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Distribuição dos alimentos transgénicos, a nível mundial e a

situação em Portugal.
O que são alimentos transgénicos?
Em nosso dia a dia, consumimos diversos deles, seja de forma direta ou em
produtos que possuam insumos transgênicos.
Os alimentos transgênicos são organismos geneticamente modificados
(OGM), ou seja, possuem o gene de outro organismo em seu código genético,
com o objetivo de alterar uma característica específica.
Como são produzidos os alimentos transgénicos?
O processo de criação de um alimento transgênico é realizado por meio da
tecnologia do DNA recombinante, que foi desenvolvida em 1992, abrindo a
possibilidade de isolar, manipular e identificar genes em organismos vivos.
Ou seja, identificou-se como possível cortar um pequeno fragmento de DNA de
um genoma para inserir em outro organismo. Assim, a produção de um
alimento transgênico começa com a seleção de um gene.
Nesta etapa, é identificado um gene de interesse, que possua uma função
importante para o organismo em que ele será inserido.
Em seguida, esse gene é isolado e introduzido no organismo recetor.
Nesse momento, é preciso inserir o gene selecionado no genoma do recetor,
sem que haja danos e em células que estejam aptas a regenerar um organismo
completo.
No caso dos alimentos transgênicos, são inseridos nos embriões das plantas
fragmentos de DNA de vírus, fungos ou bactérias que possuam genes capazes
de codificar a produção de herbicidas, por exemplo.
Essas plantas poderão, então, produzir toxinas que fazem com que elas sejam
automaticamente protegidas contra certas pragas da lavoura. Também podem
ser geneticamente modificados para absorverem mais nutrientes.
Porque são produzidos?
Normalmente, os transgênicos são produzidos com o objetivo de trazer
benefícios para as plantações como:
• Melhorar a qualidade do produto final, de forma a conter mais
nutrientes;
• Aumentar a sua resistência às pragas;
• Melhorar a resistência aos agrotóxicos utilizados;
• Aumentar a produção e o prazo de armazenamento.
Apesar das vantagens buscadas, ainda não se sabe exatamente quais as
consequências do uso de alimentos transgênicos a longo e médio prazos.
Segundo os defensores destes organismos, sementes transgênicas seriam
capazes de resolver o problema da fome mundial, reduzir o uso de insumos e
máquinas agrícolas devido à sua alta produtividade, e menor utilização áreas
para os cultivares – reduzindo, assim, os desmatamentos.

Transgénicos pelo mundo


Os Estados Unidos lideram a produção de transgênicos no mundo. Em 1996, os
americanos lançaram uma variedade de soja tolerante a herbicida que
promoveu uma verdadeira revolução no campo.
Desde 2009, o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking dos principais
produtores de transgênicos do mundo seguido por Argentina, Índia, Canadá e
China.
Um relatório, feito em 2018, considerou os cultivos de soja, milho, algodão e
beterraba, revelando que os EUA têm a maior área cultivada de OGM, com
38% do total global, e o Brasil, 27%.

(IMAGEM DO MADA DO MUNDI, INCLUINDO O RANKING)


Como podemos ver nesta imagem, estes são os países com a maior produção
de transgénicos a nível mundial.
• Em 2019, os Estados Unidos permaneceram em primeiro lugar com 75
milhões de hectares cultivados;
• Em segundo lugar vem o Brasil com 51.3 milhões de hectares cultivados,
1.6 milhão de hectares a mais (3%) que em 2018;
• Depois vem a Argentina, em terceiro lugar, com 23.9 milhões de
hectares;
• O Canadá, com 12.7 milhões de hectares;
• E a Índia, em quinto lugar com 12.7 milhões de hectares cultivados.

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Produção de transgénicos em Portugal
Em Portugal, o alimento transgénico mais cultivado é o milho geneticamente
modificado. A área deste totalizou 7.307,55 hectares em 2017, tendo sido a
grande maioria desta área semeada na região do Alentejo, onde foi registada
uma área total de 3.187,21 hectares, segundo da Direção Geral de Alimentação
e Veterinária.

Milho Bt
O milho Bt é um alimento transgénico, produzido através da introdução de
genes da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt) no material genético da planta,
atraves da tecnica do DNA recombinante.
Esta bactéria foi primeiramente descoberta pelo biólogo japonês Ishiwatari
Shigetane, em 1901, sendo redescoberta em 1911 pelo microbiólogo alemão
Ernst Berliner, que lhe atribuiu o nome thuringiensis, uma vez que a descobriu
ao isolar a causa de uma doença em larvas no solo da Turíngia (um estado
alemão).
Esta planta geneticamente modificada apresenta proteínas inseticida. De todas
as proteínas produzidas, as mais conhecidas são chamadas de proteínas cristal,
denominadas de Cry, produzidas durante a fase de esporulação da bactéria. As
proteínas Cry são tóxicas para determinados grupos de insetos, tal como os
insetos da ordem Lepidóptera, da qual fazem parte as lagartas-do-cartucho,
por exemplo.
Deste modo, esta bactéria é uma importante produtora de bioinsecticidas,
permitindo a sua utilização na produção de produtos alimentares.
A plantação de milho Bt apresenta diversas vantagens, uma vez que permite o
controlo eficaz de pragas, nomeadamente da lagarta-do-cartucho, que podem

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