Você está na página 1de 17

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

A língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes. O uso de uma língua varia de época
para época, de região para região, de classe social para classe social, e assim por diante. Nem individualmente
podemos afirmar que o uso seja uniforme. Dependendo da situação, uma mesma pessoa pode usar diferentes
variedades de uma só forma da língua. Ao trabalhar com o conceito de variação linguística, estamos pretendendo
demonstrar que a língua portuguesa, como todas as línguas do mundo, não se apresenta de maneira uniforme em todo
o território brasileiro e que a variação linguística manifesta-se em todos os níveis de funcionamento da linguagem em
função do emissor e em função do receptor, a partir de diversos fatores, como região, faixa etária, classe social e
profissão. Temos como exemplos de variação
Variação histórica: Acontece ao longo de um determinado período de tempo, pode ser identificada ao se
comparar dois estados de uma língua Portuguesa. O processo de mudança é gradual: uma variante inicialmente
utilizada por um grupo restrito de falantes passa a ser adotada por indivíduos socioeconomicamente mais expressivos.
A forma antiga permanece ainda entre as gerações mais velhas, período em que as duas variantes convivem; porém
com o tempo a nova variante torna-se normal na fala, e finalmente consagra-se pelo uso na modalidade escrita. As
mudanças podem ser de grafia ou de significado.

ANTIGAMENTE, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam
anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes,
arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levavam tábua, o remédio era tirar o cavalo da
chuva e ir pregar em outra freguesia. (....) Carlos Drumonnd Andrade

Variação geográfica- Trata das diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura sintática entre
regiões. Dentro de uma comunidade mais ampla, formam-se comunidades linguísticas menores em torno de centros
polarizadores , política e economia, que acabam por definir os padrões lingüísticos utilizados na região de sua
influência e as diferenças linguísticas entre as regiões são graduais, nem sempre coincidindo.

Variação social: Agrupa alguns fatores de diversidade: o nível sócio-econômico, determinado pelo meio
social onde vive um indivíduo; o grau de educação; a idade e o gênero. A variação social não compromete a
compreensão entre indivíduos, como poderia acontecer na variação regional; o uso de certas variantes pode indicar
qual o nível sócio-econômico de uma pessoa, e há a possibilidade de alguém oriundo de um grupo menos favorecido
atingir o padrão de maior prestígio.

Fala de um advogado, explicando a linguagem que ele usa no Forum: " As expressões são data venia,
permissa venia, concessa venia. O senhor, para não usar de aspereza com o juiz, o senhor bota data venia, que quer
dizer "com o devido respeito", bota antes data venia e aí fala o que quiser para o juiz. Os sinônimos de data venia
seriam permissa venia, concessa venia. Eu jamais repito data vênia no mesmo processo. Só data venia, data venia,
fica enfadonho.”

As diferentes modalidades de variação linguística não existem isoladamente, havendo um inter-


relacionamento entre elas: uma variante geográfica pode ser vista como uma variante social, considerando-se a
migração entre regiões do país. Observa-se que o meio rural, por ser menos influenciado pelas mudanças da
sociedade, preserva variantes antigas. O conhecimento do padrão de prestígio pode ser fator de mobilidade social para
um indivíduo pertencente a uma classe menos favorecida.

Na escola, a professora manda um aluno dizer um verbo qualquer e ele responde: - Bicicreta. A professora, então,
corrige: - Não é “bicicreta”, é “bicicleta”. E “bicicleta” não é verbo. Ela tenta com outro aluno: -
Diga um verbo! Ele arrisca: - Prástico. A professora, outra vez, faz a correção: - Não é “prástico”, é “plástico”. E
“plástico” não é verbo. A professora faz a sua última tentativa e escolhe um terceiro aluno: - Fale um verbo
qualquer! - Hospedar. A professora comemora: - Muito bem! Agora, forme uma frase com esse verbo. – Os pedar da
bicicreta é de prástico.

Gilberto Gil ( 1997 )


Criar meu web site
Fazer minha home-page
Com quantos gigabytes
Se faz uma jangada
Um barco que veleje
Que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve um oriki do meu velho orixá
Ao porto de um disquete de um micro em Taipé
Um barco que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve meu e-mail até Calcutá
Depois de um hot-link
Num site de Helsinque
Para abastecer
Eu quero entrar na rede
Promover um debate
Juntar via Internet
Um grupo de tietes de Connecticut
De Connecticut acessar
O chefe da Macmilícia de Milão
Um hacker mafioso acaba de soltar
Um vírus pra atacar programas no Japão
Eu quero entrar na rede pra contactar
Os lares do Nepal, os bares do Gabão
Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular
Que lá na praça Onze tem um vídeopôquer para se jogar

Nesta dimensão, incluem-se as diferenças linguísticas observadas entre pessoas de regiões distintas, onde se fala a
mesma língua. Exemplos claros desta variação são as diferenças encontradas entre os diversos países de língua
portuguesa (Brasil, Portugal, Angola, por exemplo) ou entre regiões do Brasil (região sul, com os falares gaúcho,
catarinense, por exemplo, e região nordeste, com os falares baiano, pernambucano, etc.).
Proposta de Atividade 1

Para trabalhar com a diferença entre as inúmeras formas de linguagem, podemos, inicialmente, comparar a
linguagem verbal ( que tem por unidade a palavra) e as linguagens não-verbais (que têm outros meios de expressão,
como o gesto, o movimento, a imagem, a dança, a nota musical, o símbolo matemático, etc.) mostrando-as em atos
concretos de comunicação:

 propor uma atividade que envolva a mímica, para explorar a possibilidade de comunicação por meio da
linguagem gestual;
 explorar o código morse, utilizado para a telegrafia;
observar o código de trânsito, a partir das placas e dos diferentes significados do apito utilizado pelo guarda
de trânsito;
 diferenciar os sons produzidos por sinos ( de igreja), sirenes ( de navio, de fábrica);
 relacionar as pinturas nas cavernas aos significados míticos do homem primitivo;
 demonstrar que a linguagem verbal se realiza pela utilização de um sistema de sinais (signos) produzidos
pelo aparelho fonador do homem. Apresentação do aparelho fonador, com identificação de suas partes e
das funções, respectivamente, de cada uma delas.

Proposta de Atividade 2

Painel mostrando a seqüência cronológica de várias situações de comunicação, o que permite trabalhar com a
relação linguagem e cultura, tipos de linguagem e funções da linguagem. As situações apresentadas permitem ao
professor elaborar com os alunos a idéia de que, através dos tempos, a comunicação entre as pessoas vem se
realizando por meios diferentes, porém sempre cumprindo o seu papel principal: falar do mundo em que vivemos,
isto é, representar esse mundo.

Texto 1 - Carta de Pero Vaz de Caminha , trecho em que Caminha se refere ao primeiro encontro com os índios.

"O capitão, quando eles vieram, estava assentado em uma cadeira e uma
alcatifa aos pés por estrado, e bem vestido, com um colar d'ouro mui
grande ao pescoço. (...) Um deles pôs olho no colar do capitão e começou
d'acenar com a mão para a terra e depois para o colar, como que nos dizia
que havia em terra ouro..."

A carta de Caminha é o primeiro texto sobre o Brasil. Não apresenta intenções artísticas, mas é muito significativa
por registrar as condições de vida dos primeiros colonizadores e habitantes da terra descoberta. Ela não só informa
as características dessa terra, como mostra a visão de mundo dos portugueses, apresentando a cultura dos índios
por oposição à dos europeus.

Na época em que foi escrita, a carta era o único meio de comunicação verbal à distância que os navegantes podiam
utilizar. Ela deveria ser bem detalhada para cumprir a função a que se destinava --- registrar o novo mundo, sob a
forma de notícia. Essa característica é comum a outras manifestações escritas da linguagem, em que o texto escrito
tem que suprir a ausência da situação, fornecendo o maior número possível de pistas para esclarecer o seu sentido,
a sua intenção.

Texto 2 - Telégrafo

DA DIFÍCIL ARTE DE REDIGIR UM TELEGRAMA

(Jô Soares)

Uma coisa é incontestável: a linguagem telegráfica só surgiu depois do


telegrama. Nunca ninguém escreveu uma carta assim: "Viagem boa. Nós
bem. Tempo maravilha. Beijosfulano." O "Beijosfulano", numa palavra só, é
um expediente para economizar no telegrama. Não. Quando as pessoas só
escreviam cartas e não havia crise de papel, o negócio era escrever laudas
e laudas. Quanto mais páginas tinha uma carta, mais bonita era. Inventaram
até o P.S. , que é uma maneira de se escrever uma carta depois da carta.

Depois, veio Morse, com seus traços e pontos e todo mundo teve que se
virar para escrever mais coisas em menos palavras. Fica aqui uma
pergunta: o que será que Morse inventou primeiro? O telégrafo ou o código
Morse? Das duas uma: ou ele inventou a telegrafia e depois quebrou a
cabeça até achar um alfabeto que se prestasse para sinalizar palavras, ou
então criou um dia o código, assim de brincadeira e depois ficou pensando:
"Como é que eu posso transformar isto aqui num troço útil?" E aí bolou o
telégrafo.

Seja como for, com ele surgiu o estilo telegráfico, muito usado hoje em dia
não só nos telegramas mas também nos recados e até nos lembretes que
às vezes nós deixamos para nós mesmos: "Dar banho no cachorro",
"Passar banco pegar dinheiro", "Cancelar dentista" etc.

Este texto, ao lado das intenções humorísticas, permite-nos reconhecer inúmeras características da linguagem
telegráfica, utilizada não só nos telegramas, mas em recados e bilhetes. Apesar de serem textos escritos,
telegramas, recados e bilhetes têm em comum a intenção de comunicar de maneira econômica. São eliminados
artigos, pronomes, adjetivos, preposições ou outras palavras que não sejam estritamente necessárias aos objetivos
do autor.

Texto 3 - Telefone

Em uma comunicação telefônica, reproduzem-se algumas características da interação face-a-face. Distantes


espacialmente, emissor e receptor não possuem todas as informações contextuais, como gestos, olhares, ambiente,
mas conseguem estabelecer um diálogo simultâneo, com interrupções, reordenamentos, frases inacabadas,
marcadores conversacionais, elipses de elementos discursivos, próprios da conversação natural.

Essas características dizem respeito à telefonia tradicional. Com os avanços da tecnologia, as informações gestuais
e contextuais passarão a fazer parte da comunicação telefônica.

Texto 4 - Internet

Texto da música de Gilberto Gil sobre a Internet

PELA INTERNET

Gilberto Gil ( 1997 )

Criar meu web site


Fazer minha home-page
Com quantos gigabytes
Se faz uma jangada
Um barco que veleje
Que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve um oriki do meu velho orixá
Ao porto de um disquete de um micro em Taipé
Um barco que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve meu e-mail até Calcutá
Depois de um hot-link
Num site de Helsinque
Para abastecer
Eu quero entrar na rede
Promover um debate
Juntar via Internet
Um grupo de tietes de Connecticut
De Connecticut acessar
O chefe da Macmilícia de Milão
Um hacker mafioso acaba de soltar
Um vírus pra atacar programas no Japão
Eu quero entrar na rede pra contactar
Os lares do Nepal, os bares do Gabão
Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular
Que lá na praça Onze tem um vídeopôquer para se jogar

Gilberto Gil, na música Pela Internet, apresenta sua visão sobre a Internet, meio de comunicação mundial que vem
revolucionando nossos hábitos de obtenção e transmissão de informações. Esse universo é trabalhado
poeticamente:

 o verbo "navegar" é uma metáfora para a atividade de entrar em contacto com as informações disponíveis
via Internet. Faz parte do campo semântico de mar, expresso, na música, por meio dos seguintes vocábulos:
velejar, jangada, barco, vazante, maré, mar, porto, rede.
 a amplitude espacial abarcada pela Internet, a "rede", vem apresentada sob a forma de países e regiões
longínquas: Taipé, Calcutá, Helsinqui, Connecticut, Nepal, Gabão, Milão, Japão.
 a partir do vocábulo "vírus", referindo-se a programas que atacam e destroem informações, cria-se uma
associação com Macmilícia de Milão, hacker mafioso, polícia carioca.
 o vocabulário específico de informática aparece em todo o texto, promovendo a articulação entre a realidade
e o universo poético: web-site, home-page, gigabytes, disquete, e-mail, micro, site, hot-link, infomaré,
infomar, acessar, contactar, rede, vírus.

Tanto no título como no final da música, Gil faz uma homenagem a Donga, parodiando a música "Pelo telefone", que,
na sua época, teve o papel que hoje cabe à Internet. Na paródia, o telefone é substituído pelo celular, condizente
com a época atual.

"O chefe da folia


"O chefe da polícia
pelo telefone
carioca avisa pelo celular
manda me avisar
que lá na Praça Onze
que com alegria
tem um videopôquer
não se questione
para se jogar."
para se brincar"
(Gil)
(Donga)

Texto 5

O texto abaixo, Velho diálogo de Adão e Eva, do romance "Memórias póstumas de Brás Cubas" (Machado de
Assis), é um exemplo muito sugestivo de comunicação sem palavras.

Capítulo LV / O VELHO DIÁLOGO E ADÃO E EVA

Brás Cubas .......................................................?

Virgília ..................................................

Brás Cubas ................................................................................

...............................................................................
Virgília..............................................................!

Brás Cubas ...........................................

Virgília........................................................................

...............................................................?.............

..................................................................................

Brás Cubas ..............................................

Virgília ...........................................................

Brás Cubas ...............................................................................................

............................................................ !..........................

.........................! ............................................

................................................................................!

Virgília ......................................................?

Brás Cubas .........................................!

Virgília .................................................!

Proposta de Atividade 3:

Contrastar duas situações relacionadas, que apresentam manifestações lingüísticas distintas:

a) Notícia de jornal transmite uma informação em uma linguagem bem objetiva.

Exemplo:

"Pesquisadores do Instituto Roslin, nos arredores de Edimburgo, Escócia,


produzem, em fevereiro de 97, Dolly, clone de ovelha geneticamente
manipulado. Os cientistas escoceses fundiram um óvulo não fecundado
com uma célula doada pela ovelha que queriam copiar."

Esta mensagem informa o local, a data e as características da experiência científica realizada. Devido à referência,
por meio dessas informações, a elementos que constituem o nosso repertório de experiências, dizemos que nesta
mensagem predomina o caráter referencial, presente na maioria dos atos de comunicação.

Além de a língua servir para informar as nossas experiências, ela funciona como um instrumento para a
manifestação de emoções e sentimentos, conforme se verifica na situação a seguir:

b) Ouvinte/telespectador toma conhecimento da notícia sobre a clonagem e expressa seu espanto:

"Puxa vida! Que loucura! Onde será que isto vai parar?"
Evidencia-se, nesta frase, a função expressiva da linguagem, pois há uma exteriorização das emoções do indivíduo.
A carga emotiva prevalece sobre a carga informativa, permitindo que se realize a interação entre o falante e o
interlocutor. Essa comunicação é extremamente dependente do contexto situacional -- as mesmas expressões de
espanto terão outro sentido se forem utilizadas em outras situações.

c) Texto de Vinicius de Moraes

"É uma velha mesa esta sobre a qual hoje bato a minha crônica. Pouco
mais de um metro por uns quarenta centímetros de largura. Doce rever-te,
velha mesa, depois de tanto, tanto tempo. Como a ti, andaram me polindo."

Por ser um texto poético, caracterizado pela presença de linguagem metafórica ("andaram me polindo"), a mesa é
personificada ("velha mesa"), recebendo um tratamento afetivo ("doce rever-te"), ao lado de informações objetivas
( "pouco mais de um metro por uns quarenta centímetros de largura").

d) Carta de Graciliano Ramos a Heloísa Ramos (carta de 04/02/1928)

"Dizes que brevemente serás a metade de minha alma. A metade?


Brevemente? Não: já agora és, não a metade, mas toda. Dou-te a alma
inteira, deixa-me apenas uma pequena parte para que eu possa existir por
algum tempo e adorar-te."

Nesta carta, ao lado da função poética, coexistem a função expressiva e a função apelativa, já que o autor
confessa seus sentimentos à pessoa amada, seduzindo-a num processo sugestivo que compreende as imagens:
metade da minha alma, a alma inteira, não a metade, mas toda, uma pequena parte". A palavra metade, nesse
contexto, assume uma significação metafórica, neutralizando o traço semântico [+concreto], numa busca de
redefinição poética do amor como entrega.

e) texto poético de Carlos Drummond de Andrade

Carta

Há muito tempo, sim, que não te escrevo.


Ficaram velhas todas as notícias.
Eu mesmo envelheci: Olha em relevo,
estes sinais em mim, não das carícias

( tão leves) que fazias no meu rosto:


são golpes, são espinhos, são lembranças
da vida a teu menino, que ao sol - posto
perde a sabedoria das crianças.

A falta que me fazes não é tanto


à hora de dormir, quando dizias
"Deus te abençoe", e a noite abria em sonho.

É quando, ao despertar, revejo a um canto


a noite acumulada de meus dias,
e sinto que estou vivo, e que não sonho.

Carlos Drummond de Andrade - ( Lição de coisas )

Neste texto, a função apelativa se constitui num recurso expressivo no processo de estruturação da função
poética: te escrevo, olha em relevo, fazias, me fazes, quando dizias. Cria-se um receptor virtual que permite a
exteriorização do sentimento do poeta.

 
Proposta de Atividade 4

Comparar textos e situações que exigem univocidade, destacando a importância de cada palavra ser entendida
univocamente. Qualquer ambigüidade pode prejudicar gravemente a eficácia do texto.

Lembre-se que,  em algumas situações de uso referencial, os vocábulos devem ser entendidos com exatidão, em
uma relação única de sentido, de maneira a possibilitar eficácia na comunicação e compreensão da mensagem.

Quando isto não acontece, a eficácia da comunicação fica comprometida, podendo resultar daí ambigüidades,
incompreensões, erros de interpretação.

Exemplos de situações em que a UNIVOCIDADE é requisito fundamental:

 instruções do uso de um aparelho;


 receita de cozinha;
 bula de remédio;
 ofício, requerimento, ou outro texto em linguagem técnica;
 definição de dicionário.

a) Folheto de instruções para uso de uma churrasqueira:

"Os espetos e grelhas giratórias são acionados por motor elétrico. A carne
em rotação evita a perda do suco natural e grelha por igual. O sistema
giratório unta o churrasco com a gordura derretida e acentua seu sabor. O
controle do ponto é fácil e eficiente."

Este texto faz parte de um folheto de instruções para uso de uma churrasqueira. Se o leitor desconhecer o
vocabulário específico que está sendo utilizado, não poderá compreender corretamente as instruções. Pesquisando
em um dicionário, o leitor encontrará várias definições para cada vocábulo. Apenas uma definição ( em itálico), em
cada verbete, será adequada para a compreensão do vocábulo naquele contexto.

verbete GRELHA

a) pequena grade de ferro sobre a qual se assam ou torram alimentos.

b) antigo instrumento de suplício.

c) cavalo ordinário e magro ( em Pernambuco).

verbete ROTAÇÃO

a) ato ou efeito de rotar; movimento giratório; giro em voltas sucessivas em torno de um eixo.

b) movimento executado pela terra em torno da linha dos pólos de oeste para leste, em 23 horas, 56 minutos e 4
segundos, ou um dia.

verbete SUCO

a) líquido com propriedades nutritivas contido nas substâncias animais ou vegetais; sumo.

b) qualquer líquido orgânico segregado por glândula ou mucosa: suco gástrico.

c) essência, substância.
verbete ACENTUAR

a) colocar acento nas sílabas de uma palavra.

b) tornar mais intenso, aumentar, realçar.

verbete PONTO

a)picada produzida por agulha em tecido.

b) sinal de pontuação.

c) manchazinha arredondada.

d) lugar de parada de ônibus.

e) registro de entrada e saída do trabalho.

f) parte de um assunto.

g) (culinária) ao ponto - diz-se de carne medianamente assada.

b) Bula de remédio

"Pacientes com história de reação de hipersensibilidade a outras drogas ou


substâncias podem constituir um grupo de maior risco e apresentar efeitos
colaterais mais intensos, até mesmo choque. Neste caso, o tratamento deve
ser imediatamente suspenso e tomadas as providências médicas
adequadas: colocar o paciente deitado com as pernas elevadas e as vias
aéreas livres."

Do mesmo modo que no folheto de instruções, há vocábulos que devem ser entendidos univocamente, sob o risco
de prejudicar a compreensão do texto.

c) Requerimento

"Fulano de tal, brasileiro, casado, residente à Rua da Flores, n º 51, nesta


cidade, vem mui respeitosamente requerer a V.Sa. se digne conceder-lhe
uma semana de afastamento por motivo do nascimento de seu filho,
ocorrido em 20 de março de 1994.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Rio, 25 de maio de 1997

____________________

Assinatura

Requerimento é um documento específico de solicitação, através do qual a pessoa física ou jurídica requer algo a
que tem direito (ou pressupõe tê-lo), concedido por lei, decreto, ato, decisão, etc.

Este tipo de documento exige um formato específico: uma invocação, em que os termos devem ser escritos por
extenso; o texto principal, normalmente em terceira pessoa, com informações essenciais, que exercem a função de
identificar o requerente (nome, nacionalidade, profissão, endereço) e apresentar a solicitação; o fecho, em que
entram as expressões "Nestes termos" e "Pede deferimento", a data e a assinatura do requerente ou seu
representante legal.

A solicitação deve ser explicitamente apresentada, sob pena de não se obter o resultado pretendido.

Proposta de Atividade 5

Mapa-mundi com três países em destaque : Brasil, Angola e Portugal. Embora esse três países tenham o português
como língua nacional, às vezes é necessário "traduzir" termos desconhecidos em uma outra região.

A) O trecho abaixo, do romance "A vida verdadeira de Domingos Xavier ", do escritor angolano José Luandino Vieira,
mostra um pouco do português usado em Angola.

"Miúdo Zito entrou a correr no pequeno compartimento que servia de sala e,


atravessando no quintal, viu o avô, ao fundo, junto às aduelas. Parou, ofegante,
e depois chamou:

- Vavô! Vem depressa. Tem preso!

Velho Petelo se virou e interrogou com seus olhos pequenos, piscando na luz do
sol da manhã coado nas folhas da mandioqueira:

- Menino disse tem preso? Viste com teus olhos?

Arrastando a perna esquerda e seguido por miúdo Zito, atravessou na sala e saiu para o areal vermelho. Rodearam
na cubata de sô Miguel, e, em frente, onde já se aglomeravam algumas mulheres com seus monas escondidos nos
panos, viram o homem que fazia esforços para descer da carrinha, debaixo das pancadas de dois cipaios."

miúdo - garoto.

aduelas - tábuas de barril usadas para formar cercas delimitando o quintal.

cubata - habitação feita de restos de materiais de construção; barraco, casebre.

monas - crianças.

carrinha - caminhonete aberta, tipo pick-up.

cipaios - policiais africanos, encarregados de policiar a população africana.

B) Este outro texto, extraído de "O Primo Basílio", do escritor português Eça de Queirós, mostra algumas
particularidades do vocabulário do português de Portugal.

Jorge enrolou um cigarro e, muito repousado, muito fresco na sua camisa


de chita, sem colete, o jaquetão de flanela azul aberto, os olhos no teto,
pôs-se a pensar na sua jornada ao Alentejo. Era engenheiro de minas, no
dia seguinte devia partir para Beja, para Évora, mais para o Sul, até
S.Domingos; e aquela jornada, em julho, contrariava-o como uma
interrupção, afligia-o como uma injustiça. Que maçada por um verão
daqueles! Ir dias e dias sacudindo pelo chouto de um cavalo de aluguel, por
esses descampados do Alentejo que não acabam nunca, cobertos de um
restolho escuro, abafado num sol baço, onde os moscardos zumbem!
Dormir nos montados, em quartos que cheiram a tijolo cozido, ouvindo em
redor a escuridão da noite tórrida, grunhir as varas dos porcos! A todo
momento sentir entrar pelas janelas, passar no ar o bafo quente das
queimadas! E só!

chouto - trote miúdo e incômodo.

restolho - a parte inferior das gramíneas que fica enraizada após a ceifa.

baço - sem brilho, embaciado.

moscardos - mosca-da-madeira.

montados - terrenos onde crescem principalmente sobreiros e azinheiros, e onde podem pastar porcos. [Sobreiros e
azinheiros - árvores]

Proposta de Atividade 6

Mapa do Brasil - três estados diferentes do país: Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pernambuco. Nos trechos abaixo,
escritores de diferentes partes do Brasil manifestam suas respectivas características regionais.

TEXTO DE GUIMARÃES ROSA (FALAR MINEIRO)

"E eu levava boa matalotagem, na capanga, e também o binóculo. Somente


o trambolho da espingarda pesava e empalhava. Mas cumpria com a lista,
porque eu não podia deixar o povo saber que eu entrava no mato, e lá
passava o dia inteiro, só para ver uma mudinha de cambuí a medrar da terra
de-dentro de um buraco no tronco de uma camboatã; para assistir à carga
frontal das formigas-cabaças contra a pelugem farpada e eletrificada de
uma tatarana lança-chamas; para namorar o namoro dos guaxes, pousados
nos ramos compridos da aroeira (...)"

(João Guimarães Rosa, São Marcos, in: Sagarana)

TEXTO DE SIMÕES L. NETO (FALAR GAÚCHO)

"Vancê pare um bocadinho: componha seus arreios, que a cincha está


muito pra virilha. E vá pitando um cigarro, enquanto eu dou dois dedos de
prosa àquele andante ... que me parece que estou conhecendo ... e conheço
mesmo! ... É o índio Reduzo, que foi posteiro dos Costas, na estância do
Ibicuí. "

(Simões Lopes Neto, Contos gauchescos e lendas do sul)

TEXTO DE JOSÉ LINS DO REGO ( FALAR NORDESTINO)

"Chegou a abolição e os negros do Santa Fé se foram para os outros


engenhos. Ficara somente com Seu Lula o boleeiro Macário, que tinha
paixão pelo ofício. Até as negras da cozinha ganharam o mundo. E o Santa
Fé ficou sem os partidos no mato, com o negro Deodato sem gosto para o
eito, para a moagem que se aproximava. Só a muito custo apareceram
trabalhadores para os serviços do campo. Onde encontrar mestre de
açúcar, caldeireiros, purgador?"

(José Lins do Rego, Fogo Morto)

Proposta de Atividade 7

A partir de cenas de filmes brasileiros, exemplificar o processo de variação regional e relacioná-la ao processo de
elaboração cultural do povo brasileiro.

É preciso tomar cuidado para não atribuir todas as diferenças à questão regional. Tomando um filme como Vidas
Secas, por exemplo, pode-se trabalhar também com a questão da dificuldade de comunicação verbal do homem
brutalizado pela seca, o que se caracterizaria como uma dimensão social.

Outros filmes que podem ser utilizados: O Quatrilho, Gaijin, São Bernardo, etc

Proposta de Atividade 8 - Gírias

a) Foco no Rio de Janeiro mostrando diferentes grupos sociais : pagodeiros, cantores de rap, surfistas, velhinhos
jogando xadrez na praça.

Cada grupo conversa e se manifestam assim as diferenças entre os grupos sociais.

Fala de freqüentadores de pagode:

"Todo mundo gosta muito de curtir."


"Da galera pra galera."
"Cada dia que passa, pinta mais um."
"A gente tem que saber curtir, entendeu?"
"O verdadeiro pagodeiro é aquele que sabe curtir numa boa."

Fala de um professor de academia de ginástica:

"É importante que a gente faça a maromba, que a gente utilize o trabalho de
maromba que é pro corpo ficar sarado, pra que a gente possa ficar casca
grossa."

Fala de um freqüentador de um grupo de pagode chamado "Segunda sem lei "


"O cavaquinho me atura há mais ou menos uns 14, 15, 20 anos. Eu não sei,
eu acho que eu já nasci tocando esse troço, é mais um instrumento, né,
mais uma arma pra segunda sem lei, pra gente aturar aí esse pessoal que
infelizmente, né, não dão muito espaço, não dão mais espaço pra gente, pro
samba autêntico, samba bom, samba de fato, samba de Cartola, de Nelson,
de Donga, de João da Baiana, Pixinguinha, Bide e Marçal, entendeu, que
não tocam e a gente enfrenta a segunda-feira, e aqui uma arma é o cavaco,
a outra, o violão de sete cordas, a flauta, como o tio Pixinguinha tocava, o
pandeiro, o Joseli e o surdo recuperado, o surdo, no lugar da tambora,
nada contra, né, tambora ou tantam, mas o surdo, que é um instrumento
adicional pra agüentar esse excesso de lei que tem por aí, que,
infelizmente, não viabilizam a música de qualidade no rádio, né? Nas AM,
nas FM, você ouve muita música importada do que música nacional".

Fala de um cantor de rap:

"Então a nossa filosofia é mostrar pras pessoas, né, tentar passar pras
pessoas que elas podem brilhar, que elas são importantes (...) Então nós
viramos pro negro e falamos: pô, negócio seguinte, tu é bonito, tu não é
feio como dizem que tu é feio. Teu cabelo não é ruim como dizem que teu
cabelo é ruim, entendeu? Meu cabelo é crespo, entendeu? Existe cabelo
crespo, existe cabelo liso. Não tem essa de cabelo bom, cabelo ruim. Por
que que cabelo de branco é bom e meu cabelo é ruim?"

Proposta de atividade 9 - Jargões

Demonstrar como determinadas profissões possuem um vocabulário próprio e como isso pode ser utilizado como
instrumento de poder, mantendo o profissional como o "dono" da situação. Exemplos: um advogado, ao explicar uma
determinada lei; o economista, ao explicar o processo inflacionário; um médico, ao debater sobre o tratamento mais
indicado para um paciente.

Fala de um senhor que trabalha com Marketing Político:

"Olha, hoje em dia, uma campanha, qualquer que seja, sai muito cara e não
se admite mais nenhum esforço em qualquer organização do país ou do
mundo que não use informática para melhorar seu controle de custos,
melhorar a divulgação de suas mensagens junto aos clientes, melhorar a
organização da campanha. Então a informática serve para tudo isso, é a
ferramenta moderna e que está penetrando em todas as empresas."

Fala de um médico explicando algumas doenças do coração:

"Tem gente que nasce com coração maior ou menor, com vários defeitos.
Essas são as cardiopatias congênitas, né, o coração pode nascer com
inúmeros defeitos. Agora, o tamanho do coração também tem a ver com
outros problemas que não são congênitos, como a insuficiência
coronariana."

Fala de um advogado, explicando a linguagem que ele usa no Forum:

" As expressões são data venia, permissa venia, concessa venia. O senhor,
para não usar de aspereza com o juiz, o senhor bota data venia, que quer
dizer "com o devido respeito", bota antes data venia e aí fala o que quiser
para o juiz. Os sinônimos de data venia seriam permissa venia, concessa
venia. Eu jamais repito data venia no mesmo processo. Só data venia, data
venia, fica enfadonho, né?"

Proposta de Atividade 10

Os textos a seguir podem ser utilizados para um trabalho sobre variação etária. O texto da entrevista do surfista
apresenta um vocabulário bem próprio de um grupo etário e social. Já o texto Antigamente, de Drummond, apresenta
um vocabulário característico de outra faixa etária, de um outro momento cultural e social.

Entrevista com vencedor de concurso de surf

REPÓRTER- Qual foi a bateria que você mais surfou até hoje?
SURFISTA - Foi no Cristal Grafiti. A onda veio abrindo inteira, dropei no crítico,
fiz o bottom turn de backside, subi e dei um rasgadão. Aí deixei cair lá embaixo,
subi novamente, dei outra rasgada e, quando ela engordou, adiantei, dei um
cutback bem agachado e bati na espuma. Veio a junção e mandei uma
esbagaçada, depois foi aquela marolagem, enganação.

(revista HARDCORE, setembro de 1991)

Antigamente ( Carlos Drummond de Andrade)

ANTIGAMENTE, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas


e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral
dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes,
arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levavam
tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. (....)

ANTIGAMENTE, certos tipos faziam negócios e ficavam a ver navios; outros


eram pegados com a boca na botija, contavam tudo tintim por tintim e iam comer
o pão que o diabo amassou, lá onde Judas perdeu as botas. Uns raros
amarravam cachorro com linguiça. E alguns ouviam cantar o galo, mas não
sabiam onde. (...)

ANTIGAMENTE, os pirralhos dobravam a língua diante dos pais, e se um se


esquecia de arear os dentes antes de cair nos braços de Morfeu, era capaz de
entrar no couro. Não devia também se esquecer de lavar os pés, sem tugir nem
mugir. Nada de bater na cacunda do padrinho, nem de debicar os mais velhos,
pois levava tunda.(... )

Proposta de atividade 11

TEXTO DO PORTUGUÊS ARCAICO


Cantiga sua, partindo-se

Senhora, partem tam tristes


meus olhos por vós, meu bem,
que nunca tam tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.

Tam tristes, tam saudosos,


tam doentes da partida,
tam cansados, tam chorosos,
da morte mais desejosos
cem mil vezes que da vida.
Partem tam tristes os tristes,
tam fora d'esperar bem,
que nunca tam tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.

(Cancioneiro Geral )

TEXTO DO PORTUGUÊS MODERNO

Soneto da Separação

De repente do riso fez-se o pranto


Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento


Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente


Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante


Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

( Vinicius de Moraes, Poesia Completa e Prosa. J. Aguilar,


1976)

Identificar marcas linguísticas (Descritor 10)


No texto "Meu Diário", frases como "Pai é um negócio fogo..."
"...o Beto é o maior folgado..."
e "...mixou a brincadeira"

indicam um tipo de linguagem utilizada mais por

(A) idosos.
(B) professores.
(C) crianças.
(D) cientistas

Feias, sujas e imbatíveis (fragmento)

As baratas estão na Terra há mais de 200 milhões de anos,


sobrevivem tanto no deserto como nos polos e podem ficar até
 
30 dias sem comer. Vai encarar?
Férias, sol e praia são alguns dos bons motivos para comemorar a
05 chegada do verão e achar que essa é a melhor estação do ano. E realmente 
seria, se não fosse por um único detalhe: as baratas. Assim como 
nós, elas também ficam bem animadas com o calor. Aproveitam a aceleração 
de seus processos bioquímicos para se reproduzirem mais rápido e, claro, 
para passearem livremente por todos os cômodos de nossas casas.
10 Nessa época do ano, as chances de dar de cara com a visitante 
indesejada, ao acordar durante a noite para beber água ou ir ao banheiro, 
são três vezes maiores.

Revista Galileu. Rio de Janeiro: Globo, nº 151, fevereiro de 2004, p. 26.

A expressão "Vai encarar?" (l. 3) é marca de linguagem

(A) científica.
(B) formal.
(C) informal.
(D) regional.

Análise
É essencial para dar conta da tarefa identificar quem fala no texto e para quem ele se destina. No caso de
Meu Diário, o leitor precisa perceber que se trata de literatura infanto-juvenil. Assim, compreenderá as
escolhas feitas pelo autor ao utilizar as expressões citadas. No item referente ao texto Feias, Sujas e
Imbatíveis, o estudante precisa notar que ele circula na esfera jornalística e tem a finalidade de divulgar
conhecimentos científicos para um público mais jovem - crianças e adolescentes. Assim, pode compreender
que a utilização da expressão "vai encarar" provavelmente se deve à intenção de se aproximar mais do
leitor.

Orientações
Para desenvolver a habilidade relacionada a esse descritor, as crianças precisam ter contato com textos nos
quais as diferentes variedades linguísticas sejam apresentadas. Indique atividades sobre o tema e deixe claro
para elas a relação entre a utilização de determinado recurso linguístico e os efeitos de sentido decorrentes
de seu emprego. Uma forma de fazer isso é trabalhar com as características do contexto de produção de
texto, já que a escrita também leva à formação de um leitor mais qualificado. Outra opção é propor que os
alunos procurem em diferentes leituras as marcas que mostrem a intenção do autor de conversar com o
interlocutor (leitor). Muitos textos narrativos ficcionais usam esse recurso. A pista, nesse caso, é procurar
momentos em que
se rompe esse fluxo narrativo.

Você também pode gostar