Diante a roda de conversa com a coordenadora da Enesso, tendo como mediadora a professora Silvania, com o seguinte tema “ABC do MESS: Movimento Estudantil do Serviço Social”, buscou-se trazer uma análise e reflexão sobre a importância do Movimento Estudantil de Serviço Social, na construção e manutenção desse direcionamento teórico-político, pautado na perspectiva crítico- dialética. Também contribuiu para aprofundarmos o debate sobre a mercantilização da educação, entendendo que a nossa Formação Profissional é permeada pelas mudanças na educação brasileira. Sendo assim, a mercantilização da educação, o sucateamento dos recursos públicos, são parte de um projeto do grande capital. Temos como exemplo, a proliferação dos cursos de Serviço Social à distância, ou seja , o ensino remoto, que pode ser caracterizado como um processo adoecedor e traz indagações sobre o ensino de qualidade,. Nesta dinâmica do capital, o desmonte da educação pública, além de prejudicar a formação dos estudantes, dificulta sua organização política, visto que essa depende muitas vezes do ambiente acadêmico para acontecer. No entanto, o que temos é a precarização, falta de recursos materiais e políticas de assistência estudantil cada dia mais reduzidas, observando que não adianta entrar na faculdade se não existe política de assistência, onde os estudantes mal conseguem se manter nas universidades, levando a evasão de muitos desses. Assim, o ensino remoto impõe retrocessos na educação. Diante das transformações no mundo do trabalho, da contrarreforma do Estado e os impactos gerados na educação pública, há muitas dificuldades para participação dos estudantes nos encontros,e consequentemente, fragilizando a organização do MESS. A partir desses cortes públicos, o MESS passa a viver uma realidade de dificuldades materiais para viabilizar os encontros. Identifica-se que a presença dos estudantes tem diminuído nesses espaços, principalmente para aqueles que precisam de deslocamentos maiores. Diante disso, percebemos também que cada vez menos os estudantes se reconhecem enquanto sujeitos políticos, capazes de protagonizar e modificar a realidade a qual estão inseridos. Entretanto, é preciso ressaltar que essa fragilidade da organização e posicionamento crítico do conjunto dos estudantes se situa no contexto mais amplo das organizações políticas, pois é importante que tenha articulação, representação. A política conservadora que o governo neoliberal coloca tem cumprido um importante papel para o capital, ao desmobilizar e fragilizar os movimentos sociais. Tal processo incide no campo da organização política dos estudantes, ao reduzir o número de militantes no MESS. Tal processo traz novos desafios para a organização e mobilização do movimento estudantil. Cabe ainda destacar, que a roda de conversa possibilitou avançar na compreensão de que o Projeto de Formação Profissional que o Serviço Social tem hoje, não foi sempre assim. No entanto, o que temos hoje é uma conquista, fruto de disputas que ainda existem no interior do Serviço Social brasileiro. Nosso projeto ético-político é construído diariamente, pois necessita atualizar sobre a realidade, pegando a dialética e materialismo e construir uma nova realidade e deixar para os que estão por vir. Se mostra importante participar efetivamente desse processo de ensino aprendizagem, se posicionando na defesa de uma educação pública, gratuita, democrática, presencial, de qualidade, e comprometida com os interesses dos trabalhadores. E contrária a qualquer política de privatização que submeta o ensino educacional aos ditames do capital, pois as pessoas estão inserindo nas universidades privadas, mas em um ensino precário. Não tem que pensar numa ampliação de bolsas, mas sim na ampliação e investimento em universidades públicas. Um exemplo são as cotas que não existe em todos os lugares, pois é uma disputa constante sobre sua aprovação. Por meio dos posicionamentos expressos nas deliberações foi possível identificar que a ENESSO contribui decisivamente para o fortalecimento do PEP. Uma importante reflexão é que no Serviço Social há uma relação onde há uma busca por relações mais horizontais entre professores e os estudantes, existindo uma relação de construção de fato coletiva entre esses sujeitos. A articulação política e indissociável entre estudantes e categoria profissional, mostrando o processo que é reflexo de uma história construída em que expressa a importância da participação estudantil como parte essencial da construção do Serviço Social hoje. O Serviço Social já passou por diversas lutas, como a ditadura, onde estudantes foram mortos e reprimidos por ser contra o governo, assim o Serviço Social não é partido, é compor movimentos para garantir direitos e são os assistentes sociais que defendem essa ampliação de direito Atualmente esses desafios se intensificam, diante de uma realidade de acirramento da luta de classes, e de um avanço rápido das forças do capital. Se algo que aprendemos com a nossa história é que o Serviço Social se faz na luta coletiva, e é nela que apostamos para enfrentar essa realidade, buscando alternativas em sintonia com a defesa das necessidades humanas. Aprendemos com a nossa história, e podemos ver que nunca foi fácil. Assim, é através da luta coletiva que conquistamos nosso direcionamento teórico-metodológico na perspectiva marxista.