Com o fenômeno da globalização, os mercados ampliaram-se e romperam
as fronteiras, levando o marketing a nível internacional. Segundo Dias e Rodrigues (2004), o marketing internacional pode ser visto como o esforço mercadológico empreendido pelo vendedor para o desenvolvimento de canal junto a seus consumidores em outro país, respeitando as peculiaridades intrínsecas daquela localidade.
2 MARKETING INTERNACIONAL NO COMÉRCIO EXTERIOR
De acordo com o site do Sebrae, a estratégia de destinar uma parcela da
produção para o mercado externo permite que a empresa amplie o número de clientes e reduza os efeitos da sazonalidade do produto. Portanto, a principal vantagem de se conquistar mercados externos é a diminuição dos riscos do negócio. O Sebrae também aponta outras vantagens para a exportação, sendo elas: o impacto positivo nas contas da empresa, levando a melhoria no fluxo de caixa, na maximização do capital de giro e na redução de custos financeiros; o incremento da competitividade, pois a exportação exige aperfeiçoamento dos métodos de produção e de controle de qualidade; a interação com novos mercados propicia o acesso e desenvolvimento de tecnologia e know-how para adequar o produto aos padrões de exigência dos novos mercados; a possibilidade de economia de escala na produção, já que o aumento do número de clientes leva à redução do custo por unidade, aumentando também a capacidade de negociação na compra da matéria-prima; os ganhos de marketing e status, uma vez que a exportação para mercados com alto grau de exigência por parte dos consumidores indica a alta qualidade do produto exportado; o nome e a marca da empresa exportadora passam a ser uma referência em relação à concorrência. Ao decidir investir no mercado internacional, alguns cuidados devem ser tomados. Dias e Rodrigues (2004) alertam para alguns desses cuidados. Segundo eles, após definir o país no qual se lançar, deve-se analisar suas características relevantes, e definir a forma como essa internacionalização se dará. Aspectos demográficos, geográficos, fatores econômicos, tecnológicos, 4
socioculturais e planos e metas nacionais devem ser amplamente pesquisados,
favorecendo assim o sucesso da internacionalização. Para Kotler e Armstrong (2007), o marketing internacional deve ser gerenciado de três maneiras diferentes: organizar um departamento de exportação, criar uma divisão internacional e, por fim, a empresa se torna uma organização global. A seguir será demonstrado um roteiro sugerido pelo Sebrae que contém quinze etapas a serem seguidas quando se decide atuar no mercado externo.
2.1 Roteiro para atuação no mercado externo
a) Identificar mercados de destino: a empresa deve selecionar países que têm
carência do produto fabricado ou apresentem aspectos favoráveis no tocante a preços praticados, tributos, logística, fatores culturais, entre outros; b) Verificar se o produto fabricado não tem restrições para ser exportado: a empresa deve checar junto aos órgãos governamentais, se a legislação brasileira e a aplicada no país escolhido como destino de suas futuras vendas permitem a comercialização do produto em questão; c) Efetuar o credenciamento como exportador: para obter plena habilitação para exportar, a empresa deve efetuar o credenciamento no Cadastro de Exportadores e Importadores (R.E.I.) no Siscomex – Sistema Integrado de Comércio Exterior e no sistema de Registro e Rastreamento da Atuação de Intervenientes Aduaneiros (Radar); d) Obter informações sobre a incidência de impostos e sobre os incentivos às exportações: as informações referentes à tributação na exportação sobre qualquer produto podem ser fornecidas pela Secretaria da Receita Federal. As exportações brasileiras são beneficiadas por incentivos fiscais e tributários que compreendem a não incidência de IPI e ICMS, a isenção do Cofins E PIS, a manutenção de créditos fiscais de IPI e ICMS, Crédito presumido do IPI, a redução da alíquota do Imposto de Renda na remessa de divisas para o exterior para pagamento de despesas de promoção comercial de produtos brasileiros e a utilização do drawback (suspensão ou isenção do recolhimento de taxas e impostos incidentes na importação de bens utilizados na fabricação de produtos exportados ou a exportar); 5
e) Enviar informações sobre o produto ao importador, tais como catálogos, lista
de preços e amostras: identificado o cliente com potencial, a empresa deve fazer contato, enviando o maior número de informações possíveis sobre seu produto e colocar-se à disposição para enviar esclarecimentos técnicos e sobre sua atuação comercial mais detalhada; f) Definir se a exportação vai ser realizada com ou sem intermediário: a empresa deve analisar qual a melhor opção para suas vendas, se diretamente, sem a atuação de intermediários, emitindo a fatura proforma em nome do importador, providenciando a documentação e recebendo o pagamento diretamente de seu cliente, ou se através de uma empresa comercial exportadora, uma trading companies e outras opções de exportação indireta; g) Formalizar o negócio: o negócio deve ser formalizado mediante o envio de fatura proforma com a previsão de entrega, a via de embarque (transporte aéreo, marítimo ou terrestre), a condição de venda (Incoterm) e a modalidade de pagamento (antecipada, remessa direta, cobrança documentária ou carta de crédito), para aprovação do importador; h) Preparar a mercadoria para ser embarcada: programar a produção para entregar as quantidades e especificações acordadas com o cliente; i) Confirmar com o importador se já providenciou a abertura da carta de crédito ou o pagamento e solicitar a autorização para efetuar o embarque: concluída a produção, o exportador deverá solicitar ao importador a confirmação da abertura da carta de crédito e avisando que a mercadoria já está pronta para ser embarcada. Embora haja outras formas de pagamento, a segurança oferecida por essa modalidade faz com que seja a mais utilizada no comércio internacional. O importador deve enviar uma autorização de embarque; j) Providenciar o processo de preparação da documentação pré-embarque: de posse da autorização de embarque emitida pelo importador, a empresa deve providenciar a seguinte documentação: Romaneio ou Packing List, Nota Fiscal, RE – Registro de Exportação, Conhecimento de Embarque e Certificados, se for o caso; k) Embarque da mercadoria e despacho aduaneiro: após a emissão de tais documentos, a empresa deverá efetuar o embarque dos bens, providenciando o despacho aduaneiro na Secretaria da Receita Federal, pois a verificação 6
física e da documentação é realizada por seus agentes nos terminais
aduaneiros. Todas as etapas do despacho podem se feitas por meio do Siscomex, pelos despachantes credenciados; l) Efetuar a contratação da operação de câmbio: a empresa deve negociar com uma instituição financeira autorizada a conversão do valor em moeda estrangeira, relativo à aquisição da mercadoria, para o pagamento em reais, mediante a formalização de um contrato de câmbio; m) Preparar a documentação pós-embarque: fatura Comercial, RE, SD - Solicitação de Despacho, Saque ou Cambial, Apólice de Seguros, Visto Consular, Conhecimento de Embarque, e certificados de origem, se for o caso. Esses documentos serão apresentados ao importador; n) Apresentar os documentos ao importador: a documentação acima deverá ser apresentada ao um banco indicado pelo importador, demonstrando, na hipótese de utilização de carta de crédito, de que todas as especificações demandadas pelo importador foram cumpridas; o) Liquidação do câmbio: quando a carta de crédito ou o pagamento em moeda estrangeira forem transferidos para o banco do exportador, deverá ser feita a liquidação do contrato de câmbio de acordo com as condições nele descritas, com o recebimento pelo exportador do valor da exportação em reais.
3 CONCLUSÃO
Com a globalização o mercado vem se tornando cada dia mais competitivo
e exigente. Frente a esta tendência as empresas estão buscando atuar em mercados internacionais, uma alternativa para vencer a concorrência local. A localidade sem duvida é um fator importantíssimo para se conquistar vantagem competitiva e para esta prática as empresas devem se ater a fatores sociais, regionais, políticos, econômicos, cambio, regras internacionais, promover pesquisas sobre os paises que se deseja comercializar para prever todas as situações possíveis, procurar formulas criativas e competentes para garantir a melhoria contínua de seus produtos e serviços, requisitos importantíssimos para a elaboração do plano de marketing referente a cada região com o objetivo de proporcionar a satisfação de seus clientes em todo o mundo. 7
REFERÊNCIAS
DIAS, R.; RODRIGUES, W. Comércio Exterior: teoria e gestão. São Paulo: Atlas, 2004.
KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 12 º ed. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2007.
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing: a bíblia do markting.
12ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
SEBRAE. Um roteiro para atender os requisitos para a exportação: Verifique
alguns pontos estratégicos e descubra se sua empresa está preparada para exportar. Artigo disponível em: <http://www.sebrae.com.br/customizado/internacionalizacao-da-micro-e-pequena- empresa/conheca-o-projeto/como-exportar/integra_bia?ident_unico=13584> Acesso em: 02/04/2011.