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Resumo
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Mestre pelo Programa de Mestrado em Educação – UEL
Projeto de Extensão “Intervenção Pedagógica junto à Criança Hospitalizada” – HU-UEM
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Introdução
O direito à educação não cessa para a criança hospitalizada. De acordo com a Política
Nacional de Educação Especial e o Plano de Expansão e Melhoria da Educação Especial,
desde 1994, as classes hospitalares estão reconhecidas no cenário educacional brasileiro. Com
isso, as crianças e os adolescentes hospitalizados passam a ter o direito à assistência
educativa, (ORTIZ, FREITAS, 2005).
Os princípios, a política e o direito à Educação, reconhecidos na Declaração de
Salamanca já estão em vigor. Dessa forma, o atendimento à criança hospitalizada tem sido
realizado a partir de uma perspectiva voltada para um ensino que, valoriza a participação da
criança e promove sua inserção à medida que continua participando da esfera educacional.
O professor hospitalar deve ter a consciência dos monstros viventes na mente das
crianças: o medo, o controle, a mudança e a incerteza. No hospital, tudo é incerteza
para a criança: tiram-lhe as roupas, ela se vê igual às outras, sua mãe acompanhante
se torna igual às outras mães, a criança ignora o que vai fazer, comer, quem vai vê-la
etc. Portanto, consciente dessa nova situação, a intervenção escolar deve se tornar
parte dessa rotina, com muita ética. E ser ético é ser humano, é respeitar limites, é
resgatar o lado saudável da criança, é dar-lhe singularidade. O interventor
pedagógico deve ser um oportunizador da aprendizagem que, longe das paredes da
escola, forma escola no momento do contato (VASCONCELOS, 2007, p.3).
Outro receio que este menino apresentava dizia respeito ao tratamento que teria de se
submeter ao deixar o hospital. A fisioterapia, que o médico indicara numa das visitas pós-
cirúrgica, surge numa atividade de origami. Ao dobrar uma das pernas da aranha o menino
fica apreensivo por ter errado. Quando a professora sorriu e disse que era só fazer fisioterapia
na perna que corrigia, mais uma surpresa. Então fisioterapia era isso – um exercício na perna
para recuperar o movimento!
É no diálogo com a criança que o professor vai criando um espaço para que as dúvidas
e os medos possam ser superados. Através das explicações e da atenção que dedica para a
criança e o acompanhante, o professor da escola hospitalar contribui para o processo de
recuperação pois “leva a um melhor cumprimento pelo paciente e sua família das solicitações
do médico, contribuindo para a eficácia do tratamento” (FONSECA, 2003, p.24).
É importante ressaltar que a criança não trabalha de forma isolada. Ela constrói
novos conceitos, os reformula e os aprimora diante das trocas que faz com o
professor e com os colegas. Ao conhecimento que cada um já domina e traz consigo,
são acrescentadas outras nuances, retratando, assim, segundo Vygotsky (sic), o
exercício claro da zona de desenvolvimento proximal de cada um dentro do contexto
de sala de aula, mesmo que no ambiente hospitalar (FONSECA, 2003, p. 46)
Por isso, é importante aproximar as crianças na escola hospitalar para que haja uma
troca entre elas, estabelecendo um diálogo que todas possam participar e que o isolamento
próprio desse ambiente vá sendo rompido nesses momentos de ensino-aprendizagem.
O professor pode solicitar aos pais que tragam o material escolar da criança e dessa
forma, selecionar as atividades que favoreçam o aprendizado facilitando a reintegração ao
ambiente escolar.
Considerando o contexto hospitalar é que devemos planejar as aulas dando ênfase para
a metodologia que favoreça a participação das crianças no processo de ensino-aprendizagem.
As atividades devem ser selecionadas e elaboradas de forma a promover a aprendizagem.
O papel de mediação que o professor da classe hospitalar desempenha junto à criança
e o adolescente têm o poder de confirmar a efetivação do processo de ensino-aprendizagem.
Em muitas situações, a classe hospitalar propicia à criança o ensino e “uma oportunidade de
ligação com os padrões da vida cotidiana do comum das crianças, como ligação com a vida
em casa e na escola (FONSECA, 2003, p. 59).
Considerações Finais
REFERÊNCIAS
FONSECA, Eneida Simões da. Atendimento escolar no ambiente hospitalar. São Paulo:
Memnon, 2003.