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2020

Tema: Imunidades Tributárias


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Filipe Sousa Dias Cardoso


4AM
201919697

As Imunidades Tributárias são um benefício resultante de normas constitucionais que proíbem a


incidência de tributos e vedam o exercício da competência tributária pelo ente federado. Existe na
Constituição Federal Imunidades relativas a Impostos, Taxas e contribuições.

As Imunidades descritas no artigo 150, VI, referem-se exclusivamente à Impostos e se classificam


em subjetivas e objetivas.

São subjetivas aquelas definidas em razão das pessoas, conforme previsto no artigo 150, VI,
denominadas por: i) imunidade recíproca (art. 150, VI, “a”); ii) imunidade religiosa (art. 150, VI, “b”)
e iii) imunidades genéricas (art. 150, VI, “c”).

As objetivas são definidas em razão do objeto, também denominadas de imunidades culturais, e


tem por objetivo baratear o acesso à cultura, a produção artística e intelectual, tidas como a
imunidade do livro e da música nacional. (art. 150, VI, “d”, e “e”).

Em um momento anterior estudamos as imunidades do artigo 150, VI da CF. Agora passaremos


ao estudo das demais imunidades definidas no texto constitucional.

Desse modo, sobre o tema das Imunidades explique os casos de não incidência tributária
expressos nos dispositivos indicados abaixo, destacando: a espécie tributária que não incidirá,
qual o ente federado que deve observar a imunidade, bem como as situações que as
justificam.

a) Artigo 149, § 2º, I

União
ICMS
A exportação de produtos industrializados é imune ao ICMS (CF/88, artigo 155, § 2º, X, a).

IPI
São imunes da incidência do imposto, os produtos industrializados
destinados  ao  exterior  (Constituição,  artigo 153 § 3º, inciso III), contemplando todos os
produtos, de origem nacional ou estrangeira.

PIS
As exportações são isentas do PIS, de acordo com o artigo 14, § 1º, da MP 2.158-35/2001.
COFINS
O artigo 7o da Lei Complementar 70/1991 concedeu isenção de Cofins sobre as receitas oriundas
da exportação de mercadorias, mesmo quando realizadas através de cooperativas, consórcios ou
entidades semelhantes, bem como ás empresas comerciais exportadoras, nos termos do Decreto-
Lei 1.248/1972, desde que destinadas ao fim específico de exportação para o exterior.

b) Artigo 184, § 5º

União

O Município competente para a cobrança é o da situação do imóvel. O fato gerador é a


transmissão inter vivos, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de
direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos à sua aquisição.

O contribuinte é qualquer das partes da relação tributada, cabendo à lei ordinária municipal
escolher. Em regra, tem-se determinado que o sujeito passivo do tributo é o adquirente.

É importante mencionar que não incide ITBI nas operações de transferência de imóveis
desapropriados para fins de reforma agrária, haja vista a imunidade prevista no artigo 184, §
5º da Constituição Federal.

c) Artigo 195 II

União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios

Não incide a contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de
Previdência Social.
A imunidade incide sobre o benefício, e não sobre o beneficiário. Portanto, o aposentado que
volta ou que continua exercendo atividade remunerada deve contribuir. Evidentemente, essa
contribuição não incidirá sobre o benefício (por força da imunidade), mas sim sobre os
rendimentos do trabalho. Nesse caso, não obstante o pagamento da contribuição, o trabalhador
aposentado só terá direito a três prestações (além, é claro, da aposentadoria já percebida): ao
salário-família, ao serviço de reabilitação profissional e ao salário-maternidade.

d) Artigo 195, § 7º.

União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios

Na realidade, a hipótese é de imunidade, por se tratar de previsão constitucional que exclui a


incidência da mencionada contribuição social.

Apesar dessa disposição específica, que faz expressa remissão à lei, o Supremo Tribunal
Federal, ao julgar a questão sobre a reserva de lei complementar para instituir requisitos à
concessão de imunidade tributária, quanto a contribuições sociais, às entidades beneficentes de
assistência social, conforme art. 195, § 7º, da Constituição Federal de 1988, fixou a seguinte tese
de repercussão geral: “Os requisitos para o gozo de imunidade hão de estar previstos em lei
complementar” (STF, Pleno, RE 566.622/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 23.02.2017).

e) Artigo 153, § 3º, III


União

São imunes da incidência do IPI:


I – os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão;
II – os produtos industrializados destinados ao exterior;
III – o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial;

f) Artigo 153, § 4º, II (explique o que pode ser considerado pequena gleba de terra)

União

O ITR não incide sobre pequenas glebas rurais, quando as explore, só ou com sua família, o
proprietário que não possua outro imóvel.
Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, pequenas glebas rurais são os imóveis com área
igual ou inferior a :
I - 100 ha, se localizado em município compreendido na Amazônia Ocidental ou no Pantanal
mato-grossense e sul-mato-grossense;
II - 50 ha, se localizado em município compreendido no Polígono das Secas ou na Amazônia
Oriental;
III - 30 ha, se localizado em qualquer outro município.

g) Artigo 155, § 2º, X, a, b, c, d

Entes federados: estados e distrito Federal.

a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação:

a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações
seguintes;
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;

Não incidirá
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a
destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto
cobrado nas operações e prestações anteriores;         (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 42, de 19.12.2003)
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis
líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º;
d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons
e imagens de recepção livre e gratuita;         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)

h) Artigo 155, § 3º (destaque os tributos que não incidirão e sobre quais bens)

Entes federados: estados e distrito Federal.

Nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de
telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País.  

ICMS Tal tributo também não incide sobre o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou
instrumento cambial (vide art. 156, §2º, X, c, CF); e sobre prestações de serviço de comunicação
nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita.
Não incide sobre imóveis, bem como os bens digitais, uma vez que estes são intangíveis pelo
contato direto do homem e não permeiam ambiente físico.
ICMS não incide sobre a comunicação propriamente dita, mas sobre a ‘relação comunicativa’, isto
é, a atividade de alguém, em caráter negocial, fornecer a terceiro as condições materiais para que
a comunicação ocorra.

i) Artigo 156, § 2º, I (indicar as situações em que o tributo incidirá normalmente)

Municípios

Não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica
em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão,
incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade
preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens
imóveis ou arrendamento mercantil;

O tributo incidirá sobre a transmissão não onerosa de bens, seja causa mortis ou por doação.
Nesse sentido, a Súmula 112 do STF: “O imposto de transmissão causa mortis é devido pela
alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão”. 
Contudo, vale lembrar que somente haverá o pagamento do tributo após os bens do espólio ser
avaliado e a homologação do cálculo (arts. 1.003 a 1.013 Código de Processo Civil). Nesse
diapasão, a Súmula 114 STF: “O imposto de transmissão causa mortis não é exigível antes da
homologação do cálculo”.

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