Você está na página 1de 6

DISCIPLINA: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas à Saúde

EXERCÍCIO DA APRENDIZAGEM

1. Como se entende a pobreza a partir do contexto social no Brasil? Sendo


assim, o que é desigualdade social? E como entendemos as diferenças entre
pobreza “absoluta”?

Levando em consideração a perspectiva multidimensional da pobreza


pode-se entendê-la como a falta de acesso a serviços essenciais (saneamento
básico, saúde, educação, energia elétrica, entre outros), bens de consumo,
sobretudo alimentos, e bens materiais necessários para a manutenção da vida
em condições básicas, ou ainda, a incapacidade de alcançar o bem-estar devido à
falta de meios econômicos e à impossibilidade de converter rendimentos e recursos
escassos em capacidade de funcionar.
O Brasil, nas últimas décadas, vem confirmando, infelizmente, uma tendência
de enorme desigualdade na distribuição de renda e elevados níveis de pobreza.
Esses níveis, por sua vez, encontram seu principal determinante na estrutura da
desigualdade brasileira — uma perversa desigualdade na distribuição da renda e
das oportunidades de inclusão econômica e social. Um país desigual, exposto ao
desafio histórico de enfrentar uma herança de injustiça social que exclui parte
significativa de sua população do acesso a condições mínimas de dignidade e
cidadania.
Tendo como base o rendimento, a “pobreza absoluta” pode ser definida como
o rendimento abaixo de um nível consistente com a subsistência. A dificuldade
reside em definir os conceitos básicos desta elaboração (necessidades e
subsistência) e, por conseguinte, que rendimento para garantir que subsistência,
uma vez que estes conceitos têm um forte componente cultural: o que pode
satisfazer um nível básico de necessidades de um pobre do Brasil pode ser
absolutamente insuficiente para um pobre de uma grande cidade da Alemanha. Já a
pobreza relativa, comumente definida como a percentagem da população que vive
com menos do rendimento mediano numa dada população, é claramente uma
medida de distribuição de rendimento e, como tal, obviamente insuficiente para
abranger as diversas formas que a pobreza, enquanto privação de capacidades,
pode apresentar.

2. Quando se fala de pobreza como devemos compreender o que é a linha


de pobreza? E a desigualdade social, como a entendemos no âmbito da
pobreza?
A abordagem conceitual da pobreza requer que possamos, inicialmente,
construir uma medida invariante no tempo das condições de vida dos indivíduos em
uma sociedade. A noção de linha de pobreza equivale a esta medida. Em última
instância, uma linha de pobreza pretende ser o parâmetro que permite a uma
sociedade específica considerar como pobres todos aqueles indivíduos que se
encontrem abaixo do seu valor. Ou seja, em se tratando do aspecto financeiro a
Linha da pobreza  é o limite monetário criado para designar em que momento um
indivíduo está vivendo em situação de pobreza. Caso uma pessoa tenha uma renda
menor do que a verificada como linha de pobreza em seu país, pode ser
considerada pobre. O cálculo é feito a partir do índice de pobreza extrema referente
a uma nação, tendo em vista o valor com que um cidadão adulto consegue se
sustentar. Obtido este número, ocorre sua posterior conversão em dólar e o
resultado desta operação indica a linha de pobreza de cada país. Em escala global,
a linha de pobreza é avaliada em US$ 1,90 diário, ou seja, R$ 10,81 (valor em reais
referente ao ano de 2020).
Entende-se por desigualdade social como a diferença econômica que existe
entre determinados grupos de pessoas dentro de uma mesma sociedade. Isto se
torna um problema para uma região ou país quando as distâncias entre as rendas
são muito grandes dando origem a fortes disparidades. Ela decorre, principalmente,
da má distribuição de renda e da falta de investimento na área social, como
educação e saúde. Desta maneira, a maioria da população fica a mercê de uma
minoria que detém os recursos, o que gera as desigualdades. Apesar de
comparadas em alguns casos, a pobreza e a desigualdade são variáveis bem
distintas, e segundo o professor de Ciência Política do Ibmec-MG e PhD em Teoria
Política e Econômica pela Universidade de Genova, Adriano Gianturco, “a pobreza é
um conceito absoluto no que se refere aos indivíduos, e a desigualdade se compara
aos outros”.

3. Explique o que é exclusão social, inclusão social e como ambas se


encontram em sociedade.

Presente em todos os países, não importando o seu nível de


desenvolvimento, o fenômeno da exclusão social pode ser compreendido como um
processo por meio do qual se nega aos indivíduos, por questões de etnia, gênero,
raça, deficiência e outras características que os definem, o acesso para participar
plenamente nas esferas econômicas, sociais e culturais da sociedade, refere-se a
dificuldades ou problemas sociais que levam ao isolamento e até à discriminação de
um determinado grupo ou de determinadas pessoas.
Já com relação à inclusão social, podemos concebê-la como ação positiva
tomada para mudar as circunstâncias e hábitos que levam, ou possam gerar, a
exclusão social. Diz respeito a toda e qualquer política de inserção plena de pessoas
ou grupos excluídos na sociedade. A inclusão social, nesse contexto, transformou-se
em um objetivo a ser perseguido por várias pessoas, em uma forma de luta. Assim,
existem atualmente inúmeros movimentos sociais que reivindicam da sociedade
geral e do poder público a efetuação de uma real política de contrapeso às
diferenças históricas e sociais constituídas no cerne da história da civilização
moderna.
Além das ações governamentais no sentido de promover políticas de
inclusão, é imprescindível nessa causa uma significativa participação social. Isso
envolve diversas áreas da sociedade, como a educação, a cultura, entre outros. Por
isso, esforços coletivos e individuais que visem romper preconceitos e ações
coercitivas são necessários para uma melhor vivência cotidiana.

4. Sabemos que a Cultura é uma herança social, ela consiste em ideias que
podem ser desenvolvidas em toda e qualquer sociedade. Desse modo, fale
sobre a importância da cultura em coletividade.

O debate conceitual a respeito da definição de cultura é realizado em áreas


multidisciplinares de conhecimento, especialmente no âmbito das Ciências
Humanas, haja vista o caráter transversal que possui. Partindo das definições da
antropologia podemos entender a cultura como um conjunto que reúne todas as
formas de conhecimento, crenças e tipos de moral de um povo, todas as leis,
tradições e costumes que são manifestados por determinado grupo social. Por
promover o sentimento de pertencimento, a cultura se delineia como um forte agente
de identificação pessoal e social, um modelo de comportamento que integra
segmentos sociais e gerações, uma terapia efetiva que desperta os recursos
internos do indivíduo e fomenta sua interação com o grupo e um fator essencial na
promoção da saúde, na medida em que o indivíduo se realiza como pessoa e
expande suas potencialidades. Esta identidade cultural, em diferentes níveis, vai
alicerçando a consciência do povo.

5. Sabemos que nas “interações sociais manifestam-se diversas formas de


comunicação não verbal, a troca de informações, símbolos e significados dão
ênfase às comunicações e expressões faciais, como os gestos e movimentos
corporais” (texto adaptado, GIDDENS, 2019). Desse modo, explique como se
dão as interações sociais.

Tendo em vista o sentido Sociológico, a interação social é um conceito que


determina as relações sociais desenvolvidas pelos indivíduos e grupos sociais.
Trata-se de uma condição indispensável para o desenvolvimento e constituição das
sociedades. É a partir dela que os seres humanos desenvolvem a comunicação,
estabelecendo o contato social e criando redes de relações, as quais resultam em
determinados comportamentos sociais. Por meio dos processos interativos, o ser
humano se transforma num sujeito social.
De acordo com o tipo de relação estabelecida, a interação social pode ser:
recíproca, quando há interação entre as partes (pessoas ou grupos) que irão
interagir, ambos se influenciam e determinam os comportamentos sociais; já a não-
recíproca caracteriza-se pela unilateralidade, ou seja, quando não ocorre a interação
social de ambas as partes, por exemplo, quando estamos assistindo a um filme
(somente nós que somos influenciados por ele e não o contrário).

6. O mundo está em constantes mudanças, a globalização permite o


avanço e o desenvolvimento, portanto, ela traz preocupações a nível global,
assim sendo, explique as diversas formas em que se constitui a globalização
no mundo demonstrando os pontos negativos e positivos.

A globalização é um fenômeno resultante de múltiplos fatores, muito mais do


que um processo de ausência ou diminuição de barreiras econômicas e imigratórias
entre os países, caracteriza-se pelo aprofundamento das relações econômicas,
sociais, culturais e políticas entre os povos do mundo, ou seja, trata-se de uma
integração que envolve além dos campos econômicos, sociais, culturais, em nossa
história recente, os tecnológicos.
Em que pese não existir um consenso a respeito dos pontos negativos e
positivos do fenômeno social que é a globalização, pode-se considerar como um dos
principais problemas a desigualdade social por ela proporcionada, em que o poder e
a renda encontram-se em maior parte concentrados nas mãos de uma minoria, o
que atrela a questão às contradições do capitalismo. Além disso, acusa-se a
globalização de proporcionar uma desigual forma de comunicação entre os
diferentes territórios, em que culturas, valores morais, princípios educacionais e
outros são reproduzidos obedecendo a uma ideologia dominante. Nesse sentido,
forma-se uma hegemonia em que os principais centros de poder exercem um
controle ou uma maior influência sobre as regiões economicamente menos
favorecidas, obliterando, assim, suas matrizes tradicionais. E não menos relevante,
a rápida propagação de doenças atingido o patamar de pandemia, como a Covid-19.
Quanto aos aspectos positivos da globalização, pode-se citar os avanços
proporcionados pela evolução dos meios tecnológicos, bem como a maior difusão de
conhecimento. Assim, por exemplo, se a cura para uma doença grave é descoberta
no Japão, ela é rapidamente difundida (a depender do contexto social e econômico)
para as diferentes partes do planeta. Outros pontos considerados vantajosos da
globalização é a maior difusão comercial e também de investimentos, entre diversos
outros fatores.

7. Sobre as práticas na medicina popular, elas possibilitam uma relação


com as receitas particulares, isso se dá em virtude da prática médica familiar.
Desse modo, descreva as características essenciais da medicina popular para
justificar suas práticas.

A Medicina Popular apresenta três características singulares que lhe


conferem identidade, a saber: sua origem, seu objetivo, marcado pelo caráter de
resistência, e seu método intuitivo para construção do conhecimento.
Salienta-se que a Medicina Popular origina-se nas famílias, mais do que os
domínios específicos e restritos dos curandeiros e raizeiros. Sendo assim, seus
agentes principais são a mãe de família, o homem do povo, a avó e a parteira.
Muito embora seja polissêmica e heterogênea, elementos comuns
observados nas práticas da Medicina Popular baseada em plantas medicinais
permitem caracterizá-la como um sistema médico não formal, em disputa
permanente, numa situação-limite. Ressaltam-se também seus demandantes, lhe
conferem legitimidade ao se apropriarem dos saberes e práticas perfazendo
diversos itinerários terapêuticos.
Nesse sentido, o caráter eminentemente empírico da Medicina Popular se
delineia quando a construção de seu conhecimento ocorre a partir das vivências e
experimentações; não é sistematicamente transmitido – ou melhor dizendo, é
ampliado – e não se preocupa com os mecanismos de ação subjacentes à cada
instrumento utilizado como recurso terapêutico, se aproxima mais da arte do que da
ciência.

8. Quando falamos de Cultura em suas formas de acomodação em


sociedade, nós vamos encontrar: a aculturação, a subcultura, relativismo
cultural e multiculturalismo. Fale sobre cada um deles.

A aculturação na perspectiva antropológica e sociológica é um fenômeno que


pode ser entendido como um processo em que duas culturas se encontram e, como
resultado, uma ou ambas passam a se transformar ou ser modificada, designa a
fusão que ocorre entre elementos culturais, como valores, costumes, hábitos,
crenças, etc, entre duas ou mais culturas. Basicamente, a aculturação pode ocorrer
de duas formas: direta (acontece por meio de processos forçados ou impostos, a
exemplo da colonização, guerras, imigração, etc.) ou indiretamente (não há
explicitamente uma imposição cultural violenta, ela se dá de uma maneira mais sutil,
como em propagandas na mídia, afetando os modos de viver das pessoas).
Em se tratando do conceito de subcultura, entende-se que esta implica a
compreensão de que nenhuma sociedade produz uma cultura que constitua um
sistema homogêneo de significados, valores e normas, aceito passivamente por
todos os indivíduos que torna todos numa massa indiferenciada, mas, antes, que
qualquer sociedade, sendo estratificada, produz também uma estratificação ao nível
cultural. Ou seja, trata-se de o conjunto de particularidades culturais de um grupo
que se dista do modo de vida dominante sem se desprender dele.
Já o relativismo cultural diz respeito a um conceito antropológico referente à
ideia de que diferentes culturas possuem modos de vida distintos, sem
hierarquização, ou seja, o que é moralmente correto depende da cultura. Assim, se
algo é certo, é somente certo para a cultura A, mas pode ser errado para a cultura B;
e não há nada que seja absolutamente certo, ou seja, nada que seja certo
independentemente da cultura. Pode até haver coisas que são consideradas certas
por todas as culturas contemporâneas, mas não há necessidade alguma de que
haja.
Para o multiculturalismo prevalece a ideia de que a sociedade deve ser
tolerante com todas as culturas, independentemente de seus valores básicos. Na
verdade, há pelo menos dois tipos de multiculturalista: o radical e o moderado. O
radical crê que devemos ser tolerantes com todas as culturas, incondicionalmente;
enquanto o moderado crê que devemos ser tolerantes com todas as culturas
razoáveis.

Você também pode gostar