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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA

3ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SÃO LUÍS – MA.

Processo nº 2008.37.00.008909-0

JOSÉ RIBAMAR DE FRANÇA PEREIRA e ZP CRIAÇÕES ARTÍSTICAS


LTDA., já qualifi cados nos autos da ação em epígrafe referenciada, ajuizada
em face da UNIÃO , por seus advogados que esta subscrevem, vem, perante
Vossa Excelência, apresentar RECURSO DE APELAÇÃO , nos termos do art. 513
e ss. do CPC, consubstanciado nas razões anexas.
Requer, outrossim, a juntada da inclusa guia devidamente
recolhida, referente ao valor do preparo, e a oportuna remessa para uma das
Turma do Egrégio Tribunal Regional Federal, para apreciação das razões
arti culadas. (doc. 01)
Termos em que,
Pede juntada e deferimento.
São Luís (MA), 09 de abril de 2013.

WALNEY ABREU OLIVEIRA RICARDO SAUÁIA MARÃO


Advogado, OAB/MA 4378 Advogado, OAB/MA 7691

PABLO ALVES NAUE


Advogado, OAB/MA 10197

Avenida Colares Moreira, Quadra 28, n0 07, Centro Empresarial Vinícius de Moraes, salas 508/509, Calhau
São Luís - MA, CEP 65075-441, Fone-fax (98) 3235-2895 / 3227-7299, contato@walneyabreu.com.br
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EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

Ref. Processo nº 2008.37.00.008909-0


COLENDA TURMA,
EMINENTE RELATOR(A),

JOSÉ RIBAMAR DE FRANÇA PEREIRA e ZP CRIAÇÕES ARTÍSTICAS LTDA .,


já qualifi cados nos autos em epígrafe, que move em face da UNIÃO, por seus
advogados que in fi ne subscrevem, vem, respeitosamente, apresentar razões
de fato e de direito que se encontram adiante delineadas:

I - SÍNTESE PROCESSUAL

1. Cuida-se de Ação de Reparação por Danos Morais e Materiais,


Cumulada com Obrigação de Fazer (Processo nº 2008.37.00.008909- 0), em
face da UNIÂO FEDERAL, versando em síntese que:

a) O Departamento de Polícia Federal prati cou uma série de atos


ilegais os quais causaram, e ainda vêm causando, sérios danos à
imagem, à reputação e às ati vidades culturais desenvolvidas
pelos autores.

b) Isto porque o Requerido havia atribuído como nome de uma de


suas operações, a expressão “BOI BARRICA”, inquérito policial
que investi ga empresários maranhenses, os quais,
supostamente, teriam cometi do crimes como lavagem de
dinheiro, evasão de divisas, corrupção etc.

c) Nessa trilha, o autores tomaram conhecimento desse fato em


virtude da divulgação pela mídia local e nacional de matérias

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que tratavam desse inquérito, com a explícita inti tulação da
referida investi gação como “OPERAÇÃO BOI BARRICA”.

d) Ora, “BOI BARRICA” seria mais uma interessante e/ou exóti ca


denominação dentre tantas já adotadas pela PF, não fosse o fato
de que o “BARRICA” consti tuiu uma das mais importantes
manifestações da cultura popular do Maranhão, cuja
notoriedade já ultrapassou as fronteiras do País.

e) É de conhecimento comum que o “bumba-meu-boi” é um


autênti co folguedo do Maranhão, consti tuindo um gênero, do
qual o BARRICA é espécie singular. E, ao que se sabe e se tem
certeza, este nada tem a ver com o objeto das investi gações
policiais , sendo que a sua associação como nome de operação
da Policia Federal, infama e macula de forma indelével todo um
trabalho, uma criação artí sti ca, uma marca conhecida além-
fronteiras.

f) Por outro lado, os autores comprovaram que o “BARRICA” é


marca registrada no Insti tuto Nacional de Propriedade
Industrial, sob número 816659800, cujo deferimento se deu em
09/11/1993, com validade até novembro de 2013 e que o
segundo demandante, a sociedade comercial ZP CRIAÇÕES
ARTÍSTICAS LTDA. é a detentora dos direitos sobre uso da marca.
Todos esses fatos se comprovam com o Certi fi cado do DNPI.

g) Oportuno dizer que não surti ram efeito as diversas tratati vas de
caráter administrati vo com a Delegacia de Polícia Federal do
Maranhão para que esta adotasse providências com vistas a
minimizar os efeitos danosos decorrentes da inti tulação
inconseqüente, mediante encaminhamento de pleito junto à

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própria Superintendência daquele Órgão, no senti do de que
fosse alterado o nome daquela Operação.

h) Assim, restou demonstrado que tí tulo dessa “operação” trouxe –


e ainda traz - um refl exo negati vo à reputação de seu criador, às
pessoas que compõem o grupo, o espetáculo e, até mesmo, aos
seus patrocinadores, ante a uma inquebrantável associação
entre o nome BARRICA e práti cas ilícitas, mesmo inexisti ndo
qualquer vínculo entre o folguedo “BOI BARRICA” e a as
investi gações da Polícia Federal.

i) Por prezarem tanto sua imagem, o bom conceito, os autores


reconheceram a inafastável necessidade de recorrer ao Poder
Judiciário, como forma de recompor, de reparar o dano moral
sofrido, bem como de ressarcir os prejuízos materiais e
injustamente abalados.

2. Ao analisar a inicial, o MM Juiz deferiu, parcialmente, o pedido de


tutela antecipada, com a determinação de publicação às expensas da União
Federal de nota de esclarecimento, nos jornais indicados pelos autores, sem
contudo estabelecer qualquer referência ao tamanho da nota e local de
publicação.

3. Aproveitando dessa lacuna, a União publicou NOTA de tamanho


irrisório, com aproximadamente 20cm² (vinte centí metros quadrados), na
parte dos Classifi cados dos jornais, em que, evidentemente, não há
qualquer notoriedade e não surti u nenhum efeito!!!

4. Somente após quatro anos padecendo com aquelas noti cias


pejorati vas, o MM Juiz decidiu julgar a lide, julgando PARCIALMENTE
PROCEDENTE A PRESENTE AÇÃO para condenar a União ao pagamento de
indenização por danos morais, no valor de R$ 50.000,00, a fazer publicação

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de NOTA de retratação nos termos e padrões requeridos pelos autores e a
condenar a União ao pagamento de custas e honorários sucumbenciais,
estes fi xados em 5% (cinco por cento) sobre o valor da condenação.

5. Data vênia, IMPÕE-SE A REFORMA DA RESPEITÁVEL SENTENÇA


RECORRIDA, pois não deu o justo desfecho a lide, em virtude do juízo a quo
não ter reconhecido os lucros cessantes , ter arbitrado condenação
indenizatória em montante irrisório para reparar e punir a ati tude
negligente e irresponsável da recorrida , além de ter fi xado percentual
ínfi mo a tí tulo de honorários sucumbenciais , não condizente com o
trabalho e zelo do patronos dos requerentes.

II - DA LEGITIMIDADE DOS REQUERENTES


6. Em que pese o juiz singular ter reconhecido a legiti midade de ambos
requerentes, perti nente reforçar, em grau de recurso, a legiti midade do
autor JOSÉ RIBAMAR DE FRANÇA PEREIRA, conhecido no meio artí sti co como
“ZÉ PEREIRA GODÃO”.

7. Como provado na instrução processual, o primeiro autor é criador


do folguedo BOI BARRICA e seu principal responsável, organizador
permanente arti culador e incenti vador. Toda vida de JOSÉ PEREIRA GODÃO
se encontra umbilicalmente ligada com o BARRICA.

8. Certamente a identi dade havida entre José Pereira “Godão” e o BOI


BARRICA é tamanha, que não se pode identi fi car onde termina a do primeiro
e onde começa a do segundo.

9. Daí porque, o abalo à imagem do BOI BARRICA, inelutavelmente se


transfere ao patrimônio moral do “Godão”, pois este últi mo é visto e
conhecido como a própria personifi cação do folguedo.

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10. Outro argumento sustentado na prefacial também é por demais
relevante: “se o BARRICA hoje se encontra, lamentavelmente, associado a
delitos de natureza fi nanceira, tais atos, inexoravelmente se associam a
uma pessoa, uma vez que haveria de existi r alguém, que atuasse na práti ca
desses crimes investi gados. Esse alguém só poderia ser o líder do grupo, o
principal membro do folguedo, no caso o José Pereira ‘Godão’” (fl . 13).

11. Corroborando, o depoimento das testemunhas, pessoas notórias,


da mais alta credibilidade no meio cultural, inclusive ex-Secretários de
Cultura do Estado do Maranhão, se compati bilizam com as asserti vas dos
demandantes, acerca da mancha negati va suportada pelos Primeiro autor.

12. Portanto, ambos, o JOSÉ PEREIRA “GODÃO” e ZP CRIAÇÕES ARTÍSTICAS


LTDA. – criador e criatura - são ti tulares dos interesses ora apresentados
em juízo, de sorte que as pretensões de reparação formuladas ao fi nal da
presente peça hão de servir para, pelo menos, compensar o abalo moral de
ambos e o prejuízo material que vem sofrendo a segunda demandante.

III – DO ÍNFIMO VALOR INDENIZATÓRIO

13. Sem grandes difi culdades, frente ao presente caso, podem ser
observados os pressupostos concretos de caracterização da
responsabilidade civil:

I. A conduta ilícita da requerida é consistente em atribuir a uma


operação da Polícia Federal um nome (uma marca) que
representa uma das mais conceituadas manifestações da cultura
popular do Maranhão, desprovida de qualquer base legal e
divorciada da realidade fáti ca;

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II. O dano causado consistente no vexame e o constrangimento que
estão sendo suportados pelos autores desde o dia em que viram
inexplicavelmente o nome BARRICA associado publicamente a
condutas criminosas;

III. Nexo causal confi gurado entre os danos provocados aos autores e a
conduta ilícita da dos agentes da ré

14. In casu, essa nefasta destruição da imagem de um patrimônio cultural,


construído por mais de vinte e três anos pode ser aquilatada mediante
avaliação acerca do que é encontrado ao se fazer uma pesquisa no mais
famoso site de busca da Internet: o “Google”. Ao se digitar a expressão “BOI
BARRICA” o que aparece em oito dos dez primeiros resultados da primeira
página é a lamentável associação com assuntos relacionados a uma
operação da Polícia Federal que está investi gando supostos crimes que
teriam sido prati cados por empresários do Maranhão!!!

15. Toda tradição, respeito, credibilidade e admiração do BARRICA foi


varrido da história e, no lugar de tão nobres e elevados conceitos, veio a
espúria idéia de sua associação com o crime.

16. Quantas explicações não foram e serão dadas a terceiros? Quantos


esclarecimentos não foram ou serão necessários apresentar? Quantas
justi fi cati vas se sucederam ou se sucederão?

17. Para uns era necessário dizer que as viagens feitas os exterior não
ti nham o objeti vo de levar dólares para serem depositados em contas
fantasmas? Para outros, a explicação de que o BOI BARRICA não ti nha
qualquer vínculo, societário ou mesmo de direção com pessoas que estavam
sendo investi gadas e que sequer se poderia tecer qualquer afi rmação acerca
de sua culpa? Em outras ocasiões, a necessidade de esclarecer que não

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havia e não há como o BARRICA estar sendo uti lizado como meio de
“lavagem de dinheiro”!!!

18. Nessa realidade “surreal” de nada adianta lembrar todas as


publicações positi vas acerca do BOIZINHO BARRICA (matérias de jornais,
revistas, folders, cartazes etc) – vide completo acervo, correspondente aos
docs. 18 e 13). Lamentavelmente, o que se levou 23 anos para se
construir, está sendo destruído em menos de três meses!!!

19. De nada vale a estupefação, o assombro e mesmo a indignação


daqueles que em têm sua vida dedicada ao BARRICA: músicos, cantores,
compositores, dançarinos, coreógrafos, costureiras, artesãos, professores,
carregadores, serventes, técnicos de som e de iluminação, dentre centenas
(adultos, adolescentes e crianças). Todos passaram a fazer parte de uma
“organização”, diretamente associada ao crime.

20. Apenas a tí tulo de refl exão, imaginemos quais seriam as repercussões


de uma operação com foco no Estado da Bahia, se a Policia Federal
resolvesse inti tulá-la como TIMBALADA ou OLUDUM???

21. Destarte, no caso em apreço ainda pesam um agravante contra a ré , pois


mesmo sendo alertada de que “BARRICA” é marca registrada no Insti tuto
Nacional de Propriedade Industrial, sob número 816659800 , a ré não
alterou o nome tomou nenhuma providencia no senti do de repara o erro.

22. A propósito, tanto a jurisprudência quanto a doutrina de escol tem


fi rmando entendimento de que a reparação civil não pode ser irrisória,
devendo o julgador quando arbitrar o valor da indenização pautar-se com
serenidade em busca do resti tuti o in integrum , levando em consideração: a)
a condição sócio-econômica do ofensor e do ofendido; b) intensidade do
dolo; c) a repercussão social; d) o caráter pedagógico, de modo a
desesti mular a práti ca de outros ilícitos similares.

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23. De mais a mais, existe a necessidade de uma exemplar condenação,
mormente o giganti smo da ré, que não seria abalada por uma indenização
razoável sem o condão de “desesti mular a práti ca de outros ilícitos
similares”.

24. Tomemos como paradigma o julgamento do processo nº


2003.61.00.031876-2, onde a 24ª Vara Cível da Justi ça Federal em São Paulo
condenou a União Federal a pagar o valor de R$ 500.000,00 (quinhentos mil
reais), em decorrência de danos morais causados à Fundação Armando
Álvares Penteado (FAAP), em razão da divulgação de supostas
irregularidades encontradas na documentação contábil da FAAP, por
agentes da União Federal , através de entrevistas concedidas à mídia. 1

25. Assim, uma indenização fi xada como a do caso acima, por exemplo,
pode ser considerada razoável, confortando os demandantes sem, contudo,
afetar a regular conti nuidade da prestação dos serviços da demandada, ou
mesmo seu patrimônio considerável.

IV - DOS LUCROS CESSANTES

26. A doutrina nos ensina que basta a presença do nexo de causalidade


entre a conduta ilícita e o dano ocorrido para surgir o dever de indenizar,
recompor o patrimônio da víti ma.

27. A jurisprudência mais remansosa dos Tribunais inclina-se no senti do de


que a indenização por danos materiais há que ser feita no quantum
necessário para recompor o patrimônio ao seu status quo antes do evento,
porque, neste ponto, prevalece o interesse da parte lesada.

28. Nessa exegese, bem ensina Gustavo Tepedino:

1
Informação disponível em http://www.jfsp.jus.br/20100120-faap

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“Atendendo ao princípio da reparação integral, tem-se
entendido que, também nestes casos, as viti mas não
podem deixar de ser ressarcidas em razão pela qual o
conceito de atualidade do dano precisa ser visto de forma
mais elásti ca. A tendência é de se aceitar a reparação do
dano, mesmo quando sua extensão só possa se identi fi car
no futuro, desde que, ao tempo da responsabilização, já
se possa verifi car os fatos que, com certeza ou razoável
probabilidade, darão ensejo a prejuízos projetados no
tempo.” 2

29. A denominação inconseqüente, que lhe associou a ati vidades


criminosas, culminou por trazer à ZP CRIAÇÕES ARTÍSTICAS LTDA.,
responsável pelos contratos fi rmados os espetáculos do BARRICA, inegáveis
prejuízos de patrocínio bem como uma conseqüente diminuição do número
de apresentações do grupo BARRICA.

30. Mesmo sem uma possibilidade de real mensuração imediata dos


prejuízos advindos dessa depreciação da imagem, são incontestes os danos
materiais (lucros cessantes decorrentes da perda de receita) da segunda
requerente.

31. Daí a necessidade da extensiva exegese do art. 209, da Lei nº. 9279⁄96,
cuja compreensão nesses moldes viabiliza a possibilidade de pleitear a
condenação por tais danos materiais.

32. O art. 209 da Lei nº. 9279⁄96, em clara exegese, considera como elemento
indispensável a ser considerado na reparação de danos materiais, para o
caso em tela, tão-somente atos de violação de direitos de propriedade
tendentes a prejudicar a reputação ou aos negócios alheios.
2
T E PE D IN O, Gu stavo e o u tr o . In Co d igo Civil In te rp r e tad o co nf o r me a Con sti tu ição d a
Rép ub lica. Rio de Jan e ir o : Ren o var , 2 00 4 , p . 33 4

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33. Portanto, não resta dúvida que a práti ca deletéria da Polícia Federal,
ao macular a reputação da ZP CRIAÇÕES ARTÍSTICAS LTDA. está acarretando
prejuízos em seus negócios (apresentações, espetáculos contratados e
patrocínios).

34. Por conseguinte, em face da certeza dos pressupostos da


responsabilidade civil, levando-se em consideração todos os fatores acima
suscitados, fi ca patente a necessidade de restabelecer os prejuízos
fi nanceiros suportados pela demandante, condenando a ré ao pagamento
dos lucros cessantes, que deverão ser arbitrados em fase de liquidação de
sentença.

V - FIXAÇÃO DE HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS EM 20% DO VALOR DA CAUSA

35. Por óbvio, a intervenção dos patronos dos autores teve impacto
relevante para o desfecho da lide, pois ao elaborar a inicial solicitou
certi dões em órgãos da Administração Pública, juntou documentos
perti nentes e considerados robustos para comprovar o alegado, apresentou
réplica destruindo todas as alegações da contestação, compareceu em
audiência preliminar e de instrução, interpor Agravo de Instrumento,
apresentou razões fi nais, acompanhava a ação semanalmente e, agora, é
obrigado a interpor o presente recurso de apelação, tão somente para
corrigir erros triviais conti dos na sentença.

36. Logo, é inconteste o zelo profi ssional e a atuação disti nta do


patrono da autora.

37. Sucede que o percentual de 5% (cinco por cento) de honorários


sucumbênciais não refl ete a dignidade e a valorização do Profi ssional da
Advocacia.

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38. Ao que se tem notí cia, trata-se do primeiro caso em que uma
Operação da Polícia Federal foi bati zada de maneira tão irresponsável e
inconsequente, a ponto de inovar a jurisprudência.

39. Portanto, deverá o Egrégio Tribunal Regional Federal reparar o erro


jurídico instalado com a prolação da sentença, que se fará com o
arbitramento dos honorários sucumbenciais no percentual de 20% (VINTE
POR CENTO) sobre o valor da causa.

VI - DOS PEDIDOS

40. Logo, o provimento do presente recurso é um imperati vo dos fatos


e do direito, pois:

1º - a v. decisão recorrida não fez a necessária justi ça ao deferir


indenização em patamar irrisório, inclusive por ignorar as
circunstâncias agravantes antes demonstradas e as peculiaridades do
caso em testi lha;

2º - contrariou a sedimentada jurisprudência acerca dos lucros


cessantes.

3º - Fixou honorários advocatí cios não condizentes com a valorização


do profi ssional.

41. Isto posto, requer-se se digne Vossas Excelências em conhecer do presente


recurso de apelação para, após os tramites legais, lhe dar provimento com a reforma da
sentença “a quo”, a fim de majorar a valor indenizatório fixado na sentença, determinar
a condenação e apuração dos lucros cessantes causados pelo evento danoso e ainda
elevar os honorários sucumbência para o patamar de 20% (vinte por cento).

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São estes os termos pelos quais,

Pede deferimento.

São Luís, 22 de abril de 2013.

WALNEY ABREU OLIVEIRA RICARDO SAUÁIA MARÃO


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PABLO ALVES NAUE


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