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A língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes. O uso de uma língua varia de época
para época, de região para região, de classe social para classe social, e assim por diante. Nem individualmente
podemos afirmar que o uso seja uniforme. Dependendo da situação, uma mesma pessoa pode usar diferentes
variedades de uma só forma da língua. Ao trabalhar com o conceito de variação linguística, estamos pretendendo
demonstrar que a língua portuguesa, como todas as línguas do mundo, não se apresenta de maneira uniforme em todo
o território brasileiro e que a variação linguística manifesta-se em todos os níveis de funcionamento da linguagem em
função do emissor e em função do receptor, a partir de diversos fatores, como região, faixa etária, classe social e
profissão. Temos como exemplos de variação
Variação histórica: Acontece ao longo de um determinado período de tempo, pode ser identificada ao se
comparar dois estados de uma língua Portuguesa. O processo de mudança é gradual: uma variante inicialmente
utilizada por um grupo restrito de falantes passa a ser adotada por indivíduos socioeconomicamente mais expressivos.
A forma antiga permanece ainda entre as gerações mais velhas, período em que as duas variantes convivem; porém
com o tempo a nova variante torna-se normal na fala, e finalmente consagra-se pelo uso na modalidade escrita. As
mudanças podem ser de grafia ou de significado.
ANTIGAMENTE, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam
anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes,
arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levavam tábua, o remédio era tirar o cavalo da
chuva e ir pregar em outra freguesia. (....) Carlos Drumonnd Andrade
Variação geográfica- Trata das diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura sintática entre
regiões. Dentro de uma comunidade mais ampla, formam-se comunidades linguísticas menores em torno de centros
polarizadores , política e economia, que acabam por definir os padrões lingüísticos utilizados na região de sua
influência e as diferenças linguísticas entre as regiões são graduais, nem sempre coincidindo.
Variação social: Agrupa alguns fatores de diversidade: o nível sócio-econômico, determinado pelo meio
social onde vive um indivíduo; o grau de educação; a idade e o gênero. A variação social não compromete a
compreensão entre indivíduos, como poderia acontecer na variação regional; o uso de certas variantes pode indicar
qual o nível sócio-econômico de uma pessoa, e há a possibilidade de alguém oriundo de um grupo menos favorecido
atingir o padrão de maior prestígio.
Fala de um advogado, explicando a linguagem que ele usa no Forum: " As expressões são data venia,
permissa venia, concessa venia. O senhor, para não usar de aspereza com o juiz, o senhor bota data venia, que quer
dizer "com o devido respeito", bota antes data venia e aí fala o que quiser para o juiz. Os sinônimos de data venia
seriam permissa venia, concessa venia. Eu jamais repito data vênia no mesmo processo. Só data venia, data venia,
fica enfadonho.”
Na escola, a professora manda um aluno dizer um verbo qualquer e ele responde: - Bicicreta. A professora, então,
corrige: - Não é “bicicreta”, é “bicicleta”. E “bicicleta” não é verbo. Ela tenta com outro aluno: -
Diga um verbo! Ele arrisca: - Prástico. A professora, outra vez, faz a correção: - Não é “prástico”, é “plástico”. E
“plástico” não é verbo. A professora faz a sua última tentativa e escolhe um terceiro aluno: - Fale um verbo
qualquer! - Hospedar. A professora comemora: - Muito bem! Agora, forme uma frase com esse verbo. – Os pedar da
bicicreta é de prástico.
Nesta dimensão, incluem-se as diferenças linguísticas observadas entre pessoas de regiões distintas, onde se fala a
mesma língua. Exemplos claros desta variação são as diferenças encontradas entre os diversos países de língua
portuguesa (Brasil, Portugal, Angola, por exemplo) ou entre regiões do Brasil (região sul, com os falares gaúcho,
catarinense, por exemplo, e região nordeste, com os falares baiano, pernambucano, etc.).
Proposta de Atividade 1
Para trabalhar com a diferença entre as inúmeras formas de linguagem, podemos, inicialmente, comparar a
linguagem verbal ( que tem por unidade a palavra) e as linguagens não-verbais (que têm outros meios de expressão,
como o gesto, o movimento, a imagem, a dança, a nota musical, o símbolo matemático, etc.) mostrando-as em atos
concretos de comunicação:
propor uma atividade que envolva a mímica, para explorar a possibilidade de comunicação por meio da
linguagem gestual;
explorar o código morse, utilizado para a telegrafia;
observar o código de trânsito, a partir das placas e dos diferentes significados do apito utilizado pelo guarda
de trânsito;
diferenciar os sons produzidos por sinos ( de igreja), sirenes ( de navio, de fábrica);
relacionar as pinturas nas cavernas aos significados míticos do homem primitivo;
demonstrar que a linguagem verbal se realiza pela utilização de um sistema de sinais (signos) produzidos
pelo aparelho fonador do homem. Apresentação do aparelho fonador, com identificação de suas partes e
das funções, respectivamente, de cada uma delas.
Proposta de Atividade 2
Painel mostrando a seqüência cronológica de várias situações de comunicação, o que permite trabalhar com a
relação linguagem e cultura, tipos de linguagem e funções da linguagem. As situações apresentadas permitem ao
professor elaborar com os alunos a idéia de que, através dos tempos, a comunicação entre as pessoas vem se
realizando por meios diferentes, porém sempre cumprindo o seu papel principal: falar do mundo em que vivemos,
isto é, representar esse mundo.
Texto 1 - Carta de Pero Vaz de Caminha , trecho em que Caminha se refere ao primeiro encontro com os índios.
"O capitão, quando eles vieram, estava assentado em uma cadeira e uma
alcatifa aos pés por estrado, e bem vestido, com um colar d'ouro mui
grande ao pescoço. (...) Um deles pôs olho no colar do capitão e começou
d'acenar com a mão para a terra e depois para o colar, como que nos dizia
que havia em terra ouro..."
A carta de Caminha é o primeiro texto sobre o Brasil. Não apresenta intenções artísticas, mas é muito significativa
por registrar as condições de vida dos primeiros colonizadores e habitantes da terra descoberta. Ela não só informa
as características dessa terra, como mostra a visão de mundo dos portugueses, apresentando a cultura dos índios
por oposição à dos europeus.
Na época em que foi escrita, a carta era o único meio de comunicação verbal à distância que os navegantes podiam
utilizar. Ela deveria ser bem detalhada para cumprir a função a que se destinava --- registrar o novo mundo, sob a
forma de notícia. Essa característica é comum a outras manifestações escritas da linguagem, em que o texto escrito
tem que suprir a ausência da situação, fornecendo o maior número possível de pistas para esclarecer o seu sentido,
a sua intenção.
Texto 2 - Telégrafo
(Jô Soares)
Depois, veio Morse, com seus traços e pontos e todo mundo teve que se
virar para escrever mais coisas em menos palavras. Fica aqui uma
pergunta: o que será que Morse inventou primeiro? O telégrafo ou o código
Morse? Das duas uma: ou ele inventou a telegrafia e depois quebrou a
cabeça até achar um alfabeto que se prestasse para sinalizar palavras, ou
então criou um dia o código, assim de brincadeira e depois ficou pensando:
"Como é que eu posso transformar isto aqui num troço útil?" E aí bolou o
telégrafo.
Seja como for, com ele surgiu o estilo telegráfico, muito usado hoje em dia
não só nos telegramas mas também nos recados e até nos lembretes que
às vezes nós deixamos para nós mesmos: "Dar banho no cachorro",
"Passar banco pegar dinheiro", "Cancelar dentista" etc.
Este texto, ao lado das intenções humorísticas, permite-nos reconhecer inúmeras características da linguagem
telegráfica, utilizada não só nos telegramas, mas em recados e bilhetes. Apesar de serem textos escritos,
telegramas, recados e bilhetes têm em comum a intenção de comunicar de maneira econômica. São eliminados
artigos, pronomes, adjetivos, preposições ou outras palavras que não sejam estritamente necessárias aos objetivos
do autor.
Texto 3 - Telefone
Essas características dizem respeito à telefonia tradicional. Com os avanços da tecnologia, as informações gestuais
e contextuais passarão a fazer parte da comunicação telefônica.
Texto 4 - Internet
PELA INTERNET
Gilberto Gil, na música Pela Internet, apresenta sua visão sobre a Internet, meio de comunicação mundial que vem
revolucionando nossos hábitos de obtenção e transmissão de informações. Esse universo é trabalhado
poeticamente:
o verbo "navegar" é uma metáfora para a atividade de entrar em contacto com as informações disponíveis
via Internet. Faz parte do campo semântico de mar, expresso, na música, por meio dos seguintes vocábulos:
velejar, jangada, barco, vazante, maré, mar, porto, rede.
a amplitude espacial abarcada pela Internet, a "rede", vem apresentada sob a forma de países e regiões
longínquas: Taipé, Calcutá, Helsinqui, Connecticut, Nepal, Gabão, Milão, Japão.
a partir do vocábulo "vírus", referindo-se a programas que atacam e destroem informações, cria-se uma
associação com Macmilícia de Milão, hacker mafioso, polícia carioca.
o vocabulário específico de informática aparece em todo o texto, promovendo a articulação entre a realidade
e o universo poético: web-site, home-page, gigabytes, disquete, e-mail, micro, site, hot-link, infomaré,
infomar, acessar, contactar, rede, vírus.
Tanto no título como no final da música, Gil faz uma homenagem a Donga, parodiando a música "Pelo telefone", que,
na sua época, teve o papel que hoje cabe à Internet. Na paródia, o telefone é substituído pelo celular, condizente
com a época atual.
Texto 5
O texto abaixo, Velho diálogo de Adão e Eva, do romance "Memórias póstumas de Brás Cubas" (Machado de
Assis), é um exemplo muito sugestivo de comunicação sem palavras.
Virgília ..................................................
...............................................................................
Virgília..............................................................!
Virgília........................................................................
...............................................................?.............
..................................................................................
Virgília ...........................................................
............................................................ !..........................
.........................! ............................................
................................................................................!
Virgília ......................................................?
Virgília .................................................!
Proposta de Atividade 3:
Exemplo:
Esta mensagem informa o local, a data e as características da experiência científica realizada. Devido à referência,
por meio dessas informações, a elementos que constituem o nosso repertório de experiências, dizemos que nesta
mensagem predomina o caráter referencial, presente na maioria dos atos de comunicação.
Além de a língua servir para informar as nossas experiências, ela funciona como um instrumento para a
manifestação de emoções e sentimentos, conforme se verifica na situação a seguir:
"Puxa vida! Que loucura! Onde será que isto vai parar?"
Evidencia-se, nesta frase, a função expressiva da linguagem, pois há uma exteriorização das emoções do indivíduo.
A carga emotiva prevalece sobre a carga informativa, permitindo que se realize a interação entre o falante e o
interlocutor. Essa comunicação é extremamente dependente do contexto situacional -- as mesmas expressões de
espanto terão outro sentido se forem utilizadas em outras situações.
"É uma velha mesa esta sobre a qual hoje bato a minha crônica. Pouco
mais de um metro por uns quarenta centímetros de largura. Doce rever-te,
velha mesa, depois de tanto, tanto tempo. Como a ti, andaram me polindo."
Por ser um texto poético, caracterizado pela presença de linguagem metafórica ("andaram me polindo"), a mesa é
personificada ("velha mesa"), recebendo um tratamento afetivo ("doce rever-te"), ao lado de informações objetivas
( "pouco mais de um metro por uns quarenta centímetros de largura").
Nesta carta, ao lado da função poética, coexistem a função expressiva e a função apelativa, já que o autor
confessa seus sentimentos à pessoa amada, seduzindo-a num processo sugestivo que compreende as imagens:
metade da minha alma, a alma inteira, não a metade, mas toda, uma pequena parte". A palavra metade, nesse
contexto, assume uma significação metafórica, neutralizando o traço semântico [+concreto], numa busca de
redefinição poética do amor como entrega.
Carta
Neste texto, a função apelativa se constitui num recurso expressivo no processo de estruturação da função
poética: te escrevo, olha em relevo, fazias, me fazes, quando dizias. Cria-se um receptor virtual que permite a
exteriorização do sentimento do poeta.
Proposta de Atividade 4
Comparar textos e situações que exigem univocidade, destacando a importância de cada palavra ser entendida
univocamente. Qualquer ambigüidade pode prejudicar gravemente a eficácia do texto.
Lembre-se que, em algumas situações de uso referencial, os vocábulos devem ser entendidos com exatidão, em
uma relação única de sentido, de maneira a possibilitar eficácia na comunicação e compreensão da mensagem.
Quando isto não acontece, a eficácia da comunicação fica comprometida, podendo resultar daí ambigüidades,
incompreensões, erros de interpretação.
"Os espetos e grelhas giratórias são acionados por motor elétrico. A carne
em rotação evita a perda do suco natural e grelha por igual. O sistema
giratório unta o churrasco com a gordura derretida e acentua seu sabor. O
controle do ponto é fácil e eficiente."
Este texto faz parte de um folheto de instruções para uso de uma churrasqueira. Se o leitor desconhecer o
vocabulário específico que está sendo utilizado, não poderá compreender corretamente as instruções. Pesquisando
em um dicionário, o leitor encontrará várias definições para cada vocábulo. Apenas uma definição ( em itálico), em
cada verbete, será adequada para a compreensão do vocábulo naquele contexto.
verbete GRELHA
verbete ROTAÇÃO
a) ato ou efeito de rotar; movimento giratório; giro em voltas sucessivas em torno de um eixo.
b) movimento executado pela terra em torno da linha dos pólos de oeste para leste, em 23 horas, 56 minutos e 4
segundos, ou um dia.
verbete SUCO
a) líquido com propriedades nutritivas contido nas substâncias animais ou vegetais; sumo.
c) essência, substância.
verbete ACENTUAR
verbete PONTO
b) sinal de pontuação.
c) manchazinha arredondada.
f) parte de um assunto.
b) Bula de remédio
Do mesmo modo que no folheto de instruções, há vocábulos que devem ser entendidos univocamente, sob o risco
de prejudicar a compreensão do texto.
c) Requerimento
Nestes termos,
Pede deferimento.
____________________
Assinatura
Requerimento é um documento específico de solicitação, através do qual a pessoa física ou jurídica requer algo a
que tem direito (ou pressupõe tê-lo), concedido por lei, decreto, ato, decisão, etc.
Este tipo de documento exige um formato específico: uma invocação, em que os termos devem ser escritos por
extenso; o texto principal, normalmente em terceira pessoa, com informações essenciais, que exercem a função de
identificar o requerente (nome, nacionalidade, profissão, endereço) e apresentar a solicitação; o fecho, em que
entram as expressões "Nestes termos" e "Pede deferimento", a data e a assinatura do requerente ou seu
representante legal.
A solicitação deve ser explicitamente apresentada, sob pena de não se obter o resultado pretendido.
Proposta de Atividade 5
Mapa-mundi com três países em destaque : Brasil, Angola e Portugal. Embora esse três países tenham o português
como língua nacional, às vezes é necessário "traduzir" termos desconhecidos em uma outra região.
A) O trecho abaixo, do romance "A vida verdadeira de Domingos Xavier ", do escritor angolano José Luandino Vieira,
mostra um pouco do português usado em Angola.
Velho Petelo se virou e interrogou com seus olhos pequenos, piscando na luz do
sol da manhã coado nas folhas da mandioqueira:
Arrastando a perna esquerda e seguido por miúdo Zito, atravessou na sala e saiu para o areal vermelho. Rodearam
na cubata de sô Miguel, e, em frente, onde já se aglomeravam algumas mulheres com seus monas escondidos nos
panos, viram o homem que fazia esforços para descer da carrinha, debaixo das pancadas de dois cipaios."
miúdo - garoto.
monas - crianças.
B) Este outro texto, extraído de "O Primo Basílio", do escritor português Eça de Queirós, mostra algumas
particularidades do vocabulário do português de Portugal.
restolho - a parte inferior das gramíneas que fica enraizada após a ceifa.
moscardos - mosca-da-madeira.
montados - terrenos onde crescem principalmente sobreiros e azinheiros, e onde podem pastar porcos. [Sobreiros e
azinheiros - árvores]
Proposta de Atividade 6
Mapa do Brasil - três estados diferentes do país: Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pernambuco. Nos trechos abaixo,
escritores de diferentes partes do Brasil manifestam suas respectivas características regionais.
Proposta de Atividade 7
A partir de cenas de filmes brasileiros, exemplificar o processo de variação regional e relacioná-la ao processo de
elaboração cultural do povo brasileiro.
É preciso tomar cuidado para não atribuir todas as diferenças à questão regional. Tomando um filme como Vidas
Secas, por exemplo, pode-se trabalhar também com a questão da dificuldade de comunicação verbal do homem
brutalizado pela seca, o que se caracterizaria como uma dimensão social.
Outros filmes que podem ser utilizados: O Quatrilho, Gaijin, São Bernardo, etc
a) Foco no Rio de Janeiro mostrando diferentes grupos sociais : pagodeiros, cantores de rap, surfistas, velhinhos
jogando xadrez na praça.
"É importante que a gente faça a maromba, que a gente utilize o trabalho de
maromba que é pro corpo ficar sarado, pra que a gente possa ficar casca
grossa."
"Então a nossa filosofia é mostrar pras pessoas, né, tentar passar pras
pessoas que elas podem brilhar, que elas são importantes (...) Então nós
viramos pro negro e falamos: pô, negócio seguinte, tu é bonito, tu não é
feio como dizem que tu é feio. Teu cabelo não é ruim como dizem que teu
cabelo é ruim, entendeu? Meu cabelo é crespo, entendeu? Existe cabelo
crespo, existe cabelo liso. Não tem essa de cabelo bom, cabelo ruim. Por
que que cabelo de branco é bom e meu cabelo é ruim?"
Demonstrar como determinadas profissões possuem um vocabulário próprio e como isso pode ser utilizado como
instrumento de poder, mantendo o profissional como o "dono" da situação. Exemplos: um advogado, ao explicar uma
determinada lei; o economista, ao explicar o processo inflacionário; um médico, ao debater sobre o tratamento mais
indicado para um paciente.
"Olha, hoje em dia, uma campanha, qualquer que seja, sai muito cara e não
se admite mais nenhum esforço em qualquer organização do país ou do
mundo que não use informática para melhorar seu controle de custos,
melhorar a divulgação de suas mensagens junto aos clientes, melhorar a
organização da campanha. Então a informática serve para tudo isso, é a
ferramenta moderna e que está penetrando em todas as empresas."
"Tem gente que nasce com coração maior ou menor, com vários defeitos.
Essas são as cardiopatias congênitas, né, o coração pode nascer com
inúmeros defeitos. Agora, o tamanho do coração também tem a ver com
outros problemas que não são congênitos, como a insuficiência
coronariana."
" As expressões são data venia, permissa venia, concessa venia. O senhor,
para não usar de aspereza com o juiz, o senhor bota data venia, que quer
dizer "com o devido respeito", bota antes data venia e aí fala o que quiser
para o juiz. Os sinônimos de data venia seriam permissa venia, concessa
venia. Eu jamais repito data venia no mesmo processo. Só data venia, data
venia, fica enfadonho, né?"
Proposta de Atividade 10
Os textos a seguir podem ser utilizados para um trabalho sobre variação etária. O texto da entrevista do surfista
apresenta um vocabulário bem próprio de um grupo etário e social. Já o texto Antigamente, de Drummond, apresenta
um vocabulário característico de outra faixa etária, de um outro momento cultural e social.
REPÓRTER- Qual foi a bateria que você mais surfou até hoje?
SURFISTA - Foi no Cristal Grafiti. A onda veio abrindo inteira, dropei no crítico,
fiz o bottom turn de backside, subi e dei um rasgadão. Aí deixei cair lá embaixo,
subi novamente, dei outra rasgada e, quando ela engordou, adiantei, dei um
cutback bem agachado e bati na espuma. Veio a junção e mandei uma
esbagaçada, depois foi aquela marolagem, enganação.
Proposta de atividade 11
(Cancioneiro Geral )
Soneto da Separação
(A) idosos.
(B) professores.
(C) crianças.
(D) cientistas
(A) científica.
(B) formal.
(C) informal.
(D) regional.
Análise
É essencial para dar conta da tarefa identificar quem fala no texto e para quem ele se destina. No caso de
Meu Diário, o leitor precisa perceber que se trata de literatura infanto-juvenil. Assim, compreenderá as
escolhas feitas pelo autor ao utilizar as expressões citadas. No item referente ao texto Feias, Sujas e
Imbatíveis, o estudante precisa notar que ele circula na esfera jornalística e tem a finalidade de divulgar
conhecimentos científicos para um público mais jovem - crianças e adolescentes. Assim, pode compreender
que a utilização da expressão "vai encarar" provavelmente se deve à intenção de se aproximar mais do
leitor.
Orientações
Para desenvolver a habilidade relacionada a esse descritor, as crianças precisam ter contato com textos nos
quais as diferentes variedades linguísticas sejam apresentadas. Indique atividades sobre o tema e deixe claro
para elas a relação entre a utilização de determinado recurso linguístico e os efeitos de sentido decorrentes
de seu emprego. Uma forma de fazer isso é trabalhar com as características do contexto de produção de
texto, já que a escrita também leva à formação de um leitor mais qualificado. Outra opção é propor que os
alunos procurem em diferentes leituras as marcas que mostrem a intenção do autor de conversar com o
interlocutor (leitor). Muitos textos narrativos ficcionais usam esse recurso. A pista, nesse caso, é procurar
momentos em que
se rompe esse fluxo narrativo.