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TRABALHO DE PROCESSO PENAL III

ALUNO: Luiz Henrique Menezes de Paula Maciel RGM: 011.5099


8° SEMESTRE A

A partir do caso narrado na atividade, a questão pede que discorra sobre nulidade
absoluta, nulidade relativa e mera irregularidade, fundamentando em qual dessas
hipóteses o problema se encaixa e qual deve ser o posicionamento do juízo diante do
requerimento.

Todos os procedimentos que ocorrem no âmbito do processo, e no presente caso no


processo penal, é de extrema importância que se analise todos os atos emitidos para que
se possa vislumbrar sua harmonia com os preceitos constitucionais e processuais, na
expectativa que nenhum deles venham estar irregulares ou que violem diretamente as
normativas processuais e constitucionais. Por essa violação, os atos podem ser extintos,
denominando-se de atos nulos. Nesse prisma, faz-se necessário o estudo crítico referente
as nulidades no processo penal.
As nulidades podem ser de caráter absolutas, relativas ou serem meramente irregulares.
A primeiro refere-se aos atos que possuem natureza de interesse social na qual se viola
normas cogentes ou princípios advindos da Constituição. A ideia de prejuízo não
necessita ser provada, pois é presumido, por conta da relevância da questão, aliás,
podendo ser declarada por ofício e é insanável, não se convalidando, tampouco é
convalidada pela preclusão ou trânsito em julgado. A segunda nulidade se refere a
relativa, que incidem em violações menos graves que as da absoluta. Foca estritamente
na tutela das partes, na natureza do interesse privado, dependendo da postulação das
próprias partes para que venha a ser analisada e declarada. O prejuízo deve ser
demonstrado e tais nulidades convalida com a preclusão. Por fim, os atos exclusivamente
irregulares são aqueles defeitos de baixa relevância e menor prejuízo processual que não
possuem força de invalidação dos atos. Estas irregularidades não compromete a eficácia
do princípio constitucional ou processual em que os atos tutelam, sendo, portanto, uma
mera irregularidade formal sem consequências de extrema relevância.
Após discorrer sobre as nulidades no geral e das irregularidades, passamos a analisar o
presente caso sob a ótica da matéria teórica em questão. Observa-se inicialmente que
houve um defeito na citação do réu, pelo fato do Oficial de Justiça ter, primeiramente,
optado por intimar o vizinho de Tício, ao invés de intimar sua mãe, que se encontrava na
residência do réu. Nesse plano inicial poderia constatar o caso de nulidade relativa por
visualizar que houve não a ausência da citação, mas sim, um defeito nela. Ou seja, a
citação foi efetuada cumprindo as regras processuais e constitucionais na tentativa de
convocar o réu para exercer sua defesa.
Porém, ao analisar com mais acuidade os fatos, observando que a citação foi feita
mediante defeito de não intimar o réu respeitando a ordem dada pelo artigo Art. 252 do
CPP de intimar primeiro o familiar e depois o vizinho, ocasionando problemas para que
o réu pudesse exercer sua defesa, acabou criando uma espécie de prova do alegado contra
o réu. Sendo evidente a restrição feita para que o contraditório fosse exercido, violando,
portanto, princípio constitucional, deverá ser reconhecida a nulidade absoluta da citação
pelo magistrado a fim sanar o ato eivado de vício. A nulidade Absoluta é a hipótese
cabível nesse caso.

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