Você está na página 1de 7

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE

JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO SUL

DEIXA DE RECOLHER AS CUSTAS DE PREPARO


EM RAZÃO DO OBJETO DO AGRAVO (ASSISTENCIA JUDICIARIA GRATUITA)

CONDOMÍNIO EDIFÍCIO ITATI pessoa jurídica de direito


privado, inscrita no CNPJ sob o nº xxxxxxxxxxxxxxxxx, sito à rua Luiz Afonso, nº 580,
bairro Cidade Baixa, CEP 90050-310, Porto Alegre/RS, nos autos da AÇÃO DE COBRANÇA
DE COTAS CONDOMINIAIS em que contende com LUIZ, brasileiro, separado
judicialmente, pecuarista, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o nº
xxxxxxxxxxxxx, portador da cédula de identidade RG nº 3029329384, residente e
domiciliado na rua General Portinho, nº 164, bairro Centro, na cidade de Santa Vitória do
Palmar/RS; MARIA, brasileira, separada judicialmente, professora estadual, inscrita no
Cadastro de Pessoas Físicas sob o nº xxxxxxxxxxxxxxxx, portadora da cédula de
identidade RG nº xxxxxxxxx, residente e domiciliada na Av. Bento Gonçalves, nº 1537,
bairro Centro, na cidade de Santa Vitória do Palmar/RS; LUIZ, brasileiro, solteiro,
técnico em radiologia, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o nº
xxxxxxxxxxxxxxxx, portador da cédula de identidade RG nº xxxxxxxxxxxxxxx, residente
e domiciliado na rua Luiz Afonso, nº 580, apto 302, bairro Cidade Baixa, na cidade de
Porto Alegre/RS; ARIANE, brasileira, solteira, estudante, inscrita no Cadastro de Pessoas
Físicas sob o nº 007.572.420-06, portadora da cédula de identidade RG nº xxxxxxx,
residente e domiciliada na rua Luiz Afonso, nº 580, apto 302, bairro Cidade Baixa, na
cidade de Porto Alegre/RS; UBIRATAN, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o nº
017.399.140-82, portador da cédula de identidade RG nº xxxxxxxxxxxxxxx, residente e
domiciliada na Av. Bento Gonçalves, nº 1537, bairro Centro, na cidade de Santa Vitória
do Palmar/RS; e ALINE, brasileira, solteira, auxiliar administrativa, residente e
domiciliada na rua Luiz Afonso, nº 580, apto 302, bairro Cidade Baixa, na cidade de Porto
Alegre/RS; vem respeitosamente à presença de Vossas Excelências, por intermédio de
sua advogada adiante assinada, com fulcro nos arts. 101 e 1.015 e seguintes do Código
de Processo Civil, interpor

AGRAVO DE INSTRUMENTO
para o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, por não se conformar,
data máxima vênia, com a decisão proferida pela M. M. Julgadora da 15ª Vara Cível do
Foro Central de Porto Alegre nos autos do processo nº 001/1.05.0210558-9, que
indeferiu o pedido de concessão do benefício de gratuidade da justiça, a fim de ver
reformada a referida Decisão, requerendo às Vossas Excelências que se dignem a
recebê-lo e a processá-lo, distribuindo o presente a uma das Colendas Câmaras deste
Egrégio Tribunal.

www.marabizaecosta.com.br
Av. Augusto Meyer, nº 40, sala 703 - Bairro Auxiliadora
Cep.: 90.550-110 - Porto Alegre/RS - Fone: (51) 3094.2066
Após a decisão desta egrégia Corte, requer a agravante seja comunicada ao Juiz
“a quo” tal decisão.

Ademais, informa o agravante que deixa de recolher o preparo, visto que


ora pugna pela concessão de gratuidade da justiça.

Para fins de cumprimento do disposto no art. 1.017 do Código de Processo Civil,


anexa nesta oportunidade a agravante cópia dos seguintes documentos, os quais
expressamente declara serem fiéis aos documentos originais: petição inicial (fls. 2 a 4),
procurações dos advogados do agravante (fls. 5 e 506, e substabelecimentos que ora se
juntam), sentença (fls. 111 e 112), inicial de execução de sentença (fls. 116 a 120),
embargos dos ora agravados (fls. 188 a 193), procurações dos advogados dos agravados
(fls. 194, 195, 196, 197, 199, 202, 735 e 736), emenda a inicial (fls. 321 a 326),
contestação (fls. 591 a 604), sentença (fls. 650 a 651), petição de cumprimento de
sentença (fls. 793 a 795), certidão de trânsito em julgado (fl. 799 a 800), despacho de
cumprimento de sentença (fl. 801), conta de custas (fl. 802), pedido de gratuidade de
justiça (fl. 806), extrato da conta corrente do agravante (fl. 807), decisão agravada (fl.
808) e publicação da decisão agravada (fl. 809).

Em cumprimento ao disposto no art. 1.016, inciso IV, do Código de Processo Civil,


a agravante informa o nome e o endereço profissional dos advogados constantes do
processo, a saber, (i) do agravante: FABÍOLA BARREIROS MARABIZA, OAB/RS nº
50.914, TANIA APARECIDA WILK, OAB/RS nº 65.855, e DÉBORA LEQUES SOMMER,
OAB/RS nº 98.496 (substabelecimento que ora se apresenta), ambas com escritório
profissional à Av. Augusto Meyer, n.º 40 sala 703, Bairro Auxiliadora, em Porto
Alegre/RS; e (ii) dos agravados: AIRES ROBERTO VEIRAS MARTINS, OAB/RS nº 6.402,
ROBERTO XAVIER MARTINS, OAB/RS nº 40.197, com escritório profissional à rua
Gonçalves Chaves, nº 708, na cidade de Pelotas; e CLÍCIO BARBIERO GOLIN, OAB/RS nº
57.586, e CAMILA ZANCHIN GOLIN, OAB/RS nº 67.659, SABATTI & ADVOGADOS,
sociedade de advogados OAB/RS nº 4.597, e sócios LIVIO ANTÔNIO SABATTI, OAB/RS
nº 76.879, e WALKIRIA PINHEIRO CARDOSO, OAB/RS nº 78.535, todos com escritório
profissional à rua Barão do Gravataí, nº 238, sala 507, Bairro Menino Deus, na cidade de
Porto Alegre/RS.
Termos em que pede deferimento.
Porto Alegre, 29 de novembro de 2017.

FABÍOLA TANIA
OAB/RS nº OAB/RS nº

DÉBORA
OAB/RS nº

www.marabizaecosta.com.br
Av. Augusto Meyer, nº 40, sala 703 - Bairro Auxiliadora
Cep.: 90.550-110 - Porto Alegre/RS - Fone: (51) 3094.2066
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

MINUTA DE AGRAVO DE INSTRUMENTO

Processo de origem: 001/1.05.0210558-9


Vara: 15ª Vara Cível do Foro Central de Porto Alegre/RS
Agravante: CONDOMÍNIO EDIFÍCIO ITATI
Agravados: LUIZ
MARIA
LUIZ
ARIANE
UBIRATAN
ALINE

COLENDOS JULGADORES

I - BREVE SÍNTESE DO PROCESSO

Trata-se de ação de cobrança de cotas condominiais (fls. 2 a 4), ora em fase de


cumprimento de sentença, ajuizada contra o espólio de Paulo Emanuel de Oliveira, o qual
“deixou fluir in albis o prazo contestacional”, como demonstra a sentença de fls. 111 e
112 do processo, cuja cópia ora se anexa a esta peça processual.

A sentença suprarreferida julgou procedentes os pedidos formulados na exordial,


condenando o espólio de Paulo Emanuel de Oliveira ao pagamento de cotas condominiais
vencidas, acrescidas de juros, de correção monetária, de multa e de honorários
advocatícios.

Diante da procedência dos pedidos, ajuizou o ora agravante ação de execução de


sentença (constantes das fls. 116 a 119 do processo, cujas cópias acompanham a
presente petição).

Os sucessores de Paulo Emanuel de Oliveira ingressaram no feito, requerendo o


reconhecimento de nulidade da citação e a suspensão do leilão à época designado (fls.
188 a 193).
www.marabizaecosta.com.br
Av. Augusto Meyer, nº 40, sala 703 - Bairro Auxiliadora
Cep.: 90.550-110 - Porto Alegre/RS - Fone: (51) 3094.2066
Após a anulação dos atos processuais em decorrência da falta de citação dos
herdeiros de Paulo Emanuel de Oliveira, o condomínio ora agravante apresentou emenda
à petição inicial para incluir os herdeiros do de cujus no polo passivo da demanda (fls.
321 a 326).

Os demandados apresentaram contestação, requerendo a improcedência dos


pedidos exarados na petição inicial (fls. 591 a 604).

O juízo a quo proferiu nova sentença, julgando procedente “o pedido contido na


ação de cobrança de cotas condominiais” e condenando os réus ao pagamento de tais
verbas, acrescidas de correção monetária e de encargos moratórios, bem como ao
pagamento das custas processuais e de honorários advocatícios (fls.650 a 651).

Transitada em julgado a sentença condenatória supra mencionada (fl. 799), o ora


agravante requereu seu cumprimento (fls. 793 a 795).

O juízo de primeira instância determinou que a parte demandada pagasse “o valor


indicado no demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, acrescido de custas, se
houver”, advertindo os ora agravados acerca do acréscimo de multa e de honorários de
advogado na hipótese de não cumprimento voluntário (fl. 801).

A conta de custas emitida pela contadoria judicial informa débito no importe de


R$4.455,07 (quatro mil quatrocentos e cinquenta e cinco reais e sete centavos) (fl. 802).

O condomínio ora agravante, em razão de insuficiência de recursos financeiros


para arcar com os valores relativos às custas processuais de distribuição do cumprimento
de sentença, requereu a concessão do benefício da gratuidade da justiça, com fulcro no
art. 98 do Código de Processo Civil (fl. 806). O exequente anexou aos autos do processo
extrato de conta corrente do condomínio, demonstrando a veracidade de suas afirmações
(fl. 807).

O juízo a quo, entretanto, indeferiu o pedido de assistência judiciária gratuita, sob


o argumento de que o condomínio não teria “demonstrado de forma escorreita que a
parte autora não tenha condições de arcar com as custas e despesas processuais” (fl.
808).

Data venia, tal decisão não merece prosperar, como se demonstrará a seguir.

II – DA NECESSIDADE DE CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DA GRATUIDADE DA


JUSTIÇA

Conforme consta da síntese da demanda acima desenvolvida, uma vez indicado


na conta de custas emitida pela contadoria judicial (fl. 802) como responsável pelo

www.marabizaecosta.com.br
Av. Augusto Meyer, nº 40, sala 703 - Bairro Auxiliadora
Cep.: 90.550-110 - Porto Alegre/RS - Fone: (51) 3094.2066
pagamento das custas e despesas processuais relativas ao cumprimento de sentença, o
condomínio ora recorrente requereu ao juízo de primeira instância a concessão do
benefício da gratuidade da justiça, demonstrando a indisponibilidade de valores em caixa
para arcar com tais encargos (fls. 806 e 807). A decisão ora agravada, entretanto,
denegou tal pedido, dado que considerou não restar comprovada a necessidade
financeira do condomínio (fl. 808).

O art. 98 do Código de Processo Civil garante a gratuidade da justiça enquanto


direito devido a “pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência
de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios”.

Muito embora o Código de Processo Civil não delimite os meios necessários à


comprovação da insuficiência de recursos financeiros para suportar os encargos
processuais, mostra-se razoável e oportuno que condomínio edilício possa demonstrar a
necessidade do benefício da assistência judiciária gratuita por meio do saldo disponível
em caixa destinado ao pagamento dos custos relativos a sua manutenção, considerando-
se igualmente os valores mensalmente recebidos a título de pagamento de cotas
condominiais.

Ao se analisar o extrato da conta corrente do condomínio (fl. 807), verifica-se que


o saldo disponível não alcança a importância devida a título de custas processuais, as
quais representam o valor de R$ 4.455,07 (quatro mil quatrocentos e cinquenta e cinco
reais e sete centavos) (fl. 802).

Considere-se, ademais, que os valores de que o condomínio eventualmente


disponha destinam-se ao pagamento de despesas fixas, de sorte que a utilização de tais
recursos para o pagamento de custas processuais prejudicaria a manutenção dos
serviços indispensáveis a sua manutenção.

Pondere-se, por relevante, que o condomínio exequente compõe-se de 17


(dezessete) apartamentos residenciais, conforme se verifica na respectiva convenção (fl.
6), e que mesmo as cotas condominiais mais elevadas não ultrapassam o montante de
R$200,00 (duzentos reais) mensais (fl. 807).

Ao se ratear o valor das custas processuais pelo número de unidades condominiais


pagantes, a saber, 16 (dezesseis) apartamentos (dado que o imóvel cujos débitos
constituem o objeto da presente demanda não adimple suas obrigações para com o
condomínio), obtém-se o importe de R$278,44 (duzentos e setenta e oito reais e
quarenta e quatro centavos).

Conclui-se, portanto, que a importância pela qual estariam os condôminos


obrigados a título de custas processuais representa valores superiores a 2 (duas) cotas
condominiais para um número considerável de apartamentos. Somando-se ainda esses
valores à cota condominial fixa, verifica-se que o débito processual em muito oneraria as
famílias residentes do condomínio, que teriam de suportar em um único mês até 3 (três)
vezes o valor ordinariamente pago para despesas condominiais.
www.marabizaecosta.com.br
Av. Augusto Meyer, nº 40, sala 703 - Bairro Auxiliadora
Cep.: 90.550-110 - Porto Alegre/RS - Fone: (51) 3094.2066
Dada a inviabilidade prática de os condôminos arcarem com as custas relativas à
fase de cumprimento de sentença, não somente a satisfação do crédito buscado pelo ora
agravante estariam prejudicada, mas o próprio acesso à justiça, garantido pela ordem
constitucional brasileira, estar-lhe-ia sendo negado.

Importa salientar que esta egrégia Corte já reconheceu em outras oportunidades


a viabilidade de concessão do benefício ora pleiteado a condomínios residenciais que
demonstrem não dispor de condição financeira suficiente para satisfazer as custas
processuais. Confira-se o julgado abaixo:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. BENEFÍCIO DA GRATUIDADE DA


JUSTIÇA. CONDOMÍNIO RESIDENCIAL. DEFERIMENTO. É de
ser concedido o benefício da gratuidade da justiça quando os
documentos acostados aos autos levam à conclusão de que a
parte postulante não tem condições de satisfazer as custas
processuais e os honorários advocatícios. Comprovação de
que o condomínio encontra-se com situação financeira que
autoriza a concessão do beneplácito. Aplicação do disposto no
art.932, VIII, do CPC/2015, no art. 169, XXXIX, do RI do
TJRGS e na Súmula 568 do STJ. Julgamento monocrático.
Agravo de instrumento provido. (Agravo de Instrumento Nº
70075429761, Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Voltaire de Lima Moraes, Julgado em
24/10/2017).

Confirma-se, portanto, a imperiosidade de concessão do benefício da gratuidade


da justiça ao exequente, uma vez que não dispõe dos recursos financeiros necessários
para suportar as custas processuais relativas à fase de cumprimento de sentença, de
sorte a se enquadrar na previsão normativa constante no caput do art. 98 do Código de
Processo Civil.

Subsidiariamente, em se considerando a improvável possibilidade de o


requerimento de assistência judiciária gratuita ser denegado, requer desde já o
agravante seja-lhe deferida a redução das despesas processuais, conforme permite o
parágrafo 5º do art. 98 do Código de Processo Civil.

Ainda subsidiariamente, na eventualidade de os pedidos anteriores não serem


atendidos por esta egrégia Corte, requer o agravante a concessão do direito ao
parcelamento das mencionadas despesas, segundo prevê o parágrafo 6º do
suprarreferido dispositivo legal.

www.marabizaecosta.com.br
Av. Augusto Meyer, nº 40, sala 703 - Bairro Auxiliadora
Cep.: 90.550-110 - Porto Alegre/RS - Fone: (51) 3094.2066
III – DO PEDIDO

Por todo o exposto, vem a agravante REQUERER a Vossas Excelências que o


presente agravo de instrumento seja conhecido e integralmente provido, reformando-se
a decisão proferida pelo douto juízo de primeiro grau e determinando-se (i) a concessão
da gratuidade da justiça ao ora agravante, segundo as disposições do caput do art. 98 do
Código de Processo Civil, visto que os requisitos autorizadores da concessão do benefício
se verificam plenamente preenchidos no caso ora sub iudice; (ii) subsidiariamente, a
redução das despesas processuais, conforme o permissivo do parágrafo 5º do art. 98 do
Código de Processo Civil; e (iii) ainda subsidiariamente, a concessão do direito ao
parcelamento das mencionadas despesas, segundo prevê o parágrafo 6º do
suprarreferido dispositivo legal.

Nestes termos, pede e espera deferimento.

Porto Alegre, 29 de novembro de 2017.

FABÍOLA
OAB/RS nº

TÂNIA
OAB/RS

DÉBORA
OAB/RS nº 98.496

www.marabizaecosta.com.br
Av. Augusto Meyer, nº 40, sala 703 - Bairro Auxiliadora
Cep.: 90.550-110 - Porto Alegre/RS - Fone: (51) 3094.2066

Você também pode gostar