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Dedicatória

Aos meus Pais e Irmãs, a Minha Família leite, Família Calima.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida e por ter me proporcionado chegar
até aqui. Aos meus pães por toda a dedicação e paciência contribuindo diretamente para
que eu pudesse ter um caminho mais fácil e prazeroso durante esses anos. Aos amigos e
colegas da Faculdade pelos momentos prazerosos proporcionados e a troca de
conhecimentos e experiências vividas. Agradeço aos professores que sempre estiveram
dispostos a ajudar e contribuir para um melhor aprendizado em especial ao meu
professor e orientadora João manzire Fernandes.

Enfim, agradeço a todas as pessoas que fizeram parte dessa etapa decisiva em minha
vida.

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ÍNDICE DE ABREVIATURA

Abreviatura designação

ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland).

NBR

M20

M15

Mpa

IPT-ABCP

CaO

MgO

CP Cimento Portland

(fm)(fb)(fa) o ensaio da Resistência a compressão das prisma

3
FIGURAS
Figura 1: Alvenaria Estrutural

Figura 2: Alvenaria Convencional

Figura 3: Construção com paredes de contraventamento

Figura 4: Parede Enrijecedora

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TABELAS

Tabela 1 – Dimensões nominais

Tabela 2 – Resistência mínima à compressão

Tabela 3 – Dimensões nominais para blocos de vedação e portantes comuns.

Tabela 4 – Resistência à compressão

Tabela 5 – Dimensões nominais

Tabela 6 -Faixas granulométricas das areias para argamassas empregadas em alvenaria


estrutural

Tabela 7 - Traços e propriedades das argamassas normalizadas nos Estados Unidos

Tabela 8 - Traços e propriedades das argamassas normalizadas pela Norma Britânica

Tabela 9 - Faixas granulométricas de areias recomendadas para graute

Tabela 10 – Faixa granulométrica recomendada para pedrisco utilizado no graute

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INTRODUÇÃO

A alvenaria estrutural é um conceito de sistema construtivo, onde toda alvenaria está


envolvida diretamente na sustentação de uma obra.

Refere-se de um processo construtivo, no qual as paredes têm função estrutural, ou


seja, são autoportantes. Dessa forma, fica encarregada da transmissão das cargas até a
fundação. Diferente da construção convencional, na qual está é utilizada como elemento
de vedação.

Pode se dizer que na alvenaria estrutural a resistência depende unicamente das paredes,
compostas por blocos de concreto ou blocos cerâmicos, todos com grande capacidade
de resistência à compressão.

Atualmente a alvenaria estrutural vem ganhando espaço no mercado da construção


civil, que cada vez mais busca por um processo construtivo de rápida execução, custo
baixo e alta qualidade.

Cabe ao profissional analisar o melhor método construtivo com suas vantagens e


desvantagens para suprir as necessidades especifica para cada obra. Inicialmente será
mostrado um breve histórico da alvenaria estrutural, citando, entre outros, o início de
sua utilização, sua evolução no decorrer do tempo e o estado atual. O estudo da origem
e evolução desta e de qualquer técnica é importante para uma melhor compreensão do
processo.

Em seguida serão apresentados os principais ensaios feitos com os materiais


constituintes da alvenaria estrutural, o que possibilitará um melhor entendimento dos
resultados dos laudos obtidos. Também será abordado o projeto da alvenaria, mostrando
os principais passos e métodos de cálculo, demonstrando a importância dos mesmos.

Objetivos Gerais

Este trabalho tem como objetivo fazer uma análise do sistema construtivo em alvenaria
estrutural. Buscando avaliar a eficácia a eficiência e a viabilidade.

O objetivo do trabalho é descrever de maneira a propiciar o levantamento teórico,


organização e registro dos materiais, e dados referentes ao assunto. Ressaltar sobre a
racionalização na construção civil, em todo o seu processo, com base nos levantamentos

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obtidos e na identificação das medidas que já estão sendo utilizadas para a minimização
dos desperdícios de recursos empregados.

Objetivo Específicos

 Apresentar vantagens e desvantagens da alvenaria estrutural;


 Conceituar materiais e equipamentos no contexto da alvenaria estrutural;
 Aplicar conceitos que melhora a racionalização da construção.

Justificativa

O assunto deste trabalho justifica-se pela necessidade de informações que visam reduzir
decisões tomadas em obra, evitar retrabalho e desperdícios, aumentar a facilidade de
execução, melhorar qualidade e principalmente, executar uma obra racionalizada e
econômica.

METODOLOGIA

 A metodologia adotada é referente a REVISÕES BIBLIOGRÁFICAS sobre


o sistema construtivo em alvenaria estrutural. A partir das técnicas, foram
organizadas por subtemas o que permitiu compreender conceitos e
reconhecer as tecnologias empregadas no sistema construtivo.
 Foi realizada uma visita à FÁBRICA DE BLOCOS ESTRUTURAIS
CERÂMICA MIFALE em Bragança Paulista, para entender o processo e as
etapas fundamentais que envolvem a fabricação do bloco estrutural
cerâmico.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Alvenaria Estrutural

Nesta revisão bibliográfica serão abordados temas pertinentes ao assunto do trabalho


visando dar o embasamento teórico necessário para uma melhor compreensão dos dados

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Coletados e uma consequente análise mais coerente.

Inicialmente será mostrado um breve histórico da alvenaria estrutural, citando, entre


outros, o início de sua utilização, sua evolução no decorrer do tempo e o estado atual. O
estudo da origem e evolução desta e de qualquer técnica é importante para uma melhor
compreensão do processo.

Em seguida serão apresentados os principais ensaios feitos com os materiais


constituintes da alvenaria estrutural, o que possibilitará um melhor entendimento dos
resultados dos laudos obtidos. Também será abordado o projeto da alvenaria, mostrando
os principais passos e métodos de cálculo, demonstrando a importância dos mesmos.

O planejamento de obra e a produtividade também serão abordados, mostrando como o


assunto é abordado por outros autores e analisando a possibilidade de inclusão das
soluções estudadas na obra em questão. é um sistema em que as paredes são feitas por
blocos de concreto ou cerâmico que, além de vedar a casa, formam a estrutura da
construção e suportam a carga do peso das próprias paredes, da laje, da cobertura e da
ocupação (pessoas, móveis, objetos da casa).

Hoje em dia a alvenaria estrutural tem sido muito usada pelas construtoras, pois torna a
obra mais rápida e mais barata. Muitos condomínios de sobrados, prédios e conjuntos
comerciais tem usado esse sistema.

Segundo Franco (1992). A alvenaria estrutural é, por sua vez, toda estrutura de
alvenaria, dimensionada através de procedimentos de cálculo para suportar cargas além
do peso próprio. Entende-se também, que a alvenaria estrutural pode ser definida como
sendo um processo construtivo cuja característica principal é a existência e aplicação de
paredes de alvenaria e lajes enrijecedoras como principal estrutura de suporte de
edifícios, Um processo construtivo racionalizado, projetado, calculado e construído em
conformidade com as normas pertinentes, visando funcionalidade com segurança e
economia.

BREVE HISTÓRICO

A alvenaria estrutural é um processo construtivo em que se utilizam as paredes de


alvenaria da habitação para resistir às cargas, em substituição aos pilares e vigas
utilizados nos sistemas de concreto armado, aço ou madeira. Tal sistema, é utilizado
desde a antiguidade, sendo que dessa época até o início do século XX foram executadas

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de forma empírica, o que resultava em estruturas mais robustas quando comparadas com
as utilizadas hoje em dia.

Segundo Duarte (1999) as edificações em alvenaria estão entre as construções que têm
maior aceitação pelo homem, não somente hoje, como também nas civilizações antigas.
Edificações monumentais em alvenaria de pedras e tijolos ainda permanecem de pé,
após mais de 2.000 anos passados de sua construção, e algumas sendo ainda utilizadas,
num testemunho da durabilidade e aceitação deste material e deste sistema construtivo
ao longo do tempo. Acredita-se que a dificuldade em trabalhar e construir utilizando
pedras de grandes dimensões fez os povos da antiguidade trabalharem com peças de
menores dimensões, ou seja, os tijolos. As dimensões reduzidas e a mistura de
agregados diversos com aglomerantes possibilitaram o aparecimento e o
desenvolvimento de obras com arcos e abóbadas, no qual os Assírios, por volta do final
do segundo milênio a.C., parecem ter sido os primeiros a utilizá-los na construção de
grandes fortalezas, com estrutura totalmente em alvenaria. (ROMAN et al., 1999, p. 07).

Na década de 50 a utilização de alvenaria ganhou novo impulso após a realização de


experimentações na Europa, com isso foi possível a criação de novas normas para o
projeto e a execução de obras, fazendo com que as mesmas se tornassem competitivas,
comparadas as demais técnicas existentes. (CAMACHO, 2001, p. 09).

A alvenaria estrutural é considerada uma técnica construtiva bastante Tradicional,


utilizada pelo homem desde a antiguidade. Sendo o principal elemento de alvenaria a
rocha. Porém, a partir de 4.000 a.C., a argila fora introduzida, incorporada à
composição, tornando possível a produção de tijolos. Com o passar dos anos e o
consequente aumento do conhecimento empírico, os processos de construção foram
otimizados. Logo, atualmente é possível encontrar uma grande variabilidade de blocos,
de diferentes tamanhos e resistências. Possibilitando dinamizar as construções em
alvenaria estrutural.

ALVENARIA ESTRUTURAL

A alvenaria é um sistema construtivo que utiliza peças industrializadas de dimensões e


peso que as fazem manuseáveis, ligadas por argamassa, tornando o conjunto monolítico.

Estas peças industrializadas podem ser moldadas em:

 Cerâmica

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 Concreto
 Sílico-calcáreo.

Este tipo de estrutura pode ser dividido em 2 (dois) tipos:

 Alvenaria Estrutural Não Armada


 Alvenaria Estrutural Armada.

Alvenaria Estrutural Não Armada

Este sistema vem sendo tradicionalmente utilizado em edificações de pequeno porte,


como residências e prédios de até 8 (oito) pavimentos.

Existem normas tanto para o cálculo estrutural (NBR 10837 – “Cálculo de alvenaria
estrutural de blocos vazados de concreto”) como para a execução (NBR 8798 –
“Execução e controle de obras em alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto”).

O tamanho do bloco a ser utilizado é definido na fase de projeto pois é necessária a


paginação de cada uma das paredes da edificação.

Na alvenaria estrutural não armada à análise estrutural não deve acusar esforços de
tração.

Alvenaria Estrutural Armada

Pode ser adotada em edificações com até mais de 20 pavimentos. São normalmente
executados com blocos vazados de concreto ou cerâmicos, sendo a execução e o projeto
regidos pelas mesmas normas citadas anteriormente.

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Figura 1: Alvenaria Estrutural

Fonte: Cedida pela fábrica Cerâmica Mifale

O tamanho do bloco a ser utilizado, assim como na alvenaria não armada, é definido na
fase de projeto pois também é necessária a paginação de cada uma das paredes da
edificação.

Estruturas mistas

Tem-se uma estrutura mista, sempre que forem adotados materiais estruturais
diferenciados. Podemos misturar alvenaria com concreto armado, aço e concreto,
madeira e alvenaria, aço e alvenaria, etc....

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Figura 2: Alvenaria Convencional
Fonte: http://www.forumdaconstrução.com.br/conteudo.php?a=7&Cod=1642

Na realização de alterações no projeto, qualquer elemento a ser removido deve ser


analisado e se houver necessidade, substituído ou reforçado. A remoção de um elemento
estrutural pode pôr em risco o equilíbrio do conjunto.

É muito comum a ocorrência de estruturas mistas em edifícios com 3 (três) a 5 (cinco)


pavimentos, que tenham a necessidade do 1o (primeiro) pavimento com uso
diferenciado. Tem pilares das fundações ao piso do 2o (segundo) pavimento, que é
totalmente estruturado, e os demais pavimentos são apoiados em alvenarias potentes.

Apesar deste modelo ser amplamente adotado em edificações de pequeno porte, e de ser
mais econômico do que o modelo totalmente estruturado, tem limitações grandes, e
devem ser adotados cuidados especiais não só durante o projeto, mas também durante a
sua execução.

A definição da capacidade resistente das alvenarias e a análise bem detalhada do projeto


arquitetônico, para que as cargas sejam definidas da forma mais precisa possível, é de
suma importância para o bom desempenho deste tipo de estrutura.

3º PAV.

2º PAV. parede

1º PAV. Laje de
entrepiso

PLANTA DE CORTE

A capacidade portante (tensão admissível) da alvenaria deve estar bem definida. Esta
determinação pode ser feita em laboratório ou apenas estimada sempre baseada em
ensaios já elaborados e de acordo com o material utilizado.

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Para se obter uma boa alvenaria, é necessário controlar não apenas o tijolo ou bloco,
mas também a argamassa utilizada.

A execução da alvenaria portante também deve ser controlada pois a espessura das
juntas, o prumo das paredes e sua altura também modificam a sua capacidade resistente.

As maiores vantagens da alvenaria estrutural em relação aos processos


tradicionais são:

• Economia no uso de madeira para formas;

• Redução no uso de concreto e ferragens;

• Redução na mão-de-obra em carpintaria e ferraria;

• Facilidade de treinar mão-de-obra qualificada;

• Projetos são mais fáceis de detalhar;

• Maior rapidez e facilidade de construção;

• Menor número de equipes ou sub-contratados de trabalho;

• Ótima resistência ao fogo;

• Ótimas características de isolamento termo-acústico;

• Flexibilidade arquitetônica pelas pequenas dimensões do bloco;

As maiores desvantagens da alvenaria estrutural são:

• As paredes portantes não podem ser removidas sem substituição por outro
elemento de equivalente função;

• Impossibilidade de efetuar modificações na disposição arquitetônica original;

• O projeto arquitetônico fica mais restrito;

• Vãos livres são limitados;

• Juntas de controle e dilatação a cada 15m.

UNIDADES PARA EDIFICAÇÕES (TIJOLOS OU BLOCOS) : TIPOLOGIA E


PROPRIEDADES MECÂNICAS

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Os tijolos ou blocos que compõem a alvenaria podem ser constituídos de diferentes
materiais, sendo os mais utilizados os cerâmicos ou de concreto.

Qualquer que seja o material utilizado as propriedades desejáveis são:

 Ter resistência à compressão adequada;


 Ter capacidade de aderir à argamassa tornando homogênea a parede;
 Possuir durabilidade frente aos agentes agressivos (umidade, variação de
temperatura e ataque por agentes químicos);
 Possuir dimensões uniformes;
 Resistir ao fogo.

Tijolos maciços cerâmicos:

São blocos de barro comum, moldados com arestas vivas e retilíneas, obtidos pela
queima da argila, que se dá em temperaturas em torno de 1000ºC.

Tipologia

Devem possuir a forma de um paralepípedo retângulo sendo suas dimensões nominais


recomendadas pela NBR 8041 “ Tijolo Maciço Cerâmico para Alvenaria – Forma e
Dimensões”:

Tabela 1 – Dimensões nominais

Comprimento (mm) Largura (mm) Altura (mm)


190 90 57
190 90 90
Fonte : Transcrição da Tabela1 da NBR 7170

Devem possuir todas as faces planas, podendo apresentar rebaixos de fabricação em


uma das faces de maior área.

É comum os tijolos apresentarem expansão devido à incorporação de umidade do


ambiente. Em consequência é recomendado que se evite a utilização de blocos ou tijolos
cerâmicos com menos de duas ou três semanas após saírem do forno.

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Propriedades mecânicas

Os tijolos podem ser comuns ou especiais.

Os tijolos comuns são classificados em A, B ou C de acordo com as suas propriedades


mecânicas prescritas pela NBR 7170 “ Tijolo maciço cerâmico para alvenaria”.

Sua resistência à compressão deve ser testada segundo encaminhamento prescrito pela
NBR 6460 “ Tijolo maciço cerâmico para alvenaria – Verificação da resistência à
compressão” e atender aos valores indicados pela tabela 2:

Tabela 2 – Resistência mínima à compressão

Categoria Resistência à compressão


(MPa)
A 1,5
B 2,5
C 4,0
Fonte: Transcrição da Tabela 2 da NBR 7170

Os tijolos e blocos cerâmicos possuem coeficiente de dilatação térmica pequeno, sendo


adotado um valor médio de 6x10-6 /ºC.

Juntas de dilatação devem ser espaçadas de 12 à 15m, para evitar uma possível
fissuração da alvenaria devido à expansão dos tijolos por incorporação de umidade, ou
variação de temperatura. Os tijolos maciços especiais podem ser fabricados em formato
e especificações acordadas entre as partes mas nos quesitos não especificados devem
prevalecer as condições da NBR 7170 e NBR 8041.

Blocos cerâmicos

São blocos vazados moldados com arestas vivas retilíneas, sendo os furos cilíndricos ou
prismáticos. São produzidos a partir da queima da cerâmica vermelha. A sua
conformação é obtida através da extrusão.

Durante este processo toda a umidade é expulsa e a matéria orgânica é queimada,


ocorrendo a vitrificação com a fusão dos grãos de sílica.
Blocos de vedação
São blocos usados na construção das paredes de vedação.

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No assentamento dos blocos cerâmicos de vedação os furos são geralmente dispostos
horizontalmente, o que ocasiona a diminuição da resistência dos painéis de alvenaria.

Blocos portantes
São blocos usados na construção de paredes portantes. Devem ter furos dispostos na
direção vertical.

Esta afirmativa se deve à diferença no mecanismo de ruptura de ambos, que no caso dos
furos verticais formam indícios da situação de colapso, enquanto que no caso de furos
horizontais o colapso é brusco e frágil, não sendo adequado seu uso como material
estrutural.

Tipologia
Conforme mencionado, o processo de vitrificação nas faces do bloco compromete a
aderência com a argamassa de assentamento ou revestimento. Por esta razão, as faces
dos blocos são constituídas de ranhuras e saliências.

Suas dimensões nominais são recomendadas pela NBR 8042 “Bloco Cerâmico Vazado
para Alvenaria – Formas e Dimensões” e estão dispostas na tabela 3:

Tabela 3 – Dimensões nominais para blocos de vedação e portantes comuns.


Dimensões comerciais Dimensões nominais ( mm)
L x H x C (cm) Largura (L) Altura (H) Comprimento (C)
10x20x10 90 190 90
10x20x20 90 190 190
10x20x30 90 190 290
10x20x40 90 190 390
15x20x10 140 190 90
15x20x20 140 190 190

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15x20x30 140 190 290
15x20x40 140 190 390
20x20x10 190 190 90
20x20x20 190 190 190
20x20x30 190 190 290
20x20x40 190 190 390
Fonte: Transcrição da Tabela 1 da NBR 7171

A seguir são apresentadas figuras e dimensões dos blocos cerâmicos estruturais mais
comumente utilizados nas edificações em alvenaria estrutural em blocos cerâmicos.

Bloco Cerâmico 14x19x29 cm

Fonte: Site www.ceramicamatieli.com.br (abril/2006)

Dimensão real: 14x19x29 cm

Área Bruta: 406 cm²

Peso: 6,0 kg

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Bloco Cerâmico 19x19x39 cm

Fonte: Site www.ceramicamatieli.com.br (abril/2006)

Dimensão real: 19x19x39 cm

Área Bruta: 741 cm²


Peso: 8,5 kg

Bloco Cerâmico 19x19x19 cm

Fonte: Site www.ceramicamatieli.com.br (abril/2006)

Dimensão real: 19x19x19 cm

Área Bruta: 361 cm² Peso: 4,7 kg

Propriedades mecânicas

A resistência à compressão mínima dos blocos na área bruta deve atender aos valores
indicados na tabela 3 da NBR 7171 “ Bloco Cerâmico para Alvenaria” que classifica os
blocos em tipo A, B, C, D e F:

Tabela 4 – Resistência à compressão


Tipo Resistência à compressão na
área bruta* (MPa)
A 1,5
De vedação B 2,5
C 4,0
Portante D 7,0
F 10,0

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Fonte: Transcrição da Tabela 3 da NBR 7171
* Área bruta representa a área de qualquer uma das faces.

O ensaio de resistência à compressão destes blocos deve seguir método prescrito e


especificado na NBR 6461 “Bloco Cerâmico para Alvenaria – Verificação da
Resistência à Compressão”.

A inspeção dos lotes deve ser feita no local pelas partes e segue indicação da NBR
7171. Devem ser consideradas as suas dimensões, desvio em relação ao esquadro e
planeza das faces.

Os blocos cerâmicos especiais podem ser fabricados em formato e especificações


acordadas entre as partes mas nos quesitos não especificados devem prevalecer as
condições da NBR 7171.

Blocos de concreto

Tipologia

Quanto às dimensões classificam-se em M20 e M15, conforme tabela abaixo:

Tabela 5 – Dimensões nominais

Dimensões Largura (mm) Altura (mm) Comprimento (mm)


M-20 190 190 390 ou190*
M-15 140 190 390 ou 190*
Fonte : Transcrição de dados da NBR 6136

Propriedades mecânicas
Os blocos de concreto são classificados pela NBR 6136 “ Blocos Vazados de Concreto
Simples para Alvenaria Estrutural” em classe A e B.

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O bloco de classe A aplica-se à alvenarias externas sem revestimento devendo o bloco
possuir resistência característica à compressão maior do que 6 MPa, além de sua
capacidade de vedação.

O bloco de classe B aplica-se à alvenarias internas ou externas com revestimento


devendo possuir resistência característica à compressão de no mínimo 4,5 Mpa.

A determinação das propriedades mecânicas de um bloco de concreto segue prescrições


da NBR 7184 “ Blocos vazados de concreto simples para alvenaria – Determinação da
resistência à compressão”.

As maiores empresas fabricam blocos que apresentam uma média de resistência à


compressão de 12 à 15 MPa podendo atingir até 20 MPa.

Argamassa de assentamento

A argamassa de assentamento é o elemento de ligação entre as unidades de alvenaria,


normalmente constituída de cimento, areia e cal. Cabe salientar que não é correto
utilizar os procedimentos de produção de concreto para produzir argamassas de boa
qualidade, pois no concreto o objetivo final é obter maior resistência à compressão,
enquanto na argamassa os objetivos são os seguintes: • Solidarizar as unidades
transferindo as tensões de maneira uniforme entre as unidades;

 Distribuir uniformemente as cargas atuantes na parede;

 Absorver pequenas deformações que a alvenaria está sujeita;

 Compensar as irregularidades dimensionais das unidades de alvenaria;

• Selar as juntas contra a entrada de água e vento nas edificações

Materiais constituintes das argamassas

Cimento

São utilizados cimentos Portland Comum (CP-I), Composto (CP-II) e Alta Resistência
Inicial (CPV). Podem ser utilizados ainda outros tipos de cimento, como o Cimento
Portland Pozolânico (CPIV) e Alto-Forno (CP-III).

Tem a função de propiciar resistência às argamassas, aumentar a aderência, colaborar


em sua trabalhabilidade e retenção de água.

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Quando utilizado cimento em excesso, se aumenta muito a contração da argamassa,
prejudicando a durabilidade da aderência, devido ao fato de quanto maior a quantidade
de cimento maior o calor de hidratação na argamassa. Esse excesso de calor de
hidratação causa a retração da argamassa, ocasionando em trincas e fissuras.

Os cimentos com maior superfície específica tornam as argamassas mais trabalháveis e


com maior retenção de água. As argamassas produzidas com os cimentos CP-III e CP-
IV tem a tendência de ser tecnicamente melhores do que as argamassas executadas com
os outros tipos de cimento, devido ao seu endurecimento mais lento, propiciando
argamassas com maior capacidade de absorver pequenas deformações.

Cal

Nas argamassas de assentamento é utilizada a cal hidratada com uma porcentagem de


componentes ativos (CaO e MgO) superior a 88%. Estudos realizados pelo IPT-ABCP
concluíram que a cal hidratada comercializada no Brasil não possui em muitos casos
boa qualidade e não atendem ao especificado na norma brasileira.

Podem ser utilizadas também cales extintas em obra, capazes de produzir argamassas de
melhor qualidade final.

A adição de cal à argamassa confere a ela plasticidade, retenção de água, coesão e


extensão da aderência.

Areia

A areia permite aumentar o rendimento (ou reduzir o custo da argamassa) e diminuir os


efeitos prejudiciais do excesso de cimento, atuando como agregado inerte na mistura.

As areias grossas aumentam a resistência à compressão da argamassa, enquanto as


areias finas reduzem a resistência, porém aumentam a aderência, sendo portanto
preferíveis em alvenaria estrutural.

As normas britânica e norte americana recomendam as granulometrias das areias


destinadas à argamassas de assentamento, conforme tabela abaixo:

Tabela 6 -Faixas granulométricas das areias para argamassas empregadas em alvenaria


estrutural

Peneira – Abertura Nominal Porcentagem (em massa) do Material Passante nas


(mm) Peneiras

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BS – 1200 ASTM C - 144
4,8 100 100
2,4 90-100 95-100
1,2 70-100 70-100
0,6 40-80 40-75
0,3 5-40 10-35
0,15 0-10 2-15
Fonte: PRUDÊNCIO, Luiz R.; OLIVEIRA, Alexandre L., BEDIM, Carlos A. Alvenaria
Estrutural de Blocos de Concreto, Florianópolis, 2002 (p.49)

Água

A água é o elemento que permite o endurecimento da argamassa pela hidratação do


cimento. É responsável por uma qualidade fundamental no estado fresco da argamassa,
a trabalhabilidade.

A água deve ser dosada a uma quantidade que permita o bom assentamento das
unidades, não causando segregação dos seus constituintes.

PROPRIEDADES DESEJÁVEIS DAS ARGAMASSAS

Estado Fresco

Trabalhabilidade
A trabalhabilidade é originada na combinação de vários fatores, sendo os principais a
coesão, a consistência, a quantidade de água utilizada, o tipo e o teor de aglomerante
empregado, a granulometria e a forma dos grãos do agregado.

Não existe um método direto para medir a trabalhabilidade da argamassa. Na prática é


determinada pelo assentador da alvenaria. É definida em critérios subjetivos, tais como:
facilidade de manuseio e de espalhamento sobre a superfície das unidades, adesão,
manutenção da consistência durante o assentamento de algumas unidades
consecutivamente (tempo em aberto), facilidade para se alcançar a espessura de junta
desejada e manutenção da espessura da junta após o assentamento das camadas
subsequentes.

Consistência

A consistência é a propriedade que exprime o quanto mole ou rígida está a argamassa.

Retenção de Água

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É a capacidade da argamassa de reter água contra a sucção exercida pelas unidades de
alvenaria. Se a água contida na argamassa de assentamento percolar muito rapidamente
para a unidade, não haverá água suficiente para a completa hidratação do cimento,
resultando em uma fraca ligação entre a unidade de alvenaria e a argamassa.

Tempo de Endurecimento

O endurecimento da argamassa se dá pela reação química existente entre o cimento e a


água. Se o endurecimento for muito rápido, causará problemas no assentamento das
unidades e no acabamento das juntas. Se for muito lento, causará atraso na construção,
devido à espera que se faz necessária.

O tempo de endurecimento é função da temperatura. Temperaturas muito altas tendem a


acelerar o endurecimento, já temperaturas muito baixas retardam o endurecimento.

Estado Endurecido

Aderência

A aderência é a capacidade que a interface bloco-argamassa possui de absorver tensões


tangenciais (cisalhamento) e normais (tração) a ela, sem causar rompimento.

É a propriedade mais importante da argamassa endurecida. Ainda não existem ensaios


adequados para medir a aderência, porém são executados uma série de métodos, todos
consistem em separar duas ou mais unidades unidas por argamassa.

Um dos métodos é apresentado na figura abaixo onde mede-se a força para separar as
unidades e divide-se pela área de contato argamassa/unidade. Dessa forma será obtida a
tensão, que será a medida da aderência.

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Ensaio de aderência unidade/argamassa

Fonte: PRUDÊNCIO, Luiz R.; OLIVEIRA, Alexandre L., BEDIM, Carlos A. Alvenaria
Estrutural de Blocos de Concreto, Florianópolis, 2002 (p.44)

Resistência à Compressão

A resistência à compressão é função do tipo e da quantidade de cimento usado na


mistura da argamassa (relação água/cimento). A argamassa deve ser resistente o
suficiente para suportar os esforços a que a parede está sujeita.

A resistência à compressão é obtida seguindo-se as prescrições da NBR 13279, pelo


ensaio de corpos-de-prova prismáticos submetido primeiramente a ensaio de tração por
flexão e após as duas partes restantes são submetidas a ensaio de compressão. Porém o
valor obtido no ensaio não representa diretamente a resistência da argamassa, pois os
corpos-de-prova não reproduzem o estado real das tensões a que o material está sujeito
quando compondo uma junta de alvenaria.

Um aumento na resistência à compressão da argamassa não implica em um aumento da


resistência da parede. Para cada resistência de bloco, existe uma resistência ótima de
argamassa.

TIPOS DE ARGAMASSA

O tipo de argamassa a ser usado depende da função que a parede vai exercer, do tipo de
bloco utilizado e das condições de exposição a qual a parede estará sujeita.

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Na seleção do tipo de argamassa a ser utilizado devemos efetuar um balanço entre a o
que se deseja dessa alvenaria e as propriedades dos vários tipos de misturas. Deve ser
considerado que não existe um único tipo de argamassa que seja o melhor para todos os
tipos de aplicações. Cabe salientar que não deve se utilizar uma argamassa com
resistência superior à necessária.

A seguir serão apresentados os tipos de argamassas utilizadas em alvenaria estrutural.


Argamassas Mistas

São aquelas compostas por cimento, cal hidratada e areia. As normas americanas
especificam quatro tipos de argamassas mistas, designadas pelas letras M, S, N e O,
descritas abaixo:

 Argamassa tipo M: recomendada para alvenarias que terão contato com o solo,
tendo como exemplo fundações, muros de arrimo, etc. Possui grande
durabilidade e boa resistência à compressão;

 Argamassa tipo S: recomendada à alvenarias sujeitas ao esforço de flexão, tendo


boa resistência à compressão e à tração na interface das unidades de alvenaria;
 Argamassa tipo N: recomendada para o uso geral em alvenaria, sem contato com
o solo. Apresenta média resistência à compressão e boa durabilidade;

 Argamassa tipo O: recomendada para o uso em unidades de alvenaria maciças,


onde a tensão de compressão não exceda 0,70 MPa e não esteja em contato com
um meio agressivo. Tem baixa resistência à compressão, sendo mais utilizadas
nas paredes de ambientes internos.

Abaixo, será apresenta tabela representa os traços recomendados e o valor da resistência


à compressão média esperadas para as argamassas normalizadas nos EUA.

Tabela 7 - Traços e propriedades das argamassas normalizadas nos Estados Unidos

Tipo de Traço em Resistência


Argamassa Volume Média
Cimento Cal Areia
Esperada
(MPa)
M 1 0–¼ * 17,2
S 1 ½ 12,4
N 1 1 5,2

25
O 1 2 2,4
* De 2,25 a 3 vezes o volume de cimento e cal.

Fonte: PRUDÊNCIO, Luiz R.; OLIVEIRA, Alexandre L., BEDIM, Carlos A. Alvenaria
Estrutural de Blocos de Concreto, Florianópolis, 2002 (p.52)

A norma britânica também classifica as argamassas para utilização em alvenaria


estrutural, variando do tipo 1 ao 4, equivalendo às mesmas características de descrição
da norma americana. A do tipo 1 equivale à do tipo M americana, a 2 equivale à S, a 3
equivale à N e a 4 equivale à O. A seguir, é apresentada tabela com os traços
recomendados e a resistência média de acordo com a norma britânica: Tabela 8 -
Traços e propriedades das argamassas normalizadas pela Norma Britânica

Tipo de Traço em Volu me Resistência Média à


Argamassa Compressão (MPa)
Cimento Cal Areia Laboratório Obra
1 1 0–¼ 3 16,0 11
2 1 ½ 4 – 4,5 6,5 4,5
3 1 1 5–6 3,6 2,5
4 1 2 8–9 1,5 1,0
Fonte: SANTOS, Marcos Daniel Friedrich. Alvenaria Estrutural.

Cabe salientar que esses valores foram obtidos por materiais especificados pelas
normas britânica e americana, portanto para ser aplicada no Brasil deve ser feita uma
verificação prática de suas reais características. Isso se dá principalmente pela qualidade
baixa da cal hidratada em nosso país, não sendo compatível com a qualidade dos países
mais desenvolvidos.

Argamassas Semi-Prontas

Está cada vez mais comum o emprego de argamassas usinadas de cal e areia, tanto para
assentamento da alvenaria quanto para revestimento. Na obra, é adicionado cimento à
esta mistura.

Nesse tipo de argamassa a cal utilizada nas usinas é a cal virgem em pó e sua extinção é
feita através de reatores, onde é adicionada água e é preparada uma pasta, durante o
tempo de 1 a 2 horas. Após isto, a nata de cal que se forma é misturada com areia em
misturadores específicos ou em betoneiras. A mistura permanece em estoque até sua
comercialização por um período de 2 à 5 dias.

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Devem ser observados alguns cuidados para utilização dessas argamassas em alvenaria
estrutural. Sempre verificar a granulometria dos agregados utilizados, pois normalmente
são empregados agregados mais finos do que o recomendado. Também deve ser
verificado se o teor de cal adicionado na usina é constante e adequado, nunca
esquecendo de controlar o proporcionalmente entre o cimento e a mistura semi-pronta.

Argamassas Industrializadas

Estes produtos podem ser classificados em dois grupos: argamassas prontas e


argamassas em que é necessário o acréscimo de água a sua composição final.

As argamassas prontas são geralmente entregues em obra em baldes ou contêineres,


mantendo-se plásticas por um longo período de tempo devido à adição de aditivos
especiais, não tendo tradição de uso no Brasil.

Já as argamassas que necessitam apenas adição de água tem sido usadas bastante no
Brasil, sendo comercializadas em sacos ou a granel. Porém, essas argamassas são
constituídas de aditivos incorporadores de ar e isso faz com que o valor de sua
resistência e trabalhabilidade variem com o tipo de misturador e o tempo de mistura. É
importante salientar que quanto mais eficiente for o misturador mais rapidamente se
atingirá a homogeneidade da mistura e maior será a velocidade de incorporação do ar,
com isso originando uma queda na resistência mecânica. Afim de evitar problemas
quanto à resistência da argamassa, deve ser consultado o fabricante sobre informações
sobre a umidade da mistura e o tempo de amassamento em função do tipo de misturador
adotado.

GRAUTE

O graute é uma mistura de materiais, os mesmos utilizados para produzir concreto


convencional, porém as diferenças estão no tamanho do agregado (mais fino, 100%
passando na peneira 12,5 mm) e na relação água/cimento.

O graute é aplicado nos vazados dos blocos com 2 objetivos: o primeiro seria
proporcionar a integração da armadura com a alvenaria, no caso de alvenaria estrutural
armada ou em armaduras apenas de caráter construtivo. O segundo objetivo seria o fato
de aumentar a resistência da parede sem a necessidade de aumentar a resistência da
unidade.

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Cabe salientar que o graute deve proporcionar um desempenho estrutural compatível
com a alvenaria armada e ainda assegurar a aderência à armadura vertical e horizontal
além de protegê-las contra corrosão.
Materiais constituintes
Os materiais constituintes do graute são o cimento, areia, pedrisco e água. Segundo
alguns autores, não deve-se usar cimentos modificados por pozolanas, pois são muito
retentivos, ocasionando em uma maior relação água/cimento, com isso reduzindo a
resistência.

A cal hidratada não é um componente essencial, mas pode ser útil para aumentar a
coesão da mistura quando se empregam areias muito grossas (módulo de finura superior
a 3). Aditivos plastificantes podem ser utilizados na mistura com a mesma função da
cal.

Abaixo a tabela apresenta faixas granulométricas de areias recomendadas para graute.


Tabela 9 - Faixas granulométricas de areias recomendadas para graute

Granulometria – porcentagem retida acumulada nas peneiras


Abertura da peneira (mm) Tipo 1 Tipo 2
9,5 0 0
4,8 0-5 0
2,4 0-20 0-5
1,2 15-50 0-30
0,6 40-75 25-60
0,3 70-90 65-90
0,15 90-98 85-98
0,075 95-100 95-100
Fonte: PRUDÊNCIO, Luiz R.; OLIVEIRA, Alexandre L., BEDIM, Carlos A. Alvenaria
Estrutural de Blocos de Concreto, Florianópolis, 2002 (p.58)

A granulometria do pedrisco (brita 0) utilizado no graute deve estar compreendida na


tabela abaixo:

Tabela 10 – Faixa granulométrica recomendada para pedrisco utilizado no graute

Abertura da peneira (mm) % Retida acumulada


12,5 0
9,5 0-15

28
4,8 70-90
2,4 90-100
1,2 95-100
Fonte: PRUDÊNCIO, Luiz R.; OLIVEIRA, Alexandre L., BEDIM, Carlos A. Alvenaria
Estrutural de Blocos de Concreto, Florianópolis, 2002 (p.58)

Os traços recomendados para o graute seriam 1:2 :1 ou 1:3:2 (cimento, areia e brita 0).
Ensaios de resistência

O controle da qualidade do graute é executado através do ensaio de resistência à


compressão, obtido pelo rompimento de corpos-de-prova prismáticos de 7,5x7,5x15 cm
ou 9x9x18 cm, confeccionados em moldes absorventes constituídos pela justaposição de
4 unidades de alvenaria. Após a sua confecção, o corpo-de-prova deve ser coberto com
algum tipo de material que não permita a saída de umidade e mantido intacto por 48
horas. É desmoldado e curado em câmara úmida até completar 28 dias quando, então, é
rompido.

Devido à dificuldade de executar o ensaio de acordo com as prescrições acima, é


recomendado testar o desempenho do graute na resistência de prismas de alvenaria,
tendo seus vazios por ele preenchidos.

Tipos De Parede

Na alvenaria estrutural as paredes funcionam como os elementos estruturais da


edificação. A estabilidade do conjunto dependerá do correto arranjo espacial das
paredes, que deverão resistir às cargas verticais (peso próprio e cargas de ocupação) e às
cargas laterais (ação do vento, empuxo da terra, etc.), sendo que as laterais deverão ser
absorvidas pelas lajes e transmitidas às paredes estruturais paralelas à direção do esforço
lateral.

Uma parede de alvenaria pode suportar pesadas cargas verticais e horizontais paralela
ao seu plano, mas é comparativamente fraca às cargas horizontais que atuam
perpendicularmente ao seu plano.

De acordo com Roman, Mutti e Araújo (1999, p. 16), as paredes como elementos de
alvenaria podem ser subdivididas em:

Paredes De Contraventamento

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São paredes estruturais projetadas para suportarem as cargas horizontais e cargas
externas (ação do vento) paralelas aos seus planos, dessa forma promovendo o
“travamento” da estrutura, como por exemplo, um galpão não poderia ser feito em
alvenaria estrutural, por não conter paredes internas “contraventamento” para a
estabilidade da estrutura contra ação do vento.

Em uma obra ou prédio em alvenaria estrutural o ideal seria todas paredes ter função
estrutural, isso ajuda na estabilidade da construção, com exceção das paredes
hidráulicas, que devem ser paredes de vedação sem função estrutural (Figuras 13 e 14).

Figura 3: Construção com paredes de contraventamento

Fonte: https://www.websta.one/tag/GalpaoIndustrial

Paredes Enrijecedoras

Têm a função de enrijecer as paredes estruturais contra a flambagem, em paredes mais


extensas sem as paredes de contraventamento, pode se enrijecer a parede com execução
de vários grautes em sequência, trazendo estabilidade a estrutura (Figura ).

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Figura 4: Parede Enrijecedora

Fonte: http://www.clubedoconcreto.com.br

Propriedades mecânicas

As paredes de alvenaria são uma combinação de unidades (tijolos ou blocos) e


argamassa. Para que o conjunto trabalhe de modo eficiente é necessário que a argamassa
ligue solidariamenre as unidades tornando o conjunto homogêneo.

A alvenaria tem bom comportamento à compressão, porém fraca resistência aos


esforços de tração. A resistência das alvenarias à tração na direção vertical depende da
aderência da argamassa à superfície dos tijolos.

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Na direção horizontal a resistência à tração, provocada por esforços de flexão, recebe a
contribuição da resistência ao cisalhamento que o transpasse das fiadas dos blocos
proporciona.

A resistência à compressão das alvenarias é dependente de uma série de fatores, sendo


os principais: a resistência à compressão dos tijolos, a resistência à compressão das
argamassas, a espessura da junta de assentamento, a qualidade da mão-de-obra.

Para se determinar a resistência à compressão da alvenaria é necessário realizar o ensaio


de prismas ou mini paredes, sendo mais comum a utilização de prismas devido ao
elevado custo dos ensaios de mini paredes.

Prismas são corpos-de-prova que levam em consideração a interação entre as unidades


e a argamassa na resistência à compressão do conjunto (alvenaria). Observe-se que os
resultados dos ensaios mostram que a resistência à compressão dos prismas (fm) é
menor do que a resistência à compressão das unidades (blocos) (fb) e é maior do que a
resistência à compressão da argamassa
(fa).

(fm) (fb) (fa)

Nas plantas submetidas à


aprovação ou usadas na obra, deve constar claramente a resistência do prisma (fp) na
idade em que todas as partes da estrutura forem projetadas”. Apesar da NBR 10837 –
Cálculo da Alvenaria Estrutural em Blocos Vazados de Concreto ser uma norma
específica aos blocos vazados de concreto, ela também é adotada para o cálculo da
alvenaria estrutural em blocos cerâmicos, cuja norma está em fase de elaboração.

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A norma brasileira que regulamenta o ensaio de prismas é a NBR 8215 – Prismas de
Blocos Vazados de Concreto Simples para Alvenaria Estrutural – Preparo e Ensaio à
Compressão. Apesar da NBR 10837 – Cálculo da Alvenaria Estrutural em Blocos
Vazados de Concreto e da NBR 8215 – Prismas de Blocos Vazados de Concreto
Simples para Alvenaria Estrutural serem normas específicas aos blocos vazados de
concreto, não há nenhuma incoerência em adotar esse procedimento para unidades de
blocos cerâmicos.

Os prismas são corpos-de-prova obtidos pela superposição de um certo número de


blocos, normalmente dois ou três, unidos por junta de argamassa. Esse prisma é
destinado ao ensaio de compressão axial.

Quando uma alvenaria está sob compressão existe na região de contato entre a unidade
de alvenaria e a junta de argamassa um esforço de tração transversal. Isso se deve pelo
fato de a argamassa ser mais deformável que a unidade, tendendo a se deformar
transversalmente mais que a unidade de alvenaria. Como esses dois materiais estão
unidos solidariamente, são forçados a se deformarem igualmente em suas interfaces,
causando esforços de compressão transversal na base e no topo das juntas e esforços de
tração transversal de valores iguais, nas faces superiores e inferiores das unidades de
alvenaria.
Através desse comportamento conclui-se que:

 Quanto maior a espessura da junta, menor é a resistência da alvenaria, devido ao


aumento do esforço de tração transversal na unidade, causando o rompimento
com a aplicação de menores valores de cargas de compressão;

 Quanto maior a altura da unidade maior é a resistência da alvenaria, devido a


dois fatores: é maior a seção transversal resistente ao esforço de tração e quanto
mais elevada é a altura da unidade mais ela se deforma transversalmente,
resultando em um menor valor da tensão transversal gerada na interface
unidade/argamassa;

 Quanto maior o módulo de deformação das unidades menor é a resistência da


alvenaria, pois unidades muito rígidas conduzem a um aumento da tensão de
tração na interface unidade/argamassa devido ao baixo módulo de elasticidade
da junta;

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 A resistência da alvenaria pode ser maior do que a da argamassa da junta, mas
dificilmente ultrapassa a resistência da unidade;

 Ao se aumentar a resistência à compressão da argamassa da junta normalmente


não há um aumento significativo na resistência à compressão da alvenaria,
devido ao módulo de elasticidade da alvenaria não ser proporcional a sua
resistência à compressão;

 Quanto maior a resistência à compressão da unidade, maior a resistência à


compressão da alvenaria. Como houve um aumento na resistência da unidade, o
valor de sua resistência à tração transversal também aumenta, com isso
aumentando a resistência à compressão da alvenaria.

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ANÁLISE CRÍTICA

A alvenaria é reconhecida como durável, esteticamente agradável, de bom desempenho


térmico e acústico. Quando bem projetado, o sistema construtivo em alvenaria estrutural
traz inúmeras vantagens, como ganho em rapidez, diminuição do desperdícios e custo
competitivo. Em outras palavras, implica em racionalização da obra.

Apesar de todas essas vantagens e do atual uso extensivo desse sistema, é escassa a
bibliografia sobre conceitos de projeto de alvenaria estrutural, o que contribui para o
pouco conhecimento sobre esse tema. Infelizmente, ainda hoje é possível encontrar
engenheiros que realizam projeto ou execução de obras sem saberem ao menos o
significado de um prisma de alvenaria.

Outro obstáculo um pouco maior para o empreendedor é a mão de obra especializada, é


muito difícil encontrar equipes especializadas que saiba dos detalhes e das necessidades
do sistema construtivo para poder executar a obra do jeito que foi pensada e projetada.

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CONCLUSÃO

Conclui-se que Através da pesquisa realizada pode-se dizer que o sistema de alvenaria
estrutural é um sistema simples de execução.

Hoje, a alvenaria estrutural ocupa um lugar de destaque na construção civil brasileira. O


atual nível de desenvolvimento é fruto de uma evolução que começou na década de 60
no país, quando os primeiros edifícios foram executados, passou pelo desenvolvimento
de pesquisas iniciais na década de 70 e 80, acentuadas na décadas de 90, quando se
percebe no Brasil o início de uma curva ascendente de assimilação do sistema
construtivo até a sua extensiva adoção atual.

Esse sistema apresenta alguns obstáculos e pequenas limitações, mas que são sanados
por profissionais qualificados, atuando com projetos inteligentes e estratégicos.

É necessário projetar de forma consciente e racional, buscando e propondo soluções


eficientes, com o objetivo de conseguir um produto final de qualidade aliado a custos
menores.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland). Alvenaria com Bloco de Concreto:


Prática Recomendada. Recife, 2003. Disponível em:
http://www.abcp.org.br/downloads/index.shtml. Acesso: 25 de Julho de 2007.

ALVENARIA ESTRUTURAL – blocos de concreto – Parte 1: Execução e controle de


obras. NBR 15961-2, Rio de Janeiro, 2011.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA CONSTRUÇÃO INDUSTRIALIZADA. Manual

Técnico de Alvenaria. São Paulo: Projeto; PW, 1990. 274 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR1596-1 Alvenaria

Estrutural – Blocos de Concreto. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.

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