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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC

CENTRO EDUCAÇÃO SUPERIOR DO OESTE – CEO


CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA

ARNALDO DALL’AGNOL FILHO


JORDANA BUFFON PAGLIARINI
RAFAELA FÁTIMA COSSUL

EQUILÍBRIO DE FASES

PINHALZINHO – SC
2020
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 4

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 4
2.1 O equilíbrio químico 4
2.2 As constantes de equilíbrio 4
2.3 Alteração do equilíbrio 5
2.4 Catalisadores 6
2.5 Reversibilidade das reações 6
2.6 A termodinâmica e o equilíbrio químico 6
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 7

DISCUSSÃO DOS RESULTADO 8

CONCLUSÃO 10

REFERÊNCIAS 11
RESUMO

Este trabalho tem como principal objetivo compreender o equilíbrio químico das reações,
assim sendo realizou-se perturbações no sistema de modo que traria mudanças no equilíbrio,
para assim verificar o que iria acontecer com essa reação, a partir do princípio de Le
Chatelier foi possível perceber como o equilíbrio tende a se ajustar, a fim de minimizar o
efeito causado pelas perturbações, o estado de equilíbrio de um sistema pode ser alterado por
variações da temperatura, pressão e concentração dos reagentes.
1.INTRODUÇÃO

Neste trabalho discutiremos sobre o equilíbrio químico e como diversos fatores


podem vir a deslocar o equilíbrio. Quando falamos em equilíbrio, temos que destacar que isso
significa dizer que a velocidade de formação de produtos é igual a velocidade de formação de
reagentes.
As reações químicas tendem espontaneamente para o estado de equilíbrio. Uma vez
que um sistema atinge o equilíbrio químico somente fatores externos são capazes de afastá-lo
dessa posição. Tão logo a ação desses fatores seja interrompida, o sistema retornará, depois
de transcorrido algum tempo, a um novo estado de equilíbrio. Temperatura, adição e remoção
de reagentes e pressão, são fatores que influenciam no equilíbrio de uma reação.
A termodinâmica é a área da ciência que estuda os efeitos de trabalho e calor
envolvidos em um processo físico e as limitações impostas pela natureza nas conversões de
calor em trabalho. A termodinâmica tem como objetivos estabelecer os critérios para se
determinar a estabilidade da matéria, as condições e a direção com que uma transformação
física ou química espontânea ocorre. Com a definição acima, pode-se estabelecer que o
equilíbrio químico é um estado de máxima estabilidade termodinâmica para o qual um
sistema químico tende espontaneamente, à temperatura e pressão fixas.
“Sempre que uma perturbação é introduzida em um sistema em equilíbrio químico, a
posição do equilíbrio será deslocada na direção que minimiza ou anula a perturbação
introduzida”. Esta é uma das formas para o enunciado do princípio de Le Chatelier.
Para enfatizar, o objetivo deste trabalho é produzir perturbações no equilíbrio químico
do Dicromato de potássio e do Cromato de Potássio, pela adição de uma base ( NaOH) e de
um ácido (HCl), e assim observar e verificar o que aconteceu com o equilíbrio químico
nestas condições.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1​ O
​ equilíbrio químico

A condição na qual as concentrações de todos os reagentes e produtos em um sistema


fechado param de variar com o tempo são chamados de equilíbrio químico. Ele ocorre
quando as reações opostas ocorrem em velocidades iguais, ou seja, a velocidade na qual os
produtos são formados a partir dos reagentes é igual a velocidade na qual os reagentes são
formados a partir dos produtos. Para que haja equilíbrio químico, nem os reagentes nem os
produtos podem escapar do sistema ​ ​(ATKINS; PAULA, 2011).

2.2​ A
​ s constantes de equilíbrio

Considerando uma reação hipotética, onde as letras minúsculas correspondem aos


respectivos coeficientes estequiométricos da reação:

a​A + ​b​B D ​cC


​ + ​dD

Para esta reação hipotética, a constante de equilíbrio é dada pela expressão:

A constante de equilíbrio pode ser dada em termos de concentrações dos reagentes e


produtos (K) e é utilizada quando estamos trabalhando com soluções. Ela também pode ser
expressa em termos de pressão (K​0​), quando estamos tratando de gases.
A constante de equilíbrio é dada em função da temperatura, ou seja, é constante em
determinada temperatura. Suponhamos que depois de ter atingido o equilíbrio, certa
quantidade do reagente A, seja adicionada a solução. Para que a relação dada por K se
mantenha constante é necessário ocorrer o que chamamos de deslocamento de equilíbrio.
Portanto, para manter a constante, o equilíbrio é deslocado no sentido de aumentar as
concentrações de C e D, e diminuir a concentração de B, restabelecendo novamente o
equilíbrio ​ ​(ATKINS; PAULA, 2011).

2.3​ A
​ lteração do equilíbrio

O estado de equilíbrio de um sistema pode ser alterado por variações da temperatura,


pressão e concentração dos reagentes. Essa alteração pode ser prevista pelo Princípio de Le
Chatelier: ​"Quando um sistema em equilíbrio é submetido a uma ação, o equilíbrio se
desloca no sentido de contrabalançar esta ação"​(ATKINS; PAULA, 2011)​.
● Temperatura​:O aumento da temperatura de um sistema em equilíbrio favorece mais a
reação endotérmica, e quando se tem a diminuição da temperatura de um sistema
favorece a reação exotérmica;
● Adição e remoção de reagentes: A adição de uma substância em um equilíbrio,
favorece o sentido de consumo dessa substância (formação de produtos), sendo assim
já a remoção de uma substância em um equilíbrio, favorece o sentido da formação de
reagentes.
● Alteração da Pressão: Com o aumento da pressão, o equilíbrio se desloca de modo a
reduzir a pressão (menor volume molar), com a redução da pressão o equilíbrio se
desloca para preencher o recipiente (maior volume molar)

2.4​ ​Catalisadores

Catalisador é uma substância que acelera uma reação sem que ele apareça na equação
química global. Eles têm a capacidade de fazer com que os reagentes se transformam mais
rapidamente em produtos, vale ressaltar que apesar de ocorrer uma reação mais rápida os
reagentes iniciais e os produtos finais são os mesmos, ou seja, independente do caminho da
reação a constante de equilíbrio não se altera. ​(ATKINS; PAULA, 2011)
2.5​ ​Reversibilidade das reações

Uma reação reversível é aquela que ocorre nos dois sentidos, isto é, dos reagentes para
os produtos e dos produtos para os reagentes de forma significativa, pois todas as reações
químicas tendem ao equilíbrio e como tal, sempre tem o caráter da reversibilidade, porém,
nem sempre de forma visível ​ ​(ATKINS; PAULA, 2011).

2.6​ ​A termodinâmica e o equilíbrio químico

Segundo a termodinâmica, todos os sistemas tendem para o estado de equilíbrio, o


equilíbrio termodinâmico é apresentado como um estado em que há um equilíbrio térmico,
mecânico e químico e de fases no sistema. Na termodinâmica clássica, o sistema é sempre
formado por um número finito de fases ​(NERY; BASSI, 2011).
Quando falamos em termodinâmica química deve-se ficar claro que ela é usada para
prever se uma mistura de dois ou mais reagentes tem uma tendência espontânea em se
transformar em produtos, prever a composição da mistura e se as alterações nas condições irá
modificar a composição. Porém nada disso se diz respeito a velocidade da reação ​(ATKINS;
PAULA, 2011).
O critério para uma reação ser espontânea na termodinâmica é que a uma temperatura
e pressão constantes, uma mistura de reação tende a ajustar sua composição até que sua
energia de Gibbs seja um mínimo. ​(ATKINS; PAULA, 2011).

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

O objetivo desta aula prática é produzir perturbações no equilíbrio químico do


Dicromato de potássio e do Cromato de Potássio, pela adição de uma base ( NaOH) e de um
ácido (HCl), e assim observar e verificar o que aconteceu com o equilíbrio químico.

Materiais e Reagentes:
● Tubos de Ensaio;
● Conta Gotas;
● Cromato de Potássio K₂CrO₄;
● Dicromato de Potássio K​2​Cr​2​O​7​;
● Nitrato de Bário Ba(NO​3​)​2​;
● Hidróxido de sódio NaOH;
● Ácido Clorhídrico HCl;

Parte Experimental

1- ​Caracterização do Estado de Equilíbrio do Sistema 1 ​: Efeito de adição de reagentes

2 CrO​4​2-​(aq)​ + 2 H​+​ ↔ Cr​2​O​7​2-​(aq)​ + H​2​O​(l)


amarelo alaranjado

Preparou-se dois tubos de ensaio da seguinte forma:

Tubo 1-​ Adicionou-se a solução de K​2​CrO​4​ (Cromato de Potássio)


Tubo 2-​ Adicionou-se a solução de K​2​Cr​2​O​7​ (Dicromato de Potasio)]

Ao tubo de ensaio 1 foi adicionado junto a solução de cromato de potássio a solução


de HCl 1 mol/L. anotou-se a mudança e posteriormente adicionou-se a solução de NaOH,
novamente foi anotado e observado a mudança / perturbação do equilíbrio.
Basicamente o mesmo procedimento foi realizado para o tubo de ensaio 2,
adicionou-se junto com a solução de dicromato de potássio a solução de NaOH l mol/L.
Observou-se e anotou-se a mudança e logo após, adicionou-se o ácido HCl,. observou-se e
anotou-se os resultados observados.

2- ​Caracterização do Estado de Equilíbrio do Sistema 2 ​: Efeito de adição de Nitrato de Bário

Ao tubo de ensaio 3 foi adicionado Cromato de potássio e a base de hidróxido de


sódio NaOH, em seguida adicionou-se a solução de Nitrato de Bário ​Ba(NO​3​)​2 e agitou-se,
verificou-se e anotou-se os resultados observados. Posteriormente adicionou-se o ácido HCL
a esse tubo. agitou-se e foi anotado os resultados.
Já para o tubo de ensaio 4 adicionou-se o Dicromato de potássio e o ácido clorídrico
HCl, e posteriormente a solução de Nitrato de Bário ​Ba(NO​3​)​2 e agitou-se, verificou-se e
anotou-se os resultados obtidos.Seguidamente adicionou-se a base NaCl ao tubo, foi feita a
agitação e anotado os resultados do experimento.

4. DISCUSSÃO DOS RESULTADO

As soluções que foram usadas nessa primeira parte do experimento apresentavam a


seguinte coloração:
Cromato de potássio (K​2​CrO​4​2-​) - amarelo
Dicromato de potássio (K​2​Cr​2​O​7​2-​) - alaranjado
Em solução aquosa o íon cromato (amarelo) (CrO​4​2–​) e o íon dicromato (alaranjado)
(Cr​2​O​7​2–​) estão em equilíbrio químico e podem ser perturbados com a presença de reagentes
básicos (NaOH) ou ácidos (HCl).
No tubo 1, inicialmente, quando havia apenas o cromato de potássio ​(K​2​CrO​4​2-​)​,
apresentava uma coloração amarelada, após a adição do ácido clorídrico (HCl), a coloração
mudou para uma coloração alaranjada, ou seja o cromato de potássio se transformou em
dicromato de potássio. No mesmo tubo adicionando NaOH a coloração retornou a amarelo.
No tubo 2, observou-se inicialmente uma coloração alaranjada que é a cor
característica do dicromato de potássio ​(K​2​Cr​2​O​7​), após a adição da base hidróxido de sódio
(NaOH), observou-se uma mudança na coloração de laranja para amarelo portanto houve
uma transformação do dicromato de potássio para cromato de potássio. Em seguida foi
adicionado ao mesmo tubo HCl e a coloração retornou a alaranjado.
Assim sendo percebeu-se que houve uma inversão das substâncias ao se adicionar
ácido e base na solução, portanto pode-se dizer que está ocorrendo uma perturbação do
equilíbrio pela adição de íons H​+​ e de íons OH​-​.
No momento em que foi adicionado no tubo 1 a base NaOH e no tubo 2 o ácido HCl,
observou-se assim que aconteceu uma nova perturbação no equilíbrio do sistema e o mesmo
reage se desloca de modo a compensar a essa perturbação , assim no tudo 1 voltou a se ter
cromato de potássio, que era o composto inicial e para o tubo 2 aconteceu o mesmo processo,
ou seja houve a transformação do cromato de potássio em dicromato de potássio novamente.
Para o tubo 1, segundo o princípio de Le Châtelier, após a adição do HCl (íons H+), o
equilíbrio foi deslocado para o sentido do dicromato com o aumento da concentração
hidrogeniônica promovendo a formação de Cr​2​O​7​2-​, originando uma solução de coloração
laranja e ácida, em outras palavras a concentração de íons provenientes do dicromato
(Cr​2​O​7​2-​) prevaleceu, e o equilíbrio se deslocou e para direita a solução adquiriu cor laranja.
Adicionado hidróxido de sódio houve a reversão, pois o cromato que antes estava laranja
devido a presença de H +, quando se adicionou hidróxido de sódio com os íons do OH- ,
voltou a sua coloração inicial amarela.
De acordo com o princípio de Le Châtelier para o tubo 2 a solução de dicromato que
se encontrava em equilíbrio químico, e foi alterada quando foi adicionado o hidróxido de
sódio - NaOH (íons OH -), ou seja, houve um deslocamento do equilíbrio para o sentido do
cromato devido a presença de hidroxilas, promovendo a formação de CrO​4​2–​, o que originou
uma solução de coloração amarela e alcalina. E com adição do ácido clorídrico, houve a
reversão, deslocando ambas as soluções que possuíam íons CrO​4​2– e apresentavam coloração
amarela para o íon Cr​2​O​4​2- devido a presença de íons H+ na dissolução do HCl. Portanto,
houve o deslocamento para a formação do íon dicromato Cr​2​O​7​2- e assim a s soluções ficaram
de coloração laranja novamente.
A ​caracterização do estado de equilíbrio do sistema 2 com adição de Nitrato de Bário​,
para o tubo de ensaio 3 foi adicionado Cromato de potássio e a base de hidróxido de sódio
NaOH, em seguida adicionou-se a solução de Nitrato de Bário ​Ba(NO​3​)​2​, sendo assim
observado que houve a formação de um precipitado de cromato de bário (BaCrO​4​), e a
solução ficou com uma coloração amarela bem turva e ​no fundo do tubo se notava a
formação de um pó branco, esse pó branco se formou como uma resposta a perturbação
causado.
Em seguida foi adicionado ao tubo de ensaio 3, o ácido clorídrico HCl, como a reação
partiu de sistemas diferentes, causou uma série de perturbações no equilíbrio químico e no
final teve a formação de um precipitado branco e sólido no fundo do tubo.
Já para o tubo de ensaio 4 adicionou-se o Dicromato de potássio e o ácido clorídrico
HCl, e posteriormente a solução de Nitrato de Bário ​Ba(NO​3​)​2 sendo assim observado que
houve a formação de um precipitado, e a solução ficou com uma coloração alaranjada bem
turva e ​no fundo teve a presença de um pó branco no tubo, esse pó se forma como uma
resposta a perturbação causado no equilíbrio.
O experimento realizado está baseado no princípio de Le Châtelier que afirma que o
deslocamento será no sentido que minimize ou reduza o efeito da variação,
consequentemente se um sistema químico está em equilíbrio e adicionamos uma substância
(um reagente ou produto), a reação se deslocará de tal forma a estabelecer o equilíbrio pelo
consumo de parte da substância adicionada fará com que uma reação se mova no sentido que
formar mais daquela substância.

5. CONCLUSÃO

Pode-se assim concluir que a partir deste experimento, foi possível entender o
funcionamento e o que as interferências causam na reação química e como isso pode causar
perturbações no equilíbrio químico, compreendo assim melhor o princípio de Le Chatelier,
que quando uma perturbação exterior é aplicada a um sistema em equilíbrio dinâmico, o
equilíbrio tende a se ajustar para assim minimizar o efeito desta perturbação. Mostrando deste
modo a importância de identificar e compreender o equilíbrio químico nas reações.

REFERÊNCIAS

ATKINS, Peter; PAULA, Julio de. ​Físico-química​: fundamentos. 5. ed. Rio de Janeiro: Ltc-
Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda, 2011. 600 p

CASTELLAN, G.W. Fundamentos de Físico-química . 1ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001.

NERY, Alessandro Ranulfo Lima; BASSI, Adalberto Bono Maurizio Sacchi. Condições de
equilíbrio termodinâmico: a função disponibilidade. ​Química Nova​, [S.L.], v. 34, n. 1, p.
160-164, 2011. FapUNIFESP (SciELO).

FOGAÇA, Jennifer. ​Príncipio de Le chatelier​. Disponível em:


https://www.manualdaquimica.com/fisico-quimica/principio-le-chatelier.htm. Acesso em: 28
set. 2020.
PILLA, Luiz. ​Físico Química I​: termodinâmica química e equilíbrio químico. 2. ed. Porto
Alegre: Ufrgs, 2010. 520 p. Disponível em:
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/213120/000559006.pdf?sequence=1.
Acesso em: 28 set. 2020.

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