por Tânia Muzy Preparatório Marinha 2017
Outros fatores como fardamento (tipo e cor do tecido)  O sistema pode ser convencional (sem tratamento dos
podem contribuir para amenizar o calor. Deve evitar a poluentes) e com tratamento de poluentes. O mais usado
sudorese excessiva por risco de contaminação dos em UAN é o convencional.
alimentos.  Todos os equipamentos deverão ter coifas com
comprimento e largura suficiente para cobrir os
Pinheiro (2012) equipamentos, além de 15 cm aproximadamente nos
lados livres e altura do 1,8m do piso, quando for coifa de
 Temperaturas elevadas podem causar sensação de teto.
confinamento, prostração, dor de cabeça, mal-estar,  Proibida a instalação de tomadas elétricas de fritadeiras
tontura, vômitos, náuseas, redução da produtividade e e similares nas proximidades do fluxo de ar (espaço entre
qualidade do trabalho. a fritadeira e a coifa).
 Temperaturas baixas podem ocasionar redução da
capacidade motora, movimentos lerdos, redução da 3. Sonorização
sensibilidade tátil, alucinações e inconsistência.
 Limite máximo de 26,7°C. O ruído é considerado uma das causas de doenças
 O conforto térmico pode ser alcançado por aberturas nas psicológicas, ocasionando elevação da pressão sanguínea,
paredes que permitam a circulação natural do ar com redução das secreções salivares e
área em torno de 10 a 15% da do setor.
 Faixa compatível com as atividades da UAN entre 22°C
a 26°C. gástricas, perda da acuidade auditiva, neurose, etc.
Prejudica a produtividade e a qualidade do produto.

A capacidade auditiva do homem varia entre 0 e 120


 Pé direito elevado ajuda a diminuir o calor (4 a 5 metros decibéis, porém, ruídos entre 70 a 80 db já prejudicam saúde
– mínimo de 3,5m). e passando dos 80 db, prejudicam o aparelho auditivo.

EXAUSTÃO Cuidados necessários:


 A segurança, o conforto e a higiene em uma UAN
 Paredes, quando paralelas, não mais de 17 m de
dependem de um bom sistema de exaustão, visto que a
distância a fim de evitar o eco.
gordura oxidada e materiais condensados,
 Evitar projetos circulares ou côncavos por concentrarem
especialmente no setor de cocção dos alimentos,
e conduzirem o som.
impregnam pisos, paredes, tetos e equipamentos.
 Não instalar equipamentos nos cantos das paredes
 Um bom sistema de exaustão auxilia na extração da
para evitar reflexão do som.
gordura (principal agente poluidor do ambiente, levando
 Materiais acústicos e isolantes nas paredes, teto e
ao risco de incêndio e foco de multiplicação de bactérias
bancadas.
e fungos), vapor, gases, fumaça, calor e odores.
 Equipamentos silenciosos e carros com rodízios de
 Elementos do sistema de exaustão: Coifa ou Captador
borracha.
(capta os elementos poluentes gerados pelos
 Música ambiente adequada.
equipamentos, devendo ser instalados acima da fonte
 Treinamento de funcionários para identificar ruídos.
poluidora, entre 1,8 e 2 m do piso. Podem ser dotados ou
não de filtros e/ou luminárias.
(PINHEIRO, 2012) RUÍDOS E ACÚSTICA

 Filtros: instalados dentro da coifa. Podem ser de tela


Nas UAN há uma grande produção de ruídos em razão da
expandida (placas modulares e com várias telas. O ar
variedade e quantidade de equipamentos e sistemas de
impregnado de gordura é comprimido ao passar pelas
exaustão em funcionamento, manipulação de utensílios,
aberturas), inercial (placas modulares montadas dentro
processos de higienização e ressonâncias nas superfícies
da coifa, onde o ar é comprimido pelas estreitas
metálicas.
aberturas, aumentando sua velocidade e criando uma
força centrífuga), carvão ativado (filtros próprios para
Um ambiente de trabalho com excesso de ruídos e sons
eliminação de odores, exigindo uma filtração preliminar).
discordantes e irritantes causa fadiga e irritação nos
 Damper corta-fogo: elemento que por meio de paletas
funcionários, levando à interferência na execução das
reguláveis, controla a vazão de ar na saída das coifas e atividades, redução da produtividade e da equidade do
pode ser fechado para extinguir o fogo por abafamento trabalho.
em caso de incêndio.
 Ruído ideal deve ficar entre 45 a 55 dB não ultrapassando
 Dutos: elementos condutores dos poluentes do ambiente
os 70 dB.
interno para o externo. Feito em módulos devendo
 Medidas para controle de ruídos: construções de setores
possuir aberturas para limpeza e manutenção.
de higienização com paredes integrais e portas que
 Pode ser individual ou centralizado e deve ter a mantenham-se fechadas.
renovação do ar em aproximadamente 20 vezes por
 Sistemas de exaustão com controle de ruídos.
hora.
 Rodízios de borracha para os carros.
368
Capítulo elaborado por Tânia Muzy Preparatório Marinha 2017
 Não utilizar formatos circulares na configuração da Creme, amarelo,
cozinha. Paredes (abaixo da azul claro, rosa
50 a 75%
altura dos olhos)
4. Cor do ambiente
Verde, Cinza,
Em uma UAN, o uso adequado das cores melhora o conforto, Pisos 15 a 30% Azul escuro
quando aliado à temperatura, iluminação e ventilação
adequadas, e representa uma contribuição importante na
segurança e bem-estar dos funcionários e clientes. IR segundo Teixeira:
 Promover a sensação de conforto;
 Reduzir a fadiga visual; CORES IR (%)
 Melhorar a qualidade do trabalho e a produtividade; Branca 80 a 85
 Reduzir o índice de acidentes. Creme 55 a 70
Amarelo 45 a 60
Índice de Reflexão (PINHEIRO, 2012) Verde claro 35 a 55
Cinza escuro 15 a 25

 Cores mais claras tem mais capacidade de refletir a luz e


as mais escuras diminuem a reflexão, portanto, a escolha Cores para evitar acidentes de trabalho segundo a ABNT:
pode modificar a intensidade de iluminação dos
ambientes.
Cores Sinalização Aplicação
 Devem ser avaliados efeito psicológico, decorativo e as Caixa alarme, hidrantes,
Identificar
propriedades de reflexão luminosa das cores. Vermelho extintores de incêndio,
perigo
saídas emergência.
 Cores com índice de reflexão da luz elevado possibilitam Parapeitos, corrimão,
Amarelo Cuidado
obter até o dobro do nível de iluminação, sem aumentar parte baixa da escada.
a potência das lâmpadas ou o tamanho das janelas. Caixa de 1ºs socorros,
Verde Segurança quadro de avisos,
 Cores com maior intensidade de luz como o branco, exposição cartazes.
podem provocar sensação de ofuscamento e maior
Preto Resíduos Coletores resíduos.
cansaço ao longo do dia e dos anos de atividade.
Bebedouros,
 As cores quentes, neutras e frias interferem diretamente áreas de
na ambientação e no estímulo das atividades humanas. Branco armazenagem
e zonas de
 Para atividades laborativas, as cores neutras e frias são segurança
as mais recomendadas.

 Para atividades não laborativas, as quentes são mais


acolhedoras e levam ao relaxamento, intimidade e
descanso.

A escolha das cores está diretamente relacionada ao índice


de reflexão. As cores tem o poder de absorver luz em maior
ou menor intensidade.
Fatores que favorecem a ambiência no trabalho:
Local IR (Teixeira) Cores
1. Localização do Serviço de Alimentação - andar térreo,
Teto e alto das voltada para o nascente (conforto térmico) e em bloco
Acima de isolado (para futuras ampliações e adaptações como
paredes (acima da Branco
80 janelas) ou na esquina do prédio. Facilita a iluminação
altura dos olhos)
natural, ventilação, manutenção preventiva e corretiva,
remoção de lixo e acesso de fornecedores. Reduz custos
de manutenção por dispensar uso de monta-cargas e

369
Capítulo elaborado por Tânia Muzy Preparatório Marinha 2017
elevadores, tubulações externas de vapor, água, energia  Espaços para circulação: Pequenas circulações
etc. (utilizadas pelas pessoas) com no mínimo 0,8m para
salões de refeições e entre 1 e 1,5 m para circulação nos
2. Configuração geométrica – a forma mais indicada é a setores de trabalho e corredores. Grandes circulações
retangular desde que o comprimento não exceda mais (utilizadas pelas pessoas e carros de transporte) deve ser
de 1,5 a 2 vezes a largura. Propicia melhor disposição 1,8 e 2,1m para circulação nos setores de trabalho e
dos equipamentos, evita caminhadas supérfluas, permite corredores.
a setorização para melhoria do fluxo de produção
“marcha avante” e facilita supervisão das atividades. Espaços de circulação no setor de cocção de diferentes UAN
(valores médios)
Configuração geométrica ou Formato da UAN (PINHEIRO,
2012)
UAN Setor de Cocção Espaços para
 Retangular: a mais indicada para a UAN desde que o circulação (cm)
comprimento não exceda demasiadamente a largura.
A Bancada/Fogão 121
Esse formato permite boa localização dos setores,
Bancada/Fritadeiras 96
Bancada/Panelões 180
possibilitando alocação da maioria deles próximos a
Bancadas/Fornos 96
paredes externas, facilitando a instalação de janelas e
B Fogão/Fritadeira 56
proporciona boa iluminação e ventilação natural, boa
Forno/Fritadeira 97
disposição de equipamentos e minimiza caminhadas
Bancada/Fogão 78
supérfluas.
Geladeira/Fogão 103
Fritadeira/Fritadeira 26,5
 Configuração em H: excelente indicação, facilitando a
Geladeira/Pia 69
localização de diferentes setores e boa disposição de
Fogão/Pia 76
equipamentos. Para construção há necessidade de um
C Bancada/bancada 107,5
lote mais amplo, sendo os espaços não utilizados para
Bancada/panelões 128
construção (próximos às extremidades do H) usados
Panelão/Panelão 58
para jardins, área de lazer ou estacionamento.
Panelões/Fogão 86
Fonte: Pinheiro-Sant’Ana e cols. (1994)
 Configuração em L: uma boa indicação, especialmente
para UAN grande ou exporte. Apresenta as vantagens
3. Revestimentos:
indicadas para o formato regular.
Piso - Facilidade de higienização, carga estática,
 Configuração em U: pode ser utilizada no caso de
antiderrapantes (acidentes de trabalho), resistência a
planejamento de UAN extraporte, aumentando ainda substâncias corrosivas (ácidos graxos dos alimentos e
mais a possibilidade de alocar os setores próximos a produtos de limpeza), impermeabilidade e cor clara. Piso
paredes externas favorecendo iluminação e ventilação monolítico ou de cerâmica com rejunte de asplite (material
natural. Deve-se tomar cuidado de não distanciar os não poroso). Deve ter um único nível com inclinação para os
setores afins e prejudicar o fluxo. ralos e estes deverão ser sifonados para impedir entrada de
insetos e roedores.
 Formato Quadrado: menos indicada para UAN. Os
setores da UAN ficam em paredes opostas aos Paredes - revestidas de material liso, cor clara, resistente,
equipamentos levando caminhadas desnecessárias, impermeável e lavável em toda a sua extensão. O azulejo é o
dificultar a localização dos setores e levar à necessidade melhor revestimento com atenção ao material de colocação
de alocar alguns deles na parte central, impossibilitando devido ao calor e umidade na área de cocção que pode levar
iluminação e ventilação natural. a deslocamentos assim como, cuidado com o rejunte.

 Formatos Circular e Hexagonal: não indicados para Altura mínima de 2 m para azulejos (Abreu). Devem ser
UAN. Dificultam instalações de equipamentos; impedem colocadas cantoneiras nas paredes e barras de aço nos locais
a localização adequada dos setores e também levam à de movimentação de carro. Ângulo arredondado no contato
necessidade de alocar alguns deles na parte central, com o piso.
impossibilitando a ventilação e iluminação natural;
dificultam instalações de janelas, impedindo circulação Portas e Janelas - (Teixeira) Portas de madeira revestida
de ar e aumentando a temperatura interna da edificação; com material lavável com largura e altura mínimas nunca
concentram o som e aumentam a sensação de ruídos; inferiores a 1,00 e 2,00 metros respectivamente com vedação
custo mais elevado, aumenta o desconforto e favorece de borracha na parte inferior para evitar entrada de roedores
acidentes de trabalho. e insetos. As portas de comunicação devem ter visores e de
sistema de vai e vem. Janelas localizadas na parte superior
das paredes para melhor conforto térmico evitando raios
solares, ar quente que sobe e vento sobre o fogão.
370
Capítulo elaborado por Tânia Muzy Preparatório Marinha 2017
Esquadrias móveis de madeira com pintura de tinta lavável e Obrigatório uso de água potável, sistema de abastecimento
corta-fogo ou alumínio com vidro transparente e liso para ligado a rede pública, obrigatório reservatórios de água com
garantir a limpeza, ventilação e iluminação. volume de pressão e temperatura adequados, identificação
de pontos de água quente e fria para evitar acidentes.
Material de aço inox para câmaras frigoríficas e esquadrias de
alumínio e vidro liso e transparente pra os demais setores . Estimativa média de 28 litros de água por refeição (20 L
de água fria e 8 L de água quente).

Instalações elétricas e consumo de energia: planejar


Telas com 2 mm para evitar entrada de insetos. (Abreu) diferentes fontes de energia como eletricidade, gás e vapor
superfície lisa, cor clara, ajustada aos batentes com de caldeira.
fechamento automático (mola ou similar) e protetor no rodapé.
Equipamentos para UAN e fontes de energia.
Forros e Tetos (Abreu): acabamento liso, impermeável, Equipamentos Fontes de energia
lavável, de cores claras, de fácil higienização, bom estado de Refrigeração (câmaras Energia elétrica
conservação; isento de goteiras, vazamentos, umidade, frigoríficas, balcões refrigerados,
trincas, rachaduras, bolor e descascamento. As aberturas freezers, geladeiras, mesas frias,
devem ter tela com espaçamento de 2 mm e removíveis para fabricadores de gelo)
limpeza. Pé direito no mínimo de 3 metros no andar térreo e Cocção em água (panelões, Vapor, gás, energia
2,7 metros em andares superiores. fogões) elétrica
Cocção em óleo (fritadeiras, Gás, energia elétrica
Pinheiro (2012) PÉ DIRETO frigideiras, bifeteiras)
Cocção seca (fornos Gás, energia elétrica
 Deve ser entre 4 e 5 metros, sendo aceitável, no mínimo convencionais, fornos de
3,5 m. convecção, fornos combinados)
 Evitar o uso de forro falso para que não se proliferem Equipamentos de pré-preparo Energia elétrica
insetos e outros animais. (fatiadores e picadores de carne,
 Para o teto sugere-se a utilização de areia lavada e de fatiadores de vegetais,
cal para o reboco; para a base selador acrílico descascadores de tubérculos,
pigmentado com acabamento em tinta acrílica. batedeiras etc.)
 Para os demais setores, o teto poderá ser pintado com Distribuição (balcões térmicos e Vapor, gás, energia
tinta acrílica superlavável. refrigerados, pass through) elétrica
 Paredes com revestimento mínimo de 2 metros de altura, Higienização (lavadora de Vapor, energia
mas se possível, revestimento integral. louças) elétrica
Fonte: Pinheiro-Sant’Ana e cols. (2012)
4. Instalações:

Energia Elétrica: depende das necessidades de iluminação


Tubulações de água, esgoto, vapor e elétrica devem ser
pintadas nas cores indicadas pela autoridade competente em artificial em períodos diurnos e noturnos, da variedade e
segurança e medicina do trabalho para identificação, e quantidade de equipamentos necessários e número de
externas para facilidade de reparo.
refeições do maior turno. O levantamento de do consumo
Tomadas de força individualizadas para cada equipamento deve ser acrescido de uma margem de segurança para
do tipo blindado para facilitar limpeza e evitar acidente de atender a futuras instalações. As tubulações devem ser
trabalho.
embutidas ou protegidas em tubulações externas e íntegras

Drenagem das águas através de canaletas ou grelhas de tal forma que permitam a higienização dos ambientes. A
sifonadas nos pontos de maior evasão de água. Instalação de proteção e manutenção são fundamentais para evitar curto-
peneiras removíveis para facilitar a higienização. circuito. Os plugues e tomadas devem ser identificados com

Instalações e estimativa do consumo de água e de a voltagem (110 e 220V), protegidas.


energia (PINHEIRO, 2012):
Gás: Abastecimento convencional, utilizando cilindros com
Água: uso para higienização e preparo dos alimentos,
capacidade de 45 e 90kg, ou a granel, dispensando a
higienização do ambiente, equipamentos e utensílios,
abastecimento dos sanitários para clientes e dos vestiários e utilização e movimentação de cilindros e usando tanques de
sanitários para funcionários. A tubulação deve ser ampla para grande capacidade. O consumo depende do número de
se reduzir ao mínimo a rede de tubos, os depósitos de água
turnos, total de refeições e tipos de equipamentos a gás.
devem situar-se próximos da UAN, pelo uso de água quente
e frita simultaneamente, as tubulações devem ser bem
isoladas para evitar a transmissão de calor entre os tubos.
371
Capítulo elaborado por Tânia Muzy Preparatório Marinha 2017

Setorização segundo Haydée (Teixeira)


Dimensionamento das Áreas de Trabalho

Variáveis Intervenientes Setor % da área total


 Nº refeições e turnos Estocagem 10 a 12
 Padrão Cardápios Preparo de refeições 16 a 20
 Modalidade e sistema distribuição Higiene e Limpeza 6a8
 Política de compras e abastecimento Distribuição refeições 45 a 48
Administração e segurança 12
Dependências
Área Total e distribuição áreas para hospital até 200 leitos
NR 24 : Estabelecimentos com mais de 300 operários é (Teixeira)
obrigatório a existência de refeitório.
Distribuição áreas
Resumo das exigências da NR 24 Área / Preparo
Distribuição Recepção e
leito e demais
estocagem
Refeitório Cozinha Instalaçõe Vestiário cocção
s
Sanitárias Centralizada 2 m2 20% 45% 35%
1m² p/ Cozinha = 1m² p/ cada 1,5m² p/
usuário 35% da área trabalhador cada
abrigando do Refeitório trabalhado Descentralizada 1,8 m2 20% 50% 30%
1/3 do total Estoque = r
maior turno 20% da área
do Refeitório Área Total segundo Ministério da Saúde (Teixeira)
75 cm Portas 1m x 1 para cada
circulação 2,10m 20 Nº Leitos Área
principal Até 50 1,5 m2 por leito
55 cm Janelas Mictório tipo 51 a 150 1,2 m2por leito (mín. 75m2)
circulação madeira ou calha 60 cm Acima 150 1 m2 por leito (mín. 180m2)
entre ferro 60 x 60
Não considera refeitório
bancos cm mínimo
Lâmpada Lâmpada Lavatório 1/
150 w/ 6m² 150 w/ 4m² 20
(PINHEIRO, 2012) DIMENSIONAMENTO DOS SETORES
Pé direito Pé direto 3 m Chuveiro 1/
3m máximo mínimo 20  A separação física dos setores por meio de parede
Paredes Revestiment integral, meia parede ou divisórias é necessária para
com o em toda delimitar as áreas dentro de um mesmo setor.
revestiment extensão  Divisão das áreas (segundo Silva Filho) – 40% da área
o para produção, 20% para armazenamento e 40% para
impermeáve atendimento ao cliente.
l até 1,5m  Passos – hospitais com até 60 leitos deve usar o índice
Telas, de 1m2 por leito para a área total. De 61 a 150 leitos deve
exaustores e usar de 0,75 a 0,90m2. Acima de 150 leitos deve-se ter
coifas. um estudo especial.

Área Total segundo Haydée (Teixeira) RDC 50/2002

Número refeições M2 por pessoas  Até 200 refeições por turno deve ser 0,45m2 por refeição.
250 0,80 De 201 a 400 refeições por turno deve ser 0,3m 2 por
500 0,80 refeição. De 401 a 800 refeições por turno deve ser
600 0,75 0,18m2 por refeição. Acima de 800 refeições por turno
700 0,72 deve ser 0,16m2 por refeição.
800 0,70  Área de recepção e guarda de carros no mínimo de 3 m 2
900 a 1.000 0,60 mas pode ser alocada dentro de outro setor.
Acima de 1.000 0,50  Distribuição centralizada – um balcão de distribuição no
mínimo.
Acréscimo de 5% de área para cardápio médio e popular e  Distribuição descentralizada – deve ter uma copa para
10% para tipo luxo. cada 30 leitos.

372
Capítulo elaborado por Tânia Muzy Preparatório Marinha 2017

Quanto ao tipo e modalidade de distribuição (Teixeira):


 Copas para distribuição de fórmulas e dietas enterais
com 2,6m2 e dimensão mínima de 1,15m em número
suficiente para atender cada setor.  Cafeteria - refeição distribuída através de um balcão
 Salão de refeições – 1m2 por cliente. térmico (quente e frio) utilizando bandejas e copeiros.

INDICES PARA CÁLCULO POR SETOR  Francesa e Inglesa - o comensal é servido na própria
mesa por um garçom. Não deve ser utilizado em
 Se aplica à UAN com total de refeições (TR) diárias ou restaurante institucional pelo requinte e maior
capacidade máxima de atendimento (CMA) entre 2.000 e necessidade de estrutura física e RH. Pode ser feito por
5.000 refeições. solicitação.

 Para redução de 200 refeições em relação a 2.000  Americana - preparações dispostas numa grande mesa
no TR ou na CMA, deve-se aumentar o índice em 10% ou no centro ou em ilhas, em pontos estratégicos do salão
acrescentar 10% na área calculada. (bufê).

Devem seguir uma linha de produção mais racional possível.


Suas unidades deverão obedecer um fluxo coerente sem
cruzamento e retrocessos que tanto comprometem a
produção das refeições.

Área de Recebimento

Na plataforma de descarga, que deverá situar-se em área


externa do prédio, próximo a estocagem e ser de fácil
acesso aos fornecedores. Plataforma com rampas, e
marquise. O local de inspeção, pesagem e higienização dos
gêneros deve ser um prolongamento da plataforma de
descarga, com área para acomodar a mercadoria.

Balança tipo plataforma (25, 50 e 100 kg), carros


 Para cada aumento de 500 refeições acima de 2.500 no plataforma, tanques ou calhas com esguicho para
TR ou na CMA, deve-se reduzir o índice de 2% na área higienização verduras e frutas.
calculada ou reduzir 2% na área calculada, sendo que a
redução máxima deve ser de 30%, independentemente Área de Estocagem
do número de refeições.
Deve ser localizada junto a área de recepção e acessível à
área de processamento. Constituída de despensas e câmaras
e/ou refrigeradores e área para alimentos armazenados a
temperatura ambiente.

Despensa (gêneros não perecíveis):

 Porta única, larga e alta, simples ou em seções.


 Borracha de vedação na parte inferior da porta.
 Piso em material lavável e resistente e sem ralos.
 Boa iluminação, ventilação cruzada ou mecânica, que
permita ampla circulação de ar entre as mercadorias.
 Janelas e abertura teladas.
 Temperatura – máximo de 27ºC.
 Sem tubulações de água e vapor aparentes.
 Prateleiras a 30 cm do piso, profundidade mínima de 45
cm e moduladas.
Composição das Áreas  Estrados fenestrados para sacarias, elevados até o piso
em até 40 cm e pés com canoplas.
O dimensionamento das áreas, o número de bancadas e  Escadas com patamar e rodízios ou banquetas de 4 a 5
cubas estão relacionados com o contingente de mão de obra degraus.
que por sua vez é definido em relação ao número de  Extintor de incêndio, lavatório e móveis.
refeições, padrão de cardápios, sistema e modalidade de  Cereais em grãos – sacos de aniagem ou algodão.
distribuição e nos hospitais, ao padrão de atendimento.
373
Capítulo elaborado por Tânia Muzy Preparatório Marinha 2017
 Sistema Primeiro que vence, primeiro que sai (PVPS). (PINHEIRO, 2012) SETOR DE RECEPÇÃO, ESTOCAGEM
 Não guardar alimentos com produtos limpeza. E PRODUÇÃO DE REFEIÇÕES

 Armazenamento: suporte de inox com perfurações, com


(PINHEIRO, 2012) SETORES DE RECEPÇÃO, elevação de 10 a 20 cm do piso. Canaletas com escoamento
ESTOCAGEM E APOIO/EXPEDIÇÃO DE REFEIÇÕES e desnível de 3% no piso em relação às mesmas e pontos de
TRANSPORTADAS E LIXO. água quente e fria.
 Estocagem seca: temperatura não superior a 26ºC.
 Plataforma de recepção de matérias-primas: 0,0045 a  Estantes: afastadas da parede em torno de 10 cm, a 25 cm
0,005 x TR. Largura mínima da plataforma deve ser de 3 do piso e profundidade não superiores a 45 cm.
metros. Se houver necessidade de plataforma de  Estrados para sacarias: 10 a 12 cm do piso.
recebimento, área mínima de 9m2.  Estocagem fria: antecâmara; câmara para carnes resfriadas
 Plataforma de recepção de matérias-primas; e descongelamento e carnes pré-preparadas; câmaras para
expedição de refeições transportadas e expedição de hortaliças e frutas; laticínios e ovos; alimentos preparados e
lixo: 0,0055 a 0,006m2 x TR. Área mínima de 9m2. pré-preparados e congelados. Estrados a 25 cm do piso e 60
 Setor de inspeção: 0,01 a 0,015 m2 x TR. cm do teto.
 Higienização de recipientes e estrados: 0,004 a 0,006  Pré-preparo de carnes, aves e pescados: climatizados
m2 x TR. entre 12°C e 18°C. Bancadas de 85 a 90 cm de altura.
 Armazenamento de recipientes e estrados: 0,008 a Paredes de alvenaria até 1 a 1,2 metros e o restante de vidro.
0,01 m2 x TR.
 Pré-higienização de vegetais: 0,005 a 0,008 m2 x TR.
 Armazenagem seca (alimentos pouco perecíveis):
0,04 a 0,06 m2 x TR (no caso de abastecimento mensal).
Abastecimento quinzenal, deve-se considerar 60 a 65%
da área obtida no cálculo. Entrega semanal considerar 35
a 40%.
 Depósito diário: 0,005 m2 x CMA.
 Material de limpeza: 0,005 a 0,006 m2 x TR (entrega de
compra mensal); 60% da área obtida (entrega quinzenal);
35% a 40% da área obtida (entrega semanal).
 Armazenamento de materiais de limpeza em uso: 3 a
6 m 2.
 Material descartável: 0,006 a 0,008m2 x TR (entrega de
compra mensal); 60% a 65% da área obtida (entrega
quinzenal); 35 a 40% da área obtida (entrega semanal).
 Armazenamento de materiais para eventos: 9 a 20 m2. Armazenagem refrigerada (gêneros perecíveis)
 Armazenamento de utensílios de reserva: 6 a 20m2.
 Lixo seco: 0,005m2 x TR.  No mínimo duas câmaras (Teixeira).
 Câmaras frias (área total): 0,04 a 0,06m2 x TR. Deve
ser feita a distribuição de acordo com o tipo de alimento. Alimento Temperatura Umidade
 Câmaras para vegetais (hortaliças e frutas): 25% da Carnes 0ºC 60 a 70%
área calculada com o índice da armazenagem fria. Hortifruti 10ºC 80%
 Câmaras para carnes (carnes resfriadas,
descongelamento de carnes e carnes pré-  Câmaras para laticínios e congelados devem ser
preparadas): 20 a 30% da área calculada para analisadas de acordo com a frequência e quantidade do
armazenagem fria. produto no cardápio.
 Câmara de laticínios e ovos: 15% da área calculada
para armazenagem fria.  Dotadas de antecâmaras, revestimento de material
 Câmara para alimentos pré-preparados e preparados: lavável e resistente, porta sem soleiras e sem ralos.
15% da área calculada para armazenagem fria.
 Câmara pra congelados: 10 a 15% da área calculada  Azulejo nunca do piso ao teto, o restante da parede de
para armazenagem fria. tinta PVA ou epóxi.
 Antecâmara: 8 a 12% da área calculada para
armazenagem fria.  Mesmo nível de piso da área externa, sem ralos,
 Área para compressores e condensadores: prever termômetro tipo mostrador, permitindo a leitura pelo lado
3m2 para cada câmara fria ou antecâmara. externo, interruptor de segurança tipo “ligado –
 Câmara fria para lixo: 0,005m2 x CMA. desligado”.

 Geladeiras e freezers: 0,015 a 0,02 m2 x TR.

374
Capítulo elaborado por Tânia Muzy Preparatório Marinha 2017
 Prateleiras inox moduladas, bandejas de alumínio ou  Deverá estar situada entre a área de pré-preparo e a área
plásticas e para peças de carnes, os gancheiros. de expedição.
 Cuba para higienização das mãos, toalheiro com toalha
 Porta hermética de aço inox, ferragens cromadas e de papel.
dispositivos de segurança com abertura por dentro.  Piso ao redor dos caldeirões, básculas a vapor e fogão,
deve ser levemente inclinado.
Área de Processamento
(PINHEIRO, 2012) SETORES DE COCÇÃO
São as áreas de pré-preparo, cocção, expedição das
preparações, higienização dos utensílios de cozinha, e nos  Cocção geral de coletividades sadias: 0,06 a 0,08 m2
hospitais ainda consideram a cozinha dietética. Com exceção x CMA ou Ref>nº.
da área de higienização, as demais áreas não precisam estar  Cocção geral de hospitais: 0,04 x 0,06 m2 a CMA ou
separadas por paredes completas, bastam os balcões. Ref>nº.
 Cocção dietética ou de dietas (hospitais): 0,03 a 0,04
1. Área de Pré-Preparo Carnes m2 x CMA ou Ref>nº.
 Cozinha Experimental: cerca de 20 a 40 m2.
 Necessária e independente do número de refeições.  Área de armazenamento de gás: 0,005 a 0,006 m2 x TR.
 Deve dispor de bancada com tampo de material
adequado e com gavetas para guarda do material e 5. Área de Expedição das Preparações
balcão com cuba e local para equipamentos.
 Preparações prontas são encaminhadas à Área de
2. Área de Pré-Preparo de verduras Distribuição.
 Podem sair diretamente da cozinha para a área de
 Dependendo do número de refeições, pode ser usada distribuição através de carros de transporte ou “Pass
para outros fins, como preparo de sobremesas e sucos. through”.
Dotada de balcão de aço inox, cubas e local para dispor  No caso dos hospitais com serviço centralizado será
equipamentos. necessária uma área maior com balcão e esteira rolante
para porcionamento e encaminhamento aos pacientes ou
3. Área de Lanches, Desjejuns e Dietas (Teixeira) – por monta carga.
devem ter áreas específicas.
6. Área de Higienização de Utensílios da Produção
(PINHEIRO, 2012) SETORES DE PRÉ-PREPARO
 Deve ser delimitada por parede completa com ventilação
Calculado com base na CMA apenas quando houver e iluminação adequadas. Sistema de drenagem bem
coincidência de preparações de mais de um tipo de refeição, dimensionado, local separado para utensílios sujos e
sendo preparadas em um mesmo turno no setor a ser limpos, cubas profundas, em número adequado e
dimensionado. instalação de triturador e esguicho de pressão.

Caso contrário, deve-se utilizar o tipo de refeição de maior


demanda, que gere o maior número da ser servido (Ref>nº) e 7. Área Cozinha Dietética (em caso hospitais)
que tenha previsão de utilização no setor (almoço, jantar ou
ceia).
 Deve ter no mínimo: fogão, pequeno refrigerador, banho-
maria, panelas basculantes, sistema de exaustão, assim
 Pré-preparo de carnes: 0,01 a 0,015 m 2 x Ref>nº x CMA. como, depósito para detritos e sistema de higienização
 Pré-preparo de vegetais (frutas e hortaliças): 0,015 a 0,02 de mãos.
m2 x CMA ou Ref>nº.
 Pré-preparo e preparo de massas e guarnições: 0,015 a Áreas de Distribuição de Refeições
0,02 m2 x CMA ou Ref>nº.
 Pré-preparo de grãos (arroz e feijão): 0,008 a 0,010 m 2 x Possui delimitação relacionada à modalidade ou tipo de
CMA ou Ref>nº. distribuição e com o padrão de atendimento.
 Preparo de sobremesas e lanches: 0,008 a 0,010 m 2 x
CMA ou Ref>nº. 1. Área para distribuição ou copa de apoio
 Preparo de lanches (quando separado): 0,035 m2 (UAN
pequeno ou médio porte) e 0,015 (UAN de grande ou  No sistema de cafeteria a área é bem definida e separada
extraporte) x maior número de lanches. pelo balcão de distribuição e da área de processamento
por parede incompleta.
 Autosserviço ou serviço à mesa, a distribuição é no
próprio salão com copa de apoio.
4. Área de Cocção  Deve ter espaço para distribuição de cafezinho.

375
Capítulo elaborado por Tânia Muzy Preparatório Marinha 2017
(PINHEIRO, 2012) SETORES DE DISTRIBUIÇÃO

 Considera-se o tipo de sistema de distribuição, as


dimensões dos equipamentos necessários, o horário
disponível para distribuição e o tipo de fluxo da clientela
(homogêneo ou heterogêneo)
 A indicação das áreas depende de cada conjunto de
sistemas de distribuição.
 Balcão de distribuição em linha: 32 a 48m2 para cada
Área do salão: Por meio de fórmula geral com número de
conjunto de balcões
assentos e a área ocupada por cada assento ou por meio da
 Balcão completo: alimentos quentes, frios, bebidas,
área ocupada por mesas e cadeiras.
utensílios, retaguarda de apoio, com comprimento de 8 a
12 metros e largura de 4 metros.
 Autosserviço: 48 a 56m2 para cada conjunto de balcão.
 Distribuição em “ilhas”: 60 a 80 m2 para cada ilha
completa (preparações quentes, frias e apoio à
distribuição).
 Esteira rolante: cerca de 30 a 40 m2 por esteira com 6 a
8 metros e 5m de largura.

(PINHEIRO, 2012) FORÇAS ARMADAS – DISTRIBUIÇÃO

Módulo de alimentação a pontos remotos (MAPRE):


aprovado pela portaria normativa 219 do ministério da defesa
de 12/2/10 menciona o fluxo de produção, questões 3. Higienização de Bandejas
nutricionais e o planejamento de cardápios.
 Área adjacente ao salão de refeições com comunicação
2. Salão de Refeições através de guichê.
 Armário fechado para guarda do material higienizado.
 Situado num ponto que facilite o transporte da refeição
pronta preservando características sensoriais, higiene e (PINHEIRO, 2012) SETORES DE HIGIENIZAÇÃO
de fácil acesso aos comensais.
 Cuidados especiais de ambientação.  Higienização de utensílios: 0,007 m2 x CMA ou Ref>nº.
 Definição de mobiliários como número de lugares e tipo  Copa de lavagem: 0,0245 (bandeja estampada) a
de assento vão interferir no dimensionamento. 0,035m2 (bandeja lisa) x Ref>nº. Se houver pratos e
travessinhas será 0,05 a 0,06m2 x CMA ou Ref>nº.
(PINHEIRO, 2012) SALÃO DE REFEIÇÕES  Lavanderia: 15 a 50 m2.
 Considera-se análise cuidadosa do horário disponível  Higienização de recipientes de lixo: 0,003 a 0,05m2 x
para a distribuição e do tipo de fluxo da clientela CMA.
(homogêneo ou heterogêneo); área ocupada pelos
móveis (mesas e cadeiras) somada à área de circulação. 4. Copas de distribuição em Hospitais
 Indice de Rotatividade – número de vezes que um
mesmo assento é usado por diferentes clientes durante o  Fácil acesso às enfermarias e comunicação direta com a
período de distribuição de uma mesma refeição. área de processamento.
IR = período disponível para distribuição / tempo médio
gasto pelo cliente para fazer sua refeição (min). 5. Área para Higienização e Guarda de carros-
transporte

Sistema de drenagem com grelhas, esguicho pressão, água


quente e fria.

6. Sala do Nutricionista

 Local que facilite a supervisão das operações de


produção.
 Piso em nível mais elevado que o da área em que está
Número de assentos necessários: número de refeições
situada, visor em toda a extensão da sala a partir de um
(horário de maior demanda), calcular o IR e dividir o número
metro do piso.
de refeições (maior demanda de clientes / minuto) pelo IR).
376
Capítulo elaborado por Tânia Muzy Preparatório Marinha 2017
lavar louças e bandejas, liquidificador, fritadeiras,
Localização por área de atuação: unidades refrigeradas, cafeteira, coifas, bebedouros,
 Produção - área de produção filtros de parede.
 Clínica - junto às unidades de internação
 Chefia - junto às demais chefias da Empresa  Apoio: balcão, equipamentos sobre rodízios e demais.

(PINHEIRO, 2012) SETOR DE PESSOAL Segundo Abreu:

 Portaria: 5 a 9 m2.  Recebimento: balança plataforma, carros chassis,


 Chefia da UAN: 12 a 20 m2. carros plataforma, cuba para pré-higienização,
 Planejamento e supervisão técnica (nutricionistas): 7 monoblocos, lavatório, pallets, termômetro.
a 12 m2 por pessoa.
 Armazenamento temperatura ambiente: balança de
7. Área para Instalações Sanitárias e Vestiários mesa, carro de detritos, escada plataforma com rodízios,
estantes em aço inox, estrados fenestrados e pallets.
 Exclusivas da UAN, isoladas e sem comunicação com as
demais áreas.  Armazenamento temperatura controlada: câmaras
 Devem ter armários, pias com sabão líquido, gel e toalhas frigoríficas de alvenaria ou modulares, carros plataforma,
de papel, gabinetes sanitários, chuveiros fechados em cortinas PVC, freezer reach in, walk in, monoblocos e
boxe individual. pallets.

 Segundo NR24 um vaso sanitário, um mictório, um  Pré-preparo de carnes: amaciador de bifes, carro
lavatório e um chuveiro para cada vinte empregados. detritos, mesa inox com e sem cuba, moedor carne,
picador carne, refrigerador.
8. Área de Lixo
 Pré-preparo cereais: banco anatômico, carro caçamba
Local que facilite a remoção, revestida de material lavável, para higienização, carro detritos, mesa inox com furo.
esguicho de pressão com água fria e quente. Ideal que seja
refrigerada (câmara frigorífica exclusiva com 0ºC).  Pré-preparo vegetais: carro de detritos, cortador
mecânico de vegetais, cutter, descascador de tubérculos,
Lixo Asséptico : trituração , incineração e remoção. mesa de inox com e sem cuba, processador vegetais,
refrigeradores, tanque para higienização de vegetais.
Lixo Séptico: Incineração (quando permitido por Lei). Ex.
resíduos cirúrgicos, laboratórios, limpeza, restos alimentares  Preparo sobremesas: batedeira, carro de detritos,
dos pacientes. cortador / fatiador de frios, liquidificador, mesa inox com
e sem cuba, misturador massa e refrigeradores.
Bebedouro - NR24 1/50 funcionários.
 Preparo de sucos: carro detritos, centrífuga para sucos,
Caixotaria – guarda de vasilhames, caixas, monoblocos, etc. extrator de sucos, mesa inox com e sem cuba.
Próximo à plataforma de descarga.
 Cocção: caldeirão, chapa bifeteira, carros esqueleto,
Equipamentos charbroiller, coifa, fogão, forno combinado, forno
convecção, frigideira basculante, fritadeira elétrica,
Complementam o planejamento da área física. Tem estreita resfriador, sistema exaustão.
relação com:
 Número de refeições.  Distribuição: balcão distribuição aquecido e refrigerado,
 Efetivo e qualidade da mão de obra. balcão apoio, cubas gastronômicas, passthrough
 Padrão do cardápio que define complexidade e aquecido e refrigerado, post-mix de sucos, refresqueira.
sofisticação dos equipamentos.
 Sistema de distribuição.  Higienização utensílios cocção: carro de detritos,
esguicho, mesa inox com cuba, estantes com rodízios,
 Política de compras e orçamento. prateleiras de inox.
 Espaço a ser ocupado.
 Higienização de utensílios do refeitório: carro para
 Agrupamento de acordo com as finalidades.
detritos, carro plataforma para transporte de louças,
 Fluxo de trabalho.
dosadores de produtos químicos, esguicho, estante com
 Flexibilidade, higiene e segurança.
rodízios, máquina de lavar louças, mesa de inox com
cuba, coifa, sistema exaustão e compactador de lixo
Classificação (Teixeira):
orgânico.
 Básicos: fogão, forno, panelões, batedeira, amaciador
Dimensionamento de Equipamentos
bifes, picador carne, descascador legumes, máquina
377
Capítulo elaborado por Tânia Muzy Preparatório Marinha 2017

Informações para Cálculo Equipamentos: 2.400 ____ x x= 2 balcões

 Número refeições  Recipientes para balcões (gastronorms)


 Tempo de cocção
 Fator de cocção Calculado de acordo com o tipo de preparação, peso de cada
 “Per capita” da preparação. preparação e capacidade do recipiente.

 Caldeirões Exemplo : 120 kg de arroz cozido


Será estimado considerando o tempo de cocção e viabilidade Capacidade do recipiente: 30 L 120/ 30 = 4 cubas
de sua reutilização no mesmo período de preparação.
Necessário: per capita líquido (cru)  Fornos
Fator cocção
Número de refeições Calculado de acordo com o tempo de cocção da preparação
de maior “per capita” e a quantidade a ser preparada por
Dados: Valor nominal do equipamento, Câmara de ar (10%), câmara.

Ex1: Para calcular a capacidade do caldeirão a partir dos Exemplo: 1 câmara prepara 14,5 kg de galinha em 25’.
dados do produto: Quantas câmaras serão necessárias para assar 300 kg em 3
Arroz horas?
Per capita: 80 g 14,5 ____ 25’
Fator Cocção: 3 X _____ 180’ (3 horas) x= 104,4 kg ___ 1 câmara
Nº refeições: 1.000 300 kg ___ x
x= 3 câmaras
Resolução da questão:
80 x 3 x 1.000 = 240.000 g ~ 240 litros + 24 (10%) = 264 L R: O forno deverá ser dotado de 3 câmaras para assar 300
para 80 kg de arroz. kg em 3 horas.

No caso em que já exista o caldeirão e se quer saber a  Manutenção de Equipamentos


capacidade:
Preventiva: periodicamente com cronograma definido
Utiliza-se a seguinte fórmula: V= πR2 xh Corretiva: quando o problema aparece.

Ex2: Para se calcular a capacidade do caldeirão pelas Esquema do Fluxo do S.A


medidas dele. Recebimento dos Gêneros plataforma, caixotaria
Dados: 1 m diâmetro e 0,63 m de altura. Estocagem câmaras frigoríficas e despensa
Preparo carnes, vegetais, molhos, sucos e lanches,
Resolução da questão: legumes, café, cereais e sobremesa.
V= 3,14 x 0,5m2 x 0,63 m Cocção cozinha geral, dietética e
V= 3,14 x 0,25 m x 0,63 m Distribuição pacientes, funcionários e acompanhantes.
V= 0,785 m2 x 0,63m = 0,49455m3 ~= 500 L Higienização Utensílios de produção e de serviço.

Ex3: Para se calcular a Quantidade de Alimentos usando


a capacidade nominal do equipamento.
Dados: Caldeirão de 500L, câmara de ar (10%), fator de
cocção do feijão de 5.

Resolução da questão:
Unidade – 500 L
Câmara ar – 50 L 500-50 = 90 kg
Fator cocção – 5 5

 Balcão de Distribuição

 Tempo médio de distribuição por refeição e horário.


Exemplo:
Parâmetro: 1 minuto para servir 10 refeições.
Tempo distribuição – 2 horas (120’)
Nº refeições - 2.400
1’ ________ 10 refeições
120’ ______ x x= 1.200_____ 1 balcão

378

Você também pode gostar