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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

"JÚLIO DE MESQUITA FILHO”


Faculdade de Ciências e Tecnologia
Material Complementar da Disciplina Cartografia II
Projeções Conformes

Curso: Engenharia Cartográfica


UNESP / FCT - Departamento de Cartografia

ASSUNTOS
NOTAS DE AULA - CARTOGRAFIA II
Curso de Graduação em Engenharia Cartográfica
Parte II – Segundo semestre
- Revisão de geometria diferencial (aplicada à cartografia matemática).
- Projeções conformes (Introdução)
- Características / Propriedades / Aplicações - Projeção Cônica Conforme de Lambert.
- Comportamento do fator de escala para a Projeção Cônica Conforme de Lambert.
- Características / Propriedades / Aplicações - Cilíndrica Conforme - Projeção de Mercator.
- Loxodrômicas e Ortodrômicas.
- Características / Propriedades / Aplicações - Projeção Plana Polar Estereográfica.

Este material, de uso interno, constitui não - Particularização para os casos oblíquo e transverso.
exatamente “Notas de Aula”, mas sim um material - Relação entre fator de escala e erro relativo.
complementar ao que é desenvolvido em sala de
- Lista de exercícios.
aula, no segundo semestre da disciplina Cartografia
II, para o Curso de Graduação em Engenharia
Cartográfica da UNESP/FCT.

Autor: Prof. Mauricio Galo


Departamento de Cartografia

Presidente Prudente
2011
Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 2
Prof. Mauricio Galo
Revisão de Conceitos de Geometria Diferencial MATRIZ FUNDAMENTAL DE TRANSFORMAÇÃO (M)
Aplicada a Cartografia Matemática
  ∂U  2 ∂U ∂V  ∂V  
2
SUPERFÍCIE DE REFERENCIA (X,Y,Z) E SUPERFÍCIE DE PROJEÇÃO (X,Y,Z)   2   
E  E'    ∂u  ∂u ∂u  ∂u  
 F  = [M ] F' , onde ∂U ∂U ∂U ∂V ∂U ∂V ∂V ∂V 
M= +
Considerando estas superfícies escritas na forma paramétrica em função de (u, v) e (U, V),      ∂u ∂v ∂u ∂v ∂v ∂u ∂u ∂v 
sendo pi, p'i e pi as funções de mapeamento, tem-se: G  G '  ∂U 2 ∂U ∂V
2
    ∂V  
 2  
  ∂v  ∂v ∂v  ∂v  
x   p1 ( u, v )   X   p1 ( u, v )   X   p '1 ( U , V ) 
 y  =  p ( u, v )   Y  =  p ( u, v )   Y  =  p' ( U , V )  .
   2     2     2 
 z   p 3 ( u, v )   Z   p3 ( u, v )   Z   p' 3 ( U, V)  Aplicando a lei dos cosenos ao paralelogramo diferencial da superfície de referência pode-se
obter:

PARALELOGRAMOS DIFERENCIAIS (NAS DUAS SUPERFÍCIES) E SEUS cos w = f eg


RESPECTIVOS ELEMENTOS LINEARES
sen w = 1 − cos 2 w = eg − f 2 eg

Área do paralelogramo diferencial: A SR = ( g .dv )(sen w. edu ) = eg − f 2 .du.dv


De modo análogo pode-se escrever ASP, assim:
ds dS dS
√edu √Edu √E'dU
w Ω
ν θ A SR = eg − f 2 .du.dv

√gdv √Gdv √G'dV


A SP = EG − F 2 .du.dv
Superfície de Referência Superfície de Projeção
Na prática as seguintes associações são normalmente feitas:

ds 2 = e.du 2 + 2.f .du.dv + g.dv 2 dS 2 = E.du 2 + 2.F.du.dv + G.dv 2 ( u, v ) ⇔ (ϕ, λ )


dS 2 = E'.dU 2 + 2.F'.dU.dV + G '.dV 2 ( U, V) ⇔ (ρ, α)

QUANTIDADES FUNDAMENTAIS DE GAUSS (PARA CADA UMA DAS FATOR DE ESCALA LINEAR
REPRESENTAÇÕES)

2
(e, f, g) (E, F, G) (E', F', G')  du   du 
E   + 2. F   + G
dS 2
E.du + 2.F.du.dv + G.dv
2

2
dv   dv 
Para a superfície de referência: m = 2 =
2
=
ds e.du 2 + 2.f .du.dv + g.dv 2  du 
2
 du 
e  + 2.f   + g
2 2 2  dv   dv 
 ∂x   ∂y   ∂z 
e =   +  +  du
 ∂u   ∂u   ∂u  Observar que m é função da direção, ou seja, depende de .
dv
∂x ∂x ∂y ∂y ∂z ∂z
f= + +
∂u ∂v ∂u ∂v ∂u ∂v
2 2 2
 ∂x   ∂y   ∂z 
g =  +  + 
 ∂v   ∂v   ∂v 

Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 3 Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 4
Prof. Mauricio Galo Prof. Mauricio Galo
CONDIÇÃO DE CONFORMIDADE DISTORÇÃO ANGULAR MÁXIMA PARA PROJEÇÕES CONFORMES

E F G m0=m90 ⇒ sen(θ-ν)=0 (distorção angular máxima nula)


= = = m 2 = k (cons tan te)
e f g
α)
DISTORÇÃO DE ESCALA NUMA DIREÇÃO GENÉRICA (α
CONDIÇÃO DE EQUIVALÊNCIA m0 direção α
2
∂U ∂U α
F' ∂u E' ∂v
A SR = ASP ⇒ eg − f = EG − F =
2 2
P
F' G ' ∂V ∂V m90
∂u ∂v m 2α = m 02 . cos 2 α + m 90
2
. sen 2 α

∂U ∂U
∂u ∂v É o det er min ante Jacobiano INDICATRIZ DE TISSOT (ELIPSE DE TISSOT)
a
∂V ∂V de ( U, V) em relação a (u, v). x
∂u ∂v
ds X
dS
dx
ν dX θ
DISTORÇÃO DE ÁREAS
Y
P dy y dY
P'
Círculo na Elipse na
A SP EG − F 2 A SP E G Superfície de Superfície de
= , considerando F=f=0, = . = m 0 .m 90 Referência Projeção
A SR eg − f 2 A SR e g

m0 - distorção ao longo da curva paramétrica u dX 2 dY 2


Equação da Indicatriz de Tissot → + =1
m0 = √(E/e) (ds.m 0 ) 2 (ds.m 90 ) 2

m90 - distorção ao longo da curva paramétrica v = √(G/g). Esta é a equação da elipse, na Superfície de Projeção, que é imagem de um pequeno circulo de
raio ds na Superfície de Referência.
Deste modo, assumindo a equivalência tem-se:

A SP ELIPSE DE TISSOT PARA AS PROJEÇÕES CONFORMES


= m 0 .m 90 = 1
A SR

X2 Y2
Fazendo ds=1, m0=m90=m tem-se + = 1 ⇒ X 2 + Y 2 = m2
DISTORÇÃO ANGULAR MÁXIMA m2 m2

A elipse de Tissot se reduz a uma circunferência.


m − m0
sen( θ − ν) max = 90
m 90 + m 0
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

RICHARDUS, P.; ADLER, R. K. Map Projections for Geodesists, Cartographers and


Geographers. Amsterdam: North-Holland Publishing Company, 1974. 174p.

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Prof. Mauricio Galo Prof. Mauricio Galo
2 2
 ∂U   ∂V 
E = m 2 e = E'   + G'  
 ∂u   ∂u 
Projeções Conformes 0 = E'
∂U ∂U
+ G'
∂V ∂V
∂u ∂v ∂u ∂v
2 2
 ∂U   ∂V 
G = m 2 g = E'   + G'  
INTRODUÇÃO  ∂v   ∂v  (5.1)

Pode-se observar que no sistema anterior têm-se quatro derivadas parciais


Foi visto em seções anteriores que os elementos lineares, nas superfícies de referência e de ∂U , ∂U , ∂V , ∂V
projeção, podem ser expressos por: ( ∂u ∂v ∂u ∂v ) a serem determinadas, a partir de apenas três equações. Este conjunto de
equações só pode ser resolvido se forem impostas algumas condições envolvendo algumas das
ds 2 = edu 2 + 2fdudv + gdv 2 Sup. Re f . derivadas parciais. Uma condição que pode ser considerada é que U seja apenas função de u e V seja
dS 2 = Edu 2 + 2 Fdudv + Gdv 2 Sup. Pr oj. função de v. Assim:
2 2
dS 2 ∂U  ∂U  E'  ∂U 
=0 E = m 2 e = E'   m2 =  
m2 = U = q 1 (u) ∂v  ∂u  e  ∂u 
O fator de escala linear pode ser obtido a partir da seguinte relação ds 2
. Multiplicando o ⇒ ⇒ ⇒
V = q 2 (v) ∂V  ∂V 
2
G'  ∂V 
2
=0 2
G = m g = G'  
2
m =  
1 dv 2 ∂u ∂ g  ∂v 
numerador e o denominador por e substituindo os valores de ds2 e dS2 mostrados anteriormente  v  (5.2a,b)
obtém-se:
Ao aplicar as condições anteriores, duas das derivadas parciais de anulam, e o problema se
2
 du  du reduz a obtenção das funções U e V, a partir das Equações 5.2a e b. Uma relação normalmente
2 1 2 2 1 E  + 2 F +G
dS dv 2 Edu + 2 Fdudv + Gdv dv 2
 dv  dv considerada na prática é que a variação de V com v seja linear (relação mais simples), ou seja,
m2 = = =
ds 2 1 edu 2 + 2fdudv + gdv 2 1 2
 du  du
dv 2 dv 2 e   + 2f +g
 dv  dv V = c1 v + c 2
. . (5.3)

E F G ∂V
= = =k = c1
Aplicando a condição de conformidade, i.e., e f g
e substituindo na equação anterior A partir da Equação 5.3 pode-se escrever ∂v e calcular o valor de m pela Equação 5.2b:
resulta:
G' 2
m2 = c1
g . (5.4)
2 2   du  2 du 
 du 
E  + 2 F
du
+G
 du 
ek   + 2fk
du
+ gk k  e   + 2f + g
  dv  dv 
 dv  dv  dv  dv   Usando o resultado da Equação 5.4 na 5.2a obtêm-se
m2 = 2
= 2
= 2
=k
 du  du  du  du  du  du
e   + 2f +g e   + 2f +g e   + 2f +g
 dv  dv  dv  dv  dv  dv
.
2
 ∂U  E' G ' 2 ∂U E' e E' e
  = c1 ⇒ = c1 ⇒ ∂U = c 1 ∂u
 ∂u  e g ∂u G' g G' g
(5.5)
Ao considerar a condição de conformidade pode-se observar que o valor de m independe de
du
Ao analisar o desenvolvimento apresentado pode-se ver que o Sistema 5.1 pode ser resolvido
dv , que geometricamente equivale a ter o mesmo valor de m, independente da direção. ao considerar três condições:
Assumindo que a matriz de transformação fundamental seja representada por J e que as curvas
paramétricas são ortogonais têm-se F'=F=f=0. Deste modo pode-se escrever: - U como função de u;
- V como função de v; e
 ∂U  2
∂U ∂V  ∂V 
2
- V como função linear de v (Equação 5.3).
  2   
E  E'   E  E'   ∂u  ∂u ∂u  ∂u  
 F  = J  F'  ⇒  0  = J  0' , com J =  ∂ U ∂ U ∂U ∂V ∂U ∂V ∂V ∂V  Deste modo, a relação de falta, ou seja, U=q1(u), pode ser obtida a partir da integração dos dois
 ∂u ∂v +
        ∂u ∂v ∂v ∂u ∂u ∂v  membros da Equação 5.5.
G  G' G  G '  2 2
 ∂U  ∂U ∂V  ∂V  
 ∂v    
2
 ∂v ∂v  ∂v  
.

Desenvolvendo o produto anterior obtém-se um sistema de três equações.

Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 7 Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 8
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2 2 2 2
 ∂X   ∂Y   ∂X   ∂Y 
COORDENADAS ISOMÉTRICAS E A CONDIÇÃO DE CONFORMIDADE   +   =   + 
 ∂ψ   ∂ψ   ∂λ   ∂λ 
∂X ∂X ∂Y ∂Y
+ =0
∂ψ ∂λ ∂ψ ∂λ
Constantes de Gauss para algumas superfícies (5.7, 5.8)

Elipsóide ∂Y
x=N cosϕ cosλ
y=N cosϕ senλ Isolando ∂λ da Equação 5.8 e elevando ao quadrado obtêm-se:
x=N(1-e2)senϕ com N=a(1-e2sen2ϕ)-1/2
2 2
∂X ∂X  ∂X   ∂X 
2    
Fazendo u=ϕ e v=λ as quantidades e, f e g podem ser obtidas, isto é: ∂X ∂X ∂Y ∂Y ∂Y ∂ψ ∂λ  ∂Y   ∂ψ   ∂λ 
+ =0 ⇒ =− ⇒   =
∂ψ ∂λ ∂ψ ∂λ ∂λ ∂Y  ∂λ   ∂Y 
2

∂ψ  
2 2
 ∂x   ∂y   ∂z 
2
  ∂ψ 
e =   +   +   = M 2  . (5.9)
∂ϕ
     ∂ϕ ∂ϕ 
∂x ∂x ∂y ∂y ∂z ∂z  Substituindo a Equação 5.9 na Equação 5.7 e fazendo algumas simplificações chega-se a
f = + + =0  ds = M dϕ + N cos ϕdλ
2 2 2 2 2 2

∂ϕ ∂λ ∂ϕ ∂λ ∂ϕ ∂λ  seguinte equação:
2 2 2
 ∂x   ∂y   ∂z  
g =   +   +   = N 2 cos 2 ϕ 2
 ∂X   ∂X 
2 2
∂λ
      ∂λ ∂λ  ∂X 
 2 2 2         ∂Y  2  ∂X  2  2 2
 ∂X   ∂Y 
  + 
 ∂X 
 =   ∂ψ   ∂λ   ∂λ    +
 ∂X 
  ⇒ 
 ∂Y 
 + =
  ∂ψ   ∂ψ    =  
 ∂ψ   ∂ψ   ∂λ   ∂Y 
2
 ∂Y 
2
 ∂λ   ∂ψ 
Pode-se observar que para o elipsóide e≠g.      
 ∂ψ   ∂ψ  . (5.10)
Elemento linear expresso em coordenadas isométricas:
(
ds 2 = N 2 cos 2 ϕ dψ 2 + dλ2 ) Tirando a raiz quadrada da Equação 5.10 pode-se ser duas soluções. A primeira solução é dada por:
e = N 2 cos 2 ϕ
f =0 ∂X ∂Y ∂X ∂Y
= Pela 5.8 ⇒ =−
∂λ ∂ψ ∂ψ ∂λ
g = N 2 cos 2 ϕ

A segunda pode ser obtida de modo análogo, sendo diferente apenas no sinal. Desde modo, pode-se
Plano E = 1
X=U   escrever:
 dS = dX + dY F = 0
2 2 2
Y=V  G = 1
 ∂X ∂Y ∂X ∂Y
=± =m
∂λ ∂ψ ∂ψ ∂λ (5.11)
E G
= = k = m2
Condição de conformidade: e g O conjunto de equações que satisfaz este sistema de equações atende à condição de
conformidade e são importantes no desenvolvimento de sistemas conformes. Estas equações são
Substituindo as quantidades fundamentais acima nas Equações 5.1 tem-se: denominadas Equações de Cauchy-Riemann.

 ∂X 
2
 ∂Y 
2 Observação: - Elas são válidas quando se consideram as coordenadas isométricas.
E  + G   = m 2 e - O mapeamento definido por uma função analítica (f(z)) é conforme e atende à
 ∂ψ   ∂ψ  Equação de Cauchy-Riemann.
∂X ∂X ∂Y ∂Y
E +G =0
∂ψ ∂λ ∂ψ ∂λ
2 2
 ∂X   ∂Y  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 + G  =m g
2
E
 ∂λ   ∂λ  (5.6)
RICHARDUS, P.; ADLER, R. K. Map Projections for Geodesists, Cartographers and
Ao considerar as coordenadas isométricas para o elipsóide tem-se e = g . Deste modo, o
Geographers. Amsterdam: North-Holland Publishing Company, 1974. 174p.
Sistema 5.6 pode ser simplificado, igualando a primeira equação com a terceira, obtendo o seguinte
conjunto de equações:

Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 9 Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 10
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Considerações Finais e Aplicações EXEMPLO DA PROJEÇÃO CÔNICA CONFORME DE LAMBERT (1 PP)

Projeção Cônica Conforme de Lambert


Dados iniciais:
Paralelo Padrão: ϕ0=20o S
PROJEÇÃO CÔNICA CONFORME DE LAMBERT COM 1 PARALELO PADRÃO Meridiano Central: λ0=0o

• Mantém a forma de pequenas áreas (propriedade da conformidade).


• Sobre o paralelo padrão (ϕ0) o fator de escala é unitário (representado em verdadeira
grandeza - VG).
• Fora deste paralelo o fator de escala aumenta (m>1) ⇒ ampliação.
• A projeção é limitada pela extensão em latitude da área a ser representada.
• Uso: cartas de utilidade geral, atlas.

PROJEÇÃO CÔNICA CONFORME DE LAMBERT COM 2 PARALELOS PADRÃO

• Propriedade: conformidade.
• Não é uma projeção perspectiva.
 entre os PP, m < 1
• Sobre os paralelos padrão (ϕ1 e ϕ2) m=1, 
fora dos PP, m > 1

Dados iniciais:
Paralelo Padrão: ϕ0=20o S
Meridiano Central: λ0=51o W

• Não é indicada para a representação de regiões c/ grande extensão em latitude


• Idealizada por J. H. Lambert em 1772.
• Atualmente é uma das projeções cônicas mais utilizadas.

• Utilização:
- Adotada pela Organização Internacional de Aviação Civil para as Cartas
Aeronáuticas do Mundo.
- Recomendada para a Carta Internacional do Mundo ao Milionésimo.
- Utilizada pela DHN - Diretoria de Hidrografia e Navegação nas cartas sinópticas (PP
nas latitudes ϕ1=10oS e ϕ2=40oS ).

Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 11 Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 12
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Características / Propriedades / Aplicações
ANÁLISE DO FATOR DE ESCALA (M) PARA A PROJEÇÃO
CÔNICA CONFORME DE LAMBERT
Projeção de Mercator (Projeção Cilíndrica Conforme)

CARACTERÍSTICAS / PROPRIEDADES

- Propriedade principal: conformidade.


- Equador representado em verdadeira grandeza.
2
a 2
- As áreas são ampliadas proporcionalmente a sec2ϕ (para o caso esférico) e a   sec ϕ
N
(para o caso elipsoidal).
- Os pólos não são representados.
- Nesta projeção as linhas de rumo constante (Loxodrômicas) são representadas por linhas retas.
- Os paralelos e meridianos são representados por linhas retas.
• Modelo Geométrico: Elipsóide - Os meridianos são igualmente espaçados.
Internacional (1967) - Criada em 1569 por Mercator (Gerardus Mercator, 1512-1594).
• Paralelo Padrão: 22o Sul - Os paralelos e meridianos se cruzam em ângulos retos

LIMITAÇÕES

• Modelo Geométrico: Elipsóide


- Os pólos não são representados.
Internacional (1967) - A variação de escala é grande à medida que se afasta do equador.
• Paralelo Padrão: ϕ0=40o
• Paralelos limitantes:
ϕ1=33 o Norte APLICAÇÕES
ϕ2=45 o Norte
Paralelo de tangência (calculado)
pela condição m1=m2 - Projeção muito utilizada em navegação, pois as linhas de rumo (Loxodrômicas) são
ϕ0=39 o 05' Norte representadas em linhas retas.
- Cartas náuticas, magnéticas, de fuso-horário, aeronáuticas, geológicas, celestes,
meteorológicas e mapas-mundi.

• Modelo Geométrico: Elipsóide


Internacional (1967)
• Paralelos de Entrada:
ϕ1=33 o Norte
ϕ2=45 o Norte
Paralelo de tangência (calculado)
pela condição m1=m2
ϕ0≅39 o 05' Norte
• Paralelos de Entrada: 33o e 45o
Condição: m1=m2=1
Notar que em ϕ1=33o e ϕ2=45o
têm-se m=1

Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 13 Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 14
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APARÊNCIA DO RETICULADO Ortodrômicas e Loxodrômicas

Ortodromica:
- A distância mais curta entre dois pontos quaisquer da superfície da Terra
(Oliveira, 1993)1.

Loxodrômica:
- Linha que apresenta sempre o mesmo rumo, ou a mesma direção da bússola
(Oliveira, 1993).

TRECHO DO SCRIPT USADO PARA CRIAR A PROJEÇÃO (Usando o aplicativo GnuPlot) Fonte: Robinson (1995).
Paralelos, meridianos e um círculo máximo Detalhe da figura ao lado,
definindo uma trajetória sobre a superfície mostrando o ponto de partida.
#
esférica.
# Equações da Projeção / Caso elipsoidal
#
set title "SISTEMAS DE PROJEÇÃO EM CARTOGRAFIA\n\
Projeção de Mercator (Caso normal) - Fig. Geom.: Elipsóide"
T(lat)=tan(45+lat/2)*( (1-e*sin(lat))/(1+e*sin(lat))**(e/2) )
XC(lat,lon)=ap*log(T(lat))
YC(lat,lon)=ap*(lon-lon0)*pi/180 Gráfico mostrando o 
plot 'world.mer' using (YC($2,$1)):(XC($2,$1)) t 'Meridianos' with lines 3 1 comportamento do azimute ao
rep 'world.par' using (YC($2,$1)):(XC($2,$1)) t 'Paralelos ' with lines 1 1 longo de uma ortodrômica, para
diferentes valores do Azimute de
rep 'world.dat' using (YC($2,$1)):(XC($2,$1)) t '' with lines 8 8
saída.
pause -1 "Deseja fechar janela gráfica?"

1
OLIVEIRA, C. de Dicionário Cartográfico. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE,
Rio de Janeiro, 1993.
Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 15 Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 16
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Uma vez que o Azimute varia ao longo de um circulo máximo, qual a maneira mais prática de Projeção Plana Conforme Estereográfica
navegar?

CARACTERÍSTICAS / PROPRIEDADES

- Foi obtida a partir da Projeção Cônica Conforme fazendo ϕ0=90o (pode também ser obtida
utilizando conceitos da projeção perspectiva).
- Propriedade: conformidade (mesmo fator de escala para todas as direções).
- Fator de escala em um dado ponto:
ρ
m= (para o Elipsóide)
N cos ϕ
1
m= = sec 2 ( δ / 2) (para a Esfera)
cos ( 45o − ϕ / 2)
2

Projeção Gnomônica
APLICAÇÕES
(Os círculos máximos são representados por
linhas retas)
- Cartas dos hemisférios, nas modalidades Polar e Equatorial (ou Meridiana).
- Cartas de utilidade geral (para áreas de dimensões moderadas).
- Cartografia de Regiões Polares
Por ex.: Cartas polares do Serviço Hidrográfico Inglês

APARÊNCIA DO RETICULADO

Projeção de Mercator

(Projeção Conforme  mantém a forma de


pequenas áreas)

Solução para a navegação:

• Dividir a ortodrômica em trechos de mesmo rumo (loxodrômicas) e navegar por estas


singraduras2. Os trechos de mesmo rumo são definidos pelos waypoints ou Pontos de
controle de rota, a partir da divisão da ortodrômica.

2
Singradura: Navegação feita num mesmo rumo (Dicionário Aurélio, Ed. Nova Fronteira, 1986).
Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 17 Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 18
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X o i = f (h i , αi )
Expressões para os casos Oblíquo e Transverso3 Y o i = g( h i , α i )
. (5.46)

Em termos práticos, para que sejam obtidas as coordenadas no sistema oblíquo (usando a
Em todo o desenvolvimento apresentado para as projeções, procurou-se obter modelos
matemáticos, a partir da propriedade fundamental. De modo genérico, as equações obtidas podem ser Equação 5.46) é necessário fazer a transformação das coordenadas (ϕ, λ) para as coordenadas
escritas da seguinte forma: esféricas (h, α), que pode ser feito usando os conceitos de trigonometria esférica.

Considerando a Figura 5.4.2, pode-se observar que são representados os Pólos Norte e Sul (PN,
X i = f (ϕ i , λ i )
, (5.45) PS), um Pólo Norte Oblíquo (PoN), ou auxiliar, cuja posição é dada por (ϕp,λp) e um ponto genérico P
Yi = g(ϕ i , λ i ) de coordenadas (ϕ,λ). A partir destes três pontos pode-se definir um triângulo esférico, podendo-se
relacionar as coordenadas (h, α) com (ϕ, λ), assumindo que o Pólo Norte oblíquo esteja localizado na
onde (Xi,Yi) são as coordenadas cartesianas de um ponto i que possui coordenadas geodésicas (ϕi,λi). posição (ϕp,λp).

Em todas as projeções vistas até o momento, um elemento fundamental é a direção definida PN


∆λ =λ
λ -λ
λp
pelos Pólos Norte e Sul ( PN PS ), como pode ser observado na figura abaixo. ϕ
90o-ϕ
∆λ
ϕp
90o-ϕ
ϕ ,λ
P(ϕ λ)
δ
α δ =90o-h
PoN
PN
PN PN ϕp ϕ
λp
λ =0 λ
Equador

PS
PS PS
PS
Figura 5.4.1: Posição do segmento PN PS em relação à superfície plana (esquerda), ao cone (ao Figura 5.4.2: Triângulo esférico determinado pelos seguintes pontos: Pólo Norte, Pólo Norte
centro) e ao cilindro (direita). ‘Oblíquo’, ou auxiliar, e ponto P.

A partir desta figura pode-se notar que a posição da superfície de projeção, para cada uma das A partir do triângulo esférico mostrado na Figura 5.4.2, no qual dois lados e um ângulo são
conhecidos, pode-se determinar os valores de (h, α). O triângulo esférico da Figura 5.4.2, colocado em
situações anteriores, pode ser definida em relação ao segmento PN PS , da seguinte maneira:
detalhe na Figura 5.4.3, pode ser resolvido utilizando algumas relações da Trigonometria Esférica4.

• Projeção Plana (Polar): Eixo PN PS ortogonal ao plano de tangência.


• Projeção Cônica (Normal): Vértice do cone no prolongamento do segmento PN PS .
• Projeção Cilíndrica (Equatorial): Eixo do cilindro coincidente com PN PS .

Para o caso das projeções oblíquas e transversas pode-se imaginar dois novos pólos, definindo
assim um eixo auxiliar, que age como o eixo PN PS nas projeções normais. Assim como as
coordenadas esféricas (ϕ, λ) são relacionadas ao eixo definido por PN PS , novas coordenadas esféricas 4
Algumas fórmulas fundamentais da Trigonometria Esférica:
podem ser definidas a partir do eixo auxiliar. Designando estas "novas" coordenadas esféricas por (h, A Fórmula dos 4 elementos: cos a = cos b cos c + sen b sen c cos A
α), as equações no sistema oblíquo podem ser escritas por: c b sen a sen b sen c
Lei dos Senos: = =
sen A sen B sen C
3 B a C Fórmula dos 5 elementos: sen a cos B = cos b sen c − sen b cos c cos A
A numeração das equações desta seção esta de acordo com a matéria apresentada em sala de aula.
Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 19 Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 20
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PN sen ∆λ cos ϕ
∆λ =λ
λ -λ
λp sen α sen δ
tan α = =
∆λ cos α sen ϕ cos ϕ p − cos ϕ sen ϕ p cos ∆λ
,

ϕp
90 -ϕo sen δ
ϕ
90o-ϕ
que simplificado se reduz a

sen ∆λ cos ϕ
α δ P tan α =
sen ϕ cos ϕ p − cos ϕ sen ϕ p cos ∆λ
. (5.51)

PoN δ =90o-h Deste modo, as coordenadas esféricas (h,α) podem ser obtidas em função da posição de um
Figura 5.4.3: Detalhe do triângulo esférico mostrado na Figura 5.4.2. ponto genérico P(ϕ, λ) e da posição do Pólo Norte auxiliar (ϕp,λp), usando as Equações 5.47 e 5.52,
por exemplo.
Aplicando a Fórmula dos 4 elementos, o lado δ, e portanto h, poderá ser determinado. Assim:

cos δ = cos(90 o − ϕ) cos(90 o − ϕ p ) + sen(90o − ϕ) sen(90o − ϕ p ) cos ∆λ . __________________________________________________________


Resumo: Dadas as coordenadas do polo auxiliar (ϕp,λp) e as coordenadas de um ponto (ϕ,λ), as
Utilizando o fato de que cos(90o-θ)=senθ e que sen(90o-θ)=cosθ pode-se obter: coordenadas (h,α) podem ser obtidas por:
senh = sen ϕ sen ϕ p + cos ϕ cos ϕ p cos(λ − λ p )
cos δ = sen ϕ sen ϕ p + cos ϕ cos ϕ p cos ∆λ . (5.47) cosh cos α = sen ϕ cos ϕ p − cos ϕ sen ϕ p cos(λ − λ p )
sen(λ − λ p ) cos ϕ
Como δ = 90o-h tem-se: tan α =
sen ϕ cos ϕ p − cos ϕ sen ϕ p cos(λ − λ p )
cosδ = cos(90o-h) = senh. (5.48)

Aplicando a Lei dos Senos, a seguinte relação pode ser escrita:

sen ∆λ sen α
= ,
sen δ sen(90 o − ϕ)

que simplificada se reduz a

sen ∆λ cos ϕ
sen α = . (5.49)
sen δ

A partir da Equação 5.47 pode-se obter o valor de δ e h. Com a Equação 5.48 pode-se
relacionar os elementos δ, ϕ, α e λ. No entanto, o valor de α pode ser obtido a partir do seno. Para
facilitar a análise do quadrante de α pode-se obter o coseno de α e posteriormente a tangente de α.
Aplicando a Fórmula dos 5 Elementos ao triângulo anterior obtém-se

sen δ cos α = cos(90o − ϕ) sen(90o − ϕ p ) − sen(90 o − ϕ) cos(90o − ϕ p ) cos ∆λ .

Após simplificação dessa equação pode-se obter

sen δ cos α = cosh cos α = sen ϕ cos ϕ p − cos ϕ sen ϕ p cos ∆λ (5.50)

Considerando o valor do seno de α (pela 5.49) e do coseno de α (pela 5.50), o valor da


tangente de α poderá ser obtido por:

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Relação entre Fator de Escala e Erro Relativo εa = A SP − A SR .
ÁREA

FATOR DE ESCALA – m
Lembrando que a razão ASP/ASR se relaciona com os fatores de escala m0 e m90 por

O fator de escala linear (m) pode ser obtido pela razão entre duas grandezas lineares, uma A SP
= m 0 m 90 ⇒ A SP = A SR m 0 m 90 ,
medida sobre a superfície de projeção (dSP=dS) e outra sobre a superfície de referência A SR
(dSR=ds):
o erro absoluto pode ser rescrito como
dS > ds ⇔ m > 1 (ampliação)
dS
m= d S = d s ⇔ m = 1 (sem deformação) εa ÁREA = ASP − ASR = m 0m90 ASR − ASR = (m0m90 − 1)ASR .
ds
dS < ds ⇔ m < 1 (redução)
A partir do erro absoluto obtido pela relação anterior, o erro relativo em área pode ser
A partir do valor do fator de escala (m), ou coeficiente de deformação, pode-se calcular tanto o calculado por:
erro absoluto quanto o erro relativo.
εa (m 0 m90 − 1) ASR
εr = ÁREA
= = m 0 m 90 − 1 ⇒ ε r = m 0 m90 − 1
ERRO ABSOLUTO - εa ÁREA ASR ASR ÁREA

Denominando o produto m0m90 por msup (fator de escala em área, ou em superfície), pode-se
Diferença entre uma grandeza medida, ou observada, e um valor de referência. escrever

ERRO RELATIVO - εr
εr = m 0 m 90 − 1 = m sup − 1 ⇒ m sup = 1 + ε r .
ÁREA ÁREA

Lembrando que no caso das projeções conformes tem-se m0=m90 pode-se escrever
Razão entre o erro absoluto de uma determinada grandeza e o valor de referência da mesma.

m sup = m 2 (p/ projeções conformes)


RELAÇÃO ENTRE FATOR DE ESCALA E ERRO ABSOLUTO m sup = 1 + ε rsup .
m sup = m 0 .m 90 (caso geral)

Considerando ds como o valor de referência e resgatando o conceito de erro absoluto pode-se


escrever: Exercício (Sala)

1) Considerando a Projeção Plana Polar Estereográfica (caso esférico), no qual o fator de escala linear
εa = d projetada − d referência = d S − d s (m), ou coeficiente de deformação linear seja
.
1
m= ,
Substituindo dS por mds, o erro absoluto pode ser expresso por: cos 2 (45 − ϕ / 2)
pede-se:
ε a = d S − d s = md s − d s = ( m − 1)d s
a) Qual é o erro linear relativo nos paralelos ϕ=70o N e ϕ=60o N ?
A partir do erro absoluto, obtido pela equação anterior, e pelo conceito de erro relativo, pode- b) A partir de (a) faça uma análise da deformação para esta projeção ?
se escrever: c) No paralelo ϕ=60o N qual é o Erro Relativo em Área (ou Superfície) ?
d) Qual o intervalo, em latitude, que é possível fazer o mapeamento, usando esta projeção, de
ε a ( m − 1)d s modo que o erro relativo em área não ultrapasse 1% ?
εr = = = m −1 ⇒ m = 1 + εr d) Qual é o decréscimo (ou acréscimo) em área, ao representar, nesta projeção, uma
ds ds propriedade de área 1km2 situada no paralelo ϕ=60o N e na longitude λ=10o E ?
f) Qual é a taxa de variação de m com a latitude ?
ERRO RELATIVO EM SUPERFÍCIE (EM ÁREA)
sen (α ± β ) = senα. cos β ± senβ. cos α sen (2α ) = 2senα. cos α
Considerando que um elemento de área na superfície de referência seja representado por ASR e
cos(α ± β) = cos α. cos β m senα.senβ cos(2α ) = cos 2 α − sen 2α
a área correspondente na superfície de projeção seja ASP, o erro absoluto em área pode ser obtido por:

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V) A partir das equações da Projeção Plana Gnomônica, caso oblíquo, faça a particularização para os
casos equatorial e polar. Prove matematicamente, a partir das equações obtidas anteriormente, que
Lista de Exercícios de Cartografia I no caso da Projeção Plana Gnomônica Polar os paralelos são circunferências concêntricas de raio
Parte 1 igual a Rcotgϕ. Faça a visualização desta projeção (no Gnuplot), verificando esta característica.

VI) A Projeção Plana Estereográfica é importante em termos práticos pois ela mantém a forma de
Prof. Mauricio Galo pequenas áreas. Faça a visualização desta projeção para o caso Equatorial. Observe que tanto os
paralelos quanto os meridianos são representados por arcos de elipse. Prove matematicamente esta
I) Você foi encarregado de planejar um produto cartográfico na Projeção de Mercator (Projeção última afirmação.
Cilíndrica Equatorial Conforme). O contratante deseja fazer o mapeamento de uma certa região,
utilizando esta projeção e considerando o modelo esférico para a superfície terrestre (R=6371km). VII) Considerando que as latitudes φ1=-10º 00’ 00’’ e φ2=-20º 00’ 00’’ correspondem às latitudes dos
Admitindo que o centro da área a ser mapeada esteja sobre o Equador, pergunta-se: paralelos de secância para a Projeção Cônica Conforme de Lambert com dois PP, qual é a latitude
φo do paralelo “padrão”? Considere os dados do elipsóide GRS80, utilizado no SIRGAS 2000.
a - Quais são os valores limites em latitude (ϕS-latitude sul e ϕN-latitude norte) do produto a
ser gerado, de modo que o erro relativo linear (εr) seja no máximo 1% ? (Resposta em graus e VIII) Assumindo que a latitude de um ponto P1 seja igual a latitude do paralelo-padrão e que o MC
minutos) (Meridiano Central) passe por este ponto pergunta-se:
b - Qual é a extensão máxima (Emax) desta área (em latitude), expressa em km?
c - Obtenha uma equação que permite obter o valor de Emax como função do erro relativo (εr), a) Quais as coordenadas de P1 e P2 na Projeção Cônica Conforme de Lambert?
para este problema. b) Qual é a distância entre estes pontos, nesta projeção (em m e com 3 casas decimais).
c) Qual é o fator de escala linear em P1 e P2, expresso em valores relativos.
d - A partir desta equação obtenha o valor de Emax para εr=1/100. Compare este valor com o
obtido em (a). Dados adicionais:
e - Considerando uma área de 1000 km2, situada na latitude obtida em (a), pergunta-se: Qual P1 – Estação PPTE da RBMC φ = 22º 07’ 11,6571” S
será a área correspondente na superfície de projeção ? (em km2) λ = 51º 24’ 30,7225” W

II) Considerando que os pontos P1 e P2 possuam coordenadas geográficas P2 – Estação UFPR da RBMC φ = 25º 26’ 54,1269” S
 ϕ = 10 o S   ϕ = 30 o S  λ = 49º 13’ 51,4372” W
P1 :  1  P2 :  2 ,
λ1 = 60 W  λ 2 = 55 W  Referencial: SIRGAS 2000 Parâmetros da figura geométrica (GRS80):
o o

e que o modelo geométrico para a superfície terrestre seja esférico (R=6.371.000,0 m) pergunta-se: a = 6.378.137,000 m
f = 1/298,257222191
a - Qual a distância esférica (dE) entre os pontos P1 e P2?
b - Qual é a distância entre os pontos P1 e P2 na Projeção Cônica Conforme de Lambert (dP), IX) Considerando a Projeção de Mercator, com o MC na longitude λ0 = 0o, e que são conhecidas as
coordenadas dos pontos P1 e P2 (as mesmas do ex. VIII) pede-se:
considerando o paralelo padrão situado em ϕ0=20oS?
a) Quais as coordenadas de P1 e P2 na Projeção de Mercator?
III) Considerando uma área de 20Km2 situada no paralelo 45oN e a representação desta área na
b) Qual é a distância entre estes pontos, nesta projeção (em m e com 3 casas decimais).
Projeção Plana Polar Estereográfica pergunta-se:
c) Qual é o fator de escala linear em P1 e P2, expresso em valores relativos.
d) Usando os resultados deste exercício e do ex. VIII faça uma análise comparativa das
a - Qual será o incremento ou decréscimo, em área, na representação desta área, nesta
distorções, considerando os fatores de escala nestas projeções e as distâncias calculadas.
projeção?
b – O resultado acima é esperado, justifique?
Respostas de alguns dos exercícios:
IV) Deseja-se construir uma carta utilizando a Projeção Gnomônica Polar. α

Admitindo que o erro relativo máximo tolerável no produto seja 10% e I) (a) ϕN=8o 4’ N, ϕS=8o 4’ S; (b) 1.793,9 Km; (c) E = πR arccos 1  ; (e) ASP=1.020 Km2.
max  
sabendo que a carta deverá ser construída em uma folha quadrada, como 90 1+ εr 
mostra a figura ao lado, pergunta-se: α Área útil
II) (a) dE=2.283.585 m; (b) dP=2.295.278 m.
III) (a) O incremento na área é de 7,45 Km2.
a – Dado o erro máximo tolerável, qual é a maior dimensão angular IV) (a) 25o 12’; (b) 1o 22’; (c) 15,37%.
α admissível ? (Resp. em graus e minutos)
b - Qual a máxima deformação angular nesta carta, em valor
absoluto? (Resp. em graus e minutos)
c - Qual a máxima deformação em área nesta carta? (Resp. em %)
α R

Considere R=6.371.000,0 m e que o ponto de tangência esteja no


centro da folha.

Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 25 Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 26
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Lista de Exercícios de Cartografia I O uso das principais projeções pelo mundo
Parte 2

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Em 1980 foi feito um levantamento por Brandenberger e Gosh (1985), para verificar o uso de
algumas projeções.
I) Considerando que o fator de escala linear, ou coeficiente de deformação linear (m), para a Projeção
Plana Polar Estereográfica (caso esférico) seja m=2/(1+senϕ) pede-se: O gráfico seguinte resume este levantamento:
a) Qual é o erro linear relativo no paralelo ϕ=70 N ? o

b) Qual é o erro linear relativo no paralelo ϕ=60o N ?


c) A partir de (a) e (b) faça uma análise da deformação para esta projeção ?
d) No paralelo ϕ=60o N qual é o Erro Relativo Superficial ?
e) Qual é o decréscimo (ou acréscimo) em área, ao representar nesta projeção uma propriedade
de área 1km2 situada no paralelo ϕ=60o N e na longitude λ=10o E ?
f) Como você calcularia a taxa de variação de m com a latitude?

II) Considerando que as coordenadas dos limites ao N, S, L, e O do estado de São Paulo sejam:
ϕN = -19,793o ϕS = -25,239o λL = -44,166o λO = -53,176o
-19

-20

-21

-22

-23

-24

-25

-26
-54 -53 -52 -51 -50 -49 -48 -47 -46 -45 -44
e que o ponto de tangência seja no centro do estado, pede-se:
No Projeção Denominação
a) Qual é o erro relativo linear máximo ao representar o estado de São Paulo nas projeções 1 UTM
azimutais Gnomônica, Ortográfica e Estereográfica. 2 TM
b) Qual é a máxima deformação em azimute, ao representar o estado de São Paulo nas 3 Policônica
projeções azimutais Gnomônica, Ortográfica e Estereográfica. 4 Gauss-Kruger
c) Qual é o máximo erro relativo superficial (em área) ao representar o estado de São Paulo 5 Cônica Conforme de Lambert (e variantes)
nas projeções azimutais Gnomônica, Ortográfica e Estereográfica. 6 ACT grid
7 Oblíqua de Mercator (e variantes)
Obs.: Para a solução deste exercício considere que os limites da carta sejam os valores limites 8 Bonne
do estado e que os erros e as deformações máximos ocorrem nos extremos do produto. 9 Cartesiana
10 Poliédrica
III) Assumindo um erro relativo linear máximo igual a 1/100 e a projeção de Mercator pergunta-se: 11 Estereográfica
12 Azimutal equidistante (Hatt)
a) Quais são as latitudes limites, ao Sul e ao Norte, que se pode mapear com esta projeção, 13 Cassini-Soldner
considerando a superfície de referencia esférica de raio R=6271 e o erro máximo dado ?
14 Outras projeções
b) Admitindo o modelo geométrico do elipsóide de revolução (a=6378160; f=1/298.25) como
superfície de referência, quais são as latitudes limites ao norte e ao sul ?

Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 27 Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 28
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Relação entre as coordenadas geodésicas e isométricas
Mapeamento Conforme Partindo do elemento linear da Eq. (02), pode-se escrever

 1 
CONCEITOS ds 2 = M 2 dϕ 2 + N 2 cos 2 ϕdλ2 = N 2 cos 2 ϕ 2 2
M 2 dϕ 2 + dλ2 
 N cos ϕ 
 M 
2 
Mapeamento Conforme ds 2 = N 2 cos 2 ϕ  dϕ + dλ2  (04)
  N cos ϕ  
O mapeamento definido por uma função analítica f(z) é conforme, exceto em alguns  
pontos.
- f() é uma função analítica de variável complexa (z) Deste modo, fazendo a seguinte troca de variável:
- z é um número complexo (z=x+iy), sendo i a unidade M
imaginária (i2=-1) dψ = dϕ , (05)
N cos ϕ
Função analítica

Uma função f(z) é dita analítica num certo domínio D se f(z) é definida e diferenciavel
a Eq. (04) poderá ser escrita por: ( )
ds 2 = N 2 cos 2 ϕ dψ 2 + dλ2 .
em todos os pontos de D (KREYSZIG, 1993, p. 724).
Por esta equação pode-se ver que se forem consideradas as coordenadas (ψ,λ)
(coordenadas isométricas) os fatores de escala ao longo das curvas paramétricas serão
Elementos lineares em diversas superfícies (Retrospecto)
iguais.
No plano (x,y):
Equações de Cauchy-Riemann
dS 2 = dx 2 + dy 2 E = 1
  Considerando os elementos lineares (01) e (03), bem como a condição de
 U=x com F = 0 (01) conformidade
 V=y G = 1
  E G
= = m2 = k , (06)
Na superfície de referência (elipsóide de revolução): e g

ds 2 = M 2 dϕ 2 + N 2 cos 2 ϕdλ2  e = M2 pode-se obter as seguintes igualdades:


 
 u=ϕ com  f =0 (02)
 g = N 2 cos 2 ϕ ∂x ∂y ∂x ∂y
 v=λ  =± =m , (07)
∂λ ∂ψ ∂ψ ∂λ
Na superfície de referência (elipsóide de revolução) considerando coordenadas
isométricas: que são conhecidas como Equações de Cauchy-Riemann.

ds = N cos ϕ(dψ + dλ )


2 2 2 2 2
 e = N cos ϕ
2 2
Observação 2:
 
 u=ψ com  f =0 (03)
O conjunto de equações de mapeamento que atendem às Equações de
 v=λ g = N 2 cos 2 ϕ
  Cauchy-Riemann tem a propriedade de conformidade.

Observação 1:

Nesta representação (ψ,λ) os fatores de escala são iguais para ψ e λ, o que não
acontece para ϕ e λ.

Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 29 Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 30
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Mapeamento Conforme, Função Analítica e Segundo as considerações anteriores, o ponto de expansão da série é aquele no qual a
latitude vale ψ e onde ∆λ=0, que corresponde ao ponto p' da figura abaixo.
Equações de Cauchy-Riemans
x
Pelas definições e conceitos apresentados pode-se verificar que: p'(ψ,λ0) p(ψ,λ)

1) As equações de mapeamento que atendem às equações de Cauchy-Rieman apresentam


a condição de conformidade.
2) O mapeamento por uma função analítica f(z) é conforme.
B
Deste modo pode-se admitir que:
y
∆λ
"As funções analíticas podem ser usadas para representar mapeamentos conformes, e
atenderão às equações de Cauchy-Rieman."
Sendo i a unidade imaginária (i=√-1) e considerando i2=-1, i3=-i, i4=1, i5=i,..., pode-se
Assim, toda projeção conforme pode ser expressa por uma função analítica de variável rescrever a Eq. 09 por:
complexa, na seguinte forma5:
f ( 2 ) ( ψ ) 2 f ( 3) ( ψ ) 3
x + yi = f (ψ + i∆λ ) (08) x + yi = f (ψ) + f (1) (ψ) ∆λi − ∆λ − ∆λ i + ...
2! 3!
(10)
f ( ψ ) 4 f (ψ ) 5 f ( ψ ) 6
(4) ( 5) (6)
∆λ + ∆λ i − ∆λ − ....
DESENVOLVIMENTO POR SÉRIE DE TAYLOR 4! 5! 6!

Separando os termos reais dos termos que multiplicam a unidade imaginária, tem-se:
No desenvolvimento da projeção de Gauss-Kruger, três condições são consideradas:
 f ( 2 ) ( ψ ) 2 f ( 4 ) ( ψ ) 4 f ( 6) ( ψ ) 6 f ( 8) (ψ ) 8 
1) o mapeamento é conforme (garantido pela Eq. 08); x + yi =  f (ψ ) − ∆λ + ∆λ − ∆λ + ∆λ − ....  +
 2 ! 4 ! 6 ! 8 ! 
2) ela é simétrica em relação ao meridiano central; e  
3) o fator de escala ao longo do meridiano central é igual a 1 (m0=1). (11)
 (1) ( 3) ( 5) (7) (9) 
 f (ψ) ∆λ − f (ψ ) ∆λ3 + f (ψ) ∆λ5 − f (ψ ) ∆λ7 + f (ψ ) ∆λ9 − .... i
Considerando ∆λ pequeno, a expansão da Eq. 08 em série de Taylor resulta:  3 ! 5 ! 7 ! 9 ! 
 

f ( 2 ) (ψ ) Para que a Eq. 11 seja valida, os termos reais e os imaginários, dos dois membros, devem ser
x + yi = f (ψ + i∆λ ) = f (ψ) + f (1) (ψ )(i∆λ ) + (i∆λ ) 2 + respectivamente iguais, o que permite escrever:
2!
(09)
f ( 3) ( ψ ) f ( n ) (ψ)
(i∆λ )3 + ... + (i∆λ ) n f ( 2 ) (ψ ) 2 f ( 4 ) (ψ ) 4 f ( 6 ) (ψ ) 6 f ( 8 ) (ψ ) 8
3! n! x = f (ψ) − ∆λ + ∆λ − ∆λ + ∆λ − ....
2 24 720 40320
(12)
f ( ψ ) 3 f ( ψ ) 5 f (ψ ) 7 f ( ψ ) 9
( 3) ( 5) (7) (9 )
y = f (1) (ψ) ∆λ − ∆λ + ∆λ − ∆λ + ∆λ −
6 120 5040 362880

5
Referência: BUGAYEVSKIY & SNYDER (1995)
• Na referência original utiliza-se q no lugar de ψ e l no lugar de ∆λ.
• Deve-se estar atendo à disposição dos eixos x e y.

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ϕ
Pela condição (3), m0=1 (no MC) ⇒ f (ψ ) = ∫0 Mdϕ = B CONVERGÊNCIA MERIDIANA (γ)

PN Normal passante A convergência meridiana num ponto genérico p é o ângulo formado pela tangente ao meridiano com
por p(ϕ,λ)
a direção do norte de quadrícula.
b
B é o comprimento do arco de meridiano
entre o equador (ψ=0) até o ponto de Norte
p(ϕ,λ)
latitude ψ. verdadeiro Norte de
a ϕ Bϕ quadrícula
λ Meridiano
λ
x
Equador
λ=0 o
de p γ

y p(ϕ,λ) ou p(x,y)
PS

A partir da relação 05 pode-se escrever: x

dψ M Equador
y
= , (13)
dϕ N cos ϕ Meridiano
Central (λ0)
e todas as derivadas da Eq. 12 podem ser estimadas.

f (ψ ) = B Pela figura acima pode-se obter o valor de tg γ por


d ((f (ψ ) ) dB dB dϕ
f (1) (ψ) = = = = N cos ϕ dy
dψ dψ dϕ dψ tgγ = − (15)
dx
2
d (f (ψ )) d  d(f (ψ ))  d  d(f (ψ ))  dϕ d( N cos ϕ) dϕ
f ( 2 ) (ψ ) = =  =   = = ...
dψ 2 dψ  dψ  dϕ  dψ  dψ dϕ dψ Escrevendo os diferenciais totais e considerando que λ=constante ao longo do meridiano
(dλ=0) obtém-se:
d 3 (f (ψ ))
f ( 3) (ψ ) = = ...
dψ 3 ∂y ∂y ∂y
dψ + dλ
... dy ∂ψ ∂λ ∂ψ
tgγ = − =− =− (16)
dx ∂x ∂x ∂x
Obtendo as derivadas acima e substituindo-as na Eq. 12 pode-se ter a transformação de dψ + dλ
∂ψ ∂λ ∂ψ
coordenadas (ϕ,λ) para (x,y) no sistema Gauss-Kruger (Transverso de Mercator).
Considerando as equações de Cauchy-Riemann, pode-se escrever a Eq. 16 por:
TRANSFORMAÇÃO (X,Y) → (ϕ,λ)
∂y ∂x
−1
∂ψ ∂λ ∂x  ∂y 
A transformação (x,y) → (ϕ,λ) pode ser obtida de modo semelhante ao anterior, partindo-se a
tgγ = − = =   . (17)
∂x ∂y ∂λ  ∂λ 
seguinte função analítica complexa:
∂ψ ∂λ
ψ + i∆λ = f ( x + iy) (14)
Assim, obtido o valor de tgγ=A, utilizando a Eq. 12, pode-se obter a convergência meridiana
por:
A3 A5 A7
γ = arctgA = A − + − ... (18)
3 5 7

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A Eq. 23 foi obtida fatorando dy2 e (dλ.N.cosϕ)2 na Eq. 19. Uma equação análoga pode ser
FATOR DE ESCALA (m) obtida fatorando dx2 e (Mdψ)2.

• A Eq. 23 corresponde à variação de m ao longo do paralelo.


O fator de escala pode ser obtido pela razão entre um comprimento na superfície de projeção • Neste caso ψ será uma constante e Az=90o ⇒ senAz=1.
pelo correspondente na superfície de referência, ou seja: • O azimute plano será T=90-γ, ou seja, senT=sen(90-γ)=cosγ.

dx 2 + dy 2 Levando em conta estas observações na Eq. 23, e extraindo a raiz, obtém-se:


m2 = . (19)
( Mdϕ) + ( N cos ϕdλ )
2 2
dy sec γ
m= ⋅ (24)
2 2 dλ N cos ϕ
Fatorando dy e (dλ.N.cosϕ) no numerador e no denominador, respectivamente, obtém-se:
Para obter a expressão final para m, deve-se:
 dx  2 
  + 1
2  dy   dy
 dy    - Determinar pela Eq. 12 e
2
m =  dλ
 
d λ   Md ϕ 
2  (20) - Considerar γ (Eq. 18).
( N cos ϕ) 2   + 1
 N cos ϕdλ  
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Z x
N.cosϕ.dλ
NQ
λ+dλ BOMFORD, G. Geodesy. Oxford: Oxford University Press, 1952.
λ γ
ϕ+dϕ Meridiano
Passante BUGAYEVSKIY, L. M., SNYDER, J. P. Map Projections - A reference Manual. London: Taylor
Mdϕ Az ϕ por p T & Francis, 1995.
dx
P CARVALHO, F. R. de Cadastro Geoambiental Polivalente / Projeção TM (Conforme de Gauss),
p dy Informativo COCAR, ano VI, Número especial CGP-04, Dezembro, 1984.
Y
X
y CHAGAS, C. B. Teoria e Prática do Sistema UTM da Projeção Conforme de Gauss. Diretoria do
Serviço Geográfico, 1959.
Pelas figuras acima pode-se ver que o azimutes geodésico (Az) e plano (T) podem ser
calculados por: DIRETORIA DO SERVIÇO GEOGRÁFICO Manual Técnico - Coordenadas planas sistema
UTM, 1a parte, Rio de Janeiro, 1959.
1 M.dψ 1 dx
cot gAz = = cot gT = = KREYSZIG, E. Advanced Engineering Mathematics, seventh edition. New York: John Wiley &
tgAz N. cos ϕ.dλ tgT dy Sons, 1993.
(21/22)
MAILING, D. H. Coordinate Systems and Map Projections, second edition, Oxford: Pergamon
Considerando as Eq(s). 21 e 22 na Eq. 20: Press, 1992.

2
 dy  (cot g 2 T + 1) RICHARDUS, P.; ADLER, R. K. Map Projections for Geodesists, Cartographers and
m2 =   = Geographers. Amsterdam: North-Holland Publishing Company, 1974. 174p.
 dλ  ( N cos ϕ) 2 (cot g 2 Az + 1)
(23)
VANICEK, P., KRAKIWSKY, E. J. Geodesy, the concepts. Amsterdam: Elsevier Science
(sen 2 T ) −1
2 2
 dy   dy  sen 2 Az
  =   Publishers, 1986.
 dλ  ( N cos ϕ) 2 (sen 2 Az ) −1  dλ  ( N cos ϕ) 2 sen 2 T

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Relação entre as latitudes isométrica e geodésica Passo 1) Inicializar a variável i com i=0.
Calcular a latitude geodésica aproximada φ(i=0) por:

A equação que expressa o valor da latitude isométrica (ψ) a partir da latitude geodésica (φ) ( )
ϕ ( 0) = 2.arctg e ψ − π / 2 .
pode ser obtida a partir da integração da equação
Passo 2) Fazer i=i+1.
M Calcular o valor da latitude φ(i) por:
dψ = dϕ ,
N cos ϕ   1 + e sin ϕ (i −1) e/2


ϕ (i ) = 2.arctg e ψ  ( i −1)
  − π/2 .
onde M e N correspondem ao raio de curvatura da seção meridiana e ao raio de curvatura no primeiro   1 − e sin ϕ  
( )(
vertical, respectivamente, obtidos por M = a 1 − e 2 1 − e 2 sin 2 ϕ )−3 / 2
e N = a 1 − e 2 sin 2 ϕ ( )
−1 / 2
, Passo 3) Calcular ∆ por ∆ = ϕ ( i ) − ϕ (i −1) e avaliar a condição:
sendo e a excentricidade do elipsóides de revolução com semi-eixos a e b.

O resultado desta integração é dado por (RICHARDUS e ADLER, 1972):  SIM : Passo 4
∆ ≤ ε 
 NÃO : Passo 2
 ϕ  1 − e sin ϕ  
e/2
Passo 4) φ(i) = latitude geodésica procurada.
ψ = ln  tg + π / 4    .
  2  1 + e sin ϕ  
Nesta sequência de passos, ε representa uma tolerância pré-estabelecida.
Um caso particular desta equação, para o caso esférico, onde e=0, resulta em: Deste modo, a partir das equações apresentadas e deduzidas, pode-se relacionar e calcular a
latitude isométrica a partir da latitude geodésica, e vice-versa.
 ϕ 
ψ esfera = ln  tg + π / 4  .
  2 

Para este caso particular (e=0), pode-se expressar diretamente o valor de φ em função dos
demais elementos, assumindo que a latitude isométrica esférica seja fornecida. Nesta situação a
latitude φ pode ser obtida por:

ϕ  ϕ
( )
ψ esfera = ln tg (ϕ / 2 + π / 4 ) ⇒ eψ = tg + π / 4  ⇒ + π / 4 = artg eψ ⇒ ϕ = 2.artg eψ − π / 2 ( )
2  2

Fazendo desenvolvimento semelhante a partir da equação completa, pode-se escrever:

e/2 e/2
 1 − e sin ϕ  ϕ   1 + e sin ϕ 
e ψ =   ⇔ tg + π / 4  = e ψ   ,
 1 + e sin ϕ   2   1 − e sin ϕ 

que permite obter

  1 + e sin ϕ  e / 2 
ϕ = 2.arctg e ψ    − π / 2
  1 − e sin ϕ  

Ao observar a última equação, a latitude no primeiro membro é expressa em função da latitude


isométrica, excentricidade e da própria latitude geodésica. Deste modo, assumindo que seja disponível
a latitude isométrica (ψ) bem como os parâmetros geométricos do elipsóide, uma possível solução para
o cálculo da latitude geodésica é de modo iterativo, seguindo os seguintes passos:

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Projeção Cônica Equivalente
Material Complementar da Disciplina Cartografia II
Projeções Equivalentes / Projeção Cilíndrica Equidistante
PROJEÇÃO CÔNICA EQUIVALENTE DE ALBERS (CASO NORMAL)

- Propriedade básica: equivalência.


Curso: Engenharia Cartográfica - Pólo: representado por um arco.
UNESP / FCT - Departamento de Cartografia - Paralelo de tangência padrão: representado em verdadeira grandeza.
- A projeção é limitada pela extensão em latitude.

APLICAÇÕES
Assuntos
- É destinada às cartas de uso geral no qual a equivalência é desejável.
- Em altas latitudes, a Projeção Cônica Equivalente de Lambert é mais indicada pois o pólo é
representado por um ponto.
- Projeção Cônica Equivalente de Albers (caso normal)
- Projeção Cilíndrica Equivalente de Lambert PROJEÇÃO CÔNICA EQUIVALENTE DE ALBERS C/ 2PP (CASO NORMAL)
- Projeção Azimutal Equivalente de Lambert
- Projeção Equivalente Pseudo-Cônica de Bonne - Propriedade básica: equivalência.
- Projeção de Werner - Os dois PP são representados em Verdadeira Grandeza.
- Apresentada por Albers em 1805.
- Projeção de Sanson-Flamsteed - Restrição: - Não ser conforme
- Projeção Cilíndrica Equidistante Meridiana (Plate Carrée) - Não servir às regiões polares
- Projeção Cilíndrica Equivalente APLICAÇÕES
- Lista de Exercícios
- É destinada a cartas de uso geral no qual a equivalência é desejável.
- Em 1817 foi empregada na Carta Geral da Europa.

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Projeção Cilíndrica Equivalente de Lambert

CARACTERÍSTICAS / PROPRIEDADES

- Propriedade básica: equivalência.


- A escala sobre o equador é correta.
- Todos os paralelos são representados pelo mesmo comprimento.
- A ampliação da escala sobre os paralelos é proporcional à secϕ.
- Em altas latitudes as formas são bem alteradas.

APLICAÇÃO
Paralelo Padrão na Latitude 5o.

- É destinada a cartas de uso geral, nas baixas latitudes, no qual a equivalência é desejável.

Paralelo Padrão na Latitude 30o.

Paralelo Padrão na Latitude -22o.

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6.4 Projeção Equivalente Pseudo-Cônica de Bonne /
Projeção Azimutal Equivalente de Lambert Projeção de Werner e Projeção de Sanson-Flamsteed
6.4.1 PROJEÇÃO DE BONNE - INTRODUÇÃO
CARACTERÍSTICAS / PROPRIEDADES
Projeção Equivalente de Bonne É uma projeção cônica modificada
ou Projeção de Bonne Pseudo-Cônica
- Propriedade básica: equivalência.
- Conserva os ângulos azimutais com vértice no ponto central. • Meridiano central – É uma reta (os demais não)
- Para pontos afastados do centro da projeção as formas são bem alteradas. • Os meridianos e os paralelos não são ortogonais (F≠0)
• A distorção de escala no MC e ao longo dos paralelos é igual a 1 (sem distorção)
- Das projeções azimutais é uma das mais utilizadas. ϕ2

• Distância entre os paralelos ϕ1 e ϕ2: S = ∫ Mdϕ


ϕ1
APLICAÇÃO Os paralelos são igualmente espaçados tanto na esfera quanto no elipsóide?
V

- Cartas geográficas (físicas, políticas, econômicas, etc).


PN
- Atlas.
- Cartas dos hemisférios (modalidades polar e equatorial).

ϕ ,λ
P(ϕ λ)

λ0)
MC(λ

Distância de P até o Meridiano Central (MC): A=(λ-λ0)Rcosϕ


(Ao longo do paralelo de latitude ϕ)

6.4.1.1 FORMULAÇÃO

Cálculo de ρ para um paralelo ϕ, caso esférico.


V

ρ0
ϕ
dϕ0,ϕ
ϕ
ϕ0
ρ = ρ0 − d ϕ0ϕ = ρ0 − ∫ Rdϕ (6.37)
ϕ0

A partir da Eq. 6.37 pode-se obter as seguintes derivadas parciais:

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∂ρ ∂ρ
= −R = 0 . (6.38)
∂ϕ ∂λ
Projeção Equivalente de Bonne
Considerando a condição de equivalência para o caso esférico pode-se escrever:

2 CARACTERÍSTICAS / PROPRIEDADES / APLICAÇÕES


1 0 −R 0
 ∂ν 
2
R cos ϕ
R 4 cos 2 ϕ = ∂ν ∂ν ⇒ R 4 cos 2 ϕ = ρ 2 R 2   ⇒ ∂ν = ∂λ (6.39)
0 ρ 2 ∂ϕ ∂λ  ∂λ  ρ
- Propriedade básica: equivalência.
- O MC e os paralelos são representados em verdadeira grandeza.
Integrando a Eq. 6.39 pode-se obter a expressão para o cálculo de ν: - A medida que se afasta do MC existe uma ampliação ao longo dos meridianos.

R cos ϕ
ν= λ + c (6.40) APLICAÇÕES
ρ

onde c é uma constante de integração. - Foi empregada primeiramente na construção de uma carta da França (1/80.000), sendo
depois substituída pela Cônica Conforme de Lambert.
R cos ϕ R cos ϕ - É utilizada em países como Bélgica, Holanda, Suíça, Escócia e Irlanda.
Para λ=λ0, ν=0 ⇒ 0 = λ0 + c ⇒ ν = (λ − λ 0 ) (6.41)
ρ ρ - É utilizada em atlas

R
Lembrando que para o paralelo padrão ρ 0 = a resolução da integral 6.37 resulta em APARÊNCIA DO RETICULADO PARA A
tgϕ 0 PROJEÇÃO EQUIVALENTE DE BONNE
R
ρ= − R (ϕ − ϕ 0 ) . (6.42)
tgϕ 0

RESUMO (PROJEÇÃO EQUIVALENTE DE BONNE)

R
ρ= − R (ϕ − ϕ 0 )
tgϕ 0
(6.43)
R cos ϕ
ν= (λ − λ 0 )
ρ

x = ρ 0 − ρ cos ν
sendo as coordenadas (x,y) obtidas por  (6.44)
 y = ρ sen ν
Obs.: Usando as equações acima pode-se mostrar que F≠0, ou seja, as curvas paramétricas são não
ortogonais.
Paralelo padrão na latitude 30º N.

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6.4.2 PROJEÇÃO DE SANSON - FLAMSTEED Projeção Equivalente de Sanson-Flamsteed

Esta projeção é um caso particular da Projeção de Bonne para o caso em que ϕ0=0º CARACTERÍSTICAS / PROPRIEDADES
Nesta situação ρ0 → ∝ ⇒ Os paralelos se reduzem a retas
- Propriedade básica: equivalência.
Como o fator de escala ao longo do MC é igual a 1 pode-se escrever - Caso particular da Projeção de Bonne onde o equador é o PP.
- O equador e todos os demais paralelos são representados por linhas retas.
x = Rϕ (6.45) - Os meridianos e os paralelos não se cruzam em ângulos retos (a menos em caso particulares).
- A forma é bastante afetada a medida que se afasta do MC e do equador.
com - É conhecida também como Projeção Senoidal uma vez que as transformadas dos meridianos são
senoides.
∂x ∂x
=R e = 0 . (6.46)
∂ϕ ∂λ
APLICAÇÕES
Usando a condição de equivalência, considerando as Equações 6.46 e o fato do elemento linear no
plano ser escrito por dS2=dx2+dy2, pode-se escrever:
- Apesar das distorções pode ser utilizada na representação de grandes regiões (no sentido
norte-sul) como a América do Sul e África.
2 - Pode ser utilizada em atlas
1 0 R 0 2
4
R cos ϕ = 2 ∂y ∂y  ∂y 
0 1 ∂ϕ ⇒ R 4 cos 2 ϕ = R 2   ⇒ ∂y = R cos ϕ∂λ (6.47) APARÊNCIA DO RETICULADO PARA A
∂λ  ∂λ 
PROJEÇÃO EQUIVALENTE DE SANSON-FLAMSTEED

Após integração da 6.47 obtém-se:

y = Rλ cos ϕ + c , (6.48)

sendo c uma constante de integração.

Para λ=0 ⇒ y=0 ⇒ c=0, assim:

y = Rλ cos ϕ . (6.49)

RESUMO (PROJEÇÃO EQUIVALENTE DE SANSON – FLAMSTEED ou PROJEÇÃO


SENOIDAL)

x = Rϕ
y = Rλ cos ϕ

Obs.: Pelas equações acima pode-se verificar que F≠0.

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6.4.3 PROJEÇÃO DE WERNER
Projeção Cilíndrica Equidistante Meridiana (Plate Carrée)
Esta projeção é um caso particular da Projeção de Bonne para o caso em que ϕ0=90 º e Projeção Cilíndrica Equivalente
R
ρ= − R (ϕ − ϕ 0 ) ρ = R (90 − ϕ)
tgϕ 0 A figura seguinte mostra um cilindro tangente à esfera modelo de raio R. Sobre a esfera é
Fazendo ϕ0=90o em ⇒ (λ − λ 0 ) cos ϕ (6.50)
R cos ϕ ν= mostrado um quadrilátero infinitesimal delimitado pelos vértices A, B, C e D. A partir do centro da
ν= (λ − λ 0 ) (90 − ϕ) esfera os vértices A, B, C e D são projetados no cilindro, determinando o quadrilátero de vértices a, b,
ρ
c e d.
Em coordenadas cartesianas:
x = − R (90 − ϕ) cos ν
como ρ0→0 ⇒ (6.51) Quadrilátero infinitesimal
y = R (90 − ϕ) sen ν sobre a esfera
Quadriláteros PN
Infinitesimais B C
b
CARACTERÍSTICAS / PROPRIEDADES a,b,c,d
a A D
- Propriedade básica: equivalência. A,B,C,D dϕ
Quadrilátero projetado
- Caso particular da Projeção de Bonne na qual ϕ0=90o. ϕ R
- Apresenta a forma de um coração. x

dλ ϕ+dϕ b c
APARÊNCIA DO RETICULADO dx
NA PROJEÇÃO EQUIVALENTE DE WERNER ϕ a d
dy

PS

y
λ λ+dλ

Quadrilátero infinitesimal sobre a esfera e sobre o cilindro. Adaptado de Bakker (1962).

Quadrilátero infinitesimal na esfera: A, B, C, D.


Quadrilátero infinitesimal na superfície de projeção:
a, b, c, d.
} Cilindro tangente
no equador

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ARCOS DE MERIDIANO E PARALELO NOS DOIS QUADRILÁTEROS COEFICIENTE DE DEFORMAÇÃO SUPERFICIAL (m0m90 ou γ=αβ em algumas referências)

No quadrilátero projetado: dx
Lado ad
m 0 m 90 = (11)
ad = dy (1) R cos ϕdϕ
(arco de paralelo)
Como dλ = dy / R ⇒ dy = Rdλ . (2) ------------------------------------------

Assim: ad = Rdλ . (3) PROJEÇÃO CILÍNDRICA EQÜIDISTANTE MERIDIANA (Projeção Plate Carrée)
Lado ab ab = dx (4)
(arco de meridiano)
dx
m0 = 1 ⇒ = 1 ⇒ dx = Rdϕ Após
 → x = Rϕ + c
Integração

No quadrilátero situado sobre a superfície de referência: Rdϕ


Arco AD Arco AD
(arco de paralelo) dλ = ⇒ Arco AD = R cos ϕdλ (5) Para ϕ=0 (Equador), x=0 ⇒ c=0.
R cos ϕ
Síntese x = Rϕ
m0 = 1 m 90 = 1 / cos ϕ
Arco AB Arco AB y = R (λ − λ 0 )
(arco de meridiano) dϕ = ⇒ Arco AB = Rdϕ (6)
R
PROJEÇÃO CILÍNDRICA EQUIVALENTE DE LAMBERT
COEFICIENTE DE DEFORMAÇÃO MERIDIANA (m0 ou β em algumas referências)

dx
m 0 m 90 = 1 ⇒ = 1 ⇒ dx = R cos ϕdϕ Após
 → x = Rsenϕ + c
Integração

ab R cos ϕdϕ
m0 = (7)
Arco AB
Para ϕ=0 (Equador), x=0 ⇒ c=0.
Usando as Equações 4 e 6, o valor de m0 poderá ser calculado por: Síntese x = Rsenϕ
m 0 = cos ϕ m 90 = 1 / cos ϕ
y = R (λ − λ 0 )
ab dx
m0 = = (8)
Arco AB Rdϕ

COEFICIENTE DE DEFORMAÇÃO TRANSVERSAL (m90 ou α em algumas referências)

ad
m 90 = (9)
Arco AD

Usando as Equações 3 e 5, o valor de m90 poderá ser calculado por:

Rdλ 1
m 90 = = (10)
R cos ϕdλ cos ϕ

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PROJEÇÃO CILÍNDRICA EQUIVALENTE COM UM PARALELO PADRÃO PROJEÇÃO CILÍNDRICA EQUIVALENTE COM UM PARALELO PADRÃO

No caso da Proj. Cilíndrica Equivalente de Lambert o cilindro é tangente ao equador do As Equações 15 são válidas para diferentes valores de φ0. Para o caso particular em que φ0=0o
modelo adotado como superfície de referência. Num caso mais geral onde se tem um paralelo padrão, tem-se a Projeção Cilíndrica Equivalente de Lambert. Para outros valores de φ0 tem-se outras
o cilindro deixa de ser tangente ao equador e passa a ser secante a um paralelo de latitude φ0, como projeções também equivalentes.
ilustra a próxima figura.
O fato de ser adotado outro valor de φ0, que não seja φ0=0o, não modifica a propriedade
principal da projeção (equivalência). Como no paralelo padrão φ0 tem-se que m0=m90=1, significa que
PN nas proximidades de φ0 a forma será pouco alterada.

Na tabela abaixo são apresentadas algumas projeções, baseada no mesmo modelo matemático,
mas com diferentes valores de φ0.

Projeção Paralelo Autor


ϕ0 Padrão (φ0)
R Cilíndrica Equivalente de φ0 = 0o Johann Heinrich Lambert (1772)
Lambert
Projeção de Gall (Gall’s φ0 = 45o James Gall (1855)
Ortographic Proj.)
o
Projeção de Behrmann φ0 = 30 Walther Behrmann (1910)
Projeção de Trystan Edwards φ0 = 37o Trystan Edwards (1953)
Projeção de Peters φ0 = 45 o - 47o Arno Peters (1967)
PS Fonte: Snyder (1987).

Os dados da tabela anterior foram baseados em Snyder (1987). No entanto, é possível observar
Com esta consideração e assumindo que o ângulo diedro seja dλ, o valor de dy no paralelo
que existe uma divergência nos valores da latitude do paralelo padrão, ao utilizar outras referências,
padrão poderá ser obtido por:
como por exemplo Bugayevskiy e Snyder (1995), para as projeções de Trystan Edwards e Peters.
dy
dλ = ⇒ dy = R cos(ϕ 0 )dλ , (12) A partir desta tabelas pode-se observar que o valor adotado na Projeção de Peters é similar ao
r usado na Projeção de Gall e pode-se ver na literatura que algumas controvérsias são observadas em
relação a esta projeção. Uma se refere à autoria e outra ao aspecto destacado abaixo, com base em
onde r é o raio do paralelo, calculado por Rcos(φ0). Snyder (1997, p. 165):
Deste modo, os novos valores de m0, m90 e m0.m90 serão:

dx. cos(ϕ 0 )
“The other controversial claim was that the less developed countries of the
dx cos(ϕ 0 )
m0 = m 90 = m 0 .m 90 = (13) world were finally presented in a fair manner on a world map, rather than
Rdϕ cos ϕ R.dϕ. cos ϕ on a “Euro-centered” Mercator projection with severe distortion”

Aplicando a condição m 0 m 90 = 1 obtêm-se: Pode-se notar também que algumas referências utilizam a denominação Projeção de Gall-Peters para
esta projeção.
dx cos ϕ 0 R cos ϕ senϕ
m 0 m 90 = 1 ⇒ = 1 ⇒ dx = dϕ   → x = R
Após Integração
+c Na sequência são mostradas a Projeção Cilíndrica Equivalente de Lambert, a Projeção da Gall-
R cos ϕdϕ cos ϕ 0 cos ϕ 0 Peters e a Projeção de Mercator.

senϕ
Para ϕ=0 (Equador), x=0 ⇒ c=0 ⇒ x = R
cos ϕ0
Integrando a Eq. 12 e usando a condição de que para λ0 o valor de y será nulo, obtêm-se:
y = R cos ϕ0 (λ − λ 0 ) (14)

Síntese senϕ
x = R. 1 cos ϕ 0
cos ϕ0 m0 = = (15)
m 90 cos ϕ
y = R.(λ − λ 0 ). cos ϕ0

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Projeção Cilíndrica Equidistante Meridiana

CARACTERÍSTICAS / PROPRIEDADES / APLICAÇÕES

- As escalas sobre o equador e meridianos são verdadeiras.


- Sobre os paralelos a ampliação é proporcional a secϕ.
- Pólos: são representados por linha retas.
- Aplicação: navegação marítima (antes da projeção de Mercator).
- É uma das projeções mais antigas (100 DC)
- Outras denominações:
Plate carrée (pelos Franceses), Plane Chart.
Equirectangular Projection

Obs.: Pode-se considerar também o caso em que se têm outros paralelos, que não sejam o
equador, representados em verdadeira grandeza.

APARÊNCIA DO RETICULADO DA PROJEÇÃO CILÍNDRICA


EQÜIDISTANTE MERIDIANA (PLATE CARRÉE)

Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 55 Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 56
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Respostas de alguns dos exercícios:

Lista de Exercícios de Cartografia II Ia) Os limites em que faria o mapeamento seria: da latitude ϕ≅11o 21’ 53’’ S até ϕ≅11o 21’
Parte 3 53’’ N.
Ib) A máxima distorção angular seria: ξ=1o 8’ 4’’.
Prof. Mauricio Galo IIa) O intervalo em que faria o mapeamento seria entre ϕ≅10o 40’ 27’’ S e ϕ≅10o 40’ 27’’ N.
IIb) O intervalo em que faria o mapeamento seria entre ϕ≅68o 39’ 06’’ N e ϕ=90o N.
I) Deseja-se fazer o mapeamento de uma região equatorial utilizando a Projeção Cilíndrica III) Resp.: ϕ L = arccos( (1 − πζ ang / 180) /(1 + πζ ang / 180) ) .
Equivalente de Lambert. Considerando o modelo esférico pergunta-se: IVa) Os limites em que faria o mapeamento seriam: do paralelo ϕ≅84o 52’ 38’’ N até ϕ=90o N.
a) Quais os limites em latitude que você faria este mapeamento de modo que a máxima IVb) A escala máxima seria aproximadamente 1 / 1.138.874.
ampliação não ultrapasse 2%. (Resposta em graus, minutos e segundos).
b) Qual a máxima distorção angular, em valor absoluto, nas latitudes obtidas no item anterior?
(Resposta em graus, minutos e segundos).

II) Diferente das projeções conformes, onde a distorção angular é nula, nas projeções equivalentes a
distorção angular máxima pode ser escrita em função das componentes m0 e m90. Deste modo
pergunta-se:
a) Considerando a Projeção Cilíndrica Equivalente de Lambert, caso normal, qual é o
máximo intervalo em que você faria o mapeamento de uma região equatorial, de modo que
a distorção angular não ultrapasse 1o?
b) Considerando a Projeção Azimutal Equivalente de Lambert, caso polar, qual é o
intervalo em latitude que você faria o mapeamento de modo que a distorção angular não
ultrapasse 1o?
c) Utilizando o aplicativo Gnuplot faça os gráficos mostrando as curvas que relacionam a
distorção angular máxima em função da latitude, para os itens (a) e (b) desta questão e
verifique se existe coerência entre os gráficos gerados, com as respostas obtidas.

III) Deseja-se fazer o mapeamento de uma região equatorial utilizando a Projeção Cilíndrica
Equivalente de Lambert. Considerando o modelo esférico pergunta-se:
- Sabendo que o erro angular tolerável, em graus, seja expresso por ξang, obtenha a expressão
que permite o cálculo da latitude limite ϕL para esta projeção?

IV) Deseja-se fazer o mapeamento de uma região polar com uma projeção que preserva as áreas e
você foi encarregado de projetar este produto. A projeção escolhida foi a Projeção Azimutal
Equivalente de Lambert. Uma vez que esta projeção possui a propriedade de equivalência,
deseja-se que o produto gerado atenda, simultaneamente, às seguintes características:
I) Deformação angular menor ou igual a 0,5o (meio grau).
II) Erro relativo linear máximo: 1/1000.

Perguntas:

a) Quais são os limites (em coordenadas geográficas) que pode ser representado, usando a
projeção Azimutal Equivalente de Lambert (caso polar), mantendo as características
especificadas?
b) Sabendo que você dispõe de uma área útil de 1mx1m para imprimir este produto, qual será
a máxima escala que você conseguiria fazer a impressão deste produto, mostrando toda a
área determinada em (a). Adote R=6.371.000m.

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Material Complementar da Disciplina Cartografia II Definições / Classificação / CIM / Articulação
Classificação de cartas/Reticulado/Quadriculado/CIM
CARTOGRAFIA

Curso: Engenharia Cartográfica É a ciência e a arte de expressar graficamente, por meio de mapas e cartas, o
UNESP / FCT - Departamento de Cartografia conhecimento humano da superfície da Terra
(BAKKER, 1965)

‘The art, science and technology of making maps, together with their study as scientific
Assuntos documents and works of art. In this context maps may be regarded as including all types
of maps, charts and sections, three dimensional models and globes representing the Earth
or any celestial body at any scale.’
(International Cartographic Association-ICA, 1973)
- Definições, Classificação de Cartas
- Carta Internacional ao Milionésimo MAPA
- Articulação do Mapeamento Sistemático
- Lista de Exercícios É a representação da Terra nos seus aspectos geográficos naturais ou artificiais que se
destina a fins culturais ou ilustrativos. Não tem caracter científico especializado e
geralmente é construído em escala pequena cobrindo um território mais ou menos
extenso.
(BAKKER, 1965)

"Is a symbolized image of geographical reality, representing selected features or


characteristics, resulting from the creative effort of it's author's execution of choices, and
is designed for use when spatial relationship are of primary relevance."
(International Cartographic Association-ICA, 1995)

CARTA

É a representação dos aspectos naturais ou artificiais da Terra, destinadas a fins práticos


da atividade humana, permitindo a avaliação precisa de distâncias, direções e a
localização geográfica de pontos e detalhes. É portanto uma representação similar ao
mapa, mas de caráter especializado, construído com uma finalidade específica e,
geralmente em escalas grandes.
(BAKKER, 1965)

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5) Cartas Especiais
CLASSIFICAÇÃO DE CARTAS EM FUNÇÃO DA ESCALA
São as cartas, mapas ou plantas em qualquer escala, que geralmente se preparam para fins
específicos: Cartas Geológicas / Geomorfológicas / Meteorológicas / de Vegetação / de Uso da
1/500.000 1/25.000 Terra / Geofísicas / Globo.
Escala
1/5.000
Cadastro (urbano) ESCALA

Escalas Escalas Escalas


pequenas médias grandes Relação entre uma distância na esfera modelo (ou na carta) e a correspondente na superfície
terrestre.
Escala pequena - igual ou inferior a 1/500.000
Escala média - maior que 1/500.000 e menor que 1/25.000 ab αr r
Escala grande - maior que 1/25.000 E= = =
(OLIVEIRA, 1993) AB αR R
Obs.:
• Estes limites não são exatos. AB
• A escalas médias correspondem às escalas do mapeamento sistemático (1/250.000 a
1/25.000). R
ab
r
α α
CLASSIFICAÇÃO DAS CARTAS (Segundo a ABNT)

1) Cartas Geográficas6 Arco (AB) na superfície de referência


e na esfera modelo (ab).
Topográficas: São cartas confeccionadas mediante um levantamento topográfico regular, ou
compiladas de cartas topográficas existentes e que incluem os acidentes naturais e artificiais, α = ângulo central correspondente aos arcos ab e AB, na esfera modelo e na sup. terrestre,
permitindo facilmente a determinação de altitudes. respectivamente.

Planimétricas: É o mesmo que cartas topográficas, entretanto, não faz parte de suas Esta escala não é constante sobre um produto cartográfico, devido às distorções.
características fundamentais a representação das altitudes.

2) Cartas Cadastrais e Plantas ESCALA PRINCIPAL

São aquelas, geralmente em escala grande, usadas para mostrar limites verdadeiros e usos das
propriedades, podendo omitir elevações e detalhes naturais ou artificiais desnecessários. Escala da esfera modelo, representativa da superfície terrestre. Escala Nominal (é válida
apenas para alguns pontos ou ao longo de certas linhas).
3) Cartas Aeronáuticas
Escala Particular: é múltipla da escala nominal ou principal.
São as que representam a superfícies da Terra com sua cultura e relevo, de maneira a
satisfazer, especificamente, as necessidades da navegação aérea.

4) Cartas Náuticas

São cartas que resultam de levantamentos dos mares, rios, canais e lagoas navegáveis e que se
destinam à segurança da navegação.

6
A carta geográfica quando representa toda a superfície da Terra é denominada mapa-mundi ou planisfério.
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Exemplo de Reticulado
Reticulado e Quadriculado

Reticulado Conjunto de curvas formadas pelas


(Graticule) transformadas dos Paralelos e
Meridianos.

Quadriculado Associado ao sistema de Coordenadas da


(Grid) Projeção, por ex.: (X,Y) na TM e (E,N)
na UTM.

Obs.: Algumas referências no Brasil não consideram esta diferença de denominação.

O Reticulado e o Quadriculado
em função da escala (MALING,1992)
Regiões do Brasil. (Reticulado de 10o x 10o).
Escala Separação do Separação do Reticulado
Quadriculado (Graticule)
(Grid) Exemplo de Quadriculado (na projeção UTM)
1/2.500 e > 0,1 km -
1/10.000 1,0 km 1'(na margem)
1/25.000 1,0 km
1/50.000* 1,0 km 1' (margem)
5' (cruzes)
1/250.000** 10,0 km 1'(m) e 30'(cruzes)
1/1.000.000 - 1o e 1' (m)
1/2.000.000 - 1o
1/100.000.000 - 10-20o
< 1/100.000.000 - 15-20o
* - 2km / 05' margens e cruzes (no Brasil)
** - 10km / 15' (marcas 1') IBGE
- 10km / 15' (DSG)

Canto de uma folha na projeção UTM.


Notar que os cantos de uma folha são especificados em coordenadas geodésicas.

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a)

Exemplos de trechos de duas cartas do mapeamento sistemático, na escala 1/50.000 do IBGE. b)


Exemplos de trechos de duas cartas do mapeamento sistemático, na escala 1/50.000 do IBGE. Em (a)
primeira edição e em (b) segunda edição

Obs.: - Canto superior direito das cartas (em coordenadas geodésicas);


- O quadriculado (em coordenadas UTM). Obs.: - Canto inferior esquerdo das cartas (em coordenadas geodésicas);
- O quadriculado (em coordenadas UTM).
- Verificar as diferenças no modo em que são mostradas as coordenadas UTM.

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Trecho de uma carta na escala
1/50.000, mostrando o
quadriculado na projeção UTM,
bem como um dos cantos.

Notar a presença dos “tics” nas


bordas e uma cruz,
determinando onde passam as
transformadas dos paralelos e
dos meridianos, neste produto.

Trecho de uma carta na escala


1/50.000, mostrando o
quadriculado na projeção UTM,
bem como um dos cantos.

Notar a presença dos “tics” nas


bordas e uma cruz,
determinando onde passam as
transformadas dos paralelos e
dos meridianos, neste produto.
Produto na escala 1/100.000. Pode-se ver no quadrante superior esquerdo uma cruz (tic).
Fonte: (IBGE, 1999)
Verificar os detalhes mostrados
http://www.ibge.gov.br/home/geografia/decar/manual_nocoes/indice.htm
de forma ampliada.

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Trecho de uma CAP –
Carta Internacional do Mundo ao Milionésimo
Carta Aeronáutica de
Pilotagem.
Conjunto de cartas parciais ou folhas componentes da carta geral do mundo, na
Escala 1:250.000 escala 1:1000000.
SE – 22 – Z – D
1ª Edição – Novembro de
1982 ESPECIFICAÇÕES DA CARTA INTERNACIONAL DO MUNDO AO MILIONÉSIMO

Produto elaborado pelo


IBGE, responsabilidade do Dimensões: 6o de longitude x 4o em Latitude
DEPV – Diretoria de Nomenclatura: LL-No (Onde L representa uma letra e No é um número)
Eletrônica e Proteção ao
Vôo. Primeira letra: Relacionado com hemisfério (N ou S)
Segunda letra: Designa a faixa (em latitude). Por exemplo:
Observar neste produto a - de 0o a 4o: A
presença simultânea do
- de 4o a 8o: B, C, D, ...
reticulado (15` x 15`) e do
quadrilulado (10km x Número do fuso (ou da zona de projeção): corresponde ao número do fuso de 6o de
10km). amplitude.
Origem: meridiano de longitude λ=180º.
fuso no 1: 180o a 174oW
o
fuso n 2: 174oW a 168oW ...
o
fuso n 60: 174oE a 180o

o o o
168oW 174 W 180 174 E 168oE
2 1 60 59

∆λ=6o

29 30 31
12oW 6oW o
λ=0o 6 E 12 E
o
Fusos:{1, 2, ..., 60}

Detalhe do reticulado e
quadriculado.

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NUMERAÇÃO DOS FUSOS / LIMITES DOS FUSOS E ARTICULAÇÃO DAS FOLHAS DE 6O X 4O DA
MERIDIANOS CENTRAIS PARA O BRASIL CARTA INTERNACIONAL DO MUNDO AO MILIONÉSIMO

Longitudes do limites
dos fusos

78o 72o 66o 60o 54o 48o 42o 36o


8o
NB
4o
NA
0o
SA
4o
SB
8o
SC
12 o
SD
16 o
SE
20 o
SF
24 o
SG
28 o Fonte: http://www.ibge.gov.br
SH o
32

75o 69o 63o 57o 51o 45o 39o

Longitudes dos meridianos


centrais dos fusos

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CARTA INTERNACIONAL DO MUNDO AO MILIONÉSIMO - CIM ARTICULAÇÃO DAS FOLHAS (1/1.000.000 A 1/25.000)
DIRETORIA DO SERVIÇO GEOGRÁFICO (DECRETO-LEI 243/67)

Projeção Cônica Conforme de Lambert (2PP)


1/1.000.000 1/100.000
Limite ao Norte: 84oN. 1/500.000 1/250.000

V X

A B
Y ZI II III
C D
IV V VI

1/250.000 1/50.000
1/100.000 1/25.000
Limite ao Sul: 80oS.

I II III

1 2 1 2
IV V VINO NE
3 4 3
SO SE

Escala ∆λ ∆ϕ
1/1.000.000 6o 4o
1/500.000 3o 2o
1/250.000 1,5o 1o
Ao sul do paralelo 80oS e ao norte do paralelo 84oN a projeção utilizada é: 1/100.000 0,5 o (30') o
0,5 (30')
1/50.000 15' 15'
Projeção Estereográfica Polar 1/25.000 7,5' 7,5'

Fonte: IBGE(1993)

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ARTICULAÇÃO DAS FOLHAS (1/1.000.000 A 1/25.000) ARTICULAÇÃO DAS FOLHAS / MI – MAPA ÍNDICE

Além da nomenclatura usada na articulação de folhas do mapeamento sistemático, um outro


sistema também é utilizado, baseado no uso de um número para cada uma das cartas. Estes números
são denominados MI (Mapa Índice), segundo o IBGE (1999), e mudam conforme a escala:
V X
Y Z

Folhas na escala 1:1.000.000 – Numeração de 1 a 46

Folhas na escala 1:250.000 – Numeração de 1 a 550


1 / 1.000.000 (6ox4o) 1 / 500.000 (3o x 2 o)
Folhas na escala 1:100.000 – Numeração de 1 a 3036

A B I II III Exemplo: A folha SD-23-Y-C-IV corresponderá ao número MI 2215.


C D IV V VI

ARTICULAÇÃO DAS FOLHAS / MI – MAPA ÍNDICE PARA ESCALAS 1/100.000

1 / 250.000 (1,5o x 1o) 1/100.000 (0,5ox0,5o , 30'x30')


Para as escalas maiores que a 1/100.000 pode-se usar o número MI seguido de 1, 2, 3 ou 4,
para as escalas 1/50.000 e depois NO, NE, SO e SE para as escalas 1/25.000, conforme a localização
das folhas nos respectivos quadrantes, de acordo com a articulação do mapeamento sistemático.

1...2 NO NE
3 4 SO SE

1/50.000 (0,25ox0,25o , 15'x15') 1/25.000 (0,125ox0,125o , 7,5'x7,5')

A B
C D
E F

1/10.000 (3,75'x2,5')

Nomenclatura das folhas hachuradas mostrada acima


Escala Dimensões (∆ ∆λ,∆∆φ) Nomenclatura Número de folhas dentro
da carta ao milionésimo
1 / 1.000.000 60 x 4 0 SF-22* 1
1 / 500.000 30 x 2 0 SF-22-X 4
1 / 250.000 1,50 x 10 SF-22-X-C 4x4=16
1 / 100.000 0,50 x 0,50 / 30' x 30' SF-22-X-C-V 4x4x6=96
1 / 50.000 0,250 x 0,250 / 15' x 15' SF-22-X-C-V-1 4x4x6x4=384
1 / 25.000 0,1250 x 0,1250 / 7,5' x 7,5' SF-22-X-C-V-1-SO 4x4x6x4x4=1536
1 / 10.000 3,75' x 2,5' SF-22-X-C-V-1-SO-F 4x4x6x4x4x4x6=9216
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ARTICULAÇÃO DAS FOLHAS / MI – MAPA ÍNDICE
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Para as escalas maiores que a 1/100.000 pode-se usar o número MI seguido de 1, 2, 3


ou 4, para as escalas 1/50.000 e depois NO, NE, SO e SE para as escalas 1/25.000, conforme BAKKER, M. P. R. de Cartografia - Noções Básicas, DH21-1, 1965.
a localização das folhas nos respectivos quadrantes, de acordo com a articulação do
mapeamento sistemático. IBGE Manual de normas, especificações e procedimentos técnicos para a Carta Internacional do
Mundo ao Milionésimo – CIM 1/1.000.000. Manuais Técnicos em Geociências No 2, Rio de Janeiro,
Considerando o exemplo da folha SD-23-Y-C-IV (ou MI 2215), algumas folhas 1993. 63p.
derivadas poderão ser referenciadas por:
IBGE Noções Básicas de Cartografia. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Diretoria
de Geociências – DGC, Departamento de Cartografia – DECAR. 1999. Disponível em:
SD-23-Y-C-IV-1 SD-23-Y-C-IV-2 MI 2215-1 MI 2215-2
http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/manual_nocoes/indice.htm. Acesso: Agosto de
2008.

MALING, D. H. Coordinate Systems and Map Projections, second edition. Oxford: Pergamon
Press, 1992.

OLIVEIRA, C. de Curso de Cartografia Moderna. IBGE, Rio de Janeiro, 1993.


SD-23-Y-C-IV-3 SD-23-Y-C-IV-4 MI 2215-3 MI 2215-4

Folhas 1/50.000, segundo a articulação Folhas 1/50.000, segundo a articulação


convencional. considerando o MI.

MI 2215-1-NO MI 2215-1-NE MI 2215-2-NO MI 2215-2-NE

MI 2215-1-SO MI 2215-1-SE MI 2215-2-SO MI 2215-2-SE

MI 2215-3-NO MI 2215-3-NE MI 2215-4-NO MI 2215-4-NE

MI 2215-3-SO MI 2215-3-SE MI 2215-4-SO MI 2215-4-SE

Folhas 1/25.000, segundo a articulação usando o MI – Mapa índice.

Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 77 Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 78
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LISTA DE EXERCÍCIOS DE CARTOGRAFIA II
Material Complementar da Disciplina Cartografia II
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1) Para planejar um trabalho de campo, buscou-se o auxílio de um Mapa Índice (MI) referente ao
mapeamento sistemático brasileiro, mostrado na figura ao lado. Considerando o valor de erro Curso: Engenharia Cartográfica
gráfico como 0,2 mm na escala da carta, responda as perguntas a seguir (Enade, 2008). UNESP / FCT - Departamento de Cartografia

a) Para o erro gráfico correspondente a 24 m no terreno, qual


o valor mínimo de escala do mapeamento sistemático em
que a carta deverá ser solicitada? Apresente os cálculos. Assuntos
b) Qual o índice de nomenclatura da folha, na escala
1:100.000, que contém o ponto P?
c) Quais os índice das folhas, na escala 1:100.000,
enquadradas pelas coordenadas Leste=-56º, Oeste=-57º,
Norte=-8º,Sul=-9º? - Projeção Policônica
- Projeção Pseudo-Azimutal
- Escolha da Projeção Cartográfica
- Regra de Young
http://www.inep.gov.br/superior/enade/
- Constante de Kavraisky

Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 79 Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 80
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Projeção Policônica
Projeção Policônica
Natureza: polisuperfical (uma série de cones)
Na projeção cônica pode-se ter o cone tangente ou secante, tendo-se
respectivamente um ou dois paralelos-padrão, como mostrado abaixo. Antes da Projeção Cônica Conforme de Lambert esta projeção era utilizada na CIM.

Cone tangente (1 pp) Cone Secante (2 pp)

Na Projeção Policônica têm-se uma série de cones, cada um tangente ao modelo geométrico (esfera ou
elipsóide), em um paralelo diferente.

Princípio da construção da projeção policônica. Adaptado de IBGE (1999)*.

CARACTERÍSTICAS / PROPRIEDADES

Cada um dos paralelos possui a curvatura equivalente à produzida pelo desenvolvimento de um cone
tangente ao respectivo paralelo.

Paralelos: arcos de circunferência não concêntricos.

Centros dos arcos de circunferências: localizadas sobre a reta definida pelo Meridiano Central.
Princípio da projeção policônica Dois cones tangentes.
Distorções: dependem de ϕ e de λ. As curvas de mesma distorção são simétricas em relação ao MC.

PROJEÇÃO PSEUDO-CÔNICA Ao longo do MC as distorções são nulas.

Paralelos são representados em VG, sendo portanto Equidistante Transversal.


Nesta projeção os paralelos são arcos circulares concêntricos e os meridianos
são curvos, diferente das projeções cônicas. * IBGE; Noções Básicas de Cartografia. Manuais Técnicos em Geociências No 8, Rio de Janeiro,
1999. 130p.

Ex.: Projeção de Bonne.

Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 81 Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 82
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Equações de Mapeamento - Projeção Policônica* Projeção Pseudo-azimutal

Dados Iniciais: São projeções azimutais nas quais os paralelos são arcos circulares e os
meridianos são curvos.
Coordenadas da Origem do Sistema Local
ϕ0 - Latitude
λ0 - Longitude do Meridiano Central
Coordenadas de um ponto genérico: ( ϕ, λ )

Caso Esférico (Raio R) Caso Elipsoidal (a, e)


x = R.∆λ  x = a.∆λ 
 para ϕ = 0 ϕ=0
y = − Bϕ 0 
para
y = − R.ϕ 0 
x = R. cot ϕ. sen E  x = N. cot ϕ. sen E 
ϕ≠0 ϕ≠0
y = B − Bϕ 0 + N. cot ϕ(1 − cos E )
 para para
y = R [ϕ − ϕ 0 + (1 − cos E ). cot ϕ]
Exemplo do reticulado de uma projeção azimutal (a esquerda) e de uma projeção pseudo-azimutal (a
com com direita), para o caso polar.
E = ∆λ. sen ϕ , ∆λ = λ − λ 0 E = ∆λ. sen ϕ , ∆λ = λ − λ 0

Dist. ao longo dos meridianos (p./ esfera):


(
N = a 1 − e2 sen2 ϕ )
−1 / 2
Projeção Pseudo-cilíndrica
B - comprimento de arco de meridiano.
1 − cos 2 ϕ. cos E  E − cos E 
h= c/ D = artg 
 Nas projeções pseudo-cilíndricas os paralelos são representados por linhas retas e
sen ϕ. cos D
2 2
 sec ϕ − cos E  os meridianos são curvos.
Dist. ao longo dos paralelos: k=1

Aparência do reticulado para a Projeção Policônica para (ϕ0, λ0) = (0o, -54º) e modelo esférico.

* SNYDER, J. P.; Map Projections Used by the U. S. Geological Survey – Geological Survey Exemplo de uma projeção cilíndrica (a esquerda) e de uma pseudo-cilíndrica (a direita).
Bulletin 1532, United States Government Printing Office, Washington, 1982. 313p.

Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 83 Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 84
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Projeção de Mollweide
Projeção Pseudo-azimutal Projeção Homolográfica* de Mollweide

• No aspecto polar os paralelos são representados por arcos circulares concêntricos e os meridianos
são mostrados como curvas (ou linhas retas) convergindo para o centro. Características da projeção, conforme Snyder (1987):

Algumas projeções:
- Propriedade preservada: área (é equivalente);
- Projeção Equivalente Pseudo-azimutal (Wiechel) - descrita em 1879 - Pseudo - cilíndrica;
- Projeção TsNIIGAiK (Ginzburg ) - descrita em 1952 (apenas no aspecto obliquo) (Projeção - O meridiano central (MC) é uma linha reta e os meridianos nas longitudes 90º E e W
com isolinhas ovais) são circunferências, enquanto todos os demais são elipses;
- Os paralelos são igualmente espaçados;
Exemplo:
- A escala é verdadeira ao longo dos paralelos 40º 44’ 12’’ N e S;
Projeção Pseudo-azimutal Equivalente de Wiechel
- O equador, na projeção, possui o dobro do comprimento do MC.
Aspecto polar
Desenvolvida em 1879 por H. Wiechel, na Alemanha.
Foi apresentada por C. B. Mollweide em 1805. Em 1857 J. Babinet reapresentou esta
projeção como o nome de Projeção Homalográfica, sendo também conhecida como
Homolográfica.

Trecho do script usado para geral a projeção de Wiechel (Bugayevskiy e Snyder, 1995)

set title "SISTEMAS DE PROJEÇÃO EM CARTOGRAFIA\n\


Projeção Equivalente Pseudo-azimutal de Wiechel"
Y(lat,lon)=r*( sin(lon)*cos(lat) - (1-sin(lat))*cos(lon) )
X(lat,lon)=-r*( cos(lon)*cos(lat) + (1-sin(lat))*sin(lon) )
plot 'world.dat' using (Y($2,$1)):(X($2,$1)) t "" with lines 8 8
rep 'world.mer' using (Y($2,$1)):(X($2,$1)) t "" with lines 3 3
rep 'world.par' using (Y($2,$1)):(X($2,$1)) t "" with lines 1 1
pause -1 " Fechar janela ? "

* Homolográfica ou Homalográfica: do grego homalos ou homos (mesmo) e graphos (escrita)


(SNYDER, 1987), sendo sinônimo de equivalente.

Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 85 Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 86
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PROJEÇÃO HOMOLOGRÁFICA DE MOLLWEIDE MAPEAMENTO (Φ,Λ) → (X,Y) PARA A PROJEÇÃO
HOMOLOGRÁFICA DE MOLLWEIDE

Projeções cilíndricas e pseudo-cilíndricas


Conversão (φ,λ) → (x,y)

2 2
x= .R.(λ − λ 0 ). cos θ
π (1)
y = 2 .R.senθ

sendo θ um ângulo auxiliar que pode ser calculado a partir de φ pela equação abaixo:

2θ + sen(2θ) = πsenϕ . (2)

A Equação 2 é uma equação Transcendental uma vez que não existe uma solução direta (e
exata) para θ, devendo ser usada uma solução iterativa.

SOLUÇÃO DA EQUAÇÃO TRANSCENDENTAL


2θ + sen (2θ ) = πsenϕ

Etapa 1) Adote um valor para ε, em radianos, que será usado como uma tolerância
para o valor estimado de θ.

Etapa 2) Faça k=0 e determine um valor inicial para θ(k), que pode ser:
θ(0)=π.sin(φ)/4.

Projeção de Mollweide Etapa 3) Determinar θ(k+1) por:

θ( k +1) =
1
2
[ (
π.senϕ − sen 2θ( k ) )]
Etapa 4) Se θ
( k +1)
− θ( k ) < ε
Se Sim: Vá para Etapa 5
Se Não: Faça k=k+1
Vá para Etapa 3
Fonte: http://interactiva.matem.unam.mx/, 2010. Etapa 5) O valor procurado é θ(k+1).

Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 87 Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 88
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SOLUÇÃO (MAIS EFICIENTE) DA EQUAÇÃO TRANSCENDENTAL PROJEÇÃO HOMOLOGRÁFICA DE MOLLWEIDE
2θ + sen(2θ) = πsenϕ
EXEMPLO 1

Uma solução mais rápida para este problema pode ser dada usando o método de Newton-
Raphson, como pode-se ver em Snyder (1987). Na sequência o algoritmo é detalhado.

Etapa 1) Adote um valor para ε e fazer θ’= φ

Etapa 2) Calcular uma correção para θ’ por


πsenϕ − senθ'−θ'
∆θ' =
1 + cos θ'

Etapa 3) Atualizar θ’ fazendo


θ’= θ’+∆θ’

Etapa 4) Se ∆θ' < ε


Se Sim: Vá para Etapa 5
Se Não: Vá para Etapa 2
Fonte: http://interactiva.matem.unam.mx/, 2010.
Etapa 5) O valor procurado é θ=θ’/2.

COMPARAÇÃO DAS SOLUÇÕES DA EQUAÇÃO EXEMPLO 2


2θ + sen (2θ) = πsenϕ
Cálculo para 3 latitudes diferentes
Tolerância ε=0.000001”

Solução sem usar Solução por


Newton-Raphson Newton-Raphson

φ=-2º
θ calculado -1.57087089º -1.57087089º
Número de iterações 9879 3

φ=-45º
θ calculado -36.3020311º -36.3020311º
Número de iterações 21 5

φ=-88º
Fonte: Wikimedia Commons (http://commons.wikimedia.org/wiki), 2010.
θ calculado -83.5314201º -83.5314201º
Número de iterações 770 10

Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 89 Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 90
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EXEMPLO 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS / BIBLIOGRAFIA

BAKKER, M. P. R. de Cartografia - Noções Básicas. DH21-1, 1965. 242p.


BLACHUT, T. J., CHRZANOWSKI, A., SAASTAMOINEN, T. J. Urban surveying and mapping.
New York: Springer-Verlag, 1979.
BUGAYEVSKIY, L. M., SNYDER, J. P. Map Projections - A reference Manual. London: Taylor &
Francis, 1995.
GALO, M. Sistemas de projeção derivados da Projeção Transversa de Mercator: conceitos básicos e
formulação. Notas de aula do curso de Graduação em Eng. Cartográfica, Departamento de
Cartografia, UNESP, Presidente Prudente, 2010.
MAILING, D. H. Coordinate Systems and Map Projections, second edition. Oxford: Pergamon Press,
1992.
SNYDER, J. P. Flatening the Earth - Two Thousand Years of Map Projections. Chicago: The
University of Chicago Press, 1997.
SNYDER, J. P. Map Projections – A Working Manual. U.S. Geological Survey Professional Paper
Fonte: http://www.mapsanddirections.us, 2010. 1395. Washington, 1987.

Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 91 Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 92
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Escolha da Projeção Cartográfica Adequada Exemplos de Projeções “não convencionais”

INTRODUÇÃO Projeção Azimutal


Logarítmica (Logarithmic
Azimuthal Projection),
No. de projeções teoricamente possível. ∞ baseada no princípio
No. de projeções descritas na literatura. ≈ 400 apresentado por Hägerstrand
No. de projeções construídas. ≈ 200 (1957). A região central
No. de projeções comumente utilizadas. < 50 ampliada é centrada em
No. de projeções utilizadas para todos os propósitos < 30 Estocolmo.
(menos para atlas).
Fonte (MALING, 1992) Fonte: Snyder (1997).

• Dependendo do trabalho em questão pode-se ter uma grande liberdade de escolha da


projeção.

Por exemplo: Atlas

Neste caso o objetivo é a construção de mapas que normalmente possuem


escala pequena.
Região de abrangência: um país inteiro, continente, hemisfério ou todo o
planeta.
Projeção Azimutal
• No caso de algumas aplicações específicas (navegação, mapeamento topográfico, etc.) a
Equivalente “Magnifying-
liberdade de seleção fica limitada.
Glass” (”Magnifying-Glass”
Azimuthal Equal-area
Projection), centrada nas
coordenadas (φ, λ)=(45º N,
85º W).

Fonte: Snyder (1997).

Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 93 Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 94
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Exemplos de Projeções “não convencionais” FATORES QUE INFLUENCIAM A ESCOLHA DA PROJEÇÃO ADEQUADA

• Todas projeções tem distorção (independente da magnitude e do tipo)


Projeção Craig Mecca (The
Craig Mecca Projection ou Partindo deste fato, pode-se usar como objetivo principal o seguinte critério:
Mecca Projection). Projeção
retroazimutal centrada em "Selecionar a projeção na qual a distorção extrema seja a menor possível,
Mecca, desenvolvida por dentre todas as possíveis projeções que podem ser usadas para mapear a
James I. Craig (1868-1952) mesma área."
em 1909.
Este é um critério bem objetivo, no entanto outros elementos podem ser considerados.
Uma projeção retroazimutal
preserva o azimute verdadeiro
medido a partir do centro a
A finalidade do mapa
qualquer outro ponto.

Fonte: Snyder (1997).


A finalidade a que se destina o mapa.
Pode e geralmente
e determina a propriedade
especial.
um certo conhecimento de como ele será
utilizado.

Exemplo 1:

Necessidade: Mapa que preserve a forma de um país.

Pode-se fazer a escolha de uma projeção (conforme) na qual o aumento das áreas na
fronteira do país seja o mínimo possível, ou seja, na qual o exagero em área seja o
menor.

Exemplo 2:

Necessidade: Mapa que preserve a área de um país.

Pode-se fazer a escolha de uma projeção (equivalente) na qual a deformação angular


(na forma) seja a menor possível.

Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 95 Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 96
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Projeções para o mapeamento de pequenas áreas ou países pequenos
Se nenhuma propriedade específica for Pode utilizar uma representação de erro-
definida. mínimo.
Para áreas de pequenas dimensões as possibilidades são inúmeras (a projeção utilizada não
importa muito).
Neste tipo de projeção não é atendida necessariamente nenhuma propriedade específica
(eqüidistância equivalência ou conformidade) mas sim o fato de que os erros decorrentes das projeção - Isto ocorre quando o erro provocado pela projeção é menor do que o erro gráfico
são minimizados sobre a região a ser mapeada. Exemplo de função* a ser minimizada: admissível (0,2mm).
- Nesta situação as medidas feitas sobre o mapa não são afetadas pela projeção.

∫ [(1 − a ) + (1 − b) ].senz.dz ,
z =β 2 2
z =0
Relação entre a dimensão a ser mapeada e as tolerâncias admissíveis, para
onde: a, b - Fatores de escala; alguns países e continentes (Fonte: MALING, 1992)
z=0o - Centro da área a ser mapeada;
z=β - Determina o afastamento de um ponto genérico da borda da região
de interesse em relação ao centro da projeção. O mapa de todo o Oeste da Europa pode ser preparado considerando as seguintes tolerâncias:

- ± 2% para erro relativo em área.


- 1o para o erro máximo angular.

Para o caso do Canadá, URSS, as tolerâncias seriam:

- ± 3% para erro relativo em área.


- 3-5o para o erro máximo angular.

Deste modo pode-se considerar que para áreas maiores, as tolerâncias admissíveis devem ser
maiores.

Alguns outros exemplos:

Mapa equivalente da Ásia:


- distorção angular máxima de 15o
Mapa equivalente da África e América do Sul:
- distorção angular máxima da ordem de 6o a 8o.

*
Fonte: Maling (1992) e Bugayevskiy e Snyder (1995). Este critério foi proposto inicialmente por G. B. Airy em
1861, dando origem à Projeção azimutal de erro-mínimo de Airy.
Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 97 Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 98
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A escolha da origem, aspecto e classe da projeção Regra de Young para a seleção da classe

• Num estágio preliminar do processo de escolha da projeção pode-se considerar a posição da Utiliza os seguintes elementos (ver figura)
origem.

- Normalmente o ponto de distorção nula é escolhido nas proximidades do centro da


área a ser mapeada. z - máxima distância radial (em graus).
- As linhas de distorção nula (LDZ) devem ser orientadas ao longo da maior extensão
do país ou região. δ - mínima "largura" ou separação dos círculos z
"paralelos" (em graus).
• A escolha da origem e a seleção da direção das linhas de distorção nula já determina o
aspecto7 da projeção.
δ
• A forma da região tem influência na seleção de um ponto de distorção nula ou linhas de
distorção nula (que tem relação com a classe8).

• Estes três elementos (origem, aspecto, classe) estão intimamente relacionados e devem ser
considerados juntos. Parâmetro utilizado na Regra de Young: razão z/δ.

• Na abordagem tradicional, para a escolha das classes, três regras são comumente z/δ < 1,41 Projeção azimutal
apresentadas* :
z/δ ≥ 1,41 Projeção Cônica (ou cilíndrica)
Critérios utilizados na Regra de Young (MALING, 1992).

- Se o pais a ser mapeado se localiza


Considera-se as projeções cilíndricas.
Chile z=16o δ =7o Indica que a projeção mais indicada
na região tropical z/δ=2,3 dever ter da classe cônica ou cilíndrica.
Austrália z=19o δ =30o Indica que a projeção mais indicada
- Se o pais a ser mapeado se localiza z/δ=0,63 deve ser da classe azimutal.
Considera-se as projeções cônicas.
em latitudes temperadas Exemplos para o Chile e Austrália.
- Se o pais a ser mapeado se localiza
Considera-se as projeções azimutais.
nas regiões polares
*Estas regras NÃO são rígidas.

7
Aspecto: normal, obliquo e transverso. Richards e Adler (1972) não usam o termo aspecto mas sim
posição (da superfície de projeção).
8
Classe: plano, cone ou cilindro. Richards e Adler (1972) não usam o termo classe mas sim natureza
(da superfície de projeção).
Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 99 Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 100
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Escolha dos paralelos padrão para as projeções cônicas - Constante de Aparência de Algumas Projeções
Kavraisky

Existem diversas possibilidades, uma delas é o uso da constante de Kavraisky.

Sendo ϕN e ϕS as latitudes limites norte e sul da área a ser mapeada, as latitudes dos paralelos
padrão podem ser obtidas por:

ϕ2 = ϕN - ∆
ϕ1 = ϕS + ∆
∆ = (ϕN - ϕS )/K

onde: K é um fator que depende da forma da região a ser mapeada (constante de Kavraisky).

K=7 ϕN K=5 ϕN
ϕ2 ϕ2
ϕ0 ϕ0
ϕ1 ϕ1
ϕS ϕS

K=4 ϕN K=3 ϕN
ϕ2 ϕ2
ϕ0 ϕ0
ϕ1 ϕ1
ϕS ϕS

Constante de Kavraisky (K) para diferentes formatos.


Adaptado de (MALING,1992).

Outros critérios podem ser considerados.

Por ex.: Condição de Chebyshev

"A soma dos quadrados dos erros em escala sobre a região deve ser mínima."

REFERÊNCIAS

MALING, D. H. Coordinate Systems and Map Projections, second edition. Oxford : Pergamon Press,
1992.
RICHARDS, P., ADLER, R. K. Map Projections. Amsterdam: North Holland Publishing Company,
1972.

Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 101 Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 102
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS / BIBLIOGRAFIA

BAKKER, M. P. R. de Cartografia - Noções Básicas. DH21-1, 1965. 242p.


BLACHUT, T. J., CHRZANOWSKI, A., SAASTAMOINEN, T. J. Urban surveying and mapping.
New York: Springer-Verlag, 1979.
BOMFORD, G. Geodesy. Oxford: Oxford University Press, 1952.
BUGAYEVSKIY, L. M., SNYDER, J. P. Map Projections - A reference Manual. London: Taylor &
Francis, 1995.
CARVALHO, F. R. de Cadastro Geoambiental Polivalente / Projeção TM (Conforme de Gauss).
Informativo COCAR, ano VI, Número especial CGP-04, Dezembro, 1984.
CHAGAS, C. B. Teoria e Prática do Sistema UTM da Projeção Conforme de Gauss. Diretoria do
Serviço Geográfico, 1959.
DIRETORIA DO SERVIÇO GEOGRÁFICO Manual Técnico - Coordenadas planas sistema UTM,
1a parte. Rio de Janeiro, 1959.
GALO, M. Sistemas de projeção derivados da Projeção Transversa de Mercator: conceitos básicos e
formulação. Notas de aula do curso de Graduação em Eng. Cartográfica, Departamento de
Cartografia, UNESP, Presidente Prudente, 2011.
ILIFFE, J. C. Datums and map projcctions for Remote Sensing, GIS and Suveying. Bristol: Whittles
Publishing, 2002. 150p.
Imagem gerada a partir de um mosaico de imagens em cor natural, adquiridas com o sensor MISR KREYSZIG, E. Advanced Engineering Mathematics, Seventh Edition. Singapore: John Wiley &
(Multi-angle Imaging SpectroRadiometer) da NASA. Sons, 1993.
MAILING, D. H. Coordinate Systems and Map Projections, second edition. Oxford: Pergamon Press,
A região mostrada é limitada pelos paralelos 48º N e 32º N e pelos meridianos de longitude 16º W e 8º
1992.
E, que corresponde a uma parte da Europa e África.
RICHARDUS, P., ADLER, R. K. Map Projections. Amsterdam: North Holland Publishing Company,
Projeção: Cônica Equivalente de Albers. Fonte: http://earthobservatory.nasa.gov/ 1972. 174p.
Acesso: Novembro de 2007. SNYDER, J. P. Map Projections – A Working Manual. Washington: United States Government
Printing Office, 1987. U. S. Geological Survey Professional Paper 1395.
VANICEK, P., KRAKIWSKY, E. J. Geodesy, the concepts. Amsterdam: Elsevier Science Publishers,
1986.

Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 103 Notas de Aula de Cartografia II / UNESP - Departamento de Cartografia – 2011 104
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