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Escola Básica e Secundária da Ponta do Sol

Ano Letivo 2020-2021


História A
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Módulo 9 – Alterações Geoestratégicas, Tensões Políticas e Transformações Socioculturais no Mundo Atual


Unidade 2 – A viragem para uma outra era

Material: Manual 3.º Vol

2.2. Afirmação do Neoliberalismo e Globalização da economia (manual vol. 3, páginas 102 à 113)

Quando os anos 80 do século XX se iniciam, a imagem de prosperidade dos “Trinta Gloriosos” parecia esquecida no mundo
capitalista. Os choques petrolíferos dos anos 70, a inflação, o abrandamento das atividades económicas e o desemprego,
testemunhavam uma poderosa crise, de que não se vislumbrava saída. Soluções inspiradas no Keynesianismo, como sejam a
proteção social e a criação de emprego pelo Estado, não resultavam, porque geravam maiores défices que impediam o controlo da
inflação.
Recorda:
John Maynard Keynes – economista britânico – ver manual vol. 1, página 166
Crise dos anos 70 (ver manual vol. 2 páginas 89 a 91)

Esta crise cíclica do capitalismo apresentou características específicas. A retração ou estagnação da economia foi
acompanhada do aumento do desemprego e da inflação o que provocou a estagflação. O desemprego subiu em
flecha e os efeitos sociais da crise foram atenuados devido às políticas do Estado-Providência. No entanto, o
aumento da despesa e do endividamento do Estado como forma de resposta à crise pôs em causa o modelo
económico intervencionista. Começou-se a defender o regresso ao liberalismo.

Assim, as políticas Keynesianas deixaram de surtir efeito. Foi neste contexto de crise que, nos anos 80, se implementou um novo
modelo político e económico
■ Grã-Bretanha com Margaret Thatcher
■ EUA com Ronald Reagan
Neoliberalismo
(tem como principais teorizadores Friedrich Hayek e
Milton Friedman)

Medidas neoliberais:
Atento ao equilíbrio orçamental e à redução da inflação, o neoliberalismo enveredava por medidas de rigor.
- Privatização das empresas
- Restrição do emprego pelo Estado
- Cortes na segurança social
- Facilidades nos despedimentos e aprovação de legislação promotora de uma maior mobilidade da mão de obra
- Redução dos impostos (para o capital existente ser aplicado, por exemplo, na investigação tecnológica)
- Liberalização do mercado com a abolição de barreiras alfandegárias e assinatura de acordos de comércio (minimização
dos custos)
- Aprovação de legislação para facilitar a abertura da economia às empresas multinacionais
Ao contrário do Estado-Providência, o Estado neoliberal diminui fortemente a sua intervenção económica e social (defende o
Estado mínimo). O Estado neoliberal valoriza a iniciativa privada, incentiva a livre concorrência e a competitividade. Em nome da
liberdade da oferta e da procura, liberaliza os preços, o que agrada a empresários, a quem, igualmente, alivia os impostos e facilita a
contratação e o despedimento da mão de obra. O investimento tecnológico (nos ramos da eletrónica, da informática e da
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cibernética) e a redução de entraves alfandegários constituíram outras medidas destinadas a relançar a economia, minimizando
custos e abrindo mercados.
A política neoliberal reflete as tendências económicas então vividas. No mundo dos anos 80, caminhava-se para a
globalização da economia. Com as iniciativas e as atividades cada vez mais dependentes de imperativos externos e sendo as grandes
decisões tomadas a nível internacional, problemática se tornava, na verdade, a intervenção dos Estados nas economias nacionais.
Na última década do século XX, a globalização apresenta-se como um fenómeno incontornável. Apoiadas nas modernas tecnologias
da informação e da comunicação (TIC), a conceção, a produção e a comercialização de bens e serviços, bem como os influxos dos
capitais, ultrapassam as fronteiras nacionais e organizam-se à escala planetária.
O neoliberalismo está diretamente associado à globalização, criando um sistema de rede, ou seja, de integração
multilateral dos mercados e das tecnologias.
Enquanto os defensores do neoliberalismo consideram que a globalização está a conduzir a uma maior convergência entre
ricos e pobres, alguns autores, questionam a globalização, afirmando que produz maiores disparidades salariais e aumenta os níveis
de desemprego, avolumando as tensões raciais.

Instrumentos da globalização da economia:


► Liberalização das trocas
- Os Estados recuam nas medidas protecionistas.
- Crescimento do comércio internacional (progresso técnicos nos transportes, mais rápidos e mais baratos) e a existência de
mercados comuns livres de barreiras alfandegárias (União Europeia, NAFTA, Mercosul…)
- O comércio internacional beneficiou da integração da China nos mecanismos da economia capitalista, da abertura dos países
do Leste Europeu e da desagregação da URSS.
- Criação da OMC Propõe-se a rentabilizar os recursos mundiais e a fazer crescer a produção e o comércio de mercadorias e
serviços à escala planetária, através da “redução substancial dos direitos aduaneiros e de outros entraves ao comércio”.
- À medida que o século XXI avança, deparamo-nos com um fluxo comercial prodigioso e o mundo quase parece um mercado
único. A oferta de bens e serviços é cada vez mais igual nas diversas regiões do planeta, em virtude de uma uniformidade de gostos culturais
fomentada pela publicidade e pelos media.

► Liberalização de capitais
- Processados à escala internacional, os movimentos de capitais aceleram-se.
- Devido à desregulação financeira do neoliberalismo, os obstáculos à livre circulação de capitais têm vindo a ser reduzidos.
- A criação de zonas francas “paraísos fiscais” favoreceu fluxos de capitais, atraídos pelos lucros e isenções para os investidores.
-“Dinheiro eletrónico” e o sistema financeiro informatizado permitem que grandes somas de dinheiro sejam movimentados
diariamente (podemos movimentar grandes somas de capitais de forma eletrónica com um simples carregar de um botão).
- Os mercados financeiros estão cada vez mais interdependentes.

► A expansão das multinacionais


- Um novo conceito de empresa
- As grandes empresas adotam estratégias planetárias.
- Desde os anos 90, aumenta o n.º de empresas em que a conceção do produto, as respetivas fases de fabrico e o setor da
comercialização se encontram dispersos à escala mundial, facilitado pelas TIC.
- As firmas da era da globalização – multinacionais ou transnacionais – a produção e a distribuição de bens e serviços
concebem-se de acordo com vantagens específicas (preço das matérias-primas, da mão de obra, dos transportes, valor dos impostos)
que cada região oferece.

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É essa lógica de rendibilidade das condições locais
que conduz, em momentos de crise ou de
diminuição de lucros, as multinacionais a
abandonarem certos países. Encerram aí as suas
fábricas e/ou estabelecimentos comerciais, para os
reabrirem noutros locais onde a mão de obra, por
exemplo, apresenta preços bem inferiores. A este
fenómeno chama-se deslocalização, sendo-lhe
atribuída a principal razão do desemprego crónico
que grassa no mundo.
As multinacionais provém de países ricos e as suas
marcas impõem modelos de vida e uniformizam
hábitos de consumo ocidentais, contribuindo para
a “americanização” das sociedades.

Loja da Starbucks no aeroporto da Madeira

Globalização: vantagens e desvantagens

A partir da leitura da página 112 do manual, complete a tabela


Vantagens da Globalização Desvantagens da Globalização

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