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ALEXANDRE

WALMOTT BORGES

DIREITO PARA CONCURSOS


© 2014 by Universo dos Livros Diretor editorial
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19/02/1998.
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editora, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os Marcia Batista
meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou
quaisquer outros. Assistentes editoriais
Aline Graça
Rodolfo Santana

Preparação
Guilherme Summa

Revisão
Monique D’Orazio
Raquel Siqueira

Arte e diagramação
Francine C. Silva
Valdinei Gomes
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Angélica Ilacqua CRB-8/7057 Arte de capa
Borges, Alexandre Walmott Renato Klisman
B731d
Direito para concursos / Alexandre Walmott Borges. –
São Paulo: Universo dos Livros, 2014.

184 p.

ISBN: 978-85-7930-752-2

1. Direito – Problemas, questões, exercícios


2. Direito constitucional 3. Direito administrativo
4. Serviço público – Brasil – Concursos I. Título

14-0725 CDD 340

Universo dos Livros Editora Ltda.


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Sumário

APRESENTAÇÃO

PARTE I – DIREITO CONSTITUCIONAL

1. Conceito de Constituição

1.1. Sentidos da Constituição


1.2. Princípios constitucionais
1.3. Regras constitucionais

2. História constitucional brasileira

3. Princípios fundamentais

4. Direitos fundamentais

4.1. Características dos direitos fundamentais


4.2. Divisão dos direitos fundamentais
4.3. Direitos fundamentais em princípios

5. Competências da Federação

5.1. Poder Legislativo


5.1.1. Tipos de leis
5.1.2. Processo legislativo
5.2. Poder Executivo
5.3. Poder Judiciário
5.3.1 Estrutura do Judiciário
5.3.1.1. O Judiciário da União
5.3.1.2. Judiciário dos Estados
5.4. Funções essenciais à Justiça

6. Forças Armadas

7. Polícias da União

7.1. Forças dos Estados

8. Estados excepcionais da Constituição

8.1. Estado de defesa


8.2. Estado de sítio

9. Ordem tributária

10. Ordem econômica

11. Ordem social

12. Sistema de controle de constitucionalidade

PARTE II – DIREITO ADMINISTRATIVO

1. A função administrativa e a administração pública

2. O Direito Administrativo

3. Os princípios e o regime jurídico administrativo

3.1. Princípios da administração pública no art. 37 da CF

4. Poderes da administração

4.1. Poder vinculado ou discricionário


4.2. Poder hierárquico
4.3. Poder disciplinar
4.4. Poder normativo
4.5. Poder de polícia
4.5.1. Atributos

5. Atos administrativos
6. Contratos administrativos e licitações

6.1. Características dos contratos administrativos


6.2. Tipos e modalidades dos contratos administrativos
6.2.1. Lei de contratos e licitações

7. Agentes públicos

8. Acumulação de cargos públicos

9. Serviços públicos

10. Estrutura da administração pública

11. Controle da administração pública

PARTE III – QUESTÕES COMENTADAS

1. Questões de Direito Constitucional

2. Questões de Direito Administrativo


APRESENTAÇÃO

Começamos desejando-lhe uma boa leitura. Este material de Direito


Administrativo e de Direito Constitucional foi confeccionado de maneira a
proporcionar aos candidatos de concursos públicos a facilidade e a agilidade na
preparação. Ao longo da obra, o leitor verá que indicamos os excertos da
Constituição e das leis que regem a matéria. É fundamental que os textos sejam
consultados concomitantemente à leitura do material instrucional.
O candidato notará que o texto do livro foi redigido de maneira a respeitar a
sequência lógica das matérias, tanto em Direito Administrativo como em Direito
Constitucional. No caso do Direito Administrativo, com pequenas variações,
seguimos o padrão adotado pela maioria dos cursos e programas dessa matéria.
Em Direito Constitucional, optamos por uma organização que, a princípio, traz
conteúdos de teoria constitucional; em seguida, a sequência das matérias com
respeito à ordenação do próprio texto constitucional; e, por último, algumas
considerações sobre o controle de constitucionalidade. No material de Direito
Constitucional fizemos questão de inserir o sumário da Constituição e o
recomendamos como exercício de fixação de conteúdos. Facilidade na
localização dos assuntos é um poderoso instrumento de compreensão da matéria.
Cremos ser importante ressaltar alguns pontos:

Procure, por conta própria, repetir em um caderno de anotações os quadros e


esquemas deste guia. Veja se é capaz de, por si mesmo, organizar a matéria do
mesmo modo como nós o fizemos. É uma forma de fixação e serve de medida
para saber se você realmente domina a matéria.
Como dito antes, nunca deixe de ler os excertos da Constituição e das leis em
concomitância com a leitura dos roteiros e textos.
Faça uma boa leitura do sumário da Constituição (p. 13) para situar-se bem
nos vários assuntos tratados.
Preste atenção, na parte de questões corrigidas e anotadas, às alternativas
inconsistentes ou erradas. Tente, simultaneamente, ver como reconstruir a
alternativa de maneira correta.

Boa leitura e sucesso na jornada preparatória.


Alexandre Walmott Borges
PARTE 1
Direito Constitucional

1. CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO
Este ponto é bastante exigido nos concursos e procura verificar, em linhas
gerais, se os candidatos têm a compreensão do que seja uma constituição e, além
disso, se dominam os três sentidos principais de constituição: sociológico,
jurídico e político. Em todos os pontos que apresentaremos a seguir, o candidato
verificará que é fundamental fixar o caráter superior da Constituição no sistema
jurídico e, também, que todas as demais normas do sistema são dependentes e
derivadas da Constituição.
Atenção! Procure utilizar a expressão “norma constitucional” para já começar
a diferenciar a Constituição de outras partes do sistema jurídico, como as leis,
que estão abaixo da Carta Magna. Portanto, Constituição não é conjunto de leis e
sim o conjunto de normas.
A Constituição é o documento jurídico de mais alto escalão no sistema
jurídico. Muitas vezes, isso aparecerá nos concursos como Supremacia da
Constituição. Lembremos de alguns pontos centrais:

a Constituição é norma jurídica (ou um conjunto de normas jurídicas);


o sistema apresenta hierarquia e a Constituição é o ponto mais alto, a norma
de mais alta hierarquia do sistema;
é produzida por poder especial, o Poder Constituinte.

Sempre que tratarmos da produção da Constituição usaremos a expressão


“Poder Constituinte”. O Poder Constituinte distingue-se de outros poderes, como
o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
É comum a utilização da figura da pirâmide para representar a Constituição no
ponto mais alto, o cume do sistema jurídico, que é um sistema de normas em
forma piramidal com a Carta Magna no topo.
Devemos sempre levar em consideração esses aspectos. As questões de
concursos circulam entre vários conceitos, por isso é importante situar a ideia de
Supremacia da Constituição em relação às demais normas.

1.1. Sentidos da Constituição


São três os sentidos clássicos da Constituição. Este tema é explorado nos
concursos para verificar se o candidato consegue compreender que a Carta
Magna é um documento de muitas faces, ou seja, um documento jurídico
composto de normas jurídicas, mas que expressa uma decisão política, isto é,
também possui natureza política. Finalmente, é a expressão dos fatores reais de
poder, um documento que expressa as forças da sociedade. Vejamos os sentidos
em detalhes:

É o documento que deve representar os fatores reais


SENTIDO de poder (expressão introduzida por Ferdinan
SOCIOLÓGICO Lassalle).

SENTIDO É a expressão da decisão política fundamental do


POLÍTICO Estado (conceito associado a Carl Schmitt).

É a norma de posição mais alta do sistema; a


SENTIDO
Constituição é a norma produtora das demais
JURÍDICO
normas.

Sentidos intermediários ou mistos: i) constituição total – expressão histórica


das forças sociais e políticas na norma jurídica; ii) força normativa da
constituição – a Constituição é documento jurídico com força para conformar a
política e a economia.
Norma produtora: as demais normas inferiores à Constituição são validadas e
produzidas pela Carta Magna.
Os sentidos da Constituição são conteúdos costumeiramente exigidos nos
concursos públicos. Lembre-se sempre de pensar nela como um produto
sociológico, político e jurídico.

A Constituição é norma de A Constituição é a norma de


produção das demais normas. validade das demais normas.

A Constituição é composta por dois tipos de normas jurídicas. Essa divisão é


bastante comum na teoria do Direito Constitucional. A divisão é bipartida, com
normas designadas “princípios” e normas designadas “regras”. Vamos à
explicitação da divisão nos tópicos a seguir.

1.2. Princípios constitucionais


Os princípios são abrangentes, portadores de ideias do Direito, comportam
várias situações no comando. Observe um exemplo de princípio:
Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes:

1.3. Regras constitucionais


As regras são concretas, para situações determinadas, dão objetividade aos
princípios. Veja um exemplo de regra:

Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de


radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de
brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de
pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que
tenham sede no País.

A Constituição brasileira obedece à distribuição de conteúdos que procura


facilitar a localização e a ordenação das matérias. Vejamos sua distribuição
básica:

PARTE
Preâmbulo, epígrafe.
PRELIMINAR

PARTE Princípios gerais, direitos fundamentais, organização


NORMATIVA do Estado e poderes, outros conteúdos.

Disposições gerais, disposições transitórias,


PARTE FINAL
promulgação.

Complementemos essa explicação visualizando o sumário:


Preâmbulo
Título I – Dos Princípios Fundamentais (arts. 1o ao 4o )
Título II – Dos Direitos e Garantias Fundamentais (arts. 5o
ao 17)
Capítulo I – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
(art. 5)
Capítulo II – Dos Direitos Sociais (arts. 6 ao 11)
Capítulo III – Da Nacionalidade (arts. 12 ao 13)
Capítulo IV – Dos Direitos Políticos (arts. 14 ao 16)
Capítulo V – Dos Partidos Políticos (art. 17)
Título III – Da Organização do Estado (arts. 18 ao 43)
Capítulo I – Da Organização Político-Administrativa (arts.
18 ao 19)
Capítulo II – Da União (arts. 20 ao 24)
Capítulo III – Dos Estados Federados (arts. 25 ao 28)
Capítulo IV – Dos Municípios (arts. 29 ao 31)
Capítulo V – Do Distrito Federal e dos Territórios (arts. 32
ao 33)
Seção I – Do Distrito Federal (art. 32)
Seção II – Dos Territórios (art. 33)
Capítulo VI – Da Intervenção (arts. 34 ao 36)
Capítulo VII – Da Administração Pública (arts. 37 ao 43)
Seção I – Disposições Gerais (arts. 37 ao 38)
Seção II – Dos Servidores Públicos (arts. 39 ao 41)
Seção III – Dos Militares (art. 42)
Seção IV – Das Regiões (art. 43)
Título IV – Da Organização dos Poderes (arts. 44 ao 135)
Capítulo I – Do Poder Legislativo (arts. 44 ao 75)
Seção I – Do Congresso Nacional (arts. 44 ao 47)
Seção II – Das Atribuições do Congresso Nacional (arts.
48 ao 50)
Seção III – Da Câmara dos Deputados (art. 51)
Seção IV – Do Senado Federal (art. 52)
Seção V – Dos Deputados e dos Senadores (arts. 53 ao
56)
Seção VI – Das Reuniões (art. 57)
Seção VII – Das Comissões (art. 58)
Seção VIII – Do Processo Legislativo (arts. 59 ao 69)
Subseção I – Disposição Geral (art. 59)
Subseção II – Da Emenda à Constituição (art. 60)
Subseção III – Das Leis (arts. 61 ao 69)
Seção IX – Da Fiscalização Contábil, Financeira e
Orçamentária (arts. 70 ao 75)
Capítulo II – Do Poder Executivo (arts. 76 ao 91)
Seção I – Do Presidente e do Vice-Presidente da
República (arts. 76 ao 83)
Seção II – Das Atribuições do Presidente da República
(art. 84)
Seção III – Da Responsabilidade do Presidente da
República (arts. 85 ao 86)
Seção IV – Dos Ministros de Estado (arts. 87 ao 88)
Seção V – Do Conselho da República e do Conselho de
Defesa Nacional (arts. 89 ao 91)
Subseção I – Do Conselho da República (arts. 89 ao 90)
Subseção II – Do Conselho de Defesa Nacional (art. 91)
Capítulo III – Do Poder Judiciário (arts. 92 ao 126)
Seção I – Disposições Gerais (arts. 92 ao 100)
Seção II – Do Supremo Tribunal Federal (arts. 101 ao
103)
Seção III – Do Superior Tribunal de Justiça (arts. 104
ao 105)
Seção IV – Dos Tribunais Regionais Federais e dos
Juízes Federais (arts. 106 ao 110)
Seção V – Dos Tribunais e Juízes do Trabalho (arts. 111
ao 117)
Seção VI – Dos Tribunais e Juízes Eleitorais (arts. 118 ao
121) Seção VII – Dos Tribunais e Juízes Militares (arts. 122 ao
124)
Seção VIII – Dos Tribunais e Juízes dos Estados (arts.
125 ao 126)
Capítulo IV – Das Funções Essenciais à Justiça (arts. 127
ao 135)
Seção I – Do Ministério Público (arts. 127 ao 130)
Seção II – Da Advocacia Pública (arts. 131 ao 132)
Seção III – Da Advocacia e da Defensoria Pública (arts.
133 ao 135)
Título V – Da Defesa do Estado e das Instituições
Democráticas (arts. 136 ao 144)
Capítulo I – Do Estado de Defesa e do Estado de Sítio (arts.
136 ao 141)
Seção I – Do Estado de Defesa (art. 136)
Seção II – Do Estado de Sítio (arts. 137 ao 139)
Seção III – Disposições Gerais (arts. 140 ao 141)
Capítulo II – Das Forças Armadas (arts. 142 ao 143)
Capítulo III – Da Segurança Pública (art. 144)
Título VI – Da Tributação e do Orçamento (arts. 145 ao 169)
Capítulo I – Do Sistema Tributário Nacional (arts. 145 ao
162)
Seção I – Dos Princípios Gerais (arts. 145 ao 149)
Seção II – Das Limitações do Poder de Tributar (arts.
150 ao 152)
Seção III – Dos Impostos da União (arts. 153 ao 154)
Seção IV – Dos Impostos dos Estados e do Distrito
Federal (art. 155)
Seção V – Dos Impostos dos Municípios (art. 156)
Seção VI – Da Repartição das Receitas Tributárias (arts.
157 ao 162)
Capítulo II – Das Finanças Públicas (arts. 163 ao 169)
Seção I – Normas Gerais (arts. 163 ao 164)
Seção II – Dos Orçamentos (arts. 165 ao 169)
Título VII – Da Ordem Econômica e Financeira (arts. 170 ao
192)
Capítulo I – Dos Princípios Gerais da Atividade Econômica
(arts. 170 ao 181)
Capítulo II – Da Política Urbana (arts. 182 ao 183)
Capítulo III – Da Política Agrícola e Fundiária e da
Reforma Agrária (arts. 184 ao 191)
Capítulo IV – Do Sistema Financeiro Nacional (art. 192)
Título VIII – Da Ordem Social (arts. 193 ao 232)
Capítulo I – Disposição Geral (art. 193)
Capítulo II – Da Seguridade Social (arts. 194 ao 204)
Seção I – Disposições Gerais (arts. 194 ao 195)
Seção II – Da Saúde (arts. 196 ao 200)
Seção III – Da Previdência Social (arts. 201 ao 202)
Seção IV – Da Assistência Social (arts. 203 ao 204)
Capítulo III – Da Educação, da Cultura e do Desporto (arts.
205 ao 217)
Seção I – Da Educação (arts. 205 ao 214)
Seção II – Da Cultura (arts. 215 ao 216)
Seção III – Do Desporto (art. 217)
Capítulo IV – Da Ciência e Tecnologia (arts. 218 ao 219)
Capítulo V – Da Comunicação Social (arts. 220 ao 224)
Capítulo VI – Do Meio Ambiente (art. 225)
Capítulo VII – Da Família, da Criança, do Adolescente, do
Jovem e do Idoso (arts. 226 ao 230)
Capítulo VIII – Dos Índios (arts. 231 ao 232)
Título IX – Das Disposições Constitucionais Gerais (arts. 233
ao 250)
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (arts. 1o ao
94)

2. HISTÓRIA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA


O Brasil apresentou em sua história várias Constituições: 1824, 1891, 1934,
1937, 1946, 1967 e 1988. Elas podem ser classificadas em outorgadas ou
promulgadas.

OUTORGADAS PROMULGADAS

1824, 1937 1891, 1934, 1946, 1967, 1988

Outra classificação é entre constituições autocráticas, representativas e


democráticas:

AUTOCRÁTICAS REPRESENTATIVAS DEMOCRÁTICAS

1824, 1937 1891, 1967 1934, 1946, 1988


A Constituição de 1988 apresenta alguns dados que, por vezes, são solicitados
em questões de concursos. Vamos a alguns dados:

Data da promulgação: 05 de outubro de 1988.


Produzida por Assembleia Nacional Constitucional – ANC. A ANC foi eleita
em novembro de 1986; reuniu-se de fevereiro de 1987 a outubro de 1988,
presidida por Ulisses Guimarães.

O preâmbulo constitucional traz informações importantes sobre a produção da


constituição:

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em


Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado
democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos
sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o
desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos
de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos,
fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e
internacional, com a solução pacífica das controvérsias,
promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição
da República Federativa do Brasil.

A seguir, apresentamos um quadro com as principais classificações de


constituições solicitadas em concursos:

CLASSIFICAÇÃO DEFINIÇÃO EXEMPLO

texto curto e com poucos


Constituição concisa 1824, 1891
conteúdos

texto alongado com vários 1934, 1937,


Constituição prolixa
conteúdos 1946, 1988

todas as
Constituição escrita texto colocado por escrito
brasileiras
texto escrito, sistematizado e
Constituição todas as
produzido por poder
legislada brasileiras
específico

não há texto legislado; nenhuma


Constituição
formada por costumes brasileira;
costumeira
jurídicos Inglaterra

Além das anteriores, outro critério para classificação consiste nos sentidos
formal e material de constituição. Vejamos como classificar:
a) Constituição em sentido formal: as normas jurídicas mais importantes de
um Estado são colocadas em texto escrito específico para essa finalidade; tudo
o que está no texto escrito e legislado é a constituição formal.
b) Constituição em sentido material: as normas jurídicas mais importantes do
Estado, estejam ou não no texto escrito e legislado, mas sejam normas de
direitos fundamentais e da organização dos poderes e do Estado.
c) Poder Constituinte: é o poder produtor da Constituição. As questões de
concursos, ao exigirem matérias sobre o Poder Constituinte, costumam
solicitar características desse poder. Listemos algumas:

é poder político com consequências jurídicas;


é ilimitado juridicamente;
é limitado politicamente;
não apresenta forma jurídica pré-determinada.

Em sentido jurídico, o funcionamento do Poder Constituinte significa a


ocorrência de revolução (em sentido político não há a mesma utilização). É o
poder que cria e organiza a Constituição e todos os demais órgãos; por isso, há o
poder constituinte e os poderes constituídos. A divisão Executivo, Legislativo e
Judiciário é importante para evitar confusão entre quem produz a Constituição e
quem é criado por ela. Já poder constituinte e poder constituinte reformador é
uma divisão que pode ser estudada analisando o art. 60 da CF. O Poder
Constituinte pode ser:

ORIGINÁRIO DERIVADO
Cria a Reforma ou altera a Constituição; também chamado
Constituição. poder de reforma ou poder constituinte constituído.

O poder reformador é limitado e pré-determinado juridicamente. Vejamos a


disciplina básica sobre o poder derivado na Constituição no art. 60:

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada


mediante proposta:
I – de um terço, no mínimo, dos membros da
Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II – do Presidente da República;
III – de mais da metade das Assembleias
Legislativas das unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria
relativa de seus membros.
§ 1o A Constituição não poderá ser emendada
na vigência de intervenção federal, de estado
de defesa ou de estado de sítio.
§ 2o A proposta será discutida e votada em
cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, considerando-se aprovada se obtiver,
VIA COMUM DE em ambos, três quintos dos votos dos
REFORMA respectivos membros.
§ 3o A emenda à Constituição será promulgada
pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal, com o respectivo número de
ordem.
§ 4o Não será objeto de deliberação a proposta
de emenda tendente a abolir:
I – a forma federativa de Estado;
II – o voto direto, secreto, universal e
periódico;
III – a separação dos Poderes;
IV – os direitos e garantias individuais.
§ 5o A matéria constante de proposta de
emenda rejeitada ou havida por prejudicada
não pode ser objeto de nova proposta na
mesma sessão legislativa.

VIA Art. 3o A revisão constitucional será realizada


EXTRAORDINÁRIA após cinco anos, contados da promulgação da
DE REFORMA – Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos
membros do Congresso Nacional, em sessão
ART. 3o ADCT
unicameral.

Outras considerações sobre o processo previsto no art. 60 da CF:

I – de um terço, no mínimo, dos membros da


Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II – do Presidente da República;
INICIATIVA III – de mais da metade das Assembleias
Legislativas das unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria
relativa de seus membros

§ 2o A proposta será discutida e votada em


cada Casa do Congresso Nacional, em dois
VOTAÇÃO turnos, considerando-se aprovada se obtiver,
em ambos, três quintos dos votos dos
respectivos membros.

§ 1o A Constituição não poderá ser emendada


LIMITAÇÕES
CIRCUNSTANCIAIS na vigência de intervenção federal, de estado
de defesa ou de estado de sítio.

§ 4o Não será objeto de deliberação a proposta


de emenda tendente a abolir:
I – a forma federativa de Estado;
LIMITAÇÕES
MATERIAIS II – o voto direto, secreto, universal e
periódico;
III – a separação dos Poderes;
IV – os direitos e garantias individuais.

Atenção! O Executivo não participa da promulgação de emendas à


Constituição.
As constituições estaduais são produzidas pelo poder constituinte decorrente.
Não confunda poder decorrente com poder derivado!
Algumas considerações sobre o preâmbulo constitucional são exigidas em
concursos. Algumas dicas sobre o preâmbulo:

O STF entende que o preâmbulo faz parte da Constituição, mas não é norma
jurídica – é elemento textual pré-normativo.
A menção a Deus no preâmbulo não afasta o caráter laico do Estado brasileiro.
No preâmbulo estão os valores adotados pelo constituinte.

A distribuição de conteúdos da Constituição coloca os chamados princípios


fundamentais em primeiro plano. Vamos fazer um esquema básico desses
princípios.

3. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Os princípios fundamentais são abrangidos pelos arts. 1o ao 4o :

a) Nome do Estado: República Federativa do Brasil.


b) Forma de Estado: Federação.
c) Forma de governo: República.
d) Regime político: Estado Democrático de Direito.
e) Fundamentos do Estado:

I – a soberania;
II – a cidadania;
ART.
III – a dignidade da pessoa humana;
1o IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político.

f) Titularidade do poder: todo o poder emana do povo.


g) Democracia representativa: por representantes eleitos.
h) Democracia semidireta: por instrumentos constitucionais: i)
plebiscito; ii) referendo.
i) Iniciativa legislativa popular (ver os instrumentos no art. 14).

ART.
Tripartição de Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.
2o

Objetivos do Estado brasileiro:


I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II – garantir o desenvolvimento nacional;
ART. III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
3o desigualdades sociais e regionais;
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação.

Princípios do Estado brasileiro nas relações internacionais:


I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos;
IV – não intervenção;
ART. V – igualdade entre os Estados;
4o VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da
humanidade;
X – concessão de asilo político.
4. DIREITOS FUNDAMENTAIS
Direitos fundamentais são os direitos essenciais à existência do homem. Essa
matéria conta com extensa lista de conteúdos, do art. 5o ao art. 17.
Especialmente no art. 5o, é fundamental que o candidato faça leitura atenta de
todos os incisos, pois lá está a mais extensa lista da Constituição. Depois do art.
5o, é fundamental analisar os direitos sociais nos incisos do art. 7o.

4.1. Características dos direitos fundamentais

CARÁTER NEGATIVO CARÁTER POSITIVO

Protegem o homem de Podem ser ofertas ao homem para que


interferências indevidas. realize a sua existência.

Os direitos fundamentais gozam de alto grau de eficácia e aplicação imediata


(§ 1o do art. 5o ). Eles também não são exaustivos: podem receber acréscimos de
outros direitos dos documentos de Direito Internacional e desde que estejam
afinados com os princípios do Estado brasileiro (§§ 2o e 3o do art. 5o ).

4.2. Divisão dos direitos fundamentais

a) Direitos individuais – concentrados no art. 5o. Compreendem direitos


arrolados ao longo dos vários incisos.
b) Direitos coletivos – concentrados no art. 5o. Compreendem direitos
arrolados ao longo de alguns incisos do art. 5o.
Há direitos individuais que podem ser, também, direitos coletivos, por
exemplo: liberdade de associação, a qual depende da vontade individual de
cada um querer associar-se, mas, ao mesmo tempo, só há associação com mais
de uma pessoa.
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E
COLETIVOS
o
Art. 5 Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:

A CF prevê alguns instrumentos processuais de garantia dos direitos


fundamentais e de alguns valores constitucionais. Vejamos no quadro a seguir
quais são esses instrumentos:

É o remédio Art. 5o […] LXVIII –


constitucional conceder-se-á “habeas-
destinado à corpus” sempre que alguém
HABEAS garantia da sofrer ou se achar ameaçado
CORPUS liberdade de sofrer violência ou coação
individual, em sua liberdade de
ameaçada por ato locomoção, por ilegalidade ou
coativo ilegal. abuso de poder;

Art. 5o […] LXXII –


É o remédio conceder-se-á “habeas data”:
destinado à a) para assegurar o
garantia do acesso conhecimento de informações
à informação, à relativas à pessoa do
retificação de impetrante, constantes de
HABEAS
informação ou registros ou bancos de dados
DATA
para a anotação de de entidades governamentais
informações ou de caráter público;
complementares b) para a retificação de dados,
em dados quando não se prefira fazêlo
públicos. por processo sigiloso, judicial
ou administrativo;
É o remédio
destinado às Art. 50 […] LXXI –
situações nas quais conceder-se-á mandado de
a ausência de injunção sempre que a falta de
norma norma regulamentadora torne
MANDADO
regulamentadora inviável o exercício dos
DE
torne inviável o direitos e liberdades
INJUNÇÃO
exercício de constitucionais e das
direito prerrogativas inerentes à
constitucional de nacionalidade, à soberania e à
natureza cidadania;
fundamental.

Art. 5o […] LXIX –


conceder-se-á mandado de
segurança para proteger
direito líquido e certo, não
amparado por “habeas corpus”
ou “habeas data”, quando o
É o remédio responsável pela ilegalidade
utilizado para ou abuso de poder for
amparar direito autoridade pública ou agente
líquido e certo da de pessoa jurídica no
pessoa (segurança, exercício de atribuições do
liberdade, Poder Público;
MANDADO LXX – o mandado de
propriedade…)
DE segurança coletivo pode ser
ameaçado ou
SEGURANÇA impetrado por:
violado por ato de
autoridade coatora a) partido político com
(nos casos não representação no Congresso
amparados por Nacional;
habeas data e b) organização sindical,
habeas corpus). entidade de classe ou
associação legalmente
constituída e em
funcionamento há pelo menos
um ano, em defesa dos
interesses de seus membros ou
associados;

É a garantia do
desdobramento Art. 5o […] LXXIII –
dos direitos qualquer cidadão é parte
políticos e permite legítima para propor ação
ao cidadão anular popular que vise a anular ato
ato lesivo: ao lesivo ao patrimônio público
patrimônio público ou de entidade de que o
AÇÃO
ou entidade de que Estado participe, à moralidade
POPULAR
o Estado participe; administrativa, ao meio
à moralidade ambiente e ao patrimônio
administrativa; ao histórico e cultural, ficando o
meio ambiente; ao autor, salvo comprovada má-
patrimônio fé, isento de custas judiciais e
histórico e do ônus da sucumbência;
cultural.

Embora não seja


propriamente um
remédio >
constitucional,
Art. 129. São funções
alguns concursos
institucionais do Ministério
exigem matérias
Público: […] III – promover o
AÇÃO CIVIL sobre esta ação,
inquérito civil e a ação civil
PÚBLICA que tem previsão
pública, para a proteção do
constitucional e
patrimônio público e social,
serve à defesa do
do meio ambiente e de outros
patrimônio, do
interesses difusos e coletivos;
ambiente e dos
direitos difusos e
coletivos.

c) Direitos sociais – concentrados nos arts. 6o ao 11. Compreendem os direitos


de proteção ao trabalho (arts. 7o ao 11) e direitos prestacionais (no Título VIII,
como saúde, educação, previdência, assistência social).

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS
o
Art. 6 São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o
trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.
o
Art. 7 São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além
de outros que visem à melhoria de sua condição social:

d) Direitos de nacionalidade – concentrados no art. 12. Definem os nacionais


(natos e naturalizados) e os estrangeiros.

CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE
Art. 12. São brasileiros:
I – natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que
de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de
seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe
brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da
República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe
brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira
competente ou venham a residir na República Federativa do
Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira;
II – naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade
brasileira, exigidas aos originários de países de língua
portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e
idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na
República Federativa do Brasil há mais de quinze anos
ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a
nacionalidade brasileira.
§ 1o Aos portugueses com residência permanente no País, se
houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os
direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta
Constituição.
o
§ 2 A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros
natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta
Constituição.
o
§ 3 São privativos de brasileiro nato os cargos:
I – de Presidente e Vice-Presidente da República;
II – de Presidente da Câmara dos Deputados;
III – de Presidente do Senado Federal;
IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V – da carreira diplomática;
VI – de oficial das Forças Armadas;
VII – de Ministro de Estado da Defesa.
§ 4o Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro
que:
I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial,
em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
II – adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei
estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao
brasileiro residente em Estado estrangeiro, como condição para
permanência em seu território ou para o exercício de direitos
civis;

e) Direitos políticos – concentrados nos arts. 14 e 15. Definem como funciona


o regime democrático, quem vota e quem pode ser votado (alistabilidade e
elegibilidade).
Sempre recorrente em concursos é a pergunta sobre os tipos de democracia
adotados pela Constituição, representativa e semidireta. Os instrumentos da
democracia semidireta são: plebiscito, referendo e iniciativa legislativa popular.
O art. 14 da CF prevê três instrumentos para a realização da democracia
semidireta. Vejamos o quadro resumo:
Ver art. 14 da
CF.
Exemplo: a
Consulta à população para que se população de
manifeste, previamente, ao um Estado é
PLEBISCITO
assunto colocado à manifestação consultada se
por decisão da Casa Legislativa. tem interesse
na criação de
um novo
Estado.

Ver art. 14 da
CF.
Exemplo: a
Consulta à população para que se
população foi
manifeste, posteriormente, à
consultada
REFERENDO manifestação da Casa Legislativa
sobre a
sobre a aprovação ou reprovação
aprovação ou
da matéria decidida.
reprovação ao
Estatuto do
desarmamento.

A população se manifesta
propondo projetos de lei à Casa
Legislativa, sendo necessário que
seja, pelo menos, 1% do
INICIATIVA
eleitorado nacional em, pelo Ver arts. 14 e
LEGISLATIVA
menos, cinco Estados da 61 da CF.
POPULAR
Federação e que em cada um
deles haja a manifestação de, pelo
menos, 0,3% do eleitorado
daquele Estado.

4.3. Direitos fundamentais em princípios


LIBERDADE

IGUALDADE

SEGURANÇA

PROPRIEDADE

VIDA

Direitos fundamentais são acompanhados de garantias fundamentais. As


garantias são instrumentos para a proteção de direitos fundamentais.
Atenção! Existem incisos do art. 5o que preveem a palavra “lei” como
regulamentadora de direitos. A lei pode trazer elementos para ampliar o gozo de
direitos e trazer elementos de restrição a certos direitos.

§ 1o As normas definidoras dos direitos e garantias


fundamentais têm aplicação imediata.
§ 2o Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela
adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.
§ 3o Os tratados e convenções internacionais sobre direitos
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais.

Após os direitos fundamentais, que constituem o Título II, há as normas de


organização do Estado Brasileiro. Não esqueçamos que o Brasil adota a forma
federativa. Vamos analisar alguns dos principais conteúdos da organização do
Estado. Em relação à forma do Estado, o Brasil adotou forma federativa, de
acordo com o art. 18. Compõem a federação a União, os Estados e os
Municípios.

Art. 18. A organização político-administrativa da República


Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta
Constituição.
o
§ 1 Brasília é a Capital Federal.
o
§ 2 Os Territórios Federais integram a União, e sua criação,
transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem
serão reguladas em lei complementar.
o
§ 3 Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou
desmembrarse para se anexarem a outros, ou formarem novos
Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da
população diretamente interessada, através de plebiscito, e do
Congresso Nacional, por lei complementar.
o
§ 4 A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento
de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período
determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de
consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos
Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de
Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da
lei.

O art. 18 prevê a possibilidade de criação de novos Estados e de novos


Municípios. Os bens de cada pessoa político-administrativa da Federação estão
relacionados no art. 20.

Art. 20. São bens da União:


I – os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser
atribuídos;
II – as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras,
das fortificações e construções militares, das vias federais de
comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
III – os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos
de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de
limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro
ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias
fluviais;
IV – as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com
outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as
costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de
Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a
unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;
V – os recursos naturais da plataforma continental e da zona
econômica exclusiva;
VI – o mar territorial;
VII – os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII – os potenciais de energia hidráulica;
IX – os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X – as cavidades naturais subterrâneas e os sítios
arqueológicos e préhistóricos;
XI – as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

5. COMPETÊNCIAS DA FEDERAÇÃO
Esta matéria é bastante exigida e permite que identifiquemos tanto os poderes
como as responsabilidades da União, dos Estados e dos Municípios. Vejamos a
lista de acordo com os artigos da CF:

Art. 21. Compete à União:


UNIÃO Art. 22. Compete privativamente à União legislar
sobre:

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se


pelas Constituições e leis que adotarem,
observados os princípios desta Constituição.
ESTADOS
§ 1o São reservadas aos Estados as
competências que não lhes sejam vedadas por esta
Constituição.
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão
em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada
em dois turnos com interstício mínimo de dez dias,
e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa,
DF que a promulgará, atendidos os princípios
estabelecidos nesta Constituição.
§ 1o Ao Distrito Federal são atribuídas as
competências legislativas reservadas aos Estados e
Municípios.

MUNICÍPIOS Art. 30. Compete aos Municípios

COMPETÊNCIA Art. 23. É competência comum da União, dos


COMUM Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:

COMPETÊNCIA Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao


CONCORRENTE Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

Os territórios federais e as regiões administrativas não são entes da federação,


mas entidades administrativas. Atenção! Não os inclua entre pessoas da
federação.

Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e


judiciária dos Territórios.
[…] Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá
articular sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e
social, visando a seu desenvolvimento e à redução das
desigualdades regionais.

Os arts. 34 e 36, combinados, preveem a intervenção federal nos Estados e no


DF; o art. 35 prevê a intervenção estadual nos Municípios. Todos os artigos
mencionam situações excepcionais que, por alguns momentos, limitam ou
retiram a autonomia dessas entidades. Analisemos os artigos base:
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito
Federal, exceto para:
[…] Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem
a União nos Municípios localizados em Território Federal,
exceto quando:

Na ordenação da Constituição, após as normas de organização do Estado


surgem as normas de organização dos poderes. Cada um dos poderes virá
disciplinado a partir do art. 44 da CF. Comecemos pelo Legislativo.

5.1. Poder Legislativo


O Legislativo é colocado como o primeiro poder na distribuição de assuntos
da Constituição. Isso se deve à ideia de que ele é o máximo poder de
representação popular. Esse poder reúne, entre as funções principais, a
fiscalização e a produção de normas.

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:


I – emendas à Constituição;
II – leis complementares;
III – leis ordinárias;
IV – leis delegadas;
V – medidas provisórias;
VI – decretos legislativos;
VII – resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a
elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.
[…] Art. 61. A iniciativa das leis complementares e
ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos
Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao
Presidente da República, ao Supremo Tribunal
Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da
República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição.
[…] Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial da União e das entidades da
administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e
renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional,
mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de
cada Poder.

O Legislativo federal é formado pelo Congresso Nacional; o Legislativo


estadual é formado pela Assembleia Legislativa, na qual os parlamentares são
designados “deputados”; o Legislativo distrital é formado pela Câmara
Legislativa do DF, na qual os parlamentares são designados “deputados
distritais”; o Legislativo municipal é formado pelas câmaras municipais, nas
quais os parlamentares são denominados “vereadores”.
Detalhemos a composição do Legislativo federal e analisemos as regras do
seu funcionamento:

O Legislativo federal é bicameral, composto de Senado e Câmara.


Os senadores são eleitos para mandatos de oito anos, em número de três por
Estado, sendo um eleito em uma rodada e outros dois eleitos na outra rodada.
As competências do Senado estão relacionadas no art. 52.
Os deputados federais são eleitos para mandatos de quatro anos, de forma
proporcional à população do Estado (máximo de setenta por Estado; mínimo
de oito por Estado).

O art. 44 fornece a base das informações anteriores:

Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso


Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal.
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro
anos.
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de
representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em
cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
§ 1o O número total de Deputados, bem como a representação
por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei
complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se
aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que
nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito
ou mais de setenta Deputados.
§ 2o Cada Território elegerá quatro Deputados.
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos
Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio
majoritário.
o
§ 1 Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores,
com mandato de oito anos.
o
§ 2 A representação de cada Estado e do Distrito Federal será
renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e
dois terços.
o
§ 3 Cada Senador será eleito com dois suplentes.

É importante ver os artigos da Constituição que disciplinam o que é de


competência do Senado e aquilo que é de competência da Câmara. Vamos à
análise:

Competências da Câmara (art. 51) e do Senado (art. 52).


Frisemos que há idades mínimas para se eleger senador ou deputado federal.
A idade mínima de elegibilidade é de 35 anos para o Senado e de 21 anos para
a Câmara.
O Legislativo funciona com base em órgãos fracionários, como é disciplinado
no art. 50. É bom atentarmos para isso, pois as comissões podem até mesmo
produzir textos de leis.
Os órgãos fracionários do Legislativo são as comissões.

Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões


permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as
atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que
resultar sua criação.
§ 1o Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é
assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional
dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da
respectiva Casa.
o
§ 2 Às comissões, em razão da matéria de sua competência,
cabe:

Senadores e deputados apresentam critérios de legitimidade distintos. O que


cada um representa? Os senadores são representantes dos Estados. Os deputados
federais são representantes do povo. Como dito no início sobre o Legislativo,
uma das suas principais funções é normativa, ou seja, a produção de leis.
Estudemos os itens a seguir para ver como se dá a produção de leis.

5.1.1. TIPOS DE LEIS

a) Leis complementares – destinadas às matérias que a Constituição definiu


como conteúdos de lei complementar.
b) Leis ordinárias – destinadas à generalidade das matérias, excluindo aquelas
de lei complementar.
c) Leis delegadas – delegação que o Legislativo entrega ao Executivo para a
produção de certas normas.
Enquanto as leis complementares são produzidas por maioria absoluta, as leis
ordinárias são produzidas por maioria simples.

Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as


deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas
por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus
membros.
[…] Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por
maioria absoluta.

d) Medidas provisórias – têm a força de lei; dependem de aprovação do


Legislativo, depois de editadas. Valem por 60 dias (prorrogável uma única
vez). Não esqueçamos que a medida provisória não é lei, ela se torna lei
somente após ser aprovada pelo Legislativo.

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da


República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei,
devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.

5.1.2. PROCESSO LEGISLATIVO

Em esquema simplificado, como tramitam os projetos de lei? Vejamos:

Regra: os projetos começam a tramitação pela Câmara; exceção pelo Senado.


Câmara: casa iniciadora.
Senado: casa revisora.
A casa que encerra a votação de projeto de lei o encaminha ao Executivo.
Atentemos: a casa que encerra a votação encaminha ao Execu-tivo. Depois da
apreciação pelo Legislativo iniciará a tarefa do Executivo.
O Executivo pode vetar ou sancionar; o veto pode ser parcial ou total.
Prazo para o veto ou sanção: 15 dias.

Os vetos podem ser derrubados pelo Legislativo, desde que por maioria
absoluta. Isso significa que a palavra final será do Legislativo.

Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto
pela outra, em um só turno de discussão e votação, e enviado à
sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou
arquivado, se o rejeitar.
Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa
iniciadora.
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação
enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que,
aquiescendo, o sancionará.
§ 1o Se o Presidente da República considerar o projeto, no
todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse
público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias
úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de
quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os
motivos do veto.
o
§ 2 O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo,
de parágrafo, de inciso ou de alínea.
o
§ 3 Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do
Presidente da República importará sanção.

Já vimos a função de produção de normas pelo Legislativo. Cumpre lembrar, e


isso sempre é exigido em concursos, que o Legislativo tem também a função de
fiscalizar os demais poderes. Nesta matéria é fundamental lembrarmos que os
tribunais de contas são órgãos do Poder Legislativo com a função de fiscalização
(apesar do nome tribunais, não são órgãos do Judiciário).
Os tribunais de contas são os órgãos auxiliares de fiscalização orçamentária,
financeira e contábil do Legislativo.
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional,
será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao
qual compete:

5.2. Poder Executivo


Para iniciarmos os estudos sobre o Poder Executivo, lembremos que este
poder se apresenta em todos os níveis federativos:
a) Federal – presidente da República;
b) Estadual – governador;
c) Municipal – prefeito.
Em todos os casos, os chefes do Executivo são eleitos para um período de
quatro anos de mandato.
Atenção! Todos devem ser eleitos por maioria absoluta, exceto nos
Municípios com menos de 200 mil eleitores, nos quais a exigência é de maioria
simples.

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em


dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada
por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os
seguintes preceitos:
I – eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores,
para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e
simultâneo realizado em todo o País;
II – eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro
domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos
que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de
Municípios com mais de duzentos mil eleitores;

Há algumas regras específicas em caso de vacância dos cargos do executivo.


Analisemos os casos:
se houver a vacância nos dois primeiros anos de governo, ocorrerá nova
eleição popular para preencher o cargo;
se houver a vacância nos dois últimos anos, ocorrerá eleição no Congresso
Nacional para preencher o cargo.

As regras federais são aplicadas, em linhas gerais, aos Estados e Municípios.

Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente


da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a
última vaga.
o
§ 1 Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período
presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias
depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da
lei.
o
§ 2 Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o
período de seus antecessores.

Sempre lembremos que o nosso sistema é presidencial. O sistema do


Executivo é unipessoal; a mesma pessoa é chefe de Estado e chefe de governo.
As competências do presidente estão elencadas no art. 84 da CF; é importante lê-
lo para fixar as prerrogativas e poderes do presidente.
A CF prevê outros órgãos ligados ao Executivo. Embora de rara ocorrência,
são matérias exigidas em concursos. Falamos dos órgãos constitucionais
previstos para aconselhar o presidente: Conselho da República e Conselho de
Defesa Nacional. E lembremos que a CF prevê o papel dos ministros de Estado,
auxiliares do presidente, conforme o disposto no art. 87 da CF.

5.3. Poder Judiciário


O Poder Judiciário está estruturado na nossa Constituição com algumas
características básicas que deverão ser lembradas em todos os concursos.
Primeiro, o Judiciário está dividido em Judiciário da União e Judiciário dos
Estados. O DF apresenta estrutura igual àquela dos Estados, mas é poder
mantido pela União. Vamos visualizar o esquema geral.

5.3.1 ESTRUTURA DO JUDICIÁRIO


Cúpula: STF, que ocupa posição diferenciada, como o tribunal guardião da
Constituição.
Órgão fiscalizador: CNJ. Não é um órgão que desempenhe funções judicantes.
Na verdade, o CNJ faz a atividade fiscalizadora do próprio funcionamento do
Judiciário.

5.3.1.1. O JUDICIÁRIO DA UNIÃO

STJ – Superior Tribunal de Justiça.


TST – Tribunal Superior do Trabalho. Com os tribunais regionais do trabalho
(TRTs) no âmbito estadual, ou de mais de um Estado, ou mais de um por
Estado, além das varas do trabalho.
STM – Superior Tribunal Militar e auditorias militares.

TRFs – Tribunais Regionais Federais, varas federais e juizados especiais


federais.
TSE – Tribunal Superior Eleitoral e os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs),
com os juízes eleitorais.

5.3.1.2. JUDICIÁRIO DOS ESTADOS

O art. 125 da CF traz a disciplina básica do judiciário dos Estados: Tribunais


de Justiça (TJs), que são os órgãos de cúpula do Judiciário dos Estados. A base é
composta por juízes de direito, em varas cíveis, criminais e outras. Em alguns
Estados, há a estrutura do Judiciário Militar com auditorias e tribunais de justiça
militar.

5.4. Funções essenciais à Justiça


Além do Poder Judiciário, a Constituição prevê o funcionamento de várias
instituições paralelas, sem as quais o Judiciário não poderá realizar as suas
funções. São essenciais à justiça o Ministério Público, a Advocacia e a
Defensoria Pública. O Ministério Público divide-se em MP da União e MP dos
Estados; o MP do DF faz parte do MP da União. Vejamos a organização como
está disposta na CF:

Ministério Público da União:

» Ministério Público Federal;


» Ministério Público do Trabalho;
» Ministério Público Eleitoral;
» Ministério Público Militar;
» Ministério Público do DF e dos Territórios.
O Ministério Público dos Estados tem organização própria.
Advocacia da União, dos Estados, dos Municípios.
Advocacia pública.
Advocacia privada.
Defensoria Pública, da União e dos Estados.

Veja a Tabela.

6. FORÇAS ARMADAS
As Forças Armadas estão disciplinadas na Constituição como instituições
voltadas à preservação da ordem e segurança externas. De acordo com a CF,
temos os seguintes pontos da organização:

EXÉRCITO

MARINHA

AERONÁUTICA
7. POLÍCIAS DA UNIÃO
Ao lado das Forças Armadas, a CF disciplina algumas entidades que são as
polícias da União. Acompanhe a classificação como exposto no texto
constitucional:

POLÍCIA FEDERAL

POLÍCIA FERROVIÁRIA

POLÍCIA RODOVIÁRIA

7.1. Forças dos Estados


Além das estruturas da União, a CF prevê as forças dos Estados responsáveis
pela preservação da ordem e segurança internas (a segurança externa é
responsabilidade da União; a segurança interna é de responsabilidade dos
Estados e da União). São forças dos Estados:
a) bombeiros militares;
b) polícias militares;
c) polícia civil.
Os Municípios podem exercer atividades suplementares em segurança
pública, tarefa que é realizada pelas guardas municipais.

8. ESTADOS EXCEPCIONAIS DA
CONSTITUIÇÃO
O candidato deve estar preparado para responder às questões envolvendo os
dois estados de excepcionalidade. Vamos indicar os artigos que ilustram as
hipóteses de cabimento dos estados excepcionais, que são o estado de sítio e o
estado de defesa.

8.1. Estado de defesa

Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o


Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional,
decretar estado de defesa para preservar ou prontamente
restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública
ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade
institucional ou atingidas por calamidades de grandes
proporções na natureza.
§ 1o O decreto que instituir o estado de defesa determinará o
tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e
indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a
vigorarem, dentre as seguintes:
I – restrições aos direitos de:
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
II – ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na
hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos
danos e custos decorrentes.
§ 2o O tempo de duração do estado de defesa não será
superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual
período, se persistirem as razões que justificaram a sua
decretação.

8.2. Estado de sítio

Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o


Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional,
solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o
estado de sítio nos casos de:
I – comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de
fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o
estado de defesa;
II – declaração de estado de guerra ou resposta a agressão
armada estrangeira.
[…] Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com
fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as
pessoas as seguintes medidas:
I – obrigação de permanência em localidade determinada;
II – detenção em edifício não destinado a acusados ou
condenados por crimes comuns;
III – restrições relativas à inviolabilidade da correspondência,
ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à
liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;
IV – suspensão da liberdade de reunião;
V – busca e apreensão em domicílio;
VI – intervenção nas empresas de serviços públicos;
VII – requisição de bens.

9. ORDEM TRIBUTÁRIA
Nesta parte da Constituição estão disciplinados os tributos. É sempre
importante lembrar que temos uma divisão em espécies de tributos que estão
organizados da seguinte maneira:

União: arts. 153 ao 154; Estados: art. 155;


IMPOSTOS
Municípios: art. 156.

Mediante o exercício do poder de polícia ou


prestação, efetiva ou potencial, de serviços
TAXAS
público. Art. 145, tanto para União, Estados e
Municípios.
CONTRIBUIÇÕES Mediante a realização de obra pública. Tanto para
DE MELHORIA União, Estados e Municípios.

União: art. 149. Estados e Municípios somente


CONTRIBUIÇÕES
para o custeio do sistema previdenciário de seus
ESPECIAIS
servidores.

EMPRÉSTIMO
União: art. 148.
COMPULSÓRIO

É fundamental que o candidato não faça confusão entre as várias espécies de


tributos: deve sempre distinguir entre taxas, impostos e contribuições.
As principais garantias do contribuinte estão no art. 150 da CF. Nesse artigo, o
candidato conseguirá verificar os chamados princípios garantidores da segurança
do contribuinte.
É bom que o candidato fique atento ao fato de que o título VI da Constituição
estabelece também as principais diretrizes em matéria orçamentária, ou seja,
além de regras sobre os tributos temos também regras sobre os gastos públicos.
Alguns dos principais pontos exigidos com a sugestão dos artigos da
Constituição: a repartição de receitas encontra regras específicas nos arts. 157 ao
159. A Carta Magna estabelece quais são as principais leis orçamentárias. É
importante que fixemos quais são essas leis:
a) plano plurianual;
b) lei de diretrizes orçamentárias;
c) lei orçamentária anual.

10. ORDEM ECONÔMICA


A ordem econômica é a parte da Constituição que disciplina o poder
econômico na sociedade. Para melhor estudarmos, partiremos do art. 170, que
coloca os seguintes pontos:

Fundamentos da ordem econômica: valores do trabalho e livre iniciativa.


Objetivos da ordem econômica: assegurar a todos existência digna.
Os princípios da ordem econômica são os seguintes:

I – soberania nacional;
II – propriedade privada;
III – função social da propriedade;
IV – livre concorrência;
V – defesa do consumidor;
VI – defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento
diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e
serviços e de seus processos de elaboração e prestação;
VII – redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII – busca do pleno emprego;
IX – tratamento favorecido para as empresas de pequeno
porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e
administração no País.

A ordem econômica é a parte que regula as várias atividades econômicas,


estabelecendo intervenções do Estado e campos para a atuação dos particulares.
É na ordem econômica que, por exemplo, encontraremos as normas sobre a
atuação do Estado no petróleo, na energia nuclear, na prestação de serviços
públicos. Vejamos os principais artigos da CF sobre essas matérias:
a) Exploração de atividades econômicas pelo Estado: arts. 173 e 177.
b) Monopólio do petróleo e das atividades nucleares: art. 177.
c) Serviços públicos e as formas de concessão/permissão: art. 175.
d) A exploração dos recursos minerais e do subsolo: art. 176.
e) A forma como se processará a navegação nas águas brasileiras: art. 178.
f) A política urbana e as normas para a ordenação do espaço urbano: arts. 182
ao 183.
g) A política agrária e os fundamentos da reforma agrária: arts. 184 ao 190.
h) Os fundamentos do sistema financeiro nacional e regras básicas de
funcionamento: art. 192.

11. ORDEM SOCIAL


Esta parte da Constituição consagra as principais prestações do Estado, os
direitos sociais e as políticas públicas. Encontraremos várias normas
disciplinando benefícios sociais como a saúde, a previdência, a educação e a
assistência social. É importante que o candidato faça a leitura dos conteúdos de
acordo com a progressão e os artigos que indicamos a seguir.

CONTEÚDO ARTIGOS DA CF

Saúde 196 – 200

Previdência Social 201 – 202

Assistência Social 203 – 204

Educação 205 – 214

Cultura 215 – 216

Desporto 217

Ciência e Tecnologia 218 – 219

Comunicação Social 220 – 224

Meio Ambiente 225

Família, idoso, criança, jovem 226 – 230

Índios 231 – 232


12. SISTEMA DE CONTROLE DE
CONSTITUCIONALIDADE
Sistema para evitar a produção de normas contrárias à Constituição; sistema
para evitar atos contrários à Constituição. Este conteúdo é exigido nos concursos
de tal maneira que o candidato possa demonstrar que compreende a Carta Magna
como norma superior e que não pode ser contrariada ou contraditada por outras
normas inferiores.
Quem faz o controle? Este conteúdo exige que o candidato consiga situar o
controle de constitucionalidade entre os poderes do Estado – Executivo,
Legislativo e Judiciário. Podemos dividir o sistema de controle da seguinte
maneira:

O Executivo e o Legislativo realizam o controle preventivo – prévio.


O Judiciário realiza o controle das normas já vigentes – repressivo ou
posterior.

Além desses critérios, há de se visualizar, no controle realizado pelo


Judiciário, como ocorre:

Controle difuso – feito por qualquer juiz ou tribunal, ou seja, pode ser
realizado por todo o sistema judicial.
Controle concentrado – realizado por um único órgão do Judiciário:

» o controle concentrado da Constituição Federal é feito pelo STF;


» o controle concentrado das constituições estaduais é feito pelos TJs.
O controle também pode ser analisado pela forma como pode ser despertado.
Assim, temos:

Controle incidente – o controle surge como um incidente em qualquer tipo de


ação ou processo.
Controle por via de ação – neste caso, o controle surge por ações definidas
pelo próprio sistema de normas. São as seguintes ações:

» ação direta de inconstitucionalidade, por ação ou omissão. Quem pode


propor? Ver o art. 103 da CF;
» ação declaratória de constitucionalidade. Quem pode propor? Ver o art. 103
da CF.

Arguição de descumprimento de preceito fundamental (art. 103 da CF).


Representação interventiva. Quem pode propor? Ver art. 36 da CF.

Também é exigido do candidato que domine a forma como o controle é


realizado, se realizado num processo concreto ou apenas para discutir, em tese, a
constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma norma. Assim, temos:

Controle concreto – em demanda concreta.


Controle abstrato – discute, em tese, se uma norma fere ou não a Constituição.
Independe de demanda concreta.
PARTE II
Direito Administrativo

1. A FUNÇÃO ADMINISTRATIVA E A
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Para a compreensão dos conteúdos de Direito Administrativo resolvemos
iniciar pela contextualização da função administrativa, que pode ser melhor
entendida se atentarmos para a teoria da tripartição de poderes.

A teoria clássica e consagrada no art.


Executivo, Legislativo, Judiciário
2o da CF da tripartição de poderes.

O que deve ser bem visualizado pelos candidatos é que a tripartição de


poderes é, ao mesmo tempo, a divisão das tarefas do Estado, entregando a cada
poder uma especialidade. Assim, em qualquer questão de concurso, atente para a
especialização funcional.
Cada um dos poderes tem a especialização funcional:

Especialização na função administrativa e normativa


EXECUTIVO
infralegal.

LEGISLATIVO Especialização na função normativa e fiscalizadora.

JUDICIÁRIO Especialização na função jurisdicional.


A função administrativa pode ser classificada como aquela que realiza
prestações materiais, cria normas, limita a liberdade e a propriedade, faz oferta
de comodidades, tudo de acordo com o comando superior da lei, de maneira
concreta, no atendimento dos interesses da comunidade/coletividade.
Notemos que a expressão “administração pública”, como tratada acima, está
inserida no que chamamos “contexto funcional”, ou seja, a ideia de que o
conceito da administração pública decorre da análise das funções que ela exerce.
É comum em várias questões de concursos a utilização dos chamados critérios
objetivos e subjetivos para o entendimento da administração pública.

SENTIDO
As expressões relacionadas a este sentido são:
OBJETIVO,
funções administrativas exercidas pelo poder
OU
especialista, o Executivo; função administrativa é
MATERIAL
aquela distinta da função de governo; distinta da
OU
função jurisdicional; distinta da função legislativa.
FUNCIONAL

SENTIDO As expressões relacionadas a este sentido são:


SUBJETIVO, existem pessoas ou órgãos que exercem a função
OU FORMAL administrativa; existem agentes que realizam a
OU função administrativa; existem pessoas jurídicas que
ORGANICISTA realizam a função administrativa.

Note que o sentido objetivo está mais voltado ao sentido funcional. O sentido
subjetivo, por sua vez, trata mais de órgãos e de agentes públicos.

2. O DIREITO ADMINISTRATIVO
Além de pedirem para definir o que é a administração pública e a função
administrativa, alguns concursos apresentam questões que perguntam sobre o
ramo do direito que trata da administração pública. Esse ramo é o Direito
Administrativo.
Vamos usar as seguintes palavras para compreender o que é o Direito
Administrativo: “direito” é um conjunto de normas jurídicas, enquanto
“administrativo” é um termo para designar a matéria da administração pública.
Assim, o Direito Administrativo é o ramo do Direito que tem por objeto a
regulação jurídica das ações, a regulação das pessoas e agentes e dos bens da
administração pública, com um componente finalístico que é a realização dos
interesses coletivos.
É bastante comum a associação anterior entre a palavra “direito” e “norma”
(ou normas jurídicas). Já que há um direito administrativo, ele é um conjunto de
normas, que apresentam um conteúdo diferenciado, justamente a matéria tratada
pelas normas do Direito Administrativo. Lembre-se, então, que o Direito
Administrativo tem normas que tratam da administração pública. É sua
regulação jurídica. Poderemos encontrar várias situações diferentes de regulação.
Como veremos, pode ser uma norma que trate dos servidores públicos ou que
trate da relação da administração pública com os particulares (uma aplicação de
multa, por exemplo). Também podemos imaginar uma norma de Direito
Administrativo como aquela que tem no seu conteúdo a proteção e a regulação
dos bens da administração pública (por exemplo, que regule a venda de bens
públicos). Pode ser perguntado se essas normas têm alguma finalidade no
conteúdo? A resposta é afirmativa, sempre no interesse público.

3. OS PRINCÍPIOS E O REGIME JURÍDICO


ADMINISTRATIVO
As normas que integram o Direito Administrativo e disciplinam a
administração pública formam um sistema que pode ser chamado “regime
jurídico administrativo”. A expressão “regime jurídico” passa a ideia de que a
regulação da administração pública tem um sentido de união e coerência,
encaixando várias situações diferentes relacionadas ao poder público num
mesmo feixe.
Os elementos centrais do regime jurídico administrativo permitem que
identifiquemos como esse conjunto está organizado:

NA DICOTOMIA
É parte do direito público. O regime jurídico é de
PÚBLICO
direito público por tratar do Estado – poder
VERSUS
público – e das relações do Estado.
PRIVADO
Supremacia do interesse público. Todo o regime
de normas busca alcançar os interesses da
VALOR coletividade. Muitas vezes, isso leva à
SUPERIOR ponderação entre os interesses individuais e
públicos. Há a predominância do interesse
público.

Fins da coletividade. Como visto no quadro


acima, as normas administrativas buscam o
FINALIDADE interesse coletivo. Situações que fogem ao
interesse coletivo são tomadas no regime
administrativo como ilícitas.

Em decorrência da supremacia do interesse


público, o poder público é colocado em situação
DESIGUALDADE/ superior ao interesse individual. Por isso, a
IGUALDADE administração pública goza de algumas
prerrogativas que não são comuns nas relações
privadas.

Legalidade. Obrigações e proibições ao poder


público. Toda a ação do Estado deve ser regrada
PRINCÍPIO
por lei, prevista por lei. Não há como inovar e
MESTRE
permitir ações estatais que não estejam previstas
na lei.

O sistema de normas que dá forma ao regime jurídico administrativo


apresenta a estrutura proveniente de alguns princípios. A palavra “princípio” é
aqui empregada no sentido de que são determinações gerais que influenciam
todas as ações da administração pública. Grande parte da lista de princípios a
seguir está no art. 37 da CF. Alguns – e isso pode ocorrer – serão encontrados
espalhados pelo sistema administrativo e, em determinados casos, nem mesmo
por escrito estão.
Toda a ação da administração pública está
LEGALIDADE
regrada, determinada e limitada pela lei.

A administração pública deve tratar a todos de


maneira igualitária, sempre lembrando que o
tratamento será igual se as pessoas estiverem
IGUALDADE em situação de igualdade; se não estiverem,
deverá ser realizado o tratamento na medida da
desigualdade das pessoas (o contrário da
igualdade é o privilégio).

Os interesses públicos são superiores aos


SUPREMACIA DO
interesses privados, e desde que o que seja feito
INTERESSE
no interesse público respeite os direitos
PÚBLICO
fundamentais.

Atuação sem prejudicar ou beneficiar pessoas


determinadas (a não ser que a defesa do grupo
IMPESSOALIDADE
determinado seja a representação do interesse
público).

Controle e fiscalização para a realização das


CONTROLE OU finalidades (incluindo a autotutela, que é a
TUTELA iniciativa controladora e fiscalizadora tomada
pela própria administração pública).

Os atos da administração pública, salvo alguns


raros e detalhados casos, devem ser
PUBLICIDADE exteriorizados e conhecidos por todos, além de
descreverem detidamente as razões da adoção
de tais atos.

Os atos da administração pública deverão ser


pautados por aqueles valores aceitos pela ordem
MORALIDADE jurídica, servindo o princípio como um guia da
retidão das ações administrativas.

As ofertas que a administração pública realiza


CONTINUIDADE aos administrados são marcadas pelo caráter de
DO SERVIÇO essencialidade à vida, portanto não se espera
PÚBLICO que ocorram interrupções ou cessações na sua
prestação.

As ações da administração pública devem ser


realizadas com atenção aos padrões de mais alta
EFICIÊNCIA
qualidade e, ao mesmo tempo, da maneira mais
econômica.

A estrutura e a organização da administração


pública deve ser pautada por verticalização,
HIERARQUIA
superiores e inferiores, com comandos e
capacidade de supervisão.

3.1. Princípios da administração pública no art. 37 da


CF

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer


dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também,
ao seguinte:

Os princípios têm a função normogenética, ou seja, são as bases de outras


normas. Veja no quadro a seguir o que significa essa natureza normogenética:
PRINCÍPIOS DA São as bases das outras normas da administração
ADMINISTRAÇÃO pública.

4. PODERES DA ADMINISTRAÇÃO
Como consequência das tarefas que a administração pública deve realizar no
atendimento coletivo, ela recebe algumas prerrogativas ou poderes que a
diferenciam, tornam-na desigual ao particular. A explicação para os poderes
diferenciados da administração pública encontra-se na realidade de ter que tratar
de interesses coletivos. Como poderia a administração pública, por exemplo,
apreender a mercadoria estragada e colocada à venda, se não dispusesse de
poderes diferenciados? Em várias diferentes situações os seus poderes
frequentam as questões de concursos públicos. Vamos analisar alguns tópicos
essenciais.

4.1. Poder vinculado ou discricionário


A administração pública age de acordo e no impulso da lei. Essas ações
podem ser todas conformadas pelo que está escrito na lei ou, de maneira um
pouco diferente, as ações podem estar descritas na lei, mas deixam ao agente
público o campo de decisão sobre quais meios usar, qual a melhor oportunidade
e quais os critérios nos quais se basear.

Não há margem de conveniência e oportunidade


VINCULADO ao agente público. Pode ser anulado tanto pela
administração pública, quanto pelo Judiciário.

Há margem de conveniência e oportunidade ao


agente público. Pode ser anulado pela
DISCRICIONÁRIO administração pública ou pelo Judiciário, mas só
pode ser revogado pela administração pública.
São muitas as questões de concursos sobre os poderes discricionário e
vinculado. Lembremos sempre de analisar se o caso apresenta, ou não,
possibilidade de a administração pública usar alguma medida de conveniência e
oportunidade para decidir. Se alguma dessas medidas estiver presente, trata-se de
poder discricionário. No poder vinculado não há esse espaço de conveniência e
de oportunidade. Neste, se as disposições da lei forem atendidas, deve-se realizar
no limite estreito daquilo que está previsto, sem discricionariedade. Lembremos
que a discricionariedade sempre importa em que a lei deixou margens para a
decisão. No vinculado, não.

4.2. Poder hierárquico


O poder hierárquico é o poder de organização e de distribuição de funções da
administração pública. A organização é atribuída pela lei. Vale destacar que a Lei
no 9.784/1999 trata dessa hierarquia.

Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos


órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os
casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não
houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a
outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam
hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em
razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica,
jurídica ou territorial.

A estrutura da administração pública, como toda estrutura que exige comando


e ordens, tem que ser organizada como uma cadeia, com autoridades superiores e
inferiores, de acordo com aquilo que a lei apresenta.
Como visto antes, uma palavra repetida sempre é “competência”, que designa
quais os poderes que uma autoridade recebe e quais as tarefas que deve
desempenhar. Em algumas situações, para o melhor e eficiente desempenho das
funções, uma autoridade pode transmitir parte de seus poderes e tarefas a outra
autoridade. Essa é a situação da “delegação”. Delegar significa transmitir para
outro.

4.3. Poder disciplinar


A administração pública pode aplicar sanções administrativas aos seus agentes
pela prática de ilícitos administrativos. A existência do poder disciplinar
justifica-se pelo fato de que os interesses perseguidos pelo poder público são da
coletividade. Assim, um agente público recebe especiais poderes para realizar as
finalidades públicas. Quem recebe poderes especiais tem, por consequência,
maior grau de responsabilidade. As normas de Direito Administrativo preveem
que a própria administração pública detenha o poder para punir/sancionar
aqueles agentes que realizem condutas em desalinho com o que as normas
estabelecem. Entenda que isso significa que, além das possíveis sanções penais,
a própria administração pública pode aplicar as sanções, de acordo com as
normas administrativas.
As sanções administrativas são diferentes das sanções penais: em dinheiro,
proibição de exercício de determinada atividade, afastamento do serviço público,
entre outras.
Algumas condições-pressupostos devem ser analisadas para entender o poder
disciplinar:

aplica-se aos agentes envolvidos com a administração pública – servidores,


agentes públicos;
envolve as sanções administrativas – diferente de sanções penais;
envolve sindicância ou processo administrativo disciplinar para a apuração –
ou seja, para aplicar a sanção deve ocorrer um devido processo.

4.4. Poder normativo


O poder conferido à administração para a produção de normas é designado
“normativo”. Deve ser bem visualizado que a função administrativa é exercida
conforme a lei, ou seja, a função administrativa é consequência da lei. Algumas
vezes surgem confusões, pois a própria lei atribui à administração pública o
poder de criar normas. Então, um dos desdobramentos da função administrativa
é a capacidade de produzir normas abaixo da lei. Essas normas podem ser
decretos de execução ou decretos regulamentares, que são propriamente
concretizações de leis superiores: decretos e regulamentos autônomos, que,
embora definido o poder da administração pública de produzi-los em normas
superiores, proporcionam grande espaço para o poder público regular matérias.

4.5. Poder de polícia


O poder que a administração tem de limitar a propriedade e a liberdade do
administrado é denominado “poder de polícia”. As restrições deverão ser
justificadas por atender ao interesse público ou os direitos fundamentais.
Notemos que o poder de polícia consiste na atuação do poder público limitando
aquilo que chamamos autonomia individual. Num primeiro momento, muitas
pessoas podem não entender isso. Lembremos que a vida em sociedade só é
possível se houver uma ordenação, limitando as vontades individuais diante de
interesses coletivos. O poder de polícia atribui poderes à administração pública
para que esta possa realizar a limitação. Exemplo: o policiamento e a regulação
do trânsito.
O poder de polícia pode ser geral ou concreto. Isso significa que pode ser
exercido por um comando direcionado a pessoas indistintas, sob a forma da
generalidade. De outro lado, pode ser direcionado à determinada pessoal.
O poder de polícia pode ser realizado por atos normativos ou execuções
materiais concretas. Como vimos antes, a administração pública pode expedir
normas regulamentadoras de condutas capazes de trazer limitações aos
particulares. Pode ser exercido, também, com a atuação individual no caso
concreto (apreensão de mercadoria que está em desacordo com as normas
sanitárias).

4.5.1. ATRIBUTOS

Vejamos que o ato administrativo é um poder, portanto é dotado de certas


características que o diferenciam de outras situações ou relações sociais.
Vejamos quais são:

Exerce-se discricionariamente (ver poder discricionário, antes).


A administração pública dispõe de força para executar, dispõe de
coercibilidade, ou seja, o poder se faz exercer independente de concordância
de quem estará a ele sujeito.
A administração pública pode se valer de suas próprias forças para executar as
decisões, autoexecutoriedade, ou dispõe de meios de exigibilidade para forçar,
ainda que indiretamente, a realização da decisão administrativa.

O conceito do poder de polícia encontra-se no art. 78 do CTN:

Considera-se poder de polícia a atividade da administração


pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou
liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão
de interesse público concernente à segurança, à higiene, à
ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão
ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao
respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.

5. ATOS ADMINISTRATIVOS
A teoria dos atos administrativos explica como a administração pública realiza
a sua vontade, exteriorizando aquilo que são os atos de realização das finalidades
públicas em prol da coletividade. Para entender o ato administrativo, lembremos
que as ações humanas ou as ações que influenciam a vida humana são
classificadas como fatos jurídicos se têm consequências jurídicas. Notemos que
para a compreensão o candidato deve lembrar:

para o Direito, os fatos da nossa vida que têm relevância jurídica devem, de
uma maneira ou de outra, estar presentes em normas jurídicas;
os fatos previstos em normas jurídicas são fatos jurídicos.

FATOS Ações, atos ou ocorrências com consequências


JURÍDICOS jurídicas.

A partir da primeira constatação, vamos à decomposição:


FATOS JURÍDICOS

1. Sem a participação da vontade humana. Exemplo: morte natural.

2. Com a participação da vontade humana e com consequências definidas


pelas normas. Exemplo: a vigilância sanitária tem que apreender fármacos
deteriorados porque a lei determina.

3. Com a participação da vontade humana e com consequências definidas


em grande parte pela vontade humana. Exemplo: contrato que alguém faz
vendendo o seu carro.

Os atos administrativos encaixam-se no item 2. Há a manifestação da vontade


da administração pública, mas por força do princípio da legalidade as
consequências são aquelas determinadas pela lei. Como visto, temos que lembrar
que os atos administrativos são aqueles fatos com previsão em normas jurídicas.
São fatos distintos de outros tantos fatos jurídicos por envolverem a atuação da
administração pública. Como o poder público tem todos os seus atos regulados
pela legalidade sua ação, embora seja a manifestação de vontade, tem os seus
desdobramentos finais definidos pela lei.
Vamos ao exemplo. Um agente da administração aplica multa ao
estabelecimento, restaurante, que armou mesas e cadeiras sobre o passeio.
Obviamente, o ato de o agente aplicar multa é a manifestação de vontade da
administração pública. Por que ele aplicou a multa? Porque está previsto na lei.
Como a lei prevê a aplicação de multa todas as vezes que um estabelecimento
assenta, indevidamente, mesas e cadeiras no passeio, é uma manifestação de
vontade que tem os resultados já determinados pela lei.
A matéria de Direito Administrativo caracteriza o ato administrativo por
intermédio dos elementos dos atos administrativos. É uma sequência de
elementos constitutivos de um ato administrativo. Veja no quadro a seguir:

O ato deve se exteriorizar de acordo com a


FORMA
formalidade prevista na lei.
O ato deve ser produzido pela autoridade com
COMPETÊNCIA
poderes definidos pela lei para tal.

O ato deve atender à teleologia definida pela lei


FINALIDADE
(fins públicos).

A situação de fato ou de direito que fundamenta o


MOTIVO
ato.

OBJETO É o efeito jurídico produzido pelo ato.

Além dos elementos constitutivos, há várias formas de classificação dos atos


administrativos. Analisemos as várias classificações:

Declaratórios – declaram a situação


jurídica, ou seja, destacam, no mundo,
uma determinada situação jurídica com
Efeitos. Nesta classificação, as consequência daí advindas.
visualizamos quais as Enunciativos – expõem situações de fato
consequências da produção ou de direito, ou seja, não geram
do ato. consequências jurídicas propriamente
ditas.
Constitutivos – geram, criam, extinguem
direitos.

Gerais – vários administrados sofrem os


Destinatários. Nesta
efeitos, ou seja, aplicam-se aos
classificação, buscamos
destinatários indefinidos.
esclarecer quem são os
Individuais – é um administrado
sujeitos que recebem os
determinado que sofre o efeito,
efeitos do ato.
individualiza-se o destino do ato.

Simples – é o ato que é produzido pela


Formação. Nesta manifestação de um único órgão.
classificação buscase Composto – é o ato que é produzido por
esclarecer quais e quantos os mais de um órgão, um ratificando a
envolvidos na formação do vontade do outro.
ato. Complexo – é o ato produzido pela soma
da vontade de mais de um órgão.

Visualizadas as classificações, devemos sempre lembrar que o ato é a


manifestação de vontade, ou seja, externaliza-se. É importante, por isso,
verificarmos como se analisam os atos por sua exteriorização:

Decretos – são os documentos que veiculam atos administrativos e editados


pelos chefes do Executivo.
Resoluções – são os documentos que veiculam atos administrativos e editados
pelos órgãos colegiados.
Instruções, ordens e avisos – são os comunicados para a realização de
serviços.
Alvarás – são os documentos que veiculam a autorização e a licença.
Ofícios – são a comunicações internas entre as autoridades administrativas.
Pareceres – são os atos de comunicação opinativa.

Os atos administrativos também podem ser analisados pelos efeitos que


produzem. Temos que analisar as consequências jurídicas que produzem:
Admissão

é um ato unilateral e vinculado;


é o ato que significa a inclusão de alguém para receber a oferta de serviço
público.

Aprovação

é um ato unilateral e discricionário;


é o ato no qual a administração permite uma determinada ação ou concorda
com alguma ação.

Licença

é um ato unilateral e vinculado;


é o ato pelo qual a administração pública permite uma atividade de um sujeito.

Autorização

é um ato unilateral e discricionário;


é o ato pelo qual a administração pública permite;
uma atividade pontual de um sujeito;
a administração pública permite o uso de bem público.

Homologação

é um ato unilateral e vinculado;


é o ato pelo qual é checada a conformação com a lei, e a administração
pública concorda com uma ação.

Questão sempre solicitada nos concursos é sobre a forma como os atos


administrativos esgotam-se na sua realização de efeitos. Existe uma classificação
para a extinção dos atos. Em todos os casos a seguir, lembremos que se trata
também de uma manifestação da administração pública extinguindo o ato. A
extinção pode se dar por:

o ato conhecido como anulação – ocorre quando verificada ilegalidade no ato.


É importante notar que a anulação tem efeitos retroativos, ou seja, o ato
anulado tem os efeitos desconsiderados, desde o início (retroage apagando
todos os efeitos, desde o início, portanto, é ato com efeito ex tunc);
o ato conhecido como revogação – ocorre quando a administração pública,
por entender conveniente e oportuno, extingue o ato (veja que não há
ilegalidade). É de se notar que a revogação, ao contrário da anulação, não
retroage, ou seja, vale do ato de revogação em diante (usa-se a expressão
latina ex nunc);
o ato conhecido como convalidação – é a adequação do ato, que antes era
incorreto e passa a ser produzido em conformidade com as leis (não é possível
em todas as situações).

As situações de anulação e revogação estão disciplinadas na Lei no


9.784/1999:

Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos,


quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos.
[…] Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não
acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros,
os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser
convalidados pela própria Administração.

6. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS E
LICITAÇÕES
Os contratos administrativos são enlaces entre a administração pública e
agentes privados. Como visto no item anterior, sobre os atos administrativos e a
manifestação de vontade do poder público, os contratos também são
manifestações de vontade. No caso dos contratos administrativos, devemos
lembrar que, de modo diverso dos atos administrativos, o contrato somente
existirá se um particular aderir ao enlace. Não podemos obrigar um particular a
contratar com o poder público.

6.1. Características dos contratos administrativos


Os contratos administrativos podem ser melhor compreendidos nas várias
questões de concurso sobre eles, se notarmos que apresentam as seguintes
características:

os contratos administrativos existem para realizar finalidades da coletividade


(como as demais ações da administração pública);
os contratos administrativos são ordenados pelo regime jurídico de direito
público (como é próprio do regime jurídico administrativo);
são contratos de adesão, ou seja, o particular adere ao contrato apresentado
pela administração pública;
são fixados unilateralmente pela administração pública;
natureza intuitu personae, ou seja, enlaçam pessoa determinada;
com cláusulas exorbitantes, significando que a administração pública dispõe
de certos poderes ou vantagens que não ocorrem nos contratos entre
particulares.

Um ponto importante, sempre exigido em concursos, é a diferença que existe


entre contratos administrativos e contratos da administração. É possível
diferenciar os contratos administrativos, típicos do regime jurídico
administrativo, dos contratos da administração pública, que utilizam as mesmas
regras do direito privado e envolvendo o poder público. Nos contratos
administrativos temos leis próprias, do regime jurídico administrativo, criam
figuras contratuais próprias da administração pública. Já os contratos da
administração, embora obviamente envolvam o poder público, seguem regras da
legislação ordinária, aplicável a todas as pessoas.
São muito solicitadas em concursos as situações que podem alterar o contrato
e levar à inexecução. Envolvem uma série de situações que levam à alteração
daquilo que foi pactuado.

Fato do príncipe é o fato decorrente de uma ação do poder público, ação esta
que não está diretamente ligada ao contrato, mas o afeta. Exemplo: proibição
de comercialização do produto do contrato.
Fato da administração é o fato decorrente de ação, ou omissão, do poder
público, mas diretamente ligada ao contrato.
Força maior é o fato imprevisto e inevitável, decorrente de ação humana, que
altera o que foi contratado.
Caso fortuito é também um fato imprevisto e inevitável, porém decorrente das
forças da natureza.
Muitas questões de concurso podem mencionar a teoria da imprevisão, ou
seja, a possibilidade em função de eventos não previstos e imprevisíveis que
ensejam a alteração do que foi ajustado.

6.2. Tipos e modalidades dos contratos


administrativos
Como os contratos administrativos têm previsão em normas de direito
público, os concursos costumam solicitar os tipos ou modalidades de contratos
administrativos:

Contrato de obra pública, para a realização física de uma obra, que pode ser
dividido em outras submodalidades:

» o contrato de empreitada; ou
» o contrato por tarefa.
Contrato de serviço, que envolve a prestação de serviços à administração
pública.
Contrato de fornecimento, que envolve que o contratado forneça produtos à
administração pública.
Contrato de concessão, que envolve a transferência ao particular de uma obra,
bem ou serviço público. Por isso, podemos ver:

» contrato de concessão de obra pública;


» contrato de concessão de serviço público;
» contrato de concessão de bem público.
Além dos contratos, temos que analisar as licitações. Por que licitar? Como
todos os recursos ou dinheiros da administração pública são públicos, a licitação
é a forma impessoal e igualitária de o poder público satisfazer suas necessidades
de compras, de fornecimento de serviços ou obras, entre outros, ou seja, a
licitação é o procedimento utilizado pela administração pública (previsto na Lei
no 8.666/1993) para a aquisição de bens, serviços, construir ou alienar bens.
Esse assunto é sempre solicitado em concursos. Como a licitação é o
procedimento utilizado pela administração pública, cumpre determinar quais são
as fases do procedimento. A licitação apresenta as seguintes fases:

abertura, com o edital;


habilitação;
classificação das propostas;
julgamento;
homologação;
adjudicação.

Como a licitação abriga várias formas de atender às necessidades da


administração pública, há várias modalidades de licitação. Atente ao quadro a
seguir sobre as modalidades e, em alguns casos, os valores:
obras ou
concorrência é utilizada para a aquisição de
serviços

tomada de preços é utilizada também para a aquisição obras ou


de serviços

obras ou
convite é utilizado também para a aquisição de
serviços

O que definirá a utilização da concorrência, da tomada de preços ou do


convite é o valor daquilo que será adquirido.
Além das modalidades anteriores, temos também as seguintes:

Concurso – é a modalidade para a escolha de trabalho técnico, científico ou


artístico.
Leilão – é a modalidade para a venda de bens móveis, produtos apreendidos,
penhorados.
Pregão – é a modalidade para a aquisição de bens ou serviços, modalidade que
busca maior agilidade decisória e economia ao poder público.

Não confunda nas questões de concursos os tipos de licitação com as


modalidades. Os tipos de licitação são ditados pelos critérios decisórios. Podem
ser licitações por:

menor preço;
melhor técnica; ou
técnica e preço.

Não esqueçamos que a licitação pode ser dispensada ou inexigível – é


importante verificar os arts. 24 e 25 da Lei no 8.666/1993 para a fixação do
conteúdo, vendo a lista de dispensa e a lista de inexigibilidade.

6.2.1. LEI DE CONTRATOS E LICITAÇÕES

CONCEITOS GERAIS
Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos
administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade,
compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da
administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações
públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais
entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito
Federal e Municípios.
o
Art. 2 As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações,
concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando
contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação,
ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e
qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e
particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de
vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a
denominação utilizada.
o
Art. 3 A licitação destina-se a garantir a observância do princípio
constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a
administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será
processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade,
da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

7. AGENTES PÚBLICOS
Certamente o assunto de agentes públicos é o mais exigido e constante em
todos os concursos. A expressão “agentes públicos” é abrangente de todos os
agentes que realizarão funções do Estado. Podem ser atos de jurisdição, políticos
ou até mesmo administrativos. O que nos interessa são os agentes
administrativos, envolvidos com a função administrativa nos órgãos
administrativos.
Atenção! Há várias expressões possíveis para designar esse universo de
pessoas: funcionários públicos, servidores públicos, entre outros. A expressão
agentes públicos é mais abrangente e comporta melhor a inserção dos agentes
que exercem as tarefas da administração pública, que são os agentes
administrativos. A expressão “agentes administrativos” abrange aqueles agentes
envolvidos com as funções administrativas. São eles:

Ocupantes de cargos – submetem-se ao regime estatutário.


Ocupantes de empregos – submetem-se ao regime da legislação privada de
trabalho.

Essa classificação apresenta uma diferença básica e essencial para todas as


questões exigidas em concursos. Ocupantes de cargos submetem-se ao regime de
direito público, enquanto os ocupantes de empregos submetem-se ao regime de
direito privado. Os ocupantes de cargos são encontrados em toda a estrutura da
administração pública que seja de direito público. Já os ocupantes de empregos
públicos são encontrados nas estruturas de direito privado da administração
pública – empresas estatais, por exemplo.
Devemos prestar atenção ao regime especial de emprego. Essa modalidade foi
criada pela EC no 19/1998 e não deve ser confundida com os tradicionais
ocupantes de emprego acima descritos.
Além das categorias mencionadas existem outras classificações, que são:

servidores temporários, que, como o nome o diz, são investidos por tempo
determinado, para certas tarefas e necessidades momentâneas do poder
público;
agentes militares, que distinguem-se dos servidores civis, já que as duas
categorias contam com regimes jurídicos distintos (PMs, BMs, Forças
Armadas).

Os cargos podem ser de provimento efetivo, de provimento em comissão ou


de provimento vitalício. Somente os efetivos e vitalícios são servidores que
mantêm estabilidade funcional.

8. ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS


Outro item bastante solicitado em concursos é aquele que envolve as
possibilidades de acumulação de cargos públicos.

HIPÓTESES DE ACUMULAÇÃO PREVISTAS NA CF


Art. 37. […] XVI – é vedada a acumulação remunerada de
cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de
horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de
saúde, com profissões regulamentadas;
[…] Art. 38 […] III – investido no mandato de Vereador,
havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de
seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do
cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a
norma do inciso anterior;
[…] Art. 95 […] Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I – exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou
função, salvo uma de magistério;
[…] Art. 128 […] II – as seguintes vedações:
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função
pública, salvo uma de magistério;
[…] Art. 142 […] § 3o […] II – o militar em atividade que
tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente,
ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea “c”,
será transferido para a reserva, nos termos da lei;
III – o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse
em cargo, emprego ou função pública civil temporária, não
eletiva, ainda que da administração indireta, ressalvada a
hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea “c”, ficará
agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto
permanecer nessa situação, ser promovido por antiguidade,
contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela
promoção e transferência para a reserva, sendo depois de dois
anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a
reserva, nos termos da lei;

Listemos os principais direitos dos servidores. Esta matéria é importante e,


lembremos, é a lista dos direitos sociais dos ocupantes de cargos:

férias e 13o ;
licenças: saúde, prêmio, não remuneradas;
greve a ser regulada por lei;
aposentadoria e pensão.

A regra geral de investidura dos servidores é o concurso público. Investidura é


a palavra-chave para utilizarmos ao falar do ingresso no serviço público. Em
regra, o concurso é exigência tanto para ocupar cargos como empregos públicos.
A exigência do concurso está prevista no art. 37 da CF. Fogem à regra os cargos
de livre nomeação disciplinados por lei.
Os servidores se submetem a tetos remuneratórios do serviço público. A
matéria é bastante solicitada. Melhor fixar o conteúdo por regras para cada nível
da Federação. Vejamos:

Federal – subsídio de ministro do STF é o teto remuneratório.


Estadual – para cada poder, um teto:

· subsídio dos deputados para o Legislativo;


· subsídio dos desembargadores para o Judiciário;
· subsídio do governador para o Executivo.

Municipal – o teto remuneratório é o subsídio do prefeito.

9. SERVIÇOS PÚBLICOS
Serviços públicos são prestações materiais que o poder público tem o dever de
oferecer à coletividade. Os serviços públicos se caracterizam por ofertas
governamentais positivas. Nos concursos evite confusões da expressão serviços
públicos com outras, como servidores públicos. Os serviços, como o nome o diz,
são atividades oferecidas pelo poder público à coletividade.
Os serviços podem ser compreendidos a partir de qual pessoa da Federação
deve oferecê-los:
serviços públicos federais;
serviços públicos estaduais;
serviços públicos municipais.

A forma como os serviços podem ser prestados é matéria bastante solicitada.


Vejamos como eles podem ser prestados:

diretamente por entes da administração direta, ou seja, pelo poder público


como a União, Estados, Municípios;
descentralizadamente por entes da administração indireta, ou seja, os poderes
mencionados no item acima criam entidades para realizar os serviços;
por delegados privados: concessionários ou permissionários, ou seja, neste
caso são agentes privados que realizam as tarefas, de acordo com o contrato
administrativo.

É bom lembrar que:

existem serviços que não admitem delegação;


existem serviços que admitem delegação, ou seja, agentes privados somente
podem exercer tais serviços por concessão ou permissão.

Com relação aos destinatários, os serviços podem ser classificados em:

aqueles de prestação ou natureza universal;


aqueles de prestação ou natureza individual.

Existem serviços que podem ser cobrados, ou outros, que não admitem a
cobrança. Se puderem ser cobrados, a cobrança será:

por taxa;
por preço público.

Além dos serviços públicos, há o regime da exploração direta de atividade


econômica, em duas modalidades:

monopólio – art. 177 da CF;


em competição com o setor privado – art. 173 da CF.
SERVIÇOS PÚBLICOS NA CF

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob


regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação
de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I – o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços
públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como
as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou
permissão;
II – os direitos dos usuários;
III – política tarifária;
IV – a obrigação de manter serviço adequado.

ATIVIDADES ECONÔMICAS NA CF

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração


direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando
necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse
coletivo, conforme definidos em lei.
[…] Art. 177. Constituem monopólio da União:
I – a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros
hidrocarbonetos fluidos;
II – a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;
III – a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes
das atividades previstas nos incisos anteriores;
IV – o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de
derivados básicos de petróleo produzidos no País, bem assim o transporte,
por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de
qualquer origem;

V – a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a


industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus
derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e
utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as
alíneas b e c do inciso XXIII do caputdo art. 21 desta Constituição Federal.

10. ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


A estrutura da administração pública pode ser visualizada da seguinte maneira
por vários ângulos e normas. Pela CF, no art. 18, há quatro pessoas político-
administrativas: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Já a legislação a
seguir da Constituição, e em complemento ao que está definido no art. 37 da
própria CF, apresenta a seguinte divisão:

ADMINISTRAÇÃO
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
DIRETA

União, Estados, DF e Autarquias, associações públicas, fundações e


Municípios. empresas estatais.

Outra visualização sobre a administração pública, e que não deve ser


confundida com a divisão do quadro acima, é sobre a personalidade. A respeito
desse item, devemos nos valer do Código Civil. Assim, existem:

pessoas de direito público interno, que são:

» União;
» União;
» Estados;
» DF;
» Municípios;
» autarquias;
» associações públicas.

pessoas de direito privado:


» empresas estatais, que podem ser:
. empresas públicas;
. sociedades de economia mista.
» as fundações podem ser:
. públicas, pessoas de direito público;
. instituídas pelo poder público, pessoas de direito privado.
Prestemos atenção: pessoas de direito público podem integrar tanto a
administração direta como a administração indireta.

11. CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


A administração pública tem o dever de controlar os seus atos para bem
atender à legalidade e aos demais princípios a ela impostos (que vimos em item
próprio, acima). Também é matéria importante nos concursos públicos.
A primeira pergunta é: quem faz o controle? O controle se faz por cada órgão,
unidade, ente, ou servidor, e também por órgãos especialmente designados para
tal:
Temos assim um controle interno da administração pública, próprio e
realizado pelas estruturas próprias. Lembremos que o controle interno não é uma
liberdade da administração pública, mas sim um dever.
Temos também um controle externo da administração pública, realizado por
outros órgãos ou funções estatais, como o Tribunal de Contas e o Legislativo.
PARTE III
Questões comentadas

1. QUESTÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


1. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAZONAS –
ASSISTENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV – 2013) Fulano de Tal, cidadão
brasileiro, integrante de uma Associação de Moradores de Bairro, tomou
conhecimento de que o Prefeito de sua cidade fraudou documentos e, dessa
forma, permitiu a construção de edifícios comerciais em um parque estadual.
Diante do exposto, assinale a afirmativa correta.
(A) Fulano de Tal deve impetrar mandado de segurança individual para
anulação do ato lesivo.
(B) A Associação de Moradores deve impetrar mandado de segurança coletivo
para anulação do ato lesivo.
(C) Fulano de Tal deve ajuizar ação popular para anulação do ato lesivo.
(D) Como as obras ainda não foram iniciadas, não existe lesão ao patrimônio
público, a ser amparada por ação individual ou coletiva.
(E) A Associação de Moradores deve ajuizar ação popular coletiva para
anulação do ato lesivo.
Justificativa: A alternativa correta é a (C). A ação popular é a garantia
constitucional, prevista no art. 5o, para qualquer cidadão pedir em juízo a
anulação de atos lesivos à administração pública. Observe:

LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação


popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do
ônus da sucumbência;

2. Com relação aos direitos dos trabalhadores, segundo o art. 7o da


Constituição Federal/88, analise as afirmativas a seguir.
I. Garantia de salário‐mínimo, fixado em lei, definido por regiões
geoeconômicas, capaz de atender suas necessidades vitais básicas.
II. Garantia de remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo,
em cinquenta por cento à do normal.
III. Garantia de salários e de critérios de admissão iguais, sendo vedada a
discriminação por sexo, cor ou estado civil.
Assinale:
(A) se somente a afirmativa I estiver correta.
(B) se somente a afirmativa II estiver correta.
(C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Justificativa: A alternativa (D) é a correta, já que a opção I é errada: o
salário-mínimo é um só para todo o território nacional. Os itens II e III estão
previstos no art. 7o da CF.
3. A Constituição da República Federativa do Brasil estabelece as condições
para que um cidadão possa se candidatar em uma eleição, sendo certo que a não
observância de quaisquer delas é causa de impedimento para a candidatura.
Um dos requisitos dispostos é a idade mínima para o exercício de
determinados cargos políticos.
A esse respeito, assinale a afirmativa correta.
(A) A Constituição exige a idade mínima de 18 anos para Deputado Federal.
(B) A Constituição exige a idade mínima de 25 anos para Prefeito.
(C) A Constituição exige a idade mínima de 30 anos para Deputado Estadual.
(D) A Constituição exige a idade mínima de 18 anos para Vereador.
(E) A Constituição exige a idade mínima de 30 anos para Senador.
Justificativa: A alternativa correta é (D). A resposta está no art. 14 da CF.
Para se eleger deputado federal, 21 anos; para prefeito, 21 anos; para deputado
estadual, 21 anos; para senador, 35 anos.
4. Quanto à organização político‐administrativa do Brasil, com base na
Constituição Federal/88, assinale a afirmativa correta.
(A) Os Estados não podem incorporar‐se entre si, subdividir‐se ou
desmembrar‐se para se anexarem a outros.
(B) Os Estados podem incorporar‐se entre si, subdividir‐se ou desmembrar‐se
para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios
Federais, mediante aprovação do Presidente da República, por Decreto.
(C) Os Estados podem incorporar‐se entre si, subdividir‐se ou desmembrar‐se
para se anexarem a outros, mediante aprovação da Assembleia Legislativa do
Estado.
(D) Os Estados podem incorporar‐se entre si, subdividir‐se ou desmembrar‐se
para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios
Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através
de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
(E) Os Estados podem incorporar‐se entre si, subdividir‐se ou desmembrar‐se
para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Países, bastando a
aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito.
Justificativa: A letra (D) é a alternativa correta. A resposta está no art. 18 da
CF. Os Estados não podem sair da Federação formando novos países (por isso, a
opção (E) está errada). A opção (C) está errada, pois a norma para as alterações é
a lei complementar e não decreto presidencial. A opção (A) está errada, pois o
art. 18 permite alterações na Federação, com divisões, anexações e outros.
5. A Constituição da República estabelece direitos e garantias aos servidores
públicos da administração direta, autárquica e fundacional, estendendo‐lhes,
ainda, alguns daqueles direitos aplicáveis aos trabalhadores da iniciativa privada,
previstos no art. 7o da Constituição.
As alternativas a seguir apresentam direitos sociais trabalhistas conferidos aos
servidores públicos, à exceção de um. Assinale‐o.
(A) Irredutibilidade do salário.
(B) Piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho.
(C) Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno.
(D) Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, a cinquenta
por cento do normal.
(E) Décimo terceiro salário.
Justificativa: A alternativa a ser assinalada é a (B), pois é incorreta. A
resposta está no art. 39 da CF:

§ 3o Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o


disposto no art.
o
7 , IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX,
XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos
diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.
6. Os artigos 1o e 3o da Constituição estabelecem os fundamentos e os
objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil.
Assinale a alternativa que contempla, exclusivamente, previsões constantes
naqueles dispositivos.
(A) Soberania, planificação econômica, cidadania, garantir o desenvolvimento
nacional e construir uma sociedade livre, justa e solidária.
(B) Dignidade da pessoa humana, cidadania, erradicar a pobreza e a
marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais.
(C) Pluralismo político, soberania, participação do Estado no desenvolvimento
econômico e concessão de asilo político.
pro-cedim
(D) Cidadania, valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, pluralismo
político e defesa intransigente do livre‐mercado.
(E) Construir uma sociedade livre, justa e solidária, dignidade da pessoa
humana e progressiva adoção do socialismo de mercado. Justificativa: A
alternativa correta é (B). O art. 1o estampa os fun-damentos:

I – a soberania;
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político.

E o art. 3o, os objetivos fundamentais:

I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;


II – garantir o desenvolvimento nacional;
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais;
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação.

7. (TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO – TÉCNICO


JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – FUNDAÇÃO CARLOS
CHAGAS – 2013) Dentre os direitos assegurados na Constituição Federal que
regem os processos judiciais está o direito:
(A) à produção de quaisquer provas, em qualquer tempo e procedimento,
ainda que obtidas por meios ilícitos, em decorrência do princípio
constitucional da ampla defesa.
(B) de deduzir pedido e apresentar defesa, por via oral, independentemente do
tipo de procedimento aplicado ao caso.
(C) a juízo ou tribunal de exceção.
(D) à inafastabilidade do controle jurisdicional de lesão ou ameaça a direito.
(E) de a parte formular pedido e deduzir defesa independentemente de
constituir advogado.
Justificativa: A letra (D) é a correta. Por outro lado, não se admitem provas
ilícitas; o advogado é peça indispensável para a parte postular em juízo; somente
em alguns procedimentos permite-se a forma oral (nos outros, a forma é escrita);
não há juízo de exceção no Direito brasileiro.
8. Suponha que uma empresa tenha requerido ao Poder Executivo a emissão
de certidão em que constem os dados e a situação atual do processo
administrativo de que é parte. Indeferido o pedido sob o argumento de que o
processo seria sigiloso, a empresa pretende obter ordem judicial para que a
certidão seja expedida. Deverá deduzir sua pretensão por meio de:
(A) ação popular.
(B) mandado de injunção.
(C) mandado de segurança.
(D) habeas data.
(E) habeas corpus.
Justificativa: A letra (C) é a correta. O mandado de segurança é a garantia
constitucional para garantir direito líquido e certo. O fornecimento de certidão é
direito líquido e certo da empresa, já que todos têm acesso aos documentos de
seu interesse. Ação popular se presta à anulação de ato lesivo ao patrimônio;
mandado de injunção serve à realização de direito constitucional não amparado
por norma infraconstitucional. O habeas data deve ser utilizado para a obtenção
de informação de natureza pessoal (e não de empresa); e habeas corpus serve à
tutela da liberdade.
9. Tendo em vista a disciplina da Constituição Federal a respeito do direito de
greve, considere as seguintes assertivas:
I. É vedado, em qualquer hipótese, o exercício do direito de greve pelo
empregado público.
II. A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
III. O exercício válido e regular do direito de greve por toda e qualquer
categoria profissional depende de prévia previsão em lei que o autorize.
Está correto o que se afirma APENAS em:
(A) I.
(B) I e II.
(C) II e III.
(D) II.
(E) III.
Justificativa: Somente o item II está correto, portanto (D) é a alternativa a ser
apontada. O direito de greve está previsto na Constituição Federal e cabe à
categoria profissional definir a conveniência da parada. Não depende de lei para
o seu exercício já que a norma constitucional é bastante para fazer valer o
direito. Como a questão trata de empregados públicos (e não ocupantes de
cargos), vale a lei de greve do setor privado.
10. Segundo a Constituição Federal, será declarada a perda da nacionalidade
do brasileiro:
(A) nato que tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em
virtude de atividade nociva ao interesse nacional.
(B) nato que adquirir outra nacionalidade, ainda que em razão de
reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira.
(C) nato que residir em outro país por mais de trinta anos sem interrupção e lá
for condenado a cumprir pena de reclusão.
(D) naturalizado que adquirir outra nacionalidade, ainda que em razão de
reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira.
(E) que tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de
atividade nociva ao interesse nacional.
Justificativa: A letra (E) é a alternativa correta. Há possibilidades de perda da
nacionalidade no art. 12:

§ 4o Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro


que:
I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial,
em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
II – adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei
estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao
brasileiro residente em Estado estrangeiro, como condição para
permanência em seu território ou para o exercício de direitos
civis.
11. De acordo com a Constituição Federal, um brasileiro naturalizado,
analfabeto, com 21 anos de idade e residente no Brasil:
(A) não é obrigado ao alistamento eleitoral e ao voto, sendo, ainda, inelegível.
(B) é obrigado ao alistamento eleitoral e ao voto, embora não possa
candidatar-se a deputado federal.
(C) é obrigado ao alistamento eleitoral e ao voto, embora seja inelegível.
(D) não é obrigado ao alistamento eleitoral e ao voto, podendo, no entanto,
candidatar-se a deputado estadual.
(E) é obrigado ao alistamento eleitoral e ao voto, podendo candidatar-se a
vereador.
Justificativa: A opção (A) é a alternativa correta. Como responder? O
alistamento é facultativo para os analfabetos. Todavia, o analfabeto é inelegível.
Portanto, o analfabeto pode votar, mas não pode se candidatar, em nenhum caso.
12. Os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência devem ser obedecidos pela administração pública:
(A) direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, mas não dos Estados e
dos Municípios, que poderão dispor sobre a matéria diferentemente.
(B) direta e indireta do Poder Executivo da União, dos Estados, Distrito
Federal e dos Municípios, não se aplicando, todavia, aos Poderes Legislativo e
Judiciário.
(C) direta, mas não pela indireta, de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
(D) direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios.
(E) indireta, mas não pela direta, de qualquer dos Poderes da União, Estados,
Distrito Federal e dos Municípios.
Justificativa: A opção (D) é a correta. Os princípios do caput, art. 37, CF, se
aplicam a toda a administração pública, direta e indireta, sem distinção.
13. Dentre as normas da Constituição Federal aplicáveis ao Poder Judiciário
encontra-se aquela segundo a qual:
(A) cabe ao Poder Judiciário dispor sobre o período de férias coletivas nos
juízos e tribunais de segundo grau.
(B) as decisões administrativas dos tribunais não necessitam ser motivadas.
(C) o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do Tribunal.
(D) é vedado aos servidores do Poder Judiciário receber delegação para a
prática de atos de administração e atos de mero expediente sem caráter
decisório.
(E) a distribuição de processos será imediata apenas em primeiro grau de
jurisdição.
Justificativa: A opção correta é (C), prevista no art. 93 da CF:

VII – o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo


autorização do tribunal;

De outro lado, os processos sempre têm distribuição imediata; os atos de mero


expediente podem ser objeto de delegação; os períodos de férias decorrem de
norma, não dos Tribunais; todas as decisões devem ser motivadas, inclusive as
administrativas.
14. Suponha que lei federal tenha criado diversos cargos em comissão, para o
exercício de atribuições de chefe de unidade e de assessor, a serem preenchidos
necessariamente por servidores de carreira. Essa lei é:
(A) inconstitucional, uma vez que, de acordo com a Constituição Federal,
cargos em comissão apenas podem ser preenchidos por servidores que não
sejam de carreira.
(B) constitucional, uma vez que, de acordo com a Constituição Federal, os
cargos em comissão deverão ser preenchidos por servidores de carreira nos
casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinando-se apenas
às atribuições de direção, chefia e assessoramento.
(C) constitucional, uma vez que, de acordo com a Constituição Federal, os
cargos em comissão somente podem ser preenchidos por servidores de
carreira e devem destinar-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento.
(D) constitucional, uma vez que a Constituição Federal estabelece os mesmos
requisitos para o preenchimento dos cargos em comissão e para o exercício
das funções de confiança.
(E) inconstitucional, uma vez que a Constituição Federal veda a criação de
cargos em comissão, permitindo apenas as funções de confiança exercidas por
servidores ocupantes de cargos efetivos.
Justificativa: A opção (B) é a alternativa correta. A hipótese está prevista no
art. 37, CF:

V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente por


servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão,
a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos,
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se
apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;
15. Suponha que um indivíduo empossado como juiz no ano de 2010 tenha
também assumido um cargo de magistério em instituição pública de ensino. Sem
prévia comunicação ao Tribunal ao qual estava vinculado, filiou-se a partido
político, vindo a perder o cargo em 2011 por decisão do respectivo Tribunal. No
ano seguinte, passou a exercer advocacia junto ao mesmo juízo do qual se
afastou. Considerando as normas da Constituição Federal, o indivíduo em
questão:
(A) agiu ilicitamente ao exercer um cargo de magistério em instituição pública
de ensino, conjuntamente com o cargo de juiz.
(B) somente poderia dedicar-se a atividade político-partidária mediante prévia
e expressa autorização do respectivo Tribunal.
(C) somente poderia dedicar-se a atividade político-partidária após tornar-se
vitalício.
(D) agiu ilicitamente ao exercer advocacia junto ao mesmo juízo do qual se
afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo.
(E) não poderia ter perdido o cargo por decisão do Tribunal ao qual estava
vinculado.
Justificativa: A opção (D) é a alternativa correta, de acordo com o art. 96 da
CF:

V – exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se


afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo
por aposentadoria ou exoneração.

16. (PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ /


MINISTÉRIO PÚBLICO – TÉCNICO MINISTERIAL – FUNDAÇÃO
CARLOS CHAGAS – 2013) O eventual desmembramento de um Estado da
Federação brasileira do qual resulte a redução de seu território atual e a criação
de um novo Estado:
(A) está sujeito à prévia realização de Estudos de Viabilidade, apresentados e
publicados na forma da lei, consoante expressa determinação constitucional.
(B) é proibido pela Constituição da República, que estabelece que a República
Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados,
Municípios e do Distrito Federal.
(C) pode ser efetuado por lei estadual, dentro do período determinado por lei
complementar federal, dependendo de consulta prévia às populações dos
Municípios envolvidos.
(D) depende de aprovação da população diretamente interessada, através de
plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
(E) deve ser regulado por lei complementar federal, uma vez que os Estados
integram a União.
Justificativa: A opção (D) é a alternativa correta. Para as alterações
federativas há que se consultar a população interessada, por plebiscito, e o
Congresso Nacional deve aprovar lei complementar. A lei estadual serve às
alterações de Municípios; a Constituição Federal não proíbe alterações, estão
previstas no art. 18; os estudos de viabilidade servem às alterações de
Municípios.
17. De acordo com a Constituição Federal, o filho de pais estrangeiros nascido
na República Federativa do Brasil será considerado:
(A) brasileiro naturalizado, desde que qualquer de seus pais esteja a serviço de
seu país.
(B) estrangeiro, em qualquer situação.
(C) brasileiro nato, desde que seus pais não estejam a serviço de seu país.
(D) brasileiro naturalizado, desde que seus pais não estejam a serviço de seu
país.
(E) brasileiro nato, desde que qualquer de seus pais esteja a serviço de seu
país.
Justificativa: A opção (C) é a correta. Quando os pais estiverem a serviço,
não será atribuída a nacionalidade brasileira; naturalização não decorre do
nascimento no território, mas de expressão da vontade, e também não pode ser
consequência dos laços de parentesco.
18. Determinado cidadão recusa-se a prestar serviço de júri, obrigatório por lei
para os maiores de 18 anos, por entender que é injusto um acusado ser
condenado penalmente em razão de decisão tomada por pessoas sem formação
ou experiência na área jurídica. Com base no disposto na lei processual penal, o
juiz competente informa-o de que estará obrigado a prestar serviço alternativo,
de natureza administrativa, em um órgão judicial. Nessa hipótese, diante do que
dispõe a Constituição da República Federativa do Brasil, o:
(A) cidadão poderá ter seus direitos políticos suspensos, enquanto não prestar
o serviço imposto pelo juiz, caso se recuse à prestação do serviço alternativo.
(B) juiz poderá determinar a prisão civil do cidadão, caso este se recuse à
prestação do serviço alternativo, pelo tempo que perdurar a recusa.
(C) cidadão poderá recusar-se à prestação do serviço alternativo, desde que
invoque para tanto convicção de ordem religiosa, filosófica ou política.
(D) juiz deveria, desde o princípio, ter determinado a suspensão dos direitos
políticos do cidadão, enquanto se recusasse à prestação do serviço de júri, por
se tratar de obrigação imposta a todos por lei.
(E) cidadão somente poderia ter se recusado a prestar serviço de júri por
motivo de ordem religiosa ou política, e não por razões filosóficas, como as que
invocou.
Justificativa: A alternativa (A) é a correta. A resposta, no art. 5o da CF:

VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença


religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as
invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

E também no art. 15:

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda


ou suspensão só se dará nos casos de:
[…] IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
prestação alternativa, nos termos do art. 5o, VIII;

19. Nos termos da Constituição da República Federativa do Brasil, considere


as seguintes afirmações sobre o exercício do poder:
I. Todo o poder emana do povo.
II. O poder pode ser exercido diretamente, somente por intermédio de
plebiscito e referendo.
III. O poder pode ser exercido indiretamente, por meio de representantes, tais
como Deputados Federais, eleitos.
IV. A eleição dos representantes do povo é feita pelo voto direto e secreto,
com valor igual para todos.
Está correto o que se afirma APENAS em:
(A) I, II e IV.
(B) I e II.
(C) I e III.
(D) III e IV.
(E) I, III e IV.
Justificativa: A opção (E) é a correta. Por que o item II é incorreto? Porque
os instrumentos são plebiscito, referendo e iniciativa legislativa popular.
20. Nos termos da Constituição da República Federativa do Bra-sil, compete
ao Congresso Nacional, independentemente de sanção do Presidente da
República:
(A) estabelecer limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens
do domínio da União.
(B) resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que
acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional.
(C) autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo
contra o Presidente, o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado.
(D) aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de
magistrados, nos casos estabelecidos na Constituição.
(E) dispor sobre a fixação dos subsídios dos Ministros do Supremo Tribunal
Federal.
Justificativa: A opção (B) é a correta. A lista de atribuições que independe de
sanção está no art. 49. Muitas das alternativas estão no art. 48, artigo que mostra
atribuições que dependem da participação do Executivo, ou mesmo do
Judiciário. Além disso, quem autoriza o processamento por dois terços dos votos
é a Câmara, e não o Congresso Nacional.
21. Medida provisória tendo por objeto as garantias dos membros do
Ministério Público é submetida à apreciação das Casas do Congresso Nacional,
sendo convertida em lei noventa dias após sua publicação, com algumas
alterações em relação ao texto original. Nessa hipótese, houve ofensa à
disciplina constitucional da matéria porque:
(A) a medida provisória somente poderia versar sobre a carreira dos membros
do Ministério Público, e não sobre suas garantias.
(B) a medida provisória deve entrar em regime de urgência, se não for
apreciada em quarenta e cinco dias contados de sua publicação, sob pena de
perda de eficácia, desde a edição.
(C) a medida provisória perde eficácia, desde a edição, se não for convertida
em lei no prazo de sessenta dias, nem reeditada no mesmo prazo.
(D) é expressamente vedada pela Constituição a edição de medida provisória
sobre organização do Ministério Público, carreira e garantias de seus
membros.
(E) é vedado às Casas do Congresso Nacional introduzir alterações no texto
original da medida provisória.
Justificativa: A opção (D) é a correta a ser assinalada. A resposta no art. 62
da CF:

§ 1o É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:


I – relativa a:
[…] c) organização do Poder Judiciário e do Ministério
Público, a carreira e a garantia de seus membros;

22. O mandado de segurança contra ato de Ministro do Tribunal de Contas da


União é de competência do:
(A) Supremo Tribunal Federal, se impetrado por partido político com
representação no Congresso Nacional, ou do Superior Tribunal de Justiça, se
impetrado por cidadão em defesa de direito líquido e certo de que seja titular.
(B) Superior Tribunal de Justiça, sendo cabível para proteger direito líquido e
certo não amparado por habeas corpus ou habeas data.
(C) Supremo Tribunal Federal, sendo cabível para proteger direito líquido e
certo não amparado por habeas corpus ou habeas data.
(D) Superior Tribunal de Justiça, sendo cabível sempre que alguém sofrer ou
se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
(E) Supremo Tribunal Federal, sendo cabível sempre que alguém sofrer ou se
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção,
por ilegalidade ou abuso de poder.
Justificativa: A alternativa correta é a letra (C). Vamos ao art. 102, I, CF, para
a resposta:

d) o “habeas corpus”, sendo paciente qualquer das pessoas


referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o
“habeas data” contra atos do Presidente da República, das Mesas
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de
Contas da União, do Procurador-Geral da República e do
próprio Supremo Tribunal Federal;

23. Suponha que uma lei organizasse a Defensoria Pública da União, do


Distrito Federal e dos Territórios e prescrevesse normas gerais para sua
organização nos Estados, estabelecendo, entre outras previsões, que:

a Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional


do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus,
dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos
necessitados, assim considerados na forma da Constituição; aos membros da
Defensoria Pública da União é garantida inamovibilidade, sendo vedado o
exercício da advocacia fora das atribuições institucionais;
à Defensoria Pública dos Estados é assegurada autonomia funcional,
administrativa e iniciativa para elaboração de sua proposta orçamentária,
dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.

Considerado o quanto exposto à luz da disciplina constitucional da matéria, a


lei em questão seria:
(A) incompatível com a Constituição da República, no que se refere à
iniciativa da Defensoria Pública dos Estados para elaboração de sua proposta
orçamentária com obrigatoriedade de observância dos limites estabelecidos na
lei de diretrizes orçamentárias.
(B) incompatível com a Constituição da República, no que se refere à vedação
do exercício da advocacia fora das atribuições institucionais.
(C) compatível com a Constituição da República, apenas no que se refere à
defesa dos necessitados como incumbência institucional da Defensoria
Pública.
(D) incompatível com a Constituição da República, no que se refere à
prescrição de normas gerais para organização da Defensoria Pública nos
Estados.
(E) compatível com a Constituição da República, em relação a todos os
aspectos referidos no enunciado.
Justificativa: A opção (E) é a alternativa a ser assinalada como correta. O art.
134 da CF:

Art. 134. A Defensoria Pública é instituição essencial à


função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação
jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, na
forma do art. 5o, LXXIV.
§ 1o Lei complementar organizará a Defensoria Pública da
União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá
normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de
carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público
de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da
inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das
atribuições institucionais.

24. A Constituição da República Federativa do Brasil VEDA, igualmente, aos


membros da magistratura e do Ministério Público:
(A) exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de
decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou
exoneração.
(B) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outro cargo ou função
pública.
(C) receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo,
ressalvadas as exceções previstas em lei.
(D) dedicar-se à atividade político-partidária, ressalvadas as hipóteses
autorizadas por lei.
(E) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas
físicas, entidades públicas ou privadas, sem exceção.
Justificativa: A alternativa da letra (A) é a correta. O art. 128 da CF trata da
matéria:

II – as seguintes vedações:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto,
honorários, percentagens ou custas processuais;
b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra
função pública, salvo uma de magistério;
e) exercer atividade político-partidária;
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas,
ressalvadas as exceções previstas em lei.

25. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS


TERRITÓRIOS – TÉCNICO JUDICIÁRIO / ÁREA ADMINISTRATIVA –
CESPE/ UnB – 2013) Marque com C, caso julgue o item CERTO; ou com E,
caso julgue o item ERRADO.
A respeito dos direitos e garantias fundamentais, julgue os itens que se
seguem.
a) Partido político poderá receber recursos financeiros de governo estrangeiro,
desde que faça a declaração específica desses valores em sua prestação de
contas.
Justificativa: A afirmativa está incorreta. Vamos ao art. 17 da CF:

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de


partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime
democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da
pessoa humana e observados os seguintes preceitos:
I – caráter nacional;
II – proibição de recebimento de recursos financeiros de
entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes;

b) Conforme disposição da CF, será brasileiro nato o filho, nascido em Paris,


de mulher alemã e de embaixador brasileiro que esteja a serviço do governo
brasileiro naquela cidade quando do nascimento do filho.
Justificativa: É correto dizer que é um brasileiro nato. O art. 12 da CF prevê
que filhos de brasileiros (basta um, pai ou mãe), se os pais estiverem a serviço da
República Federativa do Brasil, são brasileiros natos.
c) Os recrutados pelas Forças Armadas não podem alistar-se como eleitores
durante o período em que estiverem cumprindo o serviço militar obrigatório.
Justificativa: Correto. O chamado conscrito não pode se alistar
eleitoralmente, como expresso no art. 14 da CF.
d) Cidadão brasileiro que tiver trinta anos de idade poderá ser candidato a
senador, desde que possua pleno exercício dos direitos políticos, alistamento
eleitoral, filiação partidária e domicílio eleitoral no Estado pelo qual pretenda
concorrer.
Justificativa: A afirmativa está incorreta. De acordo com o art. 14 da CF, a
idade mínima de elegibilidade para senador é de 35 anos, e não 30 anos.
No que se refere à organização político-administrativa do Estado
brasileiro, julgue os itens a seguir.
a) Os Municípios contam com os poderes Legislativo e Executivo, com cargos
para os quais há eleição, na qual votam seus eleitores, mas não com Poder
Judiciário próprio.
Justificativa: Correto. A estrutura de poderes do Brasil, art. 2o da CF, não
prevê o Judiciário nos Municípios.
b) Mesmo não sendo Estado nem Município, o Distrito Federal (DF) possui
autonomia, parcialmente tutelada pela União.
Justificativa: Sim, afirmativa correta, a autonomia do DF pode ser
visualizada pelos arts. 18 e 32 da CF. Algumas prerrogativas do DF, todavia,
estão entregues à União, como se pode ver nos arts. 21 e 22.
Acerca do Poder Judiciário, julgue os itens seguintes.
a) O Conselho Nacional de Justiça poderá intervir no mérito da atividade
jurisdicional exercida pelos juízes.
Justificativa: Errado. A autoridade e atividade do CNJ é fiscalizadora e
administrativa, não substituindo o Judiciário na atividade jurisdicional
propriamente dita.
b) A Justiça Eleitoral é competente para julgar ação civil pública destinada a
apurar ato praticado por prefeito que, no decorrer do mandato eletivo, tenha
utilizado símbolo que caracterizasse promoção pessoal na publicidade de obras
realizadas pela prefeitura.
Justificativa: Errado. A Justiça Eleitoral tem a competência para averiguar os
acontecimentos relacionados ao pleito eleitoral, e não sobre ocorrências do
exercício funcional e administrativo. No caso, a competência é da justiça comum
estadual.
c) O cargo de juiz é vitalício, razão por que seu ocupante somente o perderá
por decisão judicial transitada em julgado.
Justificativa: A questão está parcialmente correta. Com razão, o juiz só perde
o cargo com decisão judicial, exceto se ainda estiver no período probatório. No
período probatório pode perder o cargo por decisão do tribunal.
26. (MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO –
AGENTE DE APOIO ADMINISTRATIVO – VUNESP – 2013) Em relação aos
direitos e deveres individuais e coletivos estabelecidos na Cons-tituição Federal,
assinale a alternativa correta.
(A) É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, exceto a
indenização por dano material ou à imagem.
(B) É vedada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas
entidades civis e militares de internação coletiva.
(C) É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer.
(D) É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
comunicação, dependentemente de censura ou licença.
(E) É plena a liberdade de associação para fins lícitos, sendo facultativa a de
caráter paramilitar.
Justificativa: O correto é apontar a letra (C), de acordo com o art. 5, XIII, CF.
Não é permitida a associação para fins paramilitares; não há censura no Brasil;
há a previsão de indenização por dano material, proporcional ao agravo; garante-
se sim a assistência religiosa em instituições de internação coletiva.
27. Determina a Constituição Federal, que é reconhecida a instituição do júri,
com a organização que lhe der a lei, assegurado(a), dentre outros:
(A) a plenitude das votações.
(B) a soberania dos veredictos.
(C) o sigilo de defesa.
(D) a competência para julgar crimes de racismo. (E) a competência para
julgar a suspensão dos direitos políticos.
Justificativa: A alternativa correta é a letra (B). A resposta está no art. 5o :

XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a


organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra
a vida;

28. De acordo com a Constituição Federal, as normas definidoras dos direitos


e garantias fundamentais:
(A) têm aplicação imediata.
(B) têm aplicação retroativa.
(C) são todas reguladas por portarias da autoridade competente.
(D) são todas reguladas por emendas constitucionais.
(E) são todas reguladas por lei complementar.
Justificativa: A opção (A) é a alternativa que melhor se afeiçoa com a CF, no
§ 1o, art. 5o :

§ 1o As normas definidoras dos direitos e garantias


fundamentais têm aplicação imediata.

29. Para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo
sigiloso, judicial ou administrativo, poderá utilizar-se de:
(A) mandado de injunção.
(B) mandado de segurança individual.
(C) ação civil pública.
(D) ação popular.
(E) habeas data.
Justificativa: O correto é a letra (E), já que o habeas data se presta, além da
obtenção de informações, também para retificá-las. Mandado de injunção serve
para suprir ausência de norma; mandado de segurança, para a tutela de direito
líquido e certo; ação civil pública cabe para a defesa de direitos difusos; ação
popular, para anular ato lesivo ao patrimônio.
30. O Prefeito do Município de Vila Velha praticou ato lesivo à moralidade
administrativa. Para anular o referido ato, qualquer cidadão é parte legítima para
propor:
(A) ação civil pública.
(B) ação popular.
(C) ação anulatória de ato público.
(D) mandado de segurança coletivo.
(E) mandado de injunção.
Justificativa: A alternativa correta é a letra (B), já que a ação popular é o
instrumento processual previsto na CF para a invalidação de atos lesivos ao
patrimônio público. A ação civil pública não pode ser proposta por cidadão; o
mandado de segurança coletivo deve ser proposto não por cidadão isolado; o
mandado de injunção serve para suprir a falta de norma regulamentadora de
direito fundamental.
31. Conforme estabelece a Constituição Federal, compete à União, aos
Estados e ao Distrito Federal legislar, concorrentemente, sobre:
(A) sistemas de consórcios e sorteios.
(B) propaganda comercial.
(C) registros públicos.
(D) custas dos serviços forenses.
(E) trânsito e transporte.
Justificativa: A opção (D) é a resposta correta, e colhemos a informação no
art. 24 da CF:

IV – custas dos serviços forenses;

32. Em relação aos servidores públicos, e nos termos do que dispõe a


Constituição Federal, é permitida a acumulação remunerada de cargos quando
houver compatibilidade de horários, entre outros, no caso de:
(A) dois cargos ou empregos privativos de profissionais da saúde, com
profissões regulamentadas.
(B) dois cargos ou empregos públicos de profissionais da saúde, com um de
professor.
(C) dois cargos de professor com um cargo privativo de profissional da saúde.
(D) dois cargos de professor com outro de pesquisador científico.
(E) dois cargos de técnico com outro cargo científico.
Justificativa: A letra (A) é a alternativa correta. De acordo com o art. 37 da
CF:
XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado
em qualquer caso o disposto no inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de
saúde, com profissões regulamentadas;

33. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na


livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os
ditames da justiça social, observado, dentre outros, o seguinte princípio:
(A) prioridade da propriedade pública sobre a privada.
(B) concentração empresarial progressiva.
(C) função social da propriedade.
(D) elevação das desigualdades regionais.
(E) maximização da lucratividade empresarial.
Justificativa: A opção (C) é a alternativa correta. Para a resposta deverá ser
consultado o art. 170 da CF. Todo o discurso da ordem econômica é de
superação das desigualdades e de construção solidária e justa do espaço
econômico. Vemos claramente que as demais alternativas são absurdas se
analisadas por esse ângulo.
34. Conforme prescreve a Constituição Federal em relação à saúde, assinale a
alternativa correta.
(A) A assistência à saúde é limitada à iniciativa privada, na forma da lei.
(B) É permitida a destinação de recursos públicos para subvenções às
instituições privadas de saúde, com ou sem fins lucrativos.
(C) É livre a iniciativa de participação direta de empresas de capital
estrangeiro na assistência à saúde do País, sem ressalvas.
(D) As instituições privadas não poderão participar de forma complementar do
sistema único de saúde do País.
(E) As ações e serviços públicos de saúde possuem como uma de suas
diretrizes, atendimento integral, com prioridade para as atividades
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais.
Justificativa: A opção correta é a letra (E), de acordo com o art. da CF:

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma


rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema
único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I – descentralização, com direção única em cada esfera de
governo;
II – atendimento integral, com prioridade para as atividades
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III – participação da comunidade.

Por outro lado, a ação da iniciativa privada é livre; somente cabe o emprego
de recursos públicos nas ações não lucrativas; existe o sistema de saúde
suplementar; os investimentos estrangeiros são, sim, limitados.
35. Na proteção do meio ambiente, a Constituição Federal:
(A) veda a exploração, pelos particulares, dos recursos minerais.
(B) dá ao meio ambiente a natureza de bens restritos ao Poder Público.
(C) faculta, conforme o caso, a necessidade de estudo prévio de impacto
ambiental, para a instalação de obras.
(D) determina a aplicação de sanções penais e administrativas aos infratores,
pessoas físicas ou jurídicas que praticarem condutas e atividades consideradas
lesivas ao meio ambiente.
(E) define, por meio de Decreto Legislativo, a localização das usinas
nucleares e sua livre instalação.
Justificativa: A opção (D) é a correta, pois está prevista a situação descrita no
art. 225 da CF. Os bens ambientais são de todos, e não do poder público; a CF
autoriza a exploração minerária pelos particulares; o estudo prévio é obrigação,
não faculdade; a instalação de usinas depende de lei.
36. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO –
ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP – 2013) Assinale a
alternativa que está em consonância com o texto da Constituição Federal
Brasileira.
(A) As entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm
legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.
(B) A pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a
natureza do delito, a idade, o sexo e o grau de escolaridade do apenado.
(C) A sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei
brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não
lhes seja mais favorável a lei de seus países de origem.
(D) A lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário
para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade
das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em
vista o interesse e desenvolvimento tecnológico das empresas.
(E) Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de
reparar o dano e a multa, imposta em processo criminal, ser, nos termos da lei,
estendida aos sucessores e contra eles executada, até o limite do valor do
patrimônio transferido.
Justificativa: A letra (A) é a opção correta. De acordo com o art. 5o :

XXI – as entidades associativas, quando expressamente


autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados
judicial ou extrajudicialmente;

37. A Constituição Federal estabelece como direito dos trabalhadores urbanos


e rurais:
(A) o décimo terceiro salário, com base no vencimento básico ou no valor da
aposentadoria.
(B) o repouso semanal remunerado aos domingos.
(C) o gozo de férias anuais remuneradas com, no máximo, um terço a mais do
que o salário normal.
(D) a irredutibilidade do salário, salvo o disposto em contrato de trabalho.
(E) a assistência gratuita aos filhos e dependentes, desde o nascimento até 5
(cinco) anos de idade, em creches e pré-escolas.
Justificativa: A resposta correta é a letra (E), uma vez que o art. 7o
estabelece:

XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o


nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;

38. Nos termos da Constituição Federal, são brasileiros natos:


(A) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos
originários de países de língua portuguesa apenas residência, por um ano
ininterrupto, e idoneidade moral.
(B) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde
que venham a residir na República Federativa do Brasil até a maioridade.
(C) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais
estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país.
(D) os nascidos no estrangeiro, desde que de pai brasileiro e de mãe brasileira.
(E) os portugueses com residência permanente no País, se houver
reciprocidade em favor de brasileiros.
Justificativa: A letra (C) é a correta, de acordo com o art. 12:

I – natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que
de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de
seu país;

39. Sobre os cargos e funções públicas, é possível afirmar que a Constituição


Federal:
(A) impõe à administração pública indireta as mesmas regras proibitivas sobre
a acumulação remunerada de cargos públicos voltadas à administração pública
direta.
(B) veda a definição de critérios de admissão de pessoas portadoras de
deficiência a cargos e empregos públicos.
(C) condiciona a nomeação em cargos em comissão à aprovação prévia em
concurso público de provas ou de provas e títulos.
(D) restringe o exercício das funções de confiança exclusivamente aos
servidores ocupantes de cargo efetivo com atribuições de natureza gerencial,
orçamentária e financeira.
(E) permite a acumulação remunerada de dois cargos ou empregos privativos
de profissionais de saúde, ainda que a profissão não esteja regulamentada.
Justificativa: A alternativa da letra (A) é a resposta correta, de acordo com o
art. 37:

XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos e


funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas,
sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;

40. São princípios constitucionais expressos voltados à administração pública


direta e indireta:
(A) celeridade e transparência.
(B) isonomia e pessoalidade.
(C) legalidade e imparcialidade.
(D) moralidade e proporcionalidade.
(E) legalidade e eficiência.
Justificativa: A opção (E) é a correta. Assim está redigido no caput, art. 37:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer


dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também,
ao seguinte:

41. Os servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do


Distrito Federal e dos Municípios serão aposentados voluntariamente, desde que
cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e
de cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as
seguintes condições, conforme estabelecido na Constituição Federal:
(A) setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição.
(B) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem.
(C) sessenta e cinco anos de idade, se homem, com proventos proporcionais
ao tempo de serviço.
(D) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se mulher.
(E) sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo
de serviço.
Justificativa: A alternativa (B) é a correta, de acordo com o art. 40:

§ 1o Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de


que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus
proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3o e 17:
I – por invalidez permanente, sendo os proventos
proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de
acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave,
contagiosa ou incurável, na forma da lei;
II – compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com
proventos proporcionais ao tempo de contribuição;
III – voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de
dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no
cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as
seguintes condições:
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se
homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta de
contribuição, se mulher;
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos
de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição.

42. Segundo a Constituição Federal, é(são) órgão(s) do Poder Judiciário:


(A) o Tribunal de Contas da União.
(B) o Ministério da Justiça.
(C) o Superior Tribunal Federal.
(D) o Conselho Superior de Justiça.
(E) os Tribunais e os Juízes do Trabalho.
Justificativa: A alternativa correta é a letra (E). O Supremo Tribunal Federal
(STF) não é “superior”. A banca tentou confundir o candidato, pois o
mencionado termo é pertencente ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). O
Tribunal de Contas é órgão do Legislativo; o Conselho Superior não é órgão do
Judiciário; o Ministério da Justiça é órgão do Executivo.
43. (INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
DO SUDESTE DE MINAS GERAIS – ASSISTENTE DE ALUNO –
MSCONCURSOS – 2013) Marque a alternativa correta, conforme o que
estabelece o art. 39 da Constituição Federativa do Brasil/88.
(A) A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no
âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os
servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações
públicas.
(B) A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no
âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os
servidores da administração pública direta.
(C) A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no
âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os
servidores da administração pública direta e das fundações públicas.
(D) A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no
âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os
servidores das autarquias e das fundações públicas.
Justificativa: A alternativa (A) é a resposta correta:

§ 2o A União, os Estados e o Distrito Federal manterão


escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos
servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos
um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para
isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes
federados.

44. O § 7o do art. 40 da Constituição Federativa do Brasil/88 determina que: a


lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que será igual:
(A) ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social
de que trata o art. 201, acrescido de cinquenta por cento da parcela excedente
a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou ao valor da totalidade da
remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o
limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência
social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela
excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito.
(B) ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social
de que trata o art. 201, acrescido de cinquenta por cento da parcela excedente
a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou ao valor da totalidade da
remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento,
respeitado o limite médio estabelecido para os benefícios do regime geral de
previdência social de que trata o art. 201, acrescido de cinquenta por cento da
parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito.
(C) ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social
de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a
este limite, caso aposentado à data do óbito; ou ao valor da totalidade da
remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o
limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência
social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela
excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito.
(D) ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social
de que trata o art. 201, acrescido de sessenta por cento da parcela excedente a
este limite, caso aposentado à data do óbito; ou ao valor da totalidade da
remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o
limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência
social de que trata o art. 201, acrescido de cinquenta por cento da parcela
excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito.
Justificativa: A opção (C) é a alternativa correta, de acordo com a CF, no art.
40:

§ 7o Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por


morte, que será igual:
I – ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido,
até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime
geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de
setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso
aposentado à data do óbito; ou
II – ao valor da totalidade da remuneração do servidor no
cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máximo
estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência
social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da
parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do
óbito.

45. Qual das alternativas está em desconformidade com o art. 37 da


Constituição Federativa do Brasil/88?
(A) Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da
ação penal cabível.
(B) A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por
servidor concursado que causem prejuízos ao erário, inclusive as respectivas
ações de ressarcimento.
(C) As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa.
(D) A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou
emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso a
informações privilegiadas.
Justificativa: A opção (B) deve ser assinalada como resposta correta. O texto
de (B) entra em discrepância com o que diz o art. 37:
§ 5o A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos
praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem
prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
ressarcimento.

46. De acordo com o art. 37 da Constituição Federativa do Brasil/ 88, marque


a alternativa que traz a sequência correta de cima para baixo.
( ) É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies
remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público.
( ) A administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas
áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores
administrativos, na forma da lei.
( ) Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata
o inciso XI do caput desse artigo, as parcelas de caráter indenizatório
previstas em lei.
(A) V, F, F.
(B) F, V, V.
(C) V, V, V.
(D) V, V, F.
Justificativa: A opção (C) é a correta. Todas as expressões podem ser
encontradas nos incisos e parágrafos do art. 37 da CF, portanto estão corretas, ou
verdadeiras.
47. (TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 9ª REGIÃO –
TÉCNICO JUDICIÁRIO / ÁREA ADMINISTRATIVA – FUNDAÇÃO
CARLOS CHAGAS – 2013) Considere as assertivas concernentes ao Ministério
Público:
I. São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a
indivisibilidade e a independência funcional.
II. O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da
República, nomeado após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos
membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, vedada a
recondução.
III. Constitui vedação ao membro do Ministério Público, dentre outras,
exercer a advocacia.
IV. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze
membros nomeados pelo Presidente da República.
Nos termos da Constituição Federal, está correto o que se afirma APENAS
em:
(A) I, III e IV.
(B) I e II.
(C) III e IV.
(D) I, II e IV.
(E) II e III.
Justificativa: A letra (A) é a correta. A alternativa II contém um pequeno
erro: é permitida a recondução do Procurador-Geral da República, como está
previsto no art. 128.
48. Nos termos da Constituição Federal, os Ministros do Tribunal de Contas
da União:
(A) terão as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e
vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça.
(B) serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam, entre outros requisitos,
no mínimo 15 anos de exercício de função ou de efetiva atividade
profissional.
(C) serão escolhidos um terço pelo Presidente da República, com aprovação
do Senado Federal e, dois terços, pelo Senado Federal.
(D) não podem ser substituídos por auditor, uma vez que este não poderá ter
as mesmas garantias e impedimentos dos Ministros.
(E) serão nomeados entre brasileiros que tenham, dentre outros requisitos,
mais de 30 e menos de 65 anos de idade.
Justificativa: A letra (A) é a alternativa correta, pois recebem garantias
equiparadas aos ministros do STJ. A idade mínima para a investidura é de 35
anos; no art. 73 há a previsão de substituição por auditores; não há prazo de 15
anos de exercício profissional e sim a comprovação de exercício por 10 anos;
dois terços dos ministros são indicados pelo Congresso Nacional.
49. De acordo com a Carta Magna, no âmbito da competência legislativa
concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. Nesse contexto, é correto
afirmar que a superveniência de lei federal sobre normas gerais:
(A) suspenderá, na íntegra, a eficácia da lei estadual.
(B) suspenderá a eficácia da lei estadual apenas no que lhe for contrário.
(C) manterá a eficácia da lei estadual, ainda que esta contrarie dispositivos da
lei federal, tendo em vista a independência entre os entes federativos.
(D) revogará, na íntegra, a lei estadual.
(E) revogará a lei estadual apenas no que não lhe for contrário.
Justificativa: A alternativa correta é a letra (B), de acordo com o § 4o, art. 24,
CF.
50. Manoel, autor de importante obra literária, veio a falecer no ano de 2012.
Nos termos da Constituição Federal, ao autor, pertence o direito exclusivo de
utilização, publicação ou reprodução de sua obra. Com o falecimento do autor,
no caso, Manoel, tal direito:
(A) transmite-se aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar.
(B) transmite-se aos herdeiros eternamente.
(C) não se transmite, isto é, extinguese com o falecimento do autor.
(D) transmite-se aos herdeiros pelo tempo fixado na legislação vigente.
(E) transmite-se apenas ao cônjuge sobrevivente.
Justificativa: A opção correta é a letra (A). É a previsão do art. 5o :

XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de


utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

51. A respeito dos Direitos e Garantias Fundamentais, considere as seguintes


assertivas:
I. As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação
imediata.
II. São gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei,
os atos necessários ao exercício da cidadania.
III. A pequena propriedade rural, assim definida em lei, trabalhada pela
família, será, excepcionalmente, objeto de penhora para pagamento de débitos
decorrentes de sua atividade produtiva.
IV. O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja
criação tenha manifestado adesão.
Nos termos da Constituição Federal, está correto o que consta em:
(A) I, II, III e IV.
(B) II e III, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) I, II e IV, apenas.
(E) II e IV, apenas.
Justificativa: A opção (D) é a correta. Em II há o texto que entra em
discrepância com aquilo que a Constituição prevê no art. 5o, XXVI. Todas as
demais hipóteses estão de acordo com o art. 5o.
52. De acordo com a Constituição Federal, NÃO se inclui na competência dos
juízes federais o processamento e julgamento de:
(A) disputas sobre direitos indígenas.
(B) crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a
competência da Justiça Militar.
(C) crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada
a execução no país, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro,
ou reciprocamente.
(D) conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao respectivo
Tribunal Regional Federal.
(E) causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro
ou organismo internacional.
Justificativa: A hipótese não prevista entre as competências da Justiça
Federal é aquela da letra (D). A competência da Justiça Federal pode ser
encontrada no art. 110 da CF.
53. Clara é servidora pública da Administração direta, tendo sido investida no
mandato de Vereadora. Havendo compatibilidade de horários, Clara perceberá as
vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo. No
entanto, NÃO havendo compatibilidade de horários, Clara:
(A) será afastada do cargo que detém na Administração direta, ficando
obrigatoriamente com a remuneração do cargo eletivo.
(B) será afastada do cargo que detém na Administração direta, sendo-lhe
facultado optar pela sua remuneração.
(C) será exonerada do cargo que detém na Administração direta. (D) não
poderá exercer o mandato eletivo.
(E) será afastada do cargo que detém na Administração direta, ficando
obrigatoriamente com a remuneração deste cargo.
Justificativa: A opção (B) é a alternativa correta, de acordo com o art. 38:

II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,


emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua
remuneração;
III – investido no mandato de Vereador, havendo
compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do
cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a
norma do inciso anterior;

54. Considere as assertivas:


I. A lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato,
ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a
interferência e a intervenção na organização sindical.
II. É vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau,
representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base
territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores
interessados, não podendo ser inferior à área de um Município.
III. Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou
individuais da categoria, exceto em questões judiciais ou administrativas.
IV. É vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da
candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que
suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos
termos da lei.
Está correto o que se afirma em:
(A) I, II e IV, apenas.
(B) III e IV, apenas.
(C) I, II e III, apenas.
(D) I e IV, apenas.
(E) I, II, III e IV.
Justificativa: A opção da letra (A) é a correta. Com relação a III, está
incorreta, pois o sindicato pode, sim, fazer a defesa judicial ou extrajudicial dos
interesses do membro da categoria.
55. NÃO é privativo de brasileiro nato o cargo de:
(A) Ministro do Supremo Tribunal Federal.
(B) Ministro do Superior Tribunal de Justiça.
(C) Oficial das Forças Armadas.
(D) Presidente da Câmara dos Deputados.
(E) Carreira diplomática.
Justificativa: Deve-se assinalar a opção (B), pois todas as demais letras estão
incluídas no art. 12. Ministro do STJ não é cargo privativo de brasileiro nato,
podendo ser naturalizado.
56. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA MILITAR DE MINAS GERAIS – OFICIAL
JUDICIÁRIO – FUMARC – 2013) Nos termos da Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988, o processo legislativo compreende a elaboração de
Emendas à Constituição, Leis Complementares:
(A) Leis Ordinárias, Medidas Provisórias e Estatutos.
(B) Códigos de Leis, Leis Ordinárias, Medidas Provisórias e Decretosleis.
(C) Leis Ordinárias, Medidas Provisórias, Decretos Legislativos e Portarias.
(D) Leis Ordinárias, Leis Delegadas, Medidas Provisórias, Decretos
Legislativos e Resoluções.
Justificativa: A opção (D) é a correta. A lista está no art. 59. Estatutos (letra
(A)), Decretosleis (letra (B)), Portarias (letra (C)) não estão incluídas entre as
espécies do art. 59.
57. Segundo previsão expressa do artigo 103 da Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988, das pessoas abaixo nominadas, NÃO possui
legitimidade para propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação
declaratória de constitucionalidade:
(A) o Governador de Estado ou do Distrito Federal.
(B) o Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil.
(C) o Presidente da República.
(D) o Procurador-Geral da República.
Justificativa: A opção (B) é a correta. Quem goza de legitimidade é o
conselho da OAB e não o seu presidente.
58. Compete privativamente à União legislar sobre:
(A) juntas comerciais.
(B) custas dos serviços forenses.
(C) educação, cultura, ensino e desporto.
(D) sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular.
Justificativa: A opção (D) é a alternativa correta, pois há a previsão no art.
22, XIX.
59. Dentre outras condições de elegibilidade, exige a Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988 a idade mínima de 18 (dezoito) anos
para:
(A) Prefeito.
(B) Vereador.
(C) Governador.
(D) Deputado Federal.
Justificativa: A opção (B) é a alternativa correta, já que a constituição prevê,
no art. 14, a idade mínima de 18 anos para a elegibilidade como vereador. Diga-
se, a mais baixa exigência etária.
60. (MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL –
TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FGV – 2013) Com relação aos Direito e
Garantias Individuais, analise as afirmativas a seguir.
I. Os direitos e garantias individuais previstos no art. 5o da Constituição da
República Federativa do Brasil têm aplicação aos brasileiros e aos
estrangeiros.
II. Os direitos fundamentais sociais, como o direito à saúde, não possuem
força normativa e, por essa razão, não podem ser sindicados na via judicial.
III. Os direitos fundamentais encontram‐se taxativamente previstos na
Constituição da República Federativa do Brasil.
Assinale:
(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se somente a afirmativa II estiver correta.
(E) se somente a afirmativa I estiver correta.
Justificativa: A letra (E) deve ser assinalada, já que somente I está correto.
Os direitos sociais estão dispostos na Constituição e, por isso, são normas
jurídicas, dotados de força jurídica. O § 2o, art. 5o, diz que os direitos
estampados na Constituição não excluem outros de tratados ou dos princípios
afinados com a CF.
61. O Estado X editou lei, de iniciativa parlamentar, concedendo gratuidade
aos portadores de deficiência e aos idosos, com mais de 65 anos, em todos os
estacionamentos situados no território do Estado.
Com relação ao caso descrito, assinale a afirmativa correta.
(A) A lei é constitucional, pois promove a proteção de grupos sociais
fragilizados.
(B) A lei é inconstitucional, pois promove tratamento desigual entre cidadãos
brasileiros.
(C) A lei é constitucional, mas, como exemplo de norma progra-mática, sua
eficácia depende de decreto regulamentar.
(D) A lei é inconstitucional, pois o Estado invadiu competência legislativa da
União.
(E) A lei é inconstitucional, porque a iniciativa legislativa, no caso, é
reservada ao Chefe do Poder Executivo.
Justificativa: A opção (D) deve ser assinalada, pois um Estado tem o âmbito
de produção normativa limitado ao espaço do seu território, não podendo, como
enunciado, legislar sobre algo que toca ao espaço de outros Estados da
Federação.
62. Com base na disciplina constitucional acerca da Organização Político‐
Administrativa da República Federativa do Brasil, assinale a afirmativa correta.
(A) Não é possível o desmembramento de um Estado da Federação, pois todos
eles já foram taxativamente arrolados pela Constituição da República
Federativa do Brasil.
(B) O desmembramento de Municípios far‐se‐á por lei federal, e depende de
consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios
envolvidos.
(C) Os Municípios podem estabelecer cultos religiosos ou subvencioná‐los, no
interesse da população local.
(D) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios criar
distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
(E) Para o desmembramento de Municípios, deve ser consultada a população
do território a ser desmembrado, mas não do remanescente.
Justificativa: Vamos assinalar a letra (D). As vedações constitucionais estão
consagradas no art. 19 da CF. Para evitar assimetrias de tratamento, nenhum ente
da Federação pode estabelecer distinções entre os nacionais.

2. QUESTÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


1. (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DA PARAÍBA –
ASSESSOR TÉCNICO LEGISLATIVO – FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS –
2013) No que concerne à revisão do processo disciplinar, prevista na Lei no
8.112/90, está INCORRETO o que consta em:
(A) Será julgada pela autoridade que aplicou a penalidade.
(B) Será dirigida a Ministro de Estado ou autoridade equivalente.
(C) Correrá em apenso ao processo originário.
(D) Não será cabível na hipótese de desaparecimento do servidor.
(E) Não poderá resultar agravamento de penalidade.
Justificativa: Como localizar a matéria? As questões acima versam sobre o
processo administrativo disciplinar, previsto na Lei no 8.112/1990 e servem
como:

Instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor


por infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que
tenha relação com as atribuições do cargo em que se encontre
investido.

Utilizando palavras simples, se surgirem quaisquer informações, notícias,


rumores de que um servidor praticou algo em desacordo com a lei, deve-se
apurar. Como diz a Lei no 8.112:

A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço


público é obrigada a promover a sua apuração imediata,
mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar,
assegurada ao acusado ampla defesa.

Percebamos que o texto da lei fala em duas coisas: sindicância e processo


administrativo. É bom lembrar dessa ordem, como veremos a seguir.
A fonte normativa? O processo administrativo disciplinar encontra o seu
regramento fundamental na lei no 8.112/1990, especialmente no capítulo III,
título V desta Lei. Há ainda o art. 5o da CF e o art. 37 da CF. Para uma melhor
orientação, sigamos o formato dado pela Lei no 8.112: sindicância, processo
disciplinar, com a divisão em inquérito, julgamento e, dependendo do caso,
revisão. Num roteiro simplificado, podemos imaginar que a apuração de um
determinado fato cabe à sindicância; se da sindicância resultar em elementos que
indicam a prática de algo ilícito, vai-se ao inquérito e, ao final, de julgamento.
Na fase de sindicância, ou investigação preliminar, não há nenhuma acusação
formal contra ninguém e apenas se apura a notícia de um fato que pode vir a
constituir um ilícito. Já na segunda etapa, a do processo, vai-se apurar detida e
aprofundadamente os fatos que podem constituir um ilícito. Por isso, fala-se
numa fase de inquérito e, depois, de julgamento.

1ª FASE investigação preliminar ou sindicância

2ª FASE processo disciplinar

O que é a revisão? De acordo com o art. 174 da Lei no 8.112/1990:

O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a


pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou
circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou
a inadequação da penalidade aplicada.

A utilização da palavra revisão decorre justamente do fato de que já há uma


decisão num processo administrativo e, por algum motivo novo, deve-se rever
aquilo que foi decidido.
Por que a alternativa (D) é a incorreta? O § 1o do art. 174 diz o seguinte:
§ 1o Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do
servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão
do processo.

2. Nos termos da Lei no 10.520/02, que trata do Pregão, aberta a sessão, os


interessados ou seus representantes apresentarão declaração dando ciência de
que cumprem plenamente os requisitos de habilitação e entregarão os envelopes
contendo a indicação do objeto e do preço oferecidos, procedendo-se à sua
imediata abertura e à verificação da conformidade das propostas com os
requisitos estabelecidos no instrumento convocatório. No curso da sessão, o
autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até:
(A) 10% (dez por cento) superiores àquela poderão fazer novos lances verbais
e sucessivos, até a proclamação do vencedor.
(B) 20% (vinte por cento) superiores àquela poderão fazer novos lances
verbais e sucessivos, até a proclamação do vencedor.
(C) 15% (quinze por cento) superiores àquela poderão fazer novos lances
escritos e sucessivos, até a proclamação do vencedor.
(D) 15% (quinze por cento) superiores àquela poderão fazer novos lances
verbais e sucessivos, até a proclamação do vencedor.
(E) 20% (vinte por cento) superiores àquela poderão fazer novos lances
escritos e sucessivos, até a proclamação do vencedor.
Justificativa: Como localizar a matéria? A administração pública se
movimenta de acordo com o princípio da legalidade. O que isso quer dizer? Quer
dizer que todas as suas ações são possíveis somente se houver alguma lei
determinando que ela faça isso. Essa determinação vale, inclusive, para as
compras, vendas ou para atender às necessidades de consumo da administração
pública. Isso significa que, se o poder público precisar comprar material de
limpeza para os seus prédios, por exemplo, fará isso de acordo com o que está
previsto na lei, e a administração pública não dispõe de liberdade para fazer tais
compras ao bel-prazer. Para essas compras, vendas, concessões e necessidades
de consumo, temos a matéria das licitações.
Qual a fonte normativa principal? É a Lei no 8.666/1993, com algumas leis
editadas posteriormente, regulando formas específicas como a concessão de
serviços públicos, ou criando modalidades, como o pregão, na Lei no
10.520/2002.
A licitação funciona com uma sequência de fases que podem ser descritas
como:
1a instauração ou abertura

2a habilitação

3a classificação das propostas

4a julgamento

5a homologação dos resultados

6a adjudicação

Assunto sempre exigido é o das modalidades da licitação. Vamos ao quadro


geral:

Para obras (acima de 1,5 milhão de reais),


CONCORRÊNCIA
serviços (acima de 650 mil reais).

TOMADA DE Para obras (até 1,5 milhão de reais), serviços (até


PREÇOS 650 mil reais).

Para obras (até 150 mil reais), serviços (até 80 mil


CONVITE
reais).

É utilizado para a escolha de trabalho técnico,


CONCURSO científico, artístico, com prêmios ou remuneração
aos vencedores.
Serve para a venda daqueles bens que a
LEILÃO
administração pública considera inservíveis, ou
bens penhorados ou apreendidos.

Para a aquisição de bens e serviços por meio de


PREGÃO sessões públicas, presenciais ou por via
eletrônica.

Os tipos de licitação, por sua vez, são:

menor preço;
melhor técnica;
técnica e preço.

Há duas possibilidades que devem ser bem estudadas:

a dispensa de licitação;
a inexigibilidade de licitação.

Na dispensa, razões como o pequeno valor, o tipo de objeto ou situações que


fogem à normalidade permitem que a administração pública dispense a licitação.
Na inexigibilidade, razões como o fornecimento da coisa por pessoa exclusiva, a
contratação de serviço singular e a contratação de artistas tornam a licitação
inexigível. Por que a alternativa (A) é a correta? O art. 4o, inciso VIII, da Lei no
10.520/2002, assim dispõe:

VIII – no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais


baixo e os das ofertas com preços até 10% (dez por cento)
superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e
sucessivos, até a proclamação do vencedor;

3. Segundo a Lei no 9.784/99, que trata do Processo Administrativo no âmbito


da Administração Pública Federal, quando a matéria do processo envolver
assunto de interesse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho
motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de terceiros. O
comparecimento à consulta pública:
(A) confere, por si, a condição de interessado do processo e, portanto, garante
o direito de obter da Administração resposta fundamentada, que deverá ser
individualizada a cada uma das alegações.
(B) não confere, por si, a condição de interessado do processo, mas confere o
direito de obter da Administração resposta fundamentada, que poderá ser
comum a todas as alegações substancialmente iguais.
(C) não confere, por si, a condição de interessado do processo, mas confere o
direito de obter da Administração resposta fundamentada, que não poderá ser
comum a todas as alegações, ainda que substancialmente iguais.
(D) confere, por si, a condição de interessado do processo e, portanto, garante
o direito de obter da Administração resposta fundamentada, que poderá ser
comum a todas as alegações substancialmente iguais.
(E) não confere, por si, a condição de interessado do processo, nem confere o
direito de obter da Administração resposta fundamentada, uma vez que são
apenas terceiros ao processo.
Justificativa: A Lei no 9.784/1999 é a norma que disciplina o processo
administrativo brasileiro. Em seu art. 2o, são apresentados alguns princípios do
processo administrativo:

I – atuação conforme a lei e o Direito;


II – atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia
total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização
em lei;
III – objetividade no atendimento do interesse público, vedada
a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
IV – atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e
boa-fé;
V – divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as
hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
VI – adequação entre meios e fins, vedada a imposição de
obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas
estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;
VII – indicação dos pressupostos de fato e de direito que
determinarem a decisão;
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos
direitos dos administrados;
IX – adoção de formas simples, suficientes para propiciar
adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos
administrados;
X – garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de
alegações finais, à produção de provas e à interposição de
recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas
situações de litígio;
XI – proibição de cobrança de despesas processuais,
ressalvadas as previstas em lei;
XII – impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem
prejuízo da atuação dos interessados;
XIII – interpretação da norma administrativa da forma que
melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige,
vedada aplicação retroativa de nova interpretação.

Notemos que o processo da Lei no 9.784/1999 indica as formas como se dão


as relações entre o administrado e a administração pública, podendo envolver
alguma disputa sobre interesses e direitos, que será chamada de processo
contencioso, ou não, envolvendo apenas a prestação entre os dois (por exemplo,
a simples solicitação de um administrado para a emissão de um documento).
A Lei no 9.784, em seu art. 9o, também arrola quem são os
legitimados/interessados no processo. São as pessoas que demonstram alguma
pertinência com a matéria a ser tratada no processo, que as habilita a movimentá-
lo:

I – pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de


direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de
representação;
II – aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos
ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada;
III – as organizações e associações representativas, no tocante
a direitos e interesses coletivos;
IV – as pessoas ou as associações legalmente constituídas
quanto a direitos ou interesses difusos.

Por que a resposta (B) é a correta? Devemos atentar que, além dos
interessados que lançamos no quadro anterior, há de se verificar que os assuntos
públicos de interesse geral podem ser acessíveis a todos os cidadãos. Prestemos
atenção. Ser acessíveis não significa que imediatamente se tornaram de interesse
dos outros. O art. 31 da Lei no 9.784 nos fornece a resposta:

Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de


interesse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho
motivado, abrir período de consulta pública para manifestação
de terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo
para a parte interessada.

E é complementado pelo § 2o :

§ 2o O comparecimento à consulta pública não confere, por si,


a condição de interessado do processo, mas confere o direito de
obter da Administração resposta fundamentada, que poderá ser
comum a todas as alegações substancialmente iguais.

4. Flavio, advogado de renomado escritório de advocacia, foi eleito Prefeito


de determinado Município da Paraíba e exerceu o mandato até dezembro de
2003. Em julho de 2009, o Ministério Público Estadual ingressou com ação de
improbidade administrativa contra Flavio, alegando a prática de ato ímprobo
consistente na violação dos princípios da Administração Pública. Portanto,
pleiteou a condenação do mesmo à suspensão dos direitos políticos por cinco
anos e a proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
sócio majoritário, pelo prazo de três anos. A ação de improbidade em questão:
(A) é imprescritível.
(B) foi proposta dentro do prazo prescricional, que, na hipótese, é de dez anos.
(C) foi proposta dentro do prazo prescricional, que, na hipótese, é de oito
anos.
(D) está prescrita.
(E) foi proposta dentro do prazo prescricional, que, na hipótese, é de quinze
anos.
Justificativa: A matéria tratada nesta questão está desenhada na Lei no
8.429/1992, a chamada Lei da Improbidade Administrativa. Podemos descrever
em quadro geral as seguintes regras para a prescrição da lei de improbidade:

Contados do encerramento
do mandato, ou do
Ilícitos que não alimentam ação encerramento do exercício
de reparação/ 5 do cargo temporário.
indenização/restituição de valores anos
aos cofres públicos
Se efetivo, da data da
ocorrência do ilícito.

Se houver a necessidade de
indenização/restituição/ 10 anos
indenização

Veja o disposto na Lei no 8.429:

Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções


previstas nesta lei podem ser propostas:
I – até cinco anos após o término do exercício de mandato, de
cargo em comissão ou de função de confiança;
II – dentro do prazo prescricional previsto em lei específica
para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do
serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou
emprego.

Como apontamento complementar, lembremos que a Lei no 8.429 faz lista dos
ilícitos de improbidade nos artigos 9o, 10 e 11.
Por que a alternativa (D) está correta? Vejamos o que diz o enunciado:
encerrou o exercício em dezembro de 2003. A ação foi proposta somente em
julho de 2009, portanto está prescrita.
6. Nos termos da Lei no 8.112/90, as faltas justificadas decorrentes de caso
fortuito ou de força maior:
(A) serão obrigatoriamente compensadas, porém não consideradas como
efetivo exercício.
(B) serão obrigatoriamente compensadas, sendo assim consideradas como
efetivo exercício.
(C) poderão ser compensadas a critério da chefia imediata, sendo assim
consideradas como efetivo exercício.
(D) poderão ser compensadas a critério da chefia imediata, porém não
consideradas como efetivo exercício.
(E) poderão ser compensadas a critério da chefia mediata, não sendo
consideradas como efetivo exercício.
Justificativa: A resposta pode ser encontrada no art. 44 da Lei no 8.112/1990:

Art. 44. O servidor perderá:


I – a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo
justificado;
II – a parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos,
ausências justificadas, ressalvadas as concessões de que trata o
art. 97, e saídas antecipadas, salvo na hipótese de compensação
de horário, até o mês subsequente ao da ocorrência, a ser
estabelecida pela chefia imediata.
Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de caso
fortuito ou de força maior poderão ser compensadas a critério da
chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo
exercício.

E o art. 97 traz a previsão de situações complementares nas quais pode ocorrer


a ausência do servidor, justificadamente:

Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se


do serviço:
I – por 1 (um) dia, para doação de sangue;
II – pelo período comprovadamente necessário para
alistamento ou recadastramento eleitoral, limitado, em qualquer
caso, a dois dias; e
III – por 8 (oito) dias consecutivos em razão de:
a) casamento;
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou
padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.

7. (CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA – TÉCNICO JUDICIÁRIO /


ÁREA ADMINISTRATIVA – CESPE/UnB – 2013) Marque com C, caso julgue
o item CERTO; ou com E, caso julgue o item ERRADO.
Consoante à organização administrativa, à administração indireta e a
agentes públicos, julgue os itens que se seguem.
a) Considere que determinado cidadão tenha sido convocado como mesário
em um pleito eleitoral. Nessa situação hipotética, no exercício de suas
atribuições, ele deve ser considerado agente político e, para fins penais,
funcionário público.
Justificativa: A questão está errada e devemos considerar que é possível
organizar as várias pessoas que atuam ou exercem alguma função pelo, ou em
nome do Estado, dentro de um grande nome que são os agentes públicos. Com
essa expressão, falamos desde o deputado federal ao policial militar, do agente
de saúde ao conselheiro do Tribunal de Contas.

AGENTES Todas as pessoas que exercem/funcionam em


PÚBLICOS nome do Estado.

A partir dessa expressão geral, podemos dividir os agentes públicos em:

Agentes políticos.

AGENTES Agentes da jurisdição e do Ministério Público, e de


PÚBLICOS outros órgãos constitucionais.

Agentes da administração.

Os agentes da administração podem ser classificados de várias formas:

Agentes civis – servidores civis,


empregados públicos.
AGENTES DA
ADMINISTRAÇÃO
Agentes militares – PMs, BMs, membros
das Forças Armadas.

Uma outra classificação, já em detalhes, da tabela anterior:


Agentes ocupantes de cargo público –
servidores estatutários.

AGENTES CIVIS DA Agentes empregados públicos – em


ADMINISTRAÇÃO regime de direito privado.

Agentes temporários – servidores


temporários.

Duas situações merecem atenção:

A EC no 19/1998 inseriu a figura do emprego público, em regime trabalhista,


na administração pública federal.
Este regime é distinto daquele do pessoal chamado empregado público das
entidades de direito privado da administração pública, como empresas estatais
(sociedades de economia mista e empresa pública).

E por que a afirmativa da questão está errada? Porque a situação descrita


encaixa-se numa última situação, que não descrevemos antes, que é o que
chamamos de agente em colaboração com a administração pública. Nesses
casos, não há as figuras do jurado no tribunal do júri, a pessoa que presta auxílio
em caso de calamidade pública, ou algumas com maior permanência, como
tabelião e registrador. O grande problema da questão é que colocou a ideia de
que ele é agente político quando, na verdade, está desempenhando típica função
administrativa (ele é mesário e não candidato a cargo político). Resta até verdade
na outra parte da afirmação: para o Direito Penal, realmente, basta exercer
função pública para ser considerado funcionário público.
b) As entidades políticas são pessoas jurídicas de direito público interno,
como a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Já as entidades
administrativas integram a administração pública, mas não têm autonomia
política, como as autarquias e as fundações públicas.
Justificativa: O Direito, em dois dos seus ramos, o Direito Constitucional e o
Direito Administrativo, classifica as entidades da coletividade como pessoas
jurídicas. O Direito Constitucional como direito político que é, tratando da
organização política do Estado, define as pessoas políticas do Estado brasileiro:
União Federal

Estados
ART. 18 DA CF, PESSOAS POLÍTICAS
DF

Municípios

Já o Direito Administrativo trata de quais pessoas exercem a função


administrativa no Direito brasileiro:

Administração UniãoEstados, DF,


pública direta Municípios

ART. 37, CF; De direito público –


DEC. LEI No Autarquias, associações
200 Administração públicas
pública indireta
De direito privado – Empresas
estatais

Isso deve ser complementado com a classificação que o Direito Civil utiliza:

Pessoas de direito União, Estados, autarquias, DF, Municípios,


público interno fundações públicas, associações públicas…

Pessoa de direito
Empresas estatais
privado
E por que a questão está correta? Realmente, pessoas administrativas não
gozam do atributo de autonomia política, mas, como o próprio nome diz, de
autonomia administrativa. Somente a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios gozam de autonomia política.
A respeito do Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União e
aos poderes administrativos, julgue os itens consecutivos.
a) Considere que determinado servidor público, dentro de suas atribuições,
tenha se afastado do interesse público e atuado abusivamente. Nessa situação
hipotética, esta conduta estará sujeita à revisão judicial ou administrativa,
podendo, inclusive, o servidor responder por ilícito penal.
Justificativa: Podemos tomar um conceito básico para entender a ideia de
responsabilidade, qual seja, aquele que está obrigado por uma norma e não
cumpre a obrigação a que está submetido, responde – responsabilidade – por
aquilo que não cumpriu devidamente.
Imagine o seguinte: o professor da rede pública está obrigado a cumprir os
seus deveres como servidor, ministrar aulas, cumprir horários. Os
descumprimentos daquilo a que está obrigado gera a sua responsabilização.
É importante lembrarmos que os vários ramos do Direito trabalham com
diferentes formas de responsabilização. Assim, existe a responsabilidade civil, a
responsabilidade penal, a responsabilidade administrativa. Cada uma com
diferentes formas de sanção e de aplicação.
Os servidores públicos respondem civilmente pelos danos que causarem,
conforme o disposto no art. 186 do nosso Código Civil. Os servidores
respondem penalmente, nas condutas tipificadas no nosso Código Penal. Por
fim, os servidores respondem pelos ilícitos administrativos a que derem causa.
A resposta está correta? Sim, uma determinada conduta de um servidor pode,
simultaneamente, ser considerada ilícito penal e administrativo. Vamos ao
exemplo: servidor vale-se de propinas para desempenhar a sua função. Praticou
ilícito administrativo e, ao mesmo tempo, crime previsto no Código Penal
brasileiro.
b) Além do vencimento, o servidor público pode receber vantagens, como
indenizações, gratificações e adicionais, sendo que as duas primeiras vantagens
citadas incorporam-se ao vencimento ou provento.
Justificativa: Por que a afirmativa está incorreta? O sistema de vantagens do
servidor público está previsto no art. 49 da Lei no 8.112/1990. Vejamos:

Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor


as seguintes vantagens:
I – indenizações;
II – gratificações;
III – adicionais.

Sobre aquelas que se incorporam ao vencimento ou provento:

§ 1o As indenizações não se incorporam ao vencimento ou


provento para qualquer efeito.
§ 2o As gratificações e os adicionais incorporam-se ao
vencimento ou provento, nos casos e condições indicados em
lei.

c) Considere que uma sociedade empresária tenha celebrado contrato


administrativo de prestação de serviço com determinado órgão público. Nessa
situação hipotética, caso a administração julgue conveniente a substituição da
garantia de execução, o contrato poderá ser alterado unilateralmente.
Justificativa: O enunciado está incorreto. Vejamos o que a lei que rege os
contratos administrativos expõe sobre o assunto – art. 65 da Lei no 8.666/1993:

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser


alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos:
I – unilateralmente pela Administração:
[…] II-por acordo das partes:

São formas de alteração unilateral:

a) quando houver modificação do projeto ou das


especificações, para melhor adequação técnica aos seus
objetivos;
b) quando necessária a modificação do valor contratual em
decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu
objeto, nos limites permitidos por esta Lei;

São formas de alteração por acordo entre as partes:


a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
b) quando necessária a modificação do regime de execução da
obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face
de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais
originários;
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento,
por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor
inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com
relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente
contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra
ou serviço;
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram
inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da
administração para a justa remuneração da obra, serviço ou
fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio
econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de
sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de
consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da
execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso
fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica
extraordinária e extracontratual.

A respeito do controle e responsabilização da administração, dos atos de


improbidade administrativa e do processo administrativo, julgue os itens a
seguir.
a) Quando uma autoridade administrativa delega parte de sua competência,
ela pode revogá-la a qualquer tempo.
Justificativa: A afirmação está correta. Podemos extrair a informação para
responder corretamente da Lei no 9.784/1999 – arts. 11 a 17:

Primeiro princípio, regra da irrenunciabilidade: “A competência é


irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída
como própria”.
Exceto se houver autorização legal: “Nos casos de delegação e avocação
legalmente admitidos”.
A delegação é parcial: “Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não
houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos
ou titulares”.
A delegação pode ser a órgãos que não estejam subordinados: “Ainda que
estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente,
em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou
territorial”.
Pode haver delegação do órgão colegiado ao seu dirigente: Aplica-se à
delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes”.
Matérias/situações que não podem ser objeto de delegação:

I – a edição de atos de caráter normativo;


II – a decisão de recursos administrativos;
III – as matérias de competência exclusiva do órgão ou
autoridade.

Como é o ato de delegação e como é veiculado:

Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser


publicados no meio oficial.
§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes
transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os
objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter
ressalva de exercício da atribuição delegada.
§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela
autoridade delegante.
§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar
explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo
delegado.

8. Dentre as características passíveis de serem atribuídas aos contratos de


concessão de serviço público regidos pela Lei no 8.987/1995, pode-se afirmar
corretamente que há:
(A) remuneração integralmente pela tarifa, vedada qualquer outra forma de
receita adicional ou acessória, pena de descaracterização do instituto.
(B) delegação da titularidade do serviço público e remuneração pela tarifa,
somada a remuneração periódica paga pelo Poder Público.
(C) delegação da execução do serviço público e remuneração principal paga
pela tarifa, admitindo-se o estabelecimento de receitas acessórias em favor do
concessionário.
(D) remuneração pela tarifa, sem prejuízo de outras receitas livremente
estipuladas pelo edital de licitação, e faculdade do concessionário de rescisão
unilateral do contrato na hipótese de inadimplemento do poder público.
(E) delegação da execução do serviço público e faculdade de rescisão
unilateral do contrato pelo concessionário na hipótese de inadimplemento pelo
poder público.
Justificativa: O art. 11 da Lei no 8.987/1995 (que dispõe sobre o regime de
concessão e permissão da prestação de serviços públicos) fornece a resposta:

No atendimento às peculiaridades de cada serviço público,


poderá o poder concedente prever, em favor da concessionária,
no edital de licitação, a possibilidade de outras fontes
provenientes de receitas alternativas, complementares,
acessórias ou de projetos associados, com ou sem exclusividade,
com vistas a favorecer a modicidade das tarifas.

De acordo com a referida lei, além da tarifa é possível estabelecer as outras


formas de remuneração. A alternativa (A) é contraditória ao art. 11 citado, por
isso, falsa. A alternativa (B) fala em remuneração periódica pelo poder público,
o que foge ao regime da lei. Deve-se verificar que as alternativas (D) e (E) falam
de inadimplemento unilateral pelo concessionário, o que não é possível.
9. O poder disciplinar:
(A) sujeita todos os administrados, em especial aqueles detentores de especial
vínculo com a administração pública.
(B) se destina exclusivamente à apuração de infração e imposição de sanções
aos servidores públicos ocupantes de cargo público, não abrangendo outros
vínculos com a administração.
(C) se aplica às pessoas sujeitas à disciplina interna da administração pública,
tais como servidores públicos integrantes da administração direta, indireta,
membros do Ministério Público e da Defensoria Pública.
(D) se expressa para aplicação de penalidades às pessoas sujeitas à disciplina
interna da administração pública, sendo, no caso de servidores públicos, de
corrente da hierarquia.
(E) se traduz, dentre outras situações, pelo poder de auto-organização, por
meio da edição de decreto autônomo, para estabelecimento de condutas e
penalidades pelo respectivo descumprimento.
Justificativa: A alternativa correta é aquela assinalada na letra (D). O poder
disciplinar é o poder da administração pública para, primeiro, verificar e apurar a
existência de ilícitos e, segundo, aplicar as sanções cabíveis caso se verifique,
realmente, o ilícito. A alternativa ainda traz outros aspectos verdadeiros e
próprios da administração pública: a hierarquia e o fato de que o poder
disciplinar se aplicará aos servidores.
Por outro lado, note como a alternativa (A) está redigida de maneira muito
ampla. Não é possível dizer que todas as pessoas com vínculo com a
administração pública, ao menos sem detalhar esse vínculo, estão sujeitas ao
poder disciplinar. Na alternativa (B) houve limitação demasiada ao ficar restrito
aos ocupantes de cargo público. Outras pessoas, que não ocupantes de cargos,
estão sujeitas ao poder disciplinar. Na afirmativa da letra (E) houve uma
proposital confusão entre o poder disciplinar e outros poderes, como o normativo
e de auto-organização (o poder disciplinar não é o único poder da administração
pública).
10. O Secretário de Estado da Justiça editou decreto para regulamentar o
horário de atendimento dos fóruns estaduais, estabelecendo, diversamente do
previsto na legislação estadual, que o atendimento aos advogados seria feito no
período da tarde. A medida é:
(A) legal quanto à competência e ilegal quanto ao objeto, na medida em que
não poderia ter contrariado a legislação estadual, devendo o decreto apenas
explicitar os termos da lei.
(B) legal, desde que o decreto não tenha restringido o número de horas de
atendimento franqueadas aos advogados, apenas concentrado a
disponibilidade delas no período da tarde.
(C) inconstitucional, na medida em que a competência para editar decretos é
privativa do Chefe do Executivo, não podendo o Secretário de Estado fazê-lo.
(D) constitucional quanto à forma, pois a competência para edição de decretos
é passível de delegação, mas é ilegal quanto ao conteúdo, pois contrariou a
legislação vigente.
(E) inconstitucional quanto à forma, pois a competência para edição de
decretos é privativa do Chefe do Executivo, mas é legal quanto ao conteúdo,
tendo em vista que a medida se encaixa na competência para edição de
decretos autônomos, uma vez que trata da organização da administração.
Justificativa: Antes de assinalarmos (C) como alternativa correta, é prudente
que visualizemos o seguinte: os poderes definidos na Carta Magna – Executivo,
Legislativo e Judiciário – dispõem de autonomia para gerir os assuntos de sua
alçada. Isso é consequência do art. 2o da Constituição Federal. Dessa maneira,
nenhuma possibilidade é dada ao Executivo para regular algo como o que é
enunciado na questão, matéria típica do Judiciário. Cumpre fazer uma análise
crítica de toda a questão, já que, verdade seja dita, não é muito bem elaborada. O
que os vários enunciados fazem é a construção de ditos incorretos, já que, como
vimos, o ponto de partida é que o Executivo não tem como normatizar assunto
do Judiciário. Somos obrigados a dizer que a (C) é algo escolhido pelos
elaboradores da prova, mas, na verdade, o problema é anterior ao que foi
desenhado nas alternativas.
11. Pelo atributo da autoexecutoriedade, a administração pública, no regular
exercício de seu poder de polícia:
(A) edita atos normativos de limitações genéricas aos direitos individuais dos
administrados, indistintamente.
(B) edita atos normativos estabelecendo atos materiais concretos passíveis de
serem aplicados preventiva e repressivamente.
(C) impõe limitações ao exercício dos direitos individuais em benefício do
interesse público, podendo se expressar por meio de medidas gerais ou
específicas.
(D) exerce margem de apreciação quanto a determinados elementos do ato,
tornando discricionária a atuação de polícia em alguns casos.
(E) pode executar, por seus próprios meios, suas decisões, prescindindo de
autorização judicial.
Justificativa: A autoexecutoriedade é característica do poder de polícia. Por
isso, (E) é a correta. É impensável que a administração pública tenha, a todo o
momento, que buscar no Judiciário a tutela para realizar aquilo que interessa à
coletividade. Imagine se para uma autuação tributária, e posterior exigência dos
valores, o poder público tivesse que obter a chancela do Judiciário para
constituir o contribuinte em dívida.
Vamos às alternativas incorretas. Executoriedade não é a produção de normas.
Executar é realizar um comportamento concreto, de realização. Descartamos (A)
e (B) porque falam em produzir normas gerais, ou produzir normas. Em (C),
novamente há a menção a atos gerais. Executar significa algo concreto. O que é
falado em (D) é a definição de atos discricionários, em contraste aos atos
vinculados, e não uma característica da autoexecutoriedade.
12. Pretendendo um administrador público rever determinado ato
administrativo, um aspecto que pode configurar impedimento à conduta é:
(A) Caso o ato seja discricionário, tendo em vista que o poder da
administração pública de rever os próprios atos está restrito a vícios de
ilegalidade.
(B) Caso o ato seja vinculado, tendo em vista que revisão por vício de
ilegalidade deve ser feita judicialmente.
(C) Caso se esteja diante de ato consumado, qual seja, aquele que já exauriu
seus efeitos, cuja revisão depende de provocação judicial para seu
desfazimento.
(D) Caso se esteja diante de ato consumado, pois já tendo exaurido seus
efeitos, tornou-se definitivo, não podendo ser desfeito, cabendo, se for o caso,
responsabilização dos envolvidos.
(E) Caso se esteja diante de vício referente a forma ou a competência, que não
podem ser sanados ou convalidados.
Justificativa: A alternativa correta é a letra (D). Por quê? Trata-se de uma
questão de prudência e de respeito ao que já foi consolidado. É inseguro permitir
que a administração pública revise atos que já realizaram o que deles se
esperava. Mais do que inseguro, tal revisão esbarraria em problema de ordem
prática: como revisar algo que não produz mais efeitos? Se houve algum ilícito,
poder-se-á apurar quem emitiu o comando para o ato e outras providências.
Agora, o ato propriamente dito, este já não comporta revisão.
As alternativas (A) e (B) não trazem impedimento à revisão. Os atos, sejam
vinculados ou discricionários, são sempre balizados pela legalidade. Assim,
vícios de legalidade podem aparecer tanto nos atos vinculados como nos atos
discricionários. Certo é que nos vinculados não cabe revogação, mas cabe
anulação. Em (C), cabe dizer que a administração pública tem o poder-dever de
revisar os seus atos, independente de provocação judicial. Em (E), justamente os
atos por vício de competência e de forma podem ser sanáveis.
Para bem responder à questão, não se esqueça de alguns pontos:

A administração pública tem o dever de rever os atos quando neles há


ilegalidades.
Não confundir revogação com anulação.
Há certos atos que, inicialmente, padecem de vícios, mas podem ser saneados.

13. Quando o poder público pretende que determinado serviço público seja
prestado de forma descentralizada, por um ente que tenha sido criado por lei,
tenha capacidade de autoadministração, sujeito ao poder de tutela da
administração pública, está-se diante de:
(A) autarquia.
(B) permissionária ou concessionária de serviço público.
(C) sociedade de economia mista prestadora de serviço público.
(D) empresa pública ou sociedade de economia mista prestadoras de serviço
público.
(E) concessionária de serviço público.
Justificativa: A resposta certa é a alternativa (A). Vamos descartar (B) e (E)
porque não são respostas que contemplem entes da administração pública. O
permissionário ou concessionário bem pode ser um particular que recebeu a
delegação para prestar o serviço.
De outro lado, (C) e (D) também mencionam entes criados pelo poder público.
Cabe esclarecer que essas duas figuras são pessoas de direito privado. Para que o
ente criado atenda aos dois quesitos há de ser uma autarquia – poder de tutela e
autoadministração.
14. Sociedade de economia mista prestadora de serviço público precisa
contratar 100 (cem) servidores para reforçar equipe de fiscalização de campo, a
fim de se desincumbir de obrigações contratuais assumidas regularmente. Para
tanto:
(A) poderá promover a contratação direta de servidores públicos, desde que
sob regime celetista, para ocuparem emprego público.
(B) deverá submeter-se à obrigatoriedade do concurso público para a
contratação de seus empregados.
(C) poderá promover a contratação para provimento de cargos em comissão,
tendo em vista que não se submete a regime jurídico de direito público,
prescindindo da realização de concurso público.
(D) deverá realizar concurso público para a contratação de seus servidores,
que se submetem a regime estatutário, embora o ente possua natureza jurídica
de direito privado.
(E) poderá firmar contrato direto de prestação de serviço de autônomos com
os novos empregados, evitando a realização de concurso público e a formação
de vínculo empregatício.
Justificativa: A resposta correta é a alternativa (B). O art. 37 da Constituição
Federal não faz exceções e diz que os cargos e os empregos públicos sujeitam-se
à regra do concurso.
A alternativa (D) está incorreta, pois os agentes da sociedade de economia
mista são empregados públicos, em regime celetista, e não ao regime estatutário.
A alternativa (E) está incorreta, pois a hipótese representaria fraude à regra do
concurso público. A alternativa (A) significaria a violação da regra do concurso,
já que contratação direta significa dispensar o concurso. Não são apenas os entes
da administração direta que se submetem à regra do concurso: os entes da
administração indireta também se submetem.
15. À administração pública incumbe o exercício da função administrativa do
Estado. Essa função é exercida por meio da administração direta:
(A) composta por órgãos, autarquias, empresas estatais e fundações.
(B) por meio de seus órgãos, e da administração indireta, que abrange
autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações.
(C) e da administração indireta, composta por órgãos de execução, tais como
ministérios e secretarias de Estado, bem como por pessoas jurídicas de direito
público com finalidades atribuídas por lei.
(D) e da administração indireta, que abrange empresas públicas, sociedades de
economia mista, autarquias e fundações, entes dotados de natureza jurídica de
direito privado.
(E) por meio de seus órgãos, com auxílio da administração indireta, por meio
do que se denomina desconcentração, instituto que autoriza a transferência de
competências quando o ente que as recebe tenha natureza jurídica de direito
público.
Justificativa: A alternativa correta é a letra (B). Vamos ao quadro a seguir
para melhor entender:

ADMINISTRAÇÃO
União, Estados, DF, Municípios
DIRETA

Autarquias
ADMINISTRAÇÃO Fundações
INDIRETA Empresas estatais – empresas públicas e
sociedade de economia mista

A alternativa (A) está incorreta, pois menciona entes da administração


indireta. A alternativa (C) está mencionando órgãos da administração direta e
também da administração indireta – pessoas de direito público podem ser
autarquias. Em (D), o problema é tratar autarquias como pessoas de direito
privado. A alternativa (E) mistura desconcentração com descentralização.
Descentralização importa na criação de outras pessoas, com personalidade
própria; desconcentração significa apenas a ordenação orgânica.
16. (INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL –
TÉCNICO EM PROPRIEDADE INDUSTRIAL – CESPE/UnB – 2013) Marque
com C, caso julgue o item CERTO; ou com E, caso julgue o item ERRADO.
A respeito da Lei no 8.112/1990, que dispõe sobre o regime jurídico dos
servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas
federais, julgue os itens subsequentes.
a) Em relação à responsabilidade civil, a obrigação de reparar o dano causado
ao erário é apenas do servidor; não atingindo os seus sucessores.
Justificativa: A afirmativa está errada. Como a reparação do dano tem a
natureza civil, os sucessores deverão reparar, na medida do patrimônio que
receberem em sucessão. Aqui é importante diferenciar o critério da pessoalidade
do direito penal, caso em que realmente não se poderia transmitir a pena a outra
pessoa, do caso de natureza civil-administrativa, no qual o objeto da reparação é
de natureza patrimonial e, portanto, quem responde é o patrimônio do
responsabilizado. Os sucessores recebem esse patrimônio e, assim, têm a
obrigação de reparar aquilo que é devido.
b) É dever do servidor público atender, com presteza, ao público em geral,
prestando as informações requeridas, mesmo aquelas protegidas por sigilo.
Justificativa: A afirmativa está errada. Não são todas as informações ou
dados em poder da administração pública que deverão ser prestados à
coletividade ou ao interessado. Hoje, contamos com uma lei de acesso à
informação (Lei no 12.527/2011), que limita o acesso às informações tidas como
sigilosas. Outro ponto que merece ser mencionado é que algumas informações
pessoais somente poderão ser acessadas pela própria pessoa ou com a
autorização do titular.
Acerca da Lei no 8.429/1992, que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos
agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de
mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta,
indireta ou fundacional, julgue os itens seguintes.
a) Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou
culposa, de agente ou de terceiro, o dano será ressarcido integralmente.
Justificativa: A afirmativa está correta e repete o texto do art. 5o da Lei no
8.429/1992:

Art. 5o Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou


omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o
integral ressarcimento do dano.

Apenas como complemento, veja-se que é diferente da hipótese na qual há o


enriquecimento ilícito:

Art. 6o No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente


público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao
seu patrimônio.

b) Para ser considerado agente público, o servidor deve exercer, de forma


efetiva e remunerada, cargo, emprego ou função na administração direta, indireta
ou fundacional de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios ou dos territórios.
Justificativa: A questão está errada, pois não cobre de maneira completa o
grande gênero agentes públicos. Vamos verificar algumas hipóteses que a
questão deixou a descoberto:

Particulares em colaboração com o poder público. Há boa quantidade de


situações nas quais os particulares agem pela administração pública sem que
possamos dizer que são investidos de forma efetiva e remunerada. Lembremos
das pessoas que participam das sessões dos tribunais do júri, dos mesários
eleitorais.
Os agentes políticos ficam investidos no cargo, mas por mandatos, de quatro a
oito anos. Aí entram senadores, deputados, vereadores e os chefes do
Executivo. Na questão fala-se em forma efetiva do exercício, o que não é o
caso desses agentes.
E há ainda os servidores que são temporários, atendendo ao especial e
transitório interesse da administração pública. São, por exemplo, os
recenseadores recrutados pelo IBGE.
E também os vários servidores ocupantes de cargo de confiança que não são
efetivos.

17. (MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL – ASSISTENTE


TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE/UnB – 2013) Marque com C, caso
julgue o item CERTO; ou com E, caso julgue o item ERRADO.
Julgue o item a seguir, acerca do Direito Administrativo.
a) Os costumes, a jurisprudência, a doutrina e a lei constituem as principais
fontes do direito administrativo.
Justificativa: A afirmativa está correta, mas merece ser ordenada para a
melhor compreensão.

A lei é a fonte por excelência do Direito Administrativo. O mais importante


princípio é o da legalidade. Todas as outras decorrem dela ou informam os
conteúdos da lei.
A doutrina é a produção intelectual dos conhecedores do Direito
Administrativo. Ela é fonte importante porque dá os grandes critérios de
interpretação e os argumentos para a aplicação da lei administrativa.
A jurisprudência consiste na forma como os tribunais definem grandes
padrões de interpretação da lei administrativa. A jurisprudência consiste na
uniformização e determinação de um padrão por uma sequência razoável de
julgados.
O costume é fonte auxiliar à lei. Em muitos casos, aquilo que é seguido como
se fosse uma regra torna-se padrão auxiliar da lei. Isso é o costume.

Para finalizar, o que é fonte? A expressão fonte serve para dizer qual a forma
do direito ser veiculado e apresentado. No caso do Direito Administrativo
brasileiro, vem veiculado por uma fonte chamada lei.
No que se refere a atos administrativos, julgue os itens seguintes.
a) O conceito de ato administrativo não se confunde com o conceito legal de
ato jurídico.
Justificativa: A afirmativa está errada. Para conseguir respondê-la, passamos
da teoria do Direito, em geral, à teoria do Direito Admi-nistrativo.
Na teoria do Direito, a ação e a vontade dos homens é compreendida como
algo que interessa ao Direito, que se torna algo jurídico (do Direito) mais ou
menos da seguinte maneira:

Há ações com consequência para o Direito sem a participação da vontade


humana. Exemplo: a morte natural de uma pessoa. Isso é o fato jurídico.
Há ações com consequência para o Direito e com a participação da vontade
humana. O resultado desse ato é aquele definido pela lei. Exemplo, um fiscal
de trânsito aplica multa ao motorista em excesso de velocidade. Há a
ação/vontade do fiscal de trânsito – aplicar multa –, mas isso decorre das leis
de trânsito e não porque o fiscal resolveu fazê-lo por sua livre vontade. Isso é
ato jurídico. No caso, os atos jurídicos são considerados também atos
administrativos.

Como os atos administrativos são considerados atos jurídicos, daí o acerto do


enunciado.
b) A construção de uma ponte pela administração pública caracteriza um fato
administrativo, pois constitui uma atividade pública material em cumprimento de
alguma decisão administrativa.
Justificativa: O resultado material e concreto de uma anterior ação da
administração pública, de um anterior ato administrativo é um fato
administrativo. Portanto, fatos administrativos devem ser vistos como meras
ocorrências de execução.
Há um problema no enunciado. Nem todo mundo entende fato administrativo
dessa maneira. Há outra interpretação que diz que o fato administrativo ocorre
nas situações nas quais há a ação da administração pública sem a prerrogativa
administrativa, e sim como se particular fosse. Exemplo: alguém faz o comodato
de uma obra de arte para ser exposto no prédio da prefeitura. Como nesse caso o
Município age como se particular fosse, uma parte dos administrativistas
entende que isso é fato administrativo.
c) O erro material em decreto expropriatório constitui vício de forma do ato
administrativo e determina a sua nulidade.
Justificativa: A afirmativa está errada. Vamos seguir um pequeno roteiro da
estrutura do ato:

Competência
Forma
Conteúdo
Objeto
Finalidade
Motivo

O erro material não é algo que toque à forma. No caso, o problema é do


conteúdo.
d) Quando o juiz de direito prolata uma sentença, nada mais faz do que
praticar um ato administrativo.
Justificativa: Não, a afirmativa está errada. Por quê? Atos administrativos são
produzidos no exercício de função administrativa. A produção de sentença é ato
de função jurisdicional. Juízes no exercício da jurisdição, produzindo sentenças,
realizam a função que é distinta à administrativa.
Com relação a agentes administrativos, julgue os próximos itens.
a) O dever de obediência impõe ao servidor a obrigação de cumprir as ordens
de seus superiores e de, caso suspeite da legalidade dessa ordem, provocar novo
pronunciamento da autoridade que a expediu. Nesse caso, se confirmada, a
ordem deverá ser cumprida sem que isso gere qualquer responsabilidade para o
servidor.
Justificativa: A afirmativa está incorreta. Não existe a situação geral de que o
servidor esteja excluído da responsabilidade. Somente estará, se a ordem não era
manifestamente ilegal. A provocação de confirmação é possível, assim como o
direito de representar aos superiores ao detectar irregularidades.
b) Os vencimentos dos servidores públicos podem ser objeto de arresto,
sequestro e penhora para pagamento de dívidas comerciais. Justificativa:
Afirmativa incorreta. Os vencimentos do servidor são insuscetíveis de penhora,
arresto ou sequestro, excetuando-se as situações nas quais devam atender à
dívida de prestação alimentícia.
c) Os agentes políticos cujos atos puderem configurar crimes de
responsabilidade não se submetem ao regime da Lei de Improbidade
Administrativa.
Justificativa: A afirmativa está correta, já que podem ser visualizados dois
sistemas de sanção:

SISTEMA DE Submissão de todos os agentes públicos,


IMPROBIDADE exceto.

Somente os agentes arrolados na


AQUELES QUE SE Constituição, na Lei no 1.079/1950 (define
SUBMETEM AO os crimes de responsabilidade e regula o
SISTEMA DE CRIMES respectivo processo de julgamento), no
DE Decreto Lei no 201/1967 (dispõe sobre a
RESPONSABILIDADE. responsabilidade dos Prefeitos e
Vereadores).

Acerca dos serviços públicos, julgue os itens que se seguem.


a) Os serviços de utilidade pública, a exemplo dos serviços de transporte
coletivo, visam proporcionar aos seus usuários mais conforto e bem-estar.
Justificativa: Afirmativa correta. Os serviços de utilidade são ofertas à
coletividade que melhoram a sensação de bem-estar. São comodidades prestadas
pela administração pública para a realização dos direitos fundamentais das
pessoas. Tome o seguinte exemplo: as pessoas se deslocam melhor por trens,
metrôs ou ônibus do que se tivessem que despender seus recursos próprios.
b) A regulamentação e o controle dos serviços públicos e de utilidade pública
competem sempre ao poder público.
Justificativa: Sim, a afirmativa é correta. Quem é o titular do serviço é o
titular da capacidade para editar normas, regulamentar e exercer a atividade
fiscalizadora-controladora. Podemos lembrar, bem ao início, que os serviços
públicos são públicos porque são de titularidade do poder público.
c) Constitui obrigação do poder público, ou de seus delegados, fornecer
serviços adequados, eficientes, seguros e contínuos.
Justificativa: Correta a afirmativa, que parece bastante óbvia no acerto.
Afinal, aceitaríamos serviços ineficientes, inseguros e com oferta inconstante?!
Podemos encontrar alguns fundamentos normativos para a resposta.
A Constituição Federal, em seu art. 175, dispõe que:

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei,


diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre
através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
[…] IV – a obrigação de manter serviço adequado.

A Lei 8.987/1995 estabelece, em seu art. 6o, que:

Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação


de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários,
conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no
respectivo contrato.
§ 1o Serviço adequado é o que satisfaz as condições de
regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade,
generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.
§ 2o A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do
equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a
melhoria e expansão do serviço.

d) É da competência dos Estados-membros explorar os serviços de energia


elétrica.
Justificativa: A afirmativa está errada. Os serviços públicos de energia
elétrica estão arrolados entre os serviços de competência da União, no art. 21 da
CF. Apenas para facilitar:

Art. 21 da
SERVIÇOS DE COMPETÊNCIA DA UNIÃO
CF

Art. 25 da
SERVIÇOS DE COMPETÊNCIA DOS ESTADOS
CF
SERVIÇOS DE COMPETÊNCIA DOS Art. 30 da
MUNICÍPIOS CF

Julgue os seguintes itens, relativos a poderes e princípios da


administração pública.
a) Fere a moralidade administrativa a conduta do agente que se vale da
publicidade oficial para se autopromover.
Justificativa: Sim, a afirmativa está correta. Entenda-se por moralidade o
conjunto de preceitos associados à própria legalidade que devem pautar a
conduta da administração pública e dos agentes que agem por ela. Como a coisa
é pública, somente se justificam como morais as ações realizadas pela coisa
pública. A autopromoção não é preceito de ação esperado de quem age pela
coisa pública.
b) Não viola o princípio da legalidade a exoneração de ofício de servidor
público por abandono de cargo.
Justificativa: Afirmativa errada. Para vermos a correta formatação da
situação temos que ler os arts. 132 e 140 da Lei no 8.112/1990. Para a apuração
deverá ser utilizado o procedimento sumário e não a exoneração de ofício.
c) A fixação do prazo de validade e a prorrogação de um concurso público não
se inserem no âmbito do poder discricionário da administração.
Justificativa: A afirmativa está errada. Sim, há margem para a decisão que
deverá ser tomada pela administração pública. Veja-se o contorno dado pela
Constituição, em seu art. 37:

III – o prazo de validade do concurso público será de até dois


anos, prorrogável uma vez, por igual período;

Como se nota, cabe à Administração definir se haverá, ou não, prorrogação.


Se há a possibilidade, não a obrigação, estamos diante de margem discricionária.
18. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO –
TÉCNICO JUDICIÁRIO – TPJ – ÁREAS JUDICIÁRIA E ADMINISTRATIVA
– FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS – 2013) No que diz respeito às espécies de
atos administrativos, é correto afirmar que:
(A) os atos negociais, embora unilaterais, encerram um conteúdo negocial, de
interesse recíproco da Administração e do administrado, mas não adentram a
esfera contratual.
(B) não há distinção entre o ato punitivo da Administração, apenando o ilícito
administrativo e o ato punitivo do Estado, que apena o ilícito criminal, visto
que ambos têm a natureza de ilicitude.
(C) os atos negociais são genéricos, abstratos e de efeitos gerais, que não se
limitam entre as partes − Administração e administrado requerente.
(D) os atos ordinatórios atuam também no âmbito interno das repartições,
alcançando funcionários subordinados a outra chefia, assim como obrigam os
particulares.
(E) nos atos ordinatórios, além de sua função ordinatória, observa-se que eles
criam, normalmente, direitos e obrigações para os administrados, mas não
geram deveres para os agentes administrativos a que se dirigem.
Justificativa: A alternativa correta é letra (A), já que podemos explicar a
opção da seguinte maneira:

Fatos jurídicos em sentido estrito.

FATOS JURÍDICOS Atos jurídicos.

Negócios jurídicos.

No caso da administração pública, como sempre há a vinculação ao princípio


da legalidade, não há propriamente a figura do negócio jurídico. Utilizamos, de
maneira restrita, a expressão atos negociais para o universo de ações do poder
público que envolvam a manifestação da vontade do administrado. Embora
envolva a vontade dos dois, não podem ser contratos propriamente ditos, pois o
que há é a concordância da administração pública com o administrado. Mas o ato
é pautado pela lei e de interesse do governo.
19. Quanto à invalidação dos atos administrativos consistentes em sua
revogação e anulação, é certo que a:
(A) revogação e a anulação que, embora constituam meios de invalidação dos
atos administrativos, se confundem e se empregam indistintamente.
(B) faculdade de invalidação dos atos administrativos pela própria
Administração é bem mais ampla do que se concede à Justiça Comum, porque
esta só pode desfazer seus atos quando ilegais.
(C) anulação é a declaração de invalidade de um ato administrativo legítimo e
eficaz, enquanto que pela revogação se invalida um ato ilegítimo ou ilegal.
(D) faculdade de revogar o ato administrativo só pode ser executada a pedido,
e por autoridade superior, nunca pelo mesmo agente que o praticou.
(E) anulação de um ato administrativo é exclusividade do Poder Judiciário,
devendo, de regra, ser levado à sua apreciação por meios procedimentais.
Justificativa: A opção (B) é a alternativa correta. Atente ao enunciado. Lá se
fala em revogação e anulação. Anulação envolve ilegalidade. Revogação
envolve conveniência e oportunidade. O Judiciário não pode revogar atos da
administração por conveniência e oportunidade. Só a própria administração pode
fazê-lo.
20. Os serviços de preservação da saúde pública e os de polícia, dentre outros,
são considerados serviços:
(A) públicos ou impróprios do Estado e também administrativos.
(B) de utilidade pública, assim como impróprios do Estado ou uti singuli.
(C) públicos, assim como próprios do Estado ou uti universi.
(D) públicos ou semicomerciais e também administrativos.
(E) de utilidade pública, e também próprios do Estado ou uti singuli.
Justificativa: A opção (C) é a alternativa correta. A saúde e a segurança pública
são prestadas a todos os administrados – portanto, universais – e são próprias do
Estado – ou seja, consideradas atividades essenciais do Estado.
Não têm natureza comercial. Não são prestadas para um ou outro
administrado. É impensável imaginá-las fora da esfera estatal.
21. Tendo em vista os princípios constitucionais que regem a Administração
Pública é INCORRETO afirmar que a:
(A) eficiência, além de desempenhada com legalidade, exige resultados
positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da
comunidade e de seus membros. (B) lei para o particular significa pode fazer
assim, e para o administrador público significa deve fazer assim.
(C) moral administrativa é o conjunto de regras que, para disciplinar o
exercício do poder discricionário da Administração, o superior hierárquico
impõe aos seus subordinados.
(D) publicidade não é elemento formativo do ato; é requisito de eficácia e
moralidade.
(E) impessoalidade permite ao administrador público buscar objetivos ainda
que sem finalidade pública e no interesse de terceiros.
Justificativa: A opção (E) é a alternativa correta, pois está redigida de
maneira equivocada. Nenhum ato da administração pública pode buscar
objetivos estranhos à finalidade pública. Como a coisa é pública, não se espera
que se patrocinem interesses estranhos aos da coletividade. A bem da verdade,
impessoalidade é agir sem distinção ou escolha afetiva, mas somente por
princípios republicanos e objetivos.
22. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAZONAS –
ASSISTENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV – 2013) O ato administrativo
reveste‐se de vários atributos, que os diferencia dos demais atos da
administração.
Assinale a alternativa que indica a descrição correta de um atributo do ato
administrativo.
(A) Imperatividade – permite à Administração Pública executar o ato
administrativo sem acessar o Poder Judiciário.
(B) Tipicidade – indica que esse ato encontra‐se previsto em lei.
(C) Presunção de legalidade e veracidade – tem presunção de absoluta de que
o ato administrativo encontra‐se de acordo com a lei.
(D) Autoexecutoriedade – consiste na presunção de que o ato administrativo é
verdadeiro.
(E) Coercibilidade – indica que o ato administrativo é previsto em lei.
Justificativa: A opção correta é a letra (B). A expressão tipicidade vem de
tipo. Que tipo é este? Imagine que a lei administrativa descreve um fato da vida
em sociedade. Esses são os fatos típicos. Assim, somente se está diante de um
ato administrativo se houver essa previsão, esse tipo, na lei. Por consequência, a
administração pública somente age de acordo com a tipicidade. Figuras fora dos
tipos da lei administrativa não configuram atos administrativos e não cabe ao
poder público. inovar, criando figuras fora do tipo.
23. João, servidor de uma concessionária de serviço público de transporte, em
um dia de fúria agrediu fisicamente um usuário do serviço sem ter sido
injustamente provocado. No caso, ficou comprovada a agressão dolosa do
funcionário, e o usuário, além da vergonha de ser agredido em público,
desembolsou recursos próprios para o tratamento de suas lesões.
Com base no caso descrito, assinale a afirmativa correta.
(A) A concessionária deverá arcar com a indenização e não poderá buscar o
ressarcimento junto ao funcionário.
(B) Apenas o funcionário poderá ser responsabilizado.
(C) A concessionária irá responder e poderá ser ressarcida pelo servidor.
(D) A indenização deverá ser paga pela concessionária e pelo servidor na
proporção de 50% para cada um.
(E) No caso, quem responde sempre é o Estado, pois é o respon-sável último
pelo serviço.
Justificativa: A alternativa correta é a letra (C). O art. 37 da Lei no
8.987/1995 determina que os concessionários são responsáveis pelos atos
decorrentes da prestação do serviço. Devemos ficar atentos ao seguinte: o
concessionário responde ao usuário, por decorrência da responsabilidade
objetiva dos agentes que prestam serviços públi-cos. Todavia, há o direito do
concessionário regressar contra o agente que causou o ato. Aí, outra relação:
concessionário e o seu agente.
24. A concessão de serviços públicos é uma espécie de contrato administrativo
e, como todo contrato, vários fatores podem levar à extinção da concessão.
Sobre as formas de extinção da concessão de um serviço público no
ordenamento jurídico brasileiro, assinale a afirmativa correta.
(A) A caducidade que ocorre com o transcurso do tempo poderá levar à
extinção da concessão.
(B) A encampação é uma das modalidades de extinção da con-cessão e ocorre
por razões de interesse público.
(C) A encampação é a extinção da concessão pelo transcurso do tempo do
contrato.
(D) A caducidade implica na retomada do serviço por razões de interesse
público, segundo análise discricionária da administração pública.
(E) A extinção da concessão de serviço público ocorre apenas pelo transcurso
do tempo.
Justificativa: A alternativa correta é (B). Vamos ao texto da Lei no
8.987/1995:

Art. 37. Considera-se encampação a retomada do serviço pelo


poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de
interesse público, mediante lei autorizativa específica e após
prévio pagamento da indenização, na forma do artigo anterior.

25. A gestão da coisa pública, em razão de atender ao interesse de toda


sociedade, deve ser objeto de constante fiscalização.
Tendo por base a temática do controle sobre a Administração Pública, assinale
a afirmativa correta.
(A) Os responsáveis pelo controle interno devem comunicar irregularidades
ao Tribunal de Contas sob pena de responsabilidade solidária.
(B) O controle sobre a Administração Pública será interno e externo, uma vez
que na Constituição não há previsão de instrumentos de controle popular.
(C) O controle sobre a administração é essencialmente corretivo, não havendo
controle prévio ou concomitante.
(D) O controle sobre a administração inclui a análise da conveniência e
oportunidade de seus atos por parte do Poder Judiciário.
(E) O Poder Legislativo não realiza controle sobre a Administração Pública
em razão da separação de poderes.
Justificativa: A alternativa correta é a letra (A). O Tribunal de Contas é órgão
de fiscalização e controle externo. Esse controle não elimina o controle interno.
Embora sejam controles distintos, há inter-relação entre eles. Um dos traços
desta inter-relação é o dever dos envolvidos no controle interno relatarem as
irregularidades aos órgãos de controle externo.
26. A Administração Pública, diante de um ato administrativo editado por uma
autoridade incompetente, anula o referido ato, sem antes acessar o Poder
Judiciário.
Com base no caso descrito, assinale a alternativa que apresenta o princípio em
que a Administração Pública se baseou.
(A) Princípio da supremacia do interesse público.
(B) Princípio da indisponibilidade do interesse público.
(C) Princípio da segurança jurídica.
(D) Princípio da eficiência.
(E) Princípio da autotutela.
Justificativa: A opção (E) é a alternativa correta. Autotutela pode se
entendida se decompusermos a palavra:

Auto – realizada pela própria administração


Tutela – para proteger a legalidade

A administração pública pode e deve realizar os atos de correção para proteger


a legalidade. No caso, revisou o ato ao ver que a autoridade não era a
competente para editá-lo.
27. (TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MATO GROSSO DO SUL –
TÉCNICO JUDICIÁRIO / ÁREA ADMINISTRATIVA – CESPE/UnB – 2013)
A respeito da administração direta e indireta, centralizada e descentralizada,
assinale a opção correta.
(A) A chamada centralização desconcentrada é a atribuição administrativa
cometida a uma única pessoa jurídica dividida internamente em diversos
órgãos.
(B) A estrutura básica da administração direta na esfera estadual é composta
pelo chefe do Poder Executivo, que tem como auxiliares os ministros de Estado.
(C) Sociedade de economia mista, empresa pública e fundação pública de
direito público são categorias abrangidas pelo termo empresa estatal ou empresa
governamental.
(D) A criação de uma diretoria no âmbito interno de um tribunal regional
eleitoral (TRE) configura exemplo de descentralização administrativa.
(E) A administração direta é composta de pessoas jurídicas, também
denominadas entidades, e a administração indireta, de órgãos internos do Estado.
Justificativa: A alternativa correta é letra (A). Vamos entender:

DESCENTRALIZAR DESCONCENTRAR

Não se criam novas pessoas, mas se vai


Criar novas pessoas
dividindo, hierarquizando, organizando da
para o desempenho das
melhor maneira para o desempenho das
atividades.
atividades.

28. Com referência aos atos administrativos, assinale a opção correta.


(A) A União, ao alugar um imóvel particular para instalar nova sede de um
TRE, pratica ato administrativo.
(B) Ato administrativo é a declaração do Estado que produz efeitos jurídicos
imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito público ou
privado e sujeita a controle pelo Poder Judiciário.
(C) Competência é um dos elementos do ato administrativo que faculta ao
agente a transferência de atribuições a outros agentes públicos, as quais, uma
vez delegadas, não poderão ser avocadas pelo delegante.
(D) Os atos administrativos, quando editados, avocam para si a presunção
absoluta de legitimidade.
(E) O motivo do ato não se confunde com a motivação da autoridade
administrativa, pois a motivação diz respeito às formalidades do ato.
Justificativa: A alternativa correta é a letra (E). É bastante interessante
atentarmos às expressões motivo e motivação. São termos parecidos, mas com
ângulos diferentes. Motivação é a forma como a administração pública
exterioriza o seu ato. Já o motivo é a razão, material, que movimentou o poder
público. Por que os medicamentos foram apreendidos? Motivo: estavam
vencidos. Na publicação oficial, aparece que o servidor sairá do país para fazer
curso no estrangeiro: motivação.
29. Um agente de trânsito, ao realizar fiscalização em uma rua, verificou que
determinado indivíduo estaria conduzindo um veículo em mau estado de
conservação, comprometendo, assim, a segurança do trânsito e,
consequentemente, a da população. Diante dessa situação, o agente de trânsito
resolveu reter o veículo e multar o proprietário.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção que explicita, correta
e respectivamente, o poder da administração correspondente aos atos praticados
pelo agente, e os atributos verificados nos atos administrativos que caracterizam
a retenção do veículo e a aplicação de multa.
(A) poder disciplinar – exigibilidade e discricionariedade
(B) poder de polícia – autoexecutoriedade e exigibilidade
(C) poder hierárquico – exigibilidade e autoexecutoriedade
(D) poder disciplinar – autoexecutoriedade e exigibilidade
(E) poder de polícia – exigibilidade e discricionariedade Justificativa: A
alternativa correta é a letra (B). O poder de polícia dá à administração pública a
prerrogativa, dentro da lei, de executar, por sua própria força, certos atos. Do
mesmo modo, o poder de polícia também permite a pronta exigência da conduta
do administrado. Pode surgir a dúvida sobre a alternativa (E). Note que não
havia discricionariedade, já que estando o veículo comprometido tinha o agente
que agir retirando-o da circulação.
30. Assinale a opção correta acerca das disposições gerais dos agentes
públicos.
(A) É possível que um indivíduo, mesmo sem ter uma investidura normal e
regular, execute uma função pública em nome do Estado.
(B) Servidor público estatutário é aquele submetido a um diploma legal
específico e que ocupa cargo público da administração direta e indireta, como
autarquias, fundações e empresas públicas.
(C) Os litígios que envolvam os servidores públicos estatutários e celetistas
devem ser dirimidos na Justiça do Trabalho, especializada em dirimir conflitos
entre trabalhadores e empregadores.
(D) Os chamados cargos vitalícios, previstos pela Constituição anterior à ora
vigente, não mais subsistem. Atualmente, apenas existem os chamados cargos
efetivos e cargos em comissão, também denominados na prática de cargo de
confiança.
E) Considera-se agente público aquele que exerce, mesmo que
transitoriamente, cargo, emprego ou função pública, sempre mediante
remuneração pelo serviço prestado.
Justificativa: A opção (A) é a alternativa correta. O exercício da função
estatal embora deva, normalmente, ser realizado por aqueles que ocupam cargos,
também pode ser realizado por outros agentes. Isso compreende situações
variadas. Há várias delegações aos agentes privados de funções públicas. Deve-
se lembrar de que elas são pontuais, mas existem.
A alternativa (E) está errada, pois o exercício não é transitório. Os cargos
vitalícios continuam existindo; logo, a letra (D) está errada. Servidores de
empresas públicas não são estatutários; portanto, a letra (C) está errada. Os
conflitos entre servidores estatutários são de competência da Justiça Federal, isso
torna a letra (B) errada.
31. Maria, que era servidora pública estável de um TRE, foi demitida do seu
cargo em decorrência de um processo administrativo disciplinar, razão por que
ajuizou ação judicial para impugnar o ato de demissão. O Poder Judiciário
analisou a prova dos autos e proferiu sentença que invalidou a demissão e
determinou a reintegração da servidora ao cargo anteriormente ocupado, com
ressarcimento de todas as vantagens. Entretanto, logo após a demissão de Maria,
José, que também era servidor estável e que ocupava outro cargo, passou a
ocupar a vaga dela.
Na situação hipotética acima, José deveria ser (A) posto em disponibilidade.
(B) revertido ao cargo de origem.
(C) reconduzido ao cargo de origem.
(D) reintegrado ao cargo de origem.
(E) readaptado em outro cargo.
Justificativa: A alternativa correta é a letra (C). Para a resposta correta,
novamente nos valemos da Lei no 8.112/1990:

Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo


anteriormente ocupado e decorrerá de:
I – inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
II – reintegração do anterior ocupante.
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o
servidor será aproveitado em outro, observado o disposto no art.
30.

A hipótese da questão é aquela descrita no parágrafo único. José deverá ser


aproveitado em outro cargo, que é aquele da origem.
32. Acerca dos poderes administrativos, assinale a opção correta.
(A) O poder hierárquico que exerce a administração pública é amplo,
estendendo-se da administração direta para as entidades componentes da
administração indireta.
(B) A delegação de competência administrativa, que consiste na transferência
definitiva de competência de seu titular para outro órgão ou agente público,
decorre do exercício do poder hierárquico.
(C) O poder de polícia tem como característica a ampla abrangência, não
existindo critério territorial para a fixação da sua competência, razão por que a
autoridade pública de um Município tem competência para atuar em outro
ente da Federação.
(D) O poder regulamentar consiste na possibilidade de o chefe do Poder
Executivo editar atos administrativos gerais e abstratos, expedidos para dar
fiel execução da lei.
(E) Caso determinada autoridade pública presencie a prática de um ilícito
administrativo por um subordinado, a aplicação da penalidade ao autor do
ilícito não dependerá de processo administrativo, incidindo o princípio da
autotutela administrativa.
Justificativa: A alternativa correta é a letra (D). Antes uma lista dos vários
poderes da administração:

Poder vinculado e discricionário


Poder hierárquico
Poder normativo ou regulamentar
Poder disciplinar
Poder de polícia

O poder regulamentar consiste no poder atribuído à administração pública de


editar normas, abaixo da lei, capazes de possibilitar a execução da própria lei e
realizar o funcionamento da máquina pública.
33. Assinale a opção correta a respeito da responsabilidade civil do Estado.
(A) O Estado será responsável pelos danos que seus agentes causarem, sendo
incabível a ação regressiva mesmo no caso de dolo e culpa do agente.
(B) À semelhança do que ocorre no Direito Civil, o Direito Administrativo
admite a culpa concorrente da vítima, considerando-a causa atenuante da
responsabilidade civil do Estado.
(C) A responsabilidade civil do Estado refere-se à obrigação de reparar os
danos causados por seus agentes a terceiros em decorrência de suas atuações,
mas não por suas omissões.
(D) O ordenamento jurídico brasileiro adota a teoria da irresponsabilidade do
Estado.
(E) Segundo a CF, a responsabilidade civil do Estado abrange as pessoas
jurídicas de direito público, as de direito privado prestadoras de serviços
públicos e as executoras de atividade econômica.
Justificativa: A alternativa correta é a letra (B). Devemos lembrar de que a
responsabilidade civil do Estado tem as especialidades por envolver o poder
público, mas continua sendo peça do sistema geral de responsabilidade civil. A
expressão culpa concorrente quer demonstrar a situação na qual a pessoa que é
vitimada pelo dano também concorreu (participou), em maior ou menor medida,
para a concretização desse dano.
34. Ainda acerca da responsabilidade civil do Estado, assinale a opção correta.
(A) Para configurar a responsabilidade civil do Estado, o agente público
causador do dano deve ser servidor público estatutário e possuir vínculo direto
com a administração.
(B) Para configurar a responsabilidade civil do Estado, o agente público
causador do prejuízo a terceiros deve ter agido na qualidade de agente
público, sendo irrelevante o fato de ele atuar dentro, fora ou além de sua
competência legal.
(C) Considerando que os atos judiciais são invioláveis, não se admite a
responsabilização ao Estado pelos danos que deles emergirem.
(D) A responsabilidade civil do Estado é objetiva, sendo obrigatória
configuração da culpa para a eclosão do evento danoso.
(E) É inconstitucional o dispositivo da Lei de Licitações e Contratos que prevê
que a administração pública não se responsabilizará pelo pagamento dos
encargos trabalhistas inadimplidos dos empregados de empresa terceirizada
contratada.
Justificativa: A opção correta é a alternativa (B). Para a responsabilização do
poder público, basta que o agente aja como alguém do corpo funcional da
administração pública. A atuação além ou fora da lei poderá gerar outras
consequências ao servidor, por exemplo, sanções de natureza administrativa.
35. Acerca dos requisitos para a investidura em cargo público, assinale a
opção correta.
(A) A idade mínima para a investidura em cargo público é dezesseis anos.
(B) A investidura em cargo público é concretizada com a publicação da
nomeação no Diário Oficial.
(C) Vinte por cento das vagas de todos os concursos públicos devem ser
reservadas aos portadores de deficiência, vedada qualquer alegação de
incompatibilidade entre a deficiência e o cargo.
(D) Para ser investido em cargo público, o candidato deve ter, ao menos, o
ensino fundamental completo.
(E) As universidades podem prover seus cargos com professores estrangeiros.
Justificativa: A alternativa correta é a letra (E), de acordo com a Constituição
Federal:

Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-


científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e
obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino,
pesquisa e extensão.
o
§ 1 É facultado às universidades admitir professores, técnicos
e cientistas estrangeiros, na forma da lei.

36. Considere que Lucas tenha tomado posse no seu primeiro cargo efetivo no
serviço público federal e que esteja em exercício há seis meses. Com relação à
situação funcional de Lucas, assinale a opção correta à luz da Lei no 8.112/1990.
(A) Lucas irá adquirir estabilidade após dois anos de efetivo exercício no
cargo.
(B) Caso Lucas esteja cursando faculdade e tenha de mudar de localidade no
interesse da administração, ele terá direito a matrícula em instituição de ensino
congênere, em qualquer época, independentemente de vaga.
(C) Enquanto estiver no período de estágio probatório, Lucas não poderá
ocupar cargos em comissão.
(D) Lucas poderá tirar licença para desempenho de mandato classista.
(E) Lucas poderá tirar licença para tratar de assuntos particulares pelo prazo
de três anos consecutivos, sem direito à remuneração. Justificativa: De todas
as alternativas, a correta é a letra (B). A resposta está na Lei no 8.112/1990:

Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse


da administração é assegurada, na localidade da nova residência
ou na mais próxima, matrícula em instituição de ensino
congênere, em qualquer época, independentemente de vaga.

37. Ao funcionário público federal estável aprovado em novo concurso


público, para outro órgão, mas não habilitado no estágio probatório desse novo
cargo aplica-se, para que retorne ao cargo por ele anteriormente ocupado, o
instituto da:
(A) redistribuição.
(B) recondução.
(C) readaptação.
(D) reversão.
(E) reintegração.
Justificativa: Para assinalarmos (B) como a correta, usamos a Lei no
8.112/1990:
Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo
anteriormente ocupado e decorrerá de:
I – inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
II – reintegração do anterior ocupante.

38. Com base na Lei no 8.112/1990, assinale a opção correta.


(A) Ao servidor estudante será concedido horário especial, quando
comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição,
independentemente de compensação de horário.
(B) O afastamento do servidor por motivo de doença profissional é
considerado como efetivo exercício.
(C) A licença-prêmio por assiduidade será concedida apenas aos servidores
aprovados no estágio probatório.
(D) O servidor público convocado para o serviço militar obrigatório deverá,
para que não fique configurado o abandono de cargo, requerer licença para
tratar de assuntos particulares, devendo retornar ao serviço no prazo máximo
de trinta dias após o término do período do serviço obrigatório.
(E) O servidor pode ausentar-se do serviço por dois dias para votar em outro
Estado da Federação.
Justificativa: A opção correta é a letra (B). No caso de (A), há a necessidade
de compensação de horário. No caso de (C), deve-se considerar o universo de
servidores até o ano de 1996, pois neste ano foi extinta. No caso de (D), é
licença para a prestação do serviço militar. No caso de (E), o prazo é para
alistamento e recadastramento.
39. A Lei no 8.112/1990 aplica-se:
(A) aos servidores temporários.
(B) aos servidores públicos efetivos do Distrito Federal.
(C) aos servidores públicos militares.
(D) aos servidores públicos das empresas públicas.
(E) aos servidores públicos das autarquias.
Justificativa: A alternativa correta é a letra (E). O que está errado? Servidores
temporários não se submetem ao comando da lei. A lei destina-se aos servidores
da União e não do DF. Também é lei aplicável aos servidores civis e não aos
servidores militares. Servidores de empresas públicas são regidos por regras de
direito privado.
JUDICIÁRIO DA UNIÃO

TRABALHO ELEITORAL FEDERAL MILITAR

TST TSE TRFs STM

Varas Auditorias
TRTs TREs
federais militares

Varas do Juízes
trabalho eleitorais

Arts. 111 ao Arts. 118 ao Arts. 106 ao


Arts. 122 ao 124
116 121 110

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