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Determinação experimental da constante elástica de um

sistema massa-mola
Experimental determination of the elastic constant of a spring-mass system

Fundação Liberato Salzano Vieira da Cunha, Novo Hamburgo, RS, Brasil.

E. F. Franceschini¹, J. V. O. Giroldi², M. W. Pimentel³, M. M. Trindade⁴

Esse artigo tem como principal objetivo, determinar a constante elástica (k), em N/m, de um
sistema massa-mola. Para isso, será feito o uso de um pequeno corpo de massa considerável,
amarrado por uma mola a um ponto superior. A oscilação periódica do corpo no eixo Y
contribuirá com os dados necessários para a determinação.

Palavras-chave: Massa-mola, Mola, Oscilação, Ondas, Constante, Elástica.

This article aims to determine the elastic constant (k), in N/m, of a spring-mass system. For
this, a small body of considerable mass will be used, tied by a spring to an upper point.
Periodic oscillation of the body on the Y axis will provide the necessary data for the
determination.
Keywords: Spring mass, Spring, Oscillation, Waves, Constant, Elastic.

1. Introdução vai e vem regido pela força restauradora da


mola. Ademais, quando os mesmos se anularem,
No relatório em questão, foi proposta a obteremos assim, o ponto de equilíbrio do
realização da análise do comportamento de um sistema, visto tal sistema estabelecer mesmo
pêndulo em relação a uma mola, tal qual sistema conduta que o horizontal, porém contando com a
denominado por convenção, sistema força da gravidade atuando sobre o mesmo.
massa-mola. Desse modo, foi proposto a
apresentação de dados experimentais, tais quais 2. Fundamentação teórica
como gráfico posição em função do tempo
adquirido a partir de uma tabela coletada a partir 2.1. Função horária da aceleração escalar
dos valores obtidos em função dos experimentos instantânea no MHS
realizados, esses, em um primeiro momento,
A aceleração instantânea no MHS é
relacionados a valores teóricos.
determinada também pela projeção da aceleração
Dado sistema utiliza o MHS, Movimento no MCU, que é centrípeta, sobre a trajetória em
Harmônico Simples que pode ser descrito como que ocorre o MHS. Essa projeção está
um movimento oscilatório, tal qual pode ocorrer representada na figura a seguir.
de mentira cíclica, periódica ou, no caso do
sistema analisado no vigente relatório,
oscilatório. Observa-se- á um corpo de massa m,
o qual está preso a uma extremidade de mola
pendurada em uma terceira estrutura.
Ainda sobre o mesmo ponto de vista,
podemos alegar que, quando a mola foi
comprimida ou distendida, haverá movimento de
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2

𝑥 = 𝐴𝑐𝑜𝑠(ω𝑡 + φ0) (1)


2
𝑎 = − ω 𝐴𝑐𝑜𝑠(ω 𝑡 + φ0) (2)

Substituindo (1) em (2), temos:

2
𝑎 =− ω x

2.3. Força no movimento harmônico simples

O valor algébrico da força resultante que


atua em uma partícula de massa ‘m’ executando
esse movimento retilíneo é determinado pela
expressão:
Figura 1: Aceleração instantânea no MHS pela projeção
da aceleração no MCU (TÓPICOS DE FÍSICA).
2
𝐹 = mα ⇒ 𝐹 = -mω x
No triângulo destacado da figura 1,
tem-se: Como a massa ‘m’ e a pulsação ‘ω’ são
constantes em um determinado MHS, os termos
|𝑎𝑀𝐻𝑆| = |𝑎𝑀𝐶𝑈|𝑐𝑜𝑠φ 2
𝑚ω foram substituídos por uma única
constante ‘K’, denominada constante de força do
Como:
MHS.
2 Através disso foi deduzido então, que:
|𝑎𝑀𝐶𝑈| = ω 𝐴 e |φ = ω 𝑡 + φ0
𝐹 =− 𝐾𝑥
É Obtido:
2.4. Período do MHS
2
|𝑎𝑀𝐻𝑆| = ω 𝐴𝑐𝑜𝑠(ω 𝑡 + φ0)
Na maioria dos casos, a importância
Observa-se que o MHS é acelerado no prática do MHS está no conhecimento de seu
instante ‘t’, conclui-se que nesse instante a período (T), porque a partir dele é possível
velocidade escalar e a aceleração escalar devem determinar outras grandezas. A partir da
ter o mesmo sinal. Sendo negativa a velocidade definição de K:
escalar, pode ser deduzido que a aceleração
escalar também é negativa. Portanto, para o 2
𝐾 = 𝑚ω
MHS, a função horária da aceleração escalar
instantânea α, é:
Uma expressão para a pulsação do MHS
2 foi obtida, sendo essa:
𝑎 = − ω 𝐴𝑐𝑜𝑠(ω 𝑡 + φ0)
𝐾
2.2. Aceleração escalar no MHS em função da ω = 𝑚
elongação
Das fórmulas do MCU, é possível dizer
Foi obtida uma expressão que relaciona a que:
aceleração escalar no MHS com o tempo (t). É
muito importante, porém, relacioná-la também ω =

com a elongação (x). Por fim, foi usada as 𝑇

seguintes expressões, já deduzidas:

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Igualando a fórmula anterior com essa e


isolando o período, é capaz de se obter: Substituindo então a fórmula anterior
nessa, foi obtida a seguinte equação:
2π 𝐾 𝑚
= ⇒ 𝑇 = 2π
𝑇 𝑚 𝐾 𝐹 = 𝑚𝑔 − 𝐾𝑥 − 𝑚𝑔

2.5. Oscilador massa-mola vertical 𝐹 =− 𝐾𝑥

Ao analisar um bloco de massa m Sendo assim, então, o valor algébrico da


oscilando verticalmente na extremidade de uma força resultante no bloco é proporcional à
mola de constante elástica K, em condições elongação e tem sinal oposto ao dela. Isso
ideais, é possível perceber que a força resultante significa que o movimento é harmônico simples.
no bloco não é a força elástica mas sim a
composição vetorial da força elástica com a 2.6. Constante elástica em um sistema massa
força peso do bloco. Assim sendo no ponto de mola
equilíbrio (x = 0), a força elástica não é nula: sua
intensidade é igual à intensidade do peso do
bloco, pois nessa posição a força resultante é Em qualquer MHS, o período é dado por:
nula.
Na posição de equilíbrio, indicada na 𝑚
figura a seguir, temos que: 𝑇 = 2π 𝐾

𝐾𝑑 = 𝑚𝑔 Portanto elevando ao quadrado os dois


lados e isolando K é obtida a seguinte fórmula
para a equação:
2
4π 𝑚
𝑘= 2
𝑇

3. Materiais

O experimento realizado consiste em um


suporte de madeira, o mesmo está fixado à mesa.
Temos duas molas entrelaçadas entre si, onde
uma extremidade do sistema está “presa” por um
gancho no suporte (Figura 4) e a outra em um
barbante com um corpo (rolamento) (Figura 5).

Figura 2: Representação da força resultante no sistema


massa-mola (TÓPICOS DE FÍSICA).

Numa posição genérica de elongação x, o


valor algébrico F da força resultante no bloco é
dado por:

𝐹 = 𝐾(𝑑 − 𝑥) − 𝑚𝑔

𝐹 = 𝐾𝑑 − 𝐾𝑥 − 𝑚𝑔
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Figura 5: Experimento realizado (PROFESSOR).

Figura 3: Experimento realizado (PROFESSOR). 4. Resultados

Considerando a massa de 0,284kg presa à


mola, pode-se escrever a equação de ‘k’ em
função de ‘T’, partindo de:
2
4π 𝑚
𝑘= 2
𝑇

Para:
2
1,136π
𝑘(𝑇) = 2
𝑇

Foram coletados 31 valores de tempo ‘s’


do experimento, sendo esses, de uma mesma
posição sucessivamente, extraindo assim, 30
períodos ‘T’. Esses dados foram aplicados à
fórmula descrita anteriormente, resultando nos
respectivos valores de ‘k’. Como pode-se
analisar na tabela a seguir:
Figura 4: Experimento realizado (PROFESSOR).

Foi usado uma balança digital para pesar


o rolamento (Figura 6) e uma placa de isopor
para melhor visualização do experimento (Figura
4 e 5).

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fim, o intervalo de confiança da constante


elástica da mola.

Figura 7: Informações finais do experimento (OS


AUTORES).

5. Conclusão

Nota-se, ao analisar os resultados obtidos


da figura 7, que o intervalo de confiança
encontrado para o valor da constante elástica do
sistema massa-mola analisado e relatado, é de
16, 5705±0, 1392 𝑁/𝑚.
Descrevendo, inclusive, como era
esperado, um movimento ondulatório ao
relacionar a posição e o respectivo tempo,
representado na figura 6.

6. Referências

[1]ALMEIDA, M. P. de; COSTA, U. M. S.


Exemplo de Histerese com um Sistema de
Massa-Mola. Revista Brasileira de Ensino de
Fsica, Fortaleza-Ce, ano 2000, v. 22, ed. 1, p.
49-53, Março 2000. Disponível em:
http://www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/v22_49.pdf.
Tabela 1: Informações coletadas no experimento. (OS
AUTORES). Acesso em: 16 jun. 2021.

[2]Boulos, P., Zagottis, D. L. Mecânica e


Cálculo, P. M. C. de Oliveira,”Comportamento
crítico no Pêndulo simples," Revista Brasileira
de Ensino de Física 17, 21-26. Acesso em: 16
jun. 2021.

Figura 6: Fragmento do gráfico Posição x Tempo do


corpo (OS AUTORES). [3]R. D. Peters, “Chaotic pendulum based on
torsion and gravity in opposition," Am. J. Phys.
A partir dos valores de ‘k’ encontrados
na tabela 1, foram estabelecidas a média, o 63, 1128-1136. Acesso em: 16 jun. 2021.
desvio padrão, o desvio padrão da média e, por

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[4]Tópicos de Física - Vol. II - Helou, Gualter e


Newton 19ª edição.pdf. pág 171-185.Acesso em:
16 jun. 2021.

[5]Um Curso Integrado. São Paulo: Edgar


Blücher Ltda.,1990. Acesso em: 16 jun. 2021

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