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Aula 1º

História e Surgimento
do Empreendedorismo

Em nossa primeira aula, faremos uma rápida introdução


sobre o termo empreendedorismo e sua evolução histórica
no Brasil e no mundo. Trataremos ainda sobre os números atuais
do empreendedorismo, especialmente no Brasil. Para tanto, o
conteúdo desta aula tem como base principal os estudos de José
Carlos Assis Dornelas (2001) e dados da Pesquisa GEM (2011).
Por se tratar de uma contextualização sobre o tema, é
fundamental que haja muita dedicação e motivação!
Uma sugestão, para isso, é estabelecer planos adequados à
sua rotina diária de estudos e procurar cumpri-los, outra é buscar
frequentemente a ajuda de colegas de curso e da professora.
Afinal, você faz parte de uma comunidade colaborativa de
construção do saber! Pense nisso...
Boa Aula!

Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• reconhecer a origem e a evolução do empreendedorismo;


• identificar, em linhas gerais, o empreendedorismo no Brasil;
• apontar e analisar alguns dos principais dados do empreendedorismo.
Empreendedorismo 6
efetiva sobre o tema, vejamos, a seguir, um resgate histórico
Seções de estudo de acordo com os pressupostos de Dornelas (2001).
A palavra “empreendedor” (entrepreneuer) tem origem
francesa e quer dizer aquele que corre riscos e começa algo
1- Origem e evolução do empreendedorismo novo (DORNELAS, 2001, p. 27).
2- Empreendedorismo no Brasil Segundo Dornelas (2001), o termo foi utilizado pela
3- Dados do empreendedorismo primeira vez por Marco Pólo (empreendedor), que assinou
um contrato com um homem que tinha dinheiro (capitalista)
Vamos iniciar nossos estudos reconhecendo a origem e a evolução para vender mercadorias. Enquanto o capitalista era alguém
histórica do empreendedorismo, especialmente no Brasil. que assumia riscos de forma passiva, o empreendedor assumia
Veremos que o empreendedorimo foi e é usado, especialmente, para papel ativo, correndo diversos riscos.
designar as pessoas ousadas e visionárias que estimulavam o progresso Na Idade Média, o empreendedor deixa de assumir riscos
econômico, mediante novas e melhores formas de agir! Então, vamos à e passa a gerenciar grandes projetos de produção. Os recursos
aula?! geralmente vinham por meio de incentivos governamentais.
No século XVII surgem os primeiros indícios da
relação entre assumir riscos e o empreendedorismo. Richard
1- Origem e evolução do Cantillon é considerado, por muitos, o criador do termo
empreendedorismo empreendedorismo, por ser um dos primeiros a diferenciar o
1.1 Contextualização fornecedor do capital (capitalista) daquele que assume riscos
(empreendedor).
Antes de estudar efetivamente as origens do Foi no século XVIII que capitalista e empreendedor
empreendedorismo, é importante saber que, com o foram finalmente diferenciados, certamente em função do
passar do tempo, determinados conceitos administrativos início da industrialização. Como exemplo, podemos citar as
predominaram, de acordo com o contexto social, político, pesquisas de eletricidade e química de Thomas Edison, que só
cultural, tecnológico, dentre outros de cada momento foram possíveis por meio de financiamento.
histórico. No final do século XIX e início do século XX, o termo
Observe, a seguir, os principais conceitos que foram empreendedor é confundido com gerente ou administrador
dominantes em cada época e o posicionamento que o (fato que ainda ocorre na atualidade).
empreendedorismo assumiu no referido contexto:
SABER MAIS
A palavra empreendedorismo foi utilizada em 1950, pelo economista
Joseph Schumpeter, como sendo uma pessoa com criatividade e
capaz de fazer sucesso inovando. Mais tarde, em 1967, com Kenneth
E. Knight e, em 1970, com Peter Drucker, foi introduzido o conceito de
risco, pois uma pessoa empreendedora precisa correr riscos em algum
negócio. E, em 1985, com Gifford Pinchot, foi introduzido o conceito de
Intraempreendedor, uma pessoa empreendedora, mas dentro de uma
organização (PROJOVEM EMPREENDEDOR, 2013).

Fialho et al (2007) destaca que no final do século XX,


com a descoberta da tecnologia digital, a humanidade evoluiu
de uma sociedade capitalista industrial para uma sociedade
Figura 1.1 Evolução das ações e conceitos administrativos. Fonte: LYRIO (2008).
neossocialista do conhecimento.
Importante - leitura complementar:
O mundo tem passado por diversas transformações
Os primórdios do empreendedorismo
em curtos períodos de tempo, especialmente no século
Se considerarmos a evolução humana, pode-se dizer que o homem
XX, quando foram criadas a maioria das invenções que
primitivo já possuía uma veia empreendedora. Naquela época, para
revolucionaram o planeta e, em consequência, o modo de
sobreviver era necessário construir diversas ferramentas que tinham por
vida das pessoas.
objetivo agilizar a caça de animais. Para se ter uma ideia, o Homo Habilis,
Vale salientar que essas invenções são frutos de
um dos ancestrais da atual raça humana, surgiu há aproximadamente 2
inovações, de algo novo ou de algo já existente e que foi
milhões de anos, e já possuia hábitos de caça.
inovado. Elas surgiram a partir de ideias e oportunidades
Milhares de anos se passaram e um importante salto para o
detectadas por pessoas que acreditaram e fizeram acontecer,
empreendedorismo ocorreu com as grandes civilizações antigas.
ou seja, os empreendedores.
Um bom exemplo são os egípcios, famosos por suas pirâmides. Para
1.2 Origem e evolução construir uma dessas maravilhas, estima-se que eram necessários 30
mil homens e 20 anos de trabalho. Na agricultura pode-se observar a
CONCEITO perspicácia desse povo, que aproveitava a cheia do rio Nilo para preparar
O conceito de empreendedorismo é antigo e assumiu a terra para o plantio da safra seguinte. Além disso, eles foram muito
diversas vertentes ao longo do tempo. Para compreensão mais importantes para áreas como a matemática e a engenharia.
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Empreendedorismo em ascensão Foi com base neste cenário que o termo
Mas o que eram apenas esforços para a sobrevivência (dos homens empreendedorismo se popularizou em nosso país, a partir
primitivos) e demonstração do conhecimento acumulado ao longo da preocupação com a criação de empresas duradouras e
dos séculos (como as construções edificadas pela civilização egípcia), que se estabilizassem no mercado, sem “naufragar” logo nos
posteriormente ganhou contornos econômicos a partir do século XV. primeiros meses de vida.
Pelas palavras de Fernand Braudel “asgrandes concentrações econômicas Segundo Dornelas (2001), o empreendedorismo no
pedem concentrações de meios técnicos e o desenvolvimento da Brasil começou a se formar, mais especificamente na década
tecnologia: assim ocorreu com o Arsenal de Veneza no século XV, com a de 1990, a partir do momento em que entidades como
Holanda no século XVII, com a Inglaterra no século XVIII”. SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
O século XVI também merece especial atenção. Movidos pela Empresas) e SOFTEX (Sociedade Brasileira para Exportação
efervescência das feiras internacionais da época (as feiras de Antuérpia, de Software) foram criadas.
de Frankfurt e de Lyon são alguns exemplos), os europeus desbravaram Antes disso praticamente não se ouvia falar em
o mundo em uma época que ficou conhecida como o período das empreendedorismo e em criação de pequenas empresas no
Grandes Navegações. Holandeses, ingleses, portugueses e espanhóis Brasil, uma vez que o ambiente político e econômico do país
são os grandes representantes desse movimento, expandindo suas não eram propícios e o empreendedor praticamente não
missões empreendedoras pelos demais continentes do mundo. encontrava informações e bases suficientes para auxiliá-lo em
A inteligência e a eficácia do trabalho humano cresceram de tal seu empreendimento.
forma que a produção (principalmente de mercadorias e alimentos) No Brasil, o empreendedorismo ganhou forças e
tornou-se excessiva. Para dar vazão a esse acúmulo é que surgiu o se popularizou a partir da década de 90 com a abertura
mercantilismo, a semente de tudo que conhecemos hoje em termos de da economia, que propiciou a criação de diversas entidades
empreendedorismo (ADMINISTRADORES, 2013). voltadas para o tema, bem como com o envolvimento mais
ativo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Finalmente, é válido salientar que entramos na Sociedade Empresas, SEBRAE, o processo de privatização das grandes
do conhecimento, em que as exigências econômicas e estatais e a abertura do mercado interno para concorrência
mercadológicas demandam cada vez mais conhecimento externa.
e treinamentos mais sofisticados, de forma a manter a Antes disso, o termo empreendedor era praticamente
competitividade das organizações. desconhecido e a criação de pequenas empresas era limitada
Reconhecendo que o empreendedor ao longo da história em função do ambiente político e econômico, nada favorável
procurou apresentar constantemente um novo olhar sobre ao país (GRECO et al, 2010, p. 27).
o mundo e, por conseguinte, à medida que presenciava a A Softex foi criada com o intuito de levar as empresas de
evolução, abriu novas trilhas, explorou novos conhecimentos, software do Brasil ao exterior. Foi com os programas criados na
dentre outras consquistas. Softex em todo o país junto com as incubadoras de empresas e
A seguir, você será convidado a entender como o universidades/cursos de ciência da computação/informática,
empreendedorismo evoluiu em nossa nação. que o tema empreendedorismo começou a despertar na
sociedade brasileira.
2- Empreendedorismo no Brasil Desse modo, até então, o termo plano de
negócios era praticamente desconhecido, e até
No final do século XX, a partir das tentativas de ridicularizadas pelos pequenos empresários.
estabilização da economia brasileira e do processo de Passados 20 anos, pode-se dizer que o Brasil entra neste
globalização, surge a necessidade de as grandes empresas novo milênio com todo potencial para desenvolver um dos
brasileiras aumentarem a competitividade, reduzirem custos, maiores programas de ensino de empreendedorismo de todo
elevarem os lucros, de forma a manterem-se no mercado. o mundo, comparável apenas aos Estados Unidos, onde mais
A consequência maior desse processo foi o aumento do de 2.000 escolas ensinam empreendedorismo.
índice de desemprego, especialmente nas grandes cidades.
Esse fato levou muitos ex- funcionários a buscarem soluções
abrindo seu próprio negócio como forma de sobrevivência.
A maioria não tinha experiência no ramo e por falta de
conhecimento do mercado colocava em risco suas economias
pessoais.

Figura 1.2 Empreendedorismo no Brasil. Fonte: BLOGSPOT IAGRAMRN.


Empreendedorismo no Brasil: uma visão otimista. Disponível em: http://
iagramrn.blogspot.com.br/2011/07/empreendedorismo-no- brasil-uma-visao.
html. Acesso em: 19 jan. 2013. Figura 1.3 Representação do empreendedorismo. Fonte: arquivo pessoal.
Empreendedorismo 8
Atualmente, o SEBRAE é um dos órgãos mais Países Países Países
conhecidos entre os micros e pequenos empresários ou dos impulsionados por impulsionados impulsionados
futuros empreendedores que buscam iniciar ou melhorar seu fatores pela eficiência pela inovação
empreendimento. Entretanto, possuem como opção obter
Argélia África do Sul Alemanha
suporte por meio de seus programas EMPRETEC e Jovem
Empreendedor. Bangladesh Argentina Austrália
O SEBRAE, de certa forma, está implantando a cultura Guatemala Barbados Bélgica
empreendedora por meio de palestras em universidades Irã Bósnia e Herzegovina Cingapura
e empresas brasileiras que visam direcionar e despertar o
Jamaica Brasil Coréia do Sul
espírito empreendedor, além de promover, em parceria com
outros países, o Desafio SEBRAE, uma competição entre Paquistão Chile Dinamarca
acadêmicos de várias nacionalidades, que têm como tarefa Venezuela China Emirados Árabes
administrar uma empresa virtual. Unidos
Portanto, percebe-se que o início da difusão do Colômbia Eslovênia
empreendedorismo no Brasil, nasce por conveniência do
Croácia Espanha
governo e sobrevivência de muitos trabalhadores que saíram
das grandes estatais após o processo de privatização e com o Eslováquia Estados Unidos
aumento dos índices de desemprego. Hungria Finlândia
A partir disso, o governo se propõe a fornecer subsídios Letônia França
a fim de que os trabalhadores tivessem a possibilidade de
Lituânia Grécia
contribuir para o desenvolvimento e a geração de emprego
no Brasil. Malásia Holanda
Assim, temos que, atualmente em nosso país, o México Irlanda
empreendedorismo está disseminado e é fundamental para a
Panamá Japão
geração de riquezas, promovendo o crescimento econômico
e aprimorando as condições de vida da população. É também Peru Noruega
um fator importantíssimo na geração de empregos e renda Polônia Portugal
(GRECO et al, 2010). Romênia Reino Unido
Rússia República Tcheca
3- Dados do empreendedorismo Tailândia Suécia
Tridade e Tobago Suíça
Os dados a seguir foram extraídos da pesquisa GEM Turquia Taiwan
(Global Entrepreneurship Monitor), realizada no início do ano Uruguai
de 2011 pelo IBQP (Instituto Brasileiro de Qualidade e
Produtividade) em parceria com o SEBRAE e o SESI- Figura 1.4 - Classificação dos países participantes segundo as fases do
desenvolvimento econômico. Fonte: GEM (2011, p. 19).
SENAI.
O GEM é um consórcio internacional. Seu objetivo
VOCÊ SABIA?
consiste em medir a evolução do empreendedorismo
O GEM iniciou-se em 1999, fruto de uma parceria entre Babson College e
e identificar os fatores favoráveis e inibidores do
London Business School, duas escolas internacionalmente reconhecidas.
empreendedorismo. O relatório GEM 2011 foi produzido
Hoje o GEM é um projeto robusto, e consolidado como uma referência
a partir de dados provenientes de 54 países. No Brasil, foi
e uma fonte única de informações sobre empreendedorismo para
realizada, pelo 12º ano consecutivo.
pesquisadores do tema. Desde o ano 2000 o Brasil participa da pesquisa.
(GEM, 2011).
saber mais

O GEM agrupa as economias dos países participantes em três A pesquisa revelou que o Brasil é a 3ª maior população
níveis: Impulsionados por fatores: são dominadas pela agricultura de empreendedora, em números absolutos, entre os 54 países
subsistência e negócios extrativistas, com uma forte dependência do estudados, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Cerca
trabalho e dos recursos naturais. Países impulsionados pela eficiência: de 27 milhões de brasileiros possuem um negócio, ou estão
o desenvolvimento é caracterizado pela industrialização e pelos ganhos envolvidos na criação de um. Observa-se que este índice tem
em economias de escala, com predominância de grandes organizações aumentado consideravelmente, pois na pesquisa GEM de
intensivas em capital. E por fim, os países impulsionados pela inovação: à 2010, este número era de 21,1 milhões.
medida que o desenvolvimento avança, os negócios são mais intensivos A pesquisa mostra ainda que a maior parte dos
em conhecimento e o setor de serviços se expande (GEM, 2011). negócios está nas mãos de jovens e que eles cada vez estão
empreendendo mais. Dos 27 milhões de empreendedores
A figura 1.4 apresenta os países participantes brasileiros, mais de 50%, 14,4 milhões, têm entre 25 e 44 anos.
da pesquisa 2011 classificados segundo os três níveis Outros 3,4 milhões têm entre 18 e 24 anos. Seis milhões estão
anteriormente descritos. na faixa de 45 a 54 anos, e 3,3 milhões têm mais de 55 anos.
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Em dados percentuais, do total de empreendedores, 20,8% A GEM revela ainda que em países onde haja má
estão na faixa de 18 a 24 anos enquanto 31,7% encontram- se distribuição de renda, como no Brasil, o jovem é obrigado
entre 25 e 34 anos. Na pesquisa, divulgada em 2009, a taxa de a entrar cada vez mais cedo no mercado de trabalho como
jovens entre 18 a 24 anos que empreendiam no Brasil era de forma de aumentar a renda familiar.
15%. Dessa forma, há predominância do jovem
Em relação ao estágio dos empreendimentos, 14,9% empreendedor, por necessidade, em atividades de baixa
correspondem a TEA (Taxa de empreendedores em estágio produtividade. Por falta de empregos formais, esse jovem
inicial, o que corresponde a 15 milhões de pessoas. E 12,2 busca no empreendedorismo uma opção de trabalho e renda.
são empresas já estabelecidas (mais de 3 anos), em números Em 2008, os jovens que empreendem por necessidade no
absolutos equivale a 12 milhões de pessoas. Brasil correspondem a 28% do total. Já a pesquisa GEM
A renda mensal obtida por 50% dos empreendedores 2011 revelou que houve um aumento na oferta de emprego,
chega a, no máximo, três salários mínimos. Um terço deles de forma que, houve uma queda de 5,4% no crescimento do
fatura entre três e seis salários mínimos e menos de 15% tira empreendedorismo por necessidade.
mais de seis salários mínimos por mês com o próprio negócio. A taxa é superior à média registrada entre 2001 e 2008,
A mulher brasileira é historicamente uma das que mais que era de 20,6%. Em 2008 tínhamos que o Brasil possuía um
empreende no mundo, ocupando a quarta posição. No Brasil, dos menores índices de participação de pessoas adultas de meia
as mulheres atingiram a quarta maior TEA dentre todos os idade (55-64 anos) no empreendedorismo, correspondente a
54 (cinquenta e quatro) países participantes da pesquisa apenas 3%, colocando-se assim na 40ª posição no ranking
em 2011. mundial.
Em 2011, entre os empreendedores iniciais, 51% são Já as pesquisas de 2010 e 2011mostraram que essa
homens e 49% mulheres, mantendo o equilíbrio entre gêneros realidade ainda continua.
no empreendedorismo nacional. Um dos fatores que incidem nesse quadro é a tendência
de universalização da previdência. Os aposentados conseguem
manter sua subsistência, e/ou deixando de fazer outras
atividades e/ou procurando alternativas de complementação
de renda no mercado como assalariado formal ou informal.
O sucesso e a capacidade de crescimento de um negócio
estão intimamente relacionados à sua inovação tecnológica.
Na análise do GEM 2011, os empreendedores brasileiros
em estágio inicial, parecem adotar pouca inovação tecnológica
em seus negócios, ficando na 46ª posição entre os 54 países
Figura 1.5 Mulher empreendedora. FONTE: NUVENDIGITAL. Patrão ou patroa? que participaram da pesquisa e na 21ª posição entre os 24
mulheres lideram empreendedorismo. Disponível em: http://nuvendigital.
com/?tag=mulher-empreendedora. Acesso em: 18 jan. 2013. países do grupo eficiência, conforme descrito na figura 1.4.
Já, em relação aos empreendedores estabelecidos, a posição
A pesquisa revela ainda que mulheres preferem negócios relativa brasileira melhora significativamente. Para esse grupo
como: beleza, alimentação, moda e estética. cujos negócios possuem mais tempo de existência, o Brasil
Estudos da OIT (Organização Internacional do salta para a 36ª posição em relação aos 54 países participantes
Trabalho) revelam que as mulheres possuem uma jornada de do estudo e para a 13ª posição, considerando os 24 países do
trabalho maior que os homens (cerca de cinco horas a mais grupo-eficiência.
por semana). As mulheres trabalham 58 horas semanais, Tais resultados podem sugerir que, no Brasil, em
sendo: 36 horas no mercado formal e 22 em atividades do lar. comparação com outros países, a adoção de novas tecnologias
O Brasil já passou pela fase de altas taxas de ocorre em um nível maior de maturidade do empreendimento.
empreendedorismo, característica de países muito pobres, Reflexo da realidade brasileira, dado que a compra de ativos de
como Bolívia, Peru e Angola. nível tecnológico alto ou médio exige investimentos de capital.
No Brasil, desde a pesquisa 2003, os empreendedores por Apesar de haver linhas específicas no Brasil para se adquirir
oportunidade são maioria, sendo que a relação oportunidade ativos a taxas de juros razoáveis, a maioria das empresas acaba
X necessidade tem sido superior a 1,4 desde o ano de 2007. deixando a compra de novas tecnologias para um momento
Em 2011, para cada empreendedor por necessidade, havia posterior aos seus primeiros anos de existência.
outros 2,1 que empreenderam por oportunidade. Este valor A pesquisa aponta ainda, que enquanto nos países do
é semelhante à média dos países integrantes, que foi de grupo-inovação a taxa de empreendedores aumenta à medida
2,2 empreendedores por oportunidade para cada um por que os indivíduos aumentam seu nível de escolaridade, no
necessidade. Brasil tal relação se mostrou inversa, ou seja, as taxas são
Ainda no Brasil, em 2011, entre os empreendedores menores à medida que o nível de escolaridade aumenta. Tal
por oportunidade, 43% o fizeram pela busca de maior fato pode ter pelo menos três explicações.
independência e liberdade na vida profissional; 35,2% pelo A primeira deve-se ao fato da alta taxa de empreendedores
aumento da renda pessoal; 18,5% apenas para a manutenção por necessidade ainda existente no Brasil, apesar desse
de sua renda pessoal, enquanto 3,3% citaram outros motivos, indicador ter melhorado substancialmente nos últimos anos.
ou seja, 78,2% vislumbram uma oportunidade de aprimorar a A segunda explicação refere-se à alta demanda por mão de
vida com o negócio que estão abrindo. obra qualificada pelas empresas brasileiras, que se encontram
Empreendedorismo 10
em um momento de expansão econômica forte e com altos
níveis de recrutamento e seleção de empregados. Finalmente, Vale a pena
pode-se considerar o baixo nível de escolaridade da população.
Contudo, é possível perceber a evolução do
empreendedor brasileiro que, cada vez mais, está
ousado em enfrentar a concorrência e investir em novos
empreendimentos, sendo capaz de assumir riscos financeiros. Vale a pena ler
Ele é mais consciente e focado no empreendedorismo como
DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo:
uma opção de carreira. transformando ideias em negócios. Rio de Janeiro: Campus,
A economia brasileira encontra-se aquecida 2001.
favorecendo a criação de novos negócios e para que os FIALHO, Francisco Antônio Pereira et al.
mesmos se preparem para mercados mais competitivos. Há Empreendedorismo na Era do conhecimento. Florianópolis: Visual
muitas oportunidades de negócio. Books, 2007.
GRECO, Simara M. S. et al. Empreendedorismo no Brasil:
Atenção!!! 2010. Curitiba: IBQP, 2010.

A pesquisa GEM 2011, na íntegra, está disponível em: http://www.


sebrae.com.br/customizado/estudos-e-pesquisas/temas-estrategicos/
empreendedorismo/205-27-gem-2011-brasil-e-o-terceiro-pais-com-
maior-nb0-de/BIA_20527. Acesso em: 19 de jan. 2013.
Vale a pena acessar
Fique antenado!
ADMINISTRADORES. Empreendedorismo: origem
e desafios para o Brasil do século XXI. Disponível em:
No site do YouTube, assim como, em Material de Aula → LINKS
http://www.administradores.com.br/informe- se/artigos/
da plataforma você pode encontrar inúmeros vídeos sobre o
empreendedorismo-origem-e-desafios-para-o-brasil-do-
empreededorismo. Procure assistir alguns deles e se posicionar seculo- xxi/33075/. Acesso em: 25 jan. 2013.
criticamente em relação ao conteúdo. BLOGSPOT IAGRAMRN. Empreendedorismo no
Com os conhecimentos que está adquirindo, cada vez mais você se torna Brasil: uma visão otimista. Disponível em: http://iagramrn.
capaz de superar o senso comum sobre as informações disponibilizadas blogspot.com.br/2011/07/empreendedorismo-no- brasil-
nos diferentes meios de comunicação e utilizá-las como fontes de uma-visao.html. Acesso em: 19 jan. 2013.
pesquisa, sempre que considerar que se tratam de conhecimentos úteis! LYRIO, M. V. L. Gestão: empreendedorismo (2008).
Disponível em: http:// mauriciovll.files.wordpress.
com/2008/03/empreendedorismo_apostila.pdf. Acesso
em: 19 jan. 2013.
Retomando a aula NUVENDIGITAL. Patrão ou patroa? mulheres
lideram empreendedorismo. Disponível em: http://
nuvendigital.com/?tag=mulher-empreendedora. Acesso
em: 18 jan. 2013.
PROJOVEM EMPREENDEDOR.
Parece que estamos indo bem! Então, para encerrar Empreendedorismo. Disponível em: http://
a Aula 1, vamos recordar os temas que foram projovemempreendedor.blogspot.com.br/2011/10/
abordados: empreendedor-e-o-termo- utilizado-para.html. Acesso em:
25 jan. 2013.
SEBRAE. Estudos e pesquisas. Disponível em:
http://www.sebrae.com.br/customizado/estudos-e-
1- Origem e Evolução do Empreendedorismo
pesquisas/temas-estrategicos/empreendedorismo/205-
27-gem-2011-brasil-e-o-terceiro-pais-com-maior-nb0-de/
Estudamos, inicialmente, como foi o surgimento, bem BIA_20527. Acesso em: 19 de jan. 2013.
como a evolução do empreendedorismo.

2- Empreendedorismo no Brasil

Já na seção 2, tivemos a oportunidade de entender como Vale a pena assistir


foi a evolução do empreendedorismo no Brasil e como, em
linhas gerais, é aplicado até os dias atuais. GV #01: Os 3 elementos básicos do
Empreendedorismo. Disponível em: http://www.youtube.
3- Dados do empreendedorismo com/watch?v=o5I9cx2Tb64. Acesso em: 31 jan 2013.
Entrevista Sílvio Santos: exemplo de
Concluímos, na última seção, com base na pesquisa GEM empreendedorismo. Disponível em: http://www.youtube.
2011, alguns dos principais dados atuais do empreendedorismo com/watch?v=CTOaajZX-qo. Acesso em: 31 jan. 2013.
no mundo e principalmente no Brasil.
Aula 2º

Noções Gerais de
Empreendedorismo

Prezados(as) alunos(as), continuando nosso estudo, iremos,


no decorrer desta aula, compreender que empreendedorismo é um
termo que tem estado constantemente presente no vocabulário da
economia, dos negócios e da Administração. Designa os estudos
relativos ao empreendedor, seu perfil, suas origens, seu sistema de
atividades e seu universo de atividades e seu universo de atuação.
Mas, antes de prosseguirmos, faremos uma pequena pausa
para respondermos a um questionamento que você pode estar
se fazendo: Por que, sendo eu, um acadêmico(a) do curso de
Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas preciso
estudar Empreendedorismo? Não seria uma disciplina destinada
apenas para os acadêmicos do curso de Administração?
Pois bem, mesmo que você não queira ou não pense em
ser dono do seu próprio negócio, é imprescindível e/ou no mínimo
interessante obter conhecimentos sobre o empreendedorismo e
como ele pode ser aplicado em diferentes áreas de atuação (não
somente em Administração), pois todos nós, independente da área
que atuamos, temos a necessidade de pensar em inovar sempre,
fazer diferente, e o empreendedorismo nos ajuda a ter essa noção
de comercial, visão do mercado e de pensar em querer buscar algo
novo.
Pense nisso! E agora, os convido a iniciar a leitura desta aula.
Vamos lá?!
Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• reconhecer e entender o conceito e o processo de empreendedorismo;


• analisar e identificar as oportunidades de negócios;
• apontar e compreender quais são as oportunidades de negócios na internet.
Empreendedorismo 12
Pode-se dizer ainda que é aquele que detecta uma
Seções de estudo oportunidade e cria um negócio, assumindo riscos calculados,
seja na forma de gerenciar, vender, produzir, distribuir ou na
forma de fazer a propaganda (marketing) da empresa.
1– Conceito e fundamentação Vejamos a seguir, mais algumas definições na concepção
2– Processo empreendedor dos seguintes autores:
3– Oportunidades de Negócios • Robert Menezes - professor de Empreendedorismo da
4– Empreendedorismo e as novas oportunidades de UFCG comenta: “Empreendedorismo é aprendizado pessoal,
Negócios na Internet que impulsionado pela motivação, criatividade e iniciativa,
busca a descoberta vocacional, a percepção de oportunidades
e a construção de um projeto de vida ideal”.
1- Conceito e fundamentação • Robert Menezes disse que “Ser empreendedor é
preparar- se emocionalmente para o cultivo de atitudes
Antes de iniciar os estudos, observe a imagem a seguir e positivas no planejamento da vida. É buscar o equilíbrio nas
em seguida as considerações feitas sobre ela. realizações considerando as possibilidades de erros como um
processo de aprendizado e melhoramento. Ser empreendedor
é criar ambientes mentais criativos, transformando sonhos em
riqueza.”
• Eder Luiz Bolson disse que “empreendedorismo é
um movimento educacional que visa desenvolver
pessoas dotadas de atitudes empreendedoras e
mentes planejadoras”.
• Robert Menezes disse que “Empreendedorismo
é a arte de fazer acontecer com motivação e
criatividade”.
• Louis Jacques Fillion disse que o empreendedor é
uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões.
• Jeffry Timmons disse que o empreendedor é
Figura 2.1 Imagem para reflexão. Fonte: GOOGLE IMAGENS. Homepage.
Disponível em: http://www.google. com.br. Acesso em: 25 jan. 2013.
alguém capaz de identificar, agarrar e aproveitar
oportunidade, buscando e gerenciando recursos
O que você vê? Um pequeno gato que ao se olhar no para transformar a oportunidade em negócio de
espelho vê um leão? Acha que há algo de errado nisso? sucesso.
Apesar de ser um gato pequeno, aparentemente frágil e • Hélio Nascimento define o empreendedor como
indefeso, acredita ser um leão, forte e com garra. Por meio capaz de formar outro profissional melhor que ele.
disso, quero levá-los a uma reflexão: a imagem não é nada, o • Marcelo Benvenuto define o empreendedor como
importante é como nós a vemos. sendo aquele que detecta uma oportunidade e cria
Pois então, saiba que se você também se vê desta forma, um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo
tem tudo a se tornar um empreendedor de sucesso. riscos calculados.
Uma das principais características do empreendedor é a • George Bernard Shaw disse que “Alguns homens
confiança que ele tem em si mesmo, acreditar que é capaz de vêem as coisas como são, e perguntam: Por quê?. Eu
ser, crescer, vencer, transformar- se, apesar de suas condições sonho com as coisas que nunca existiram e pergunto:
atuais, nem sempre favoráveis, e de todas as adversidades que “Por que não?”. (WIKIPEDIA, 2013).
venha a encontrar pela frente.
São várias as definições encontradas para o termo Apesar do empreendedor ser mais conhecido como
empreendedorismo e cada autor tenta definir à sua maneira. sendo alguém que cria algo novo, também é considerado
Dornelas (2001, p. 21) destaca a definição dada por empreendedor aquele que inova em negócios já existentes.
Joseph Schumpter em 1949: “o empreendedor é aquele
que destrói a ordem econômica existente pela introdução SABER MAIS
de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas O empreendedor tem um novo olhar sobre o mundo à medida que
de organização ou pela exploração de novos recursos e presencia a evolução. Valoriza suas experiências, valoriza seu valor,
materiais”. tomando decisões e decisões acertadas. Abre novas trilhas, explora
O empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem, novos conhecimentos, define objetivos e dá o primeiro passo (WIKIPÉDIA,
se antecipa aos fatos e tem uma visão futura da organização 2013).
(DORNELAS, 2001). São pessoas diferenciadas, que possuem motivação
Para Fialho (2007), o que caracteriza o Empreendedor singular, apaixonadas e centradas no que fazem e não
é o uso que este faz da inteligência astuciosa em suas se contentam em ser mais um na multidão, buscam
particularidades. reconhecimento e admiração, desejam ser referenciadas e
Dolabela (1999), acredita que o empreendedor seja o imitadas. Requer devoção, comprometimento de tempo e
“motor da economia”, um agente de mudanças. esforços, de modo a fazer acontecer.
13
Dolabela (2009), destaca que não pode ser considerado
empreendedor uma pessoa que, por exemplo, adquira uma
empresa e não introduza nenhuma inovação (quer seja no
produto/serviço oferecido, quer na forma de vender, de
produzir, quer seja na maneira de tratar os clientes). Somente
gerenciar, não é ser empreendedor.
Em complemento ao parágrafo acima, destaca-se o que
diz Koche, (2009, p. 14): “fazer o que todos fazem dificilmente
irá lhe destacar, fazer diferente ou o mais difícil pode ser a
chave do sucesso”.
O empreendedorismo busca a autorrealização e quem
utiliza esse método de trabalho estimula o desenvolvimento
Figura 2.2 Definição de empreendedor. Fonte: BLOGSPOT ADM FUCAP 2009 1. como um todo.
Definição do empreendedor de sucesso. Disponível em: http://admfucap20091.
blogspot.com.br/2010/04/definicao-do- empreendedor-de-sucesso.html. Acesso
em: 18 jan. 2013. Lembre-se de que em sites como Scielo, Google Acadêmico, entre
outros, você pode encontrar sites com informações sobre os temas que
Dentro deste contexto, destaca-se ainda o empreendedor/ estamos estudando nesta Seção da Aula. Assim, é importante que realize
empregado, ou seja, aquele que introduz inovações em uma buscas, procure ler textos relacionados e amplie seu conhecimento em
organização (intraempreendedor). Falaremos sobre ele mais relação ao conteúdo.
adiante, na Aula 04. O hábito da pesquisa será fundamental para sua formação e para o dia
Fazendo uma análise das definições apresentadas, a dia de sua profissão!
percebe-se que em todas elas há pontos em comum. Podem
ser detectados no mínimo os seguintes aspectos:
• iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo 2- Processo empreendedor
que faz;
• utiliza os recursos disponíveis de forma criativa,
O processo empreendedor inicia quando fatores
transformando o ambiente social e econômico onde
externos, ambientais e sociais, aliados às aptidões pessoais do
vive;
empreendedor surgem, possibilitando o início de um novo
• aceita assumir os riscos e a possibilidade de fracassar.
negócio.

A figura 2.3 retrata os fatores que exercem influência no processo empreendedor:

Figura 2.3 Fatores ambientais e pessoais. Fonte: LYRIO, Maurício V. Leão. Apostila gestão: empreendedorismo (2008). Disponível em: http://mauriciovll.files.wordpress.
com/2008/03/empreendedorismo_apostila.pdf. Acesso em: 19 jan. 2013.
Empreendedorismo 14
O processo empreendedor envolve todas as funções, quatro fatores críticos, os quais nos possibilitam entender o
atividades e ações associadas com a criação de novas empresas processo empreendedor, são eles:
(ELSEVIER, 2013): • Talento – Pessoas;
• em primeiro lugar, o empreendedorismo envolve o • Tecnologia – Ideias;
processo de criação de algo novo, de valor; • Capital – Recursos;
• em segundo, requer a devoção, o comprometimento • Know-how – Conhecimento.
de tempo e o esforço necessário para fazer a empresa
crescer; São esses quatro fatores acima, agrupados, que refletem
• em terceiro, que riscos calculados sejam assumidos e nos negócios de sucesso. O processo empreendedor é
decisões críticas tomadas; é preciso ousadia e ânimo composto por fases, conforme listados a seguir e, em
apesar de falhas e erros. sequência, demonstrados na figura 2.4:
• identificar e avaliar a oportunidade;
Quando o assunto é inovação, remete-se naturalmente • desenvolver o plano de negócios;
ao termo inovação tecnológica como o principal diferencial • determinar e captar os recursos necessários;
de desenvolvimento econômico mundial, o qual depende de • gerenciar a empresa criada.

Figura 2.4 O processo empreendedor. Fonte: LYRIO, Maurício V. Leão. Apostila gestão: empreendedorismo (2008). Disponível em: http://mauriciovll.files.wordpress.
com/2008/03/empreendedorismo_apostila.pdf. Acesso em: 19 jan. 2013.

A figura 2.4, nos remete ao seguinte aprendizado: não E então? Entendeu de forma geral a ideia de processo empreendedor?
basta apenas abrir uma empresa. É preciso ir muito além, Em caso de resposta afirmativa: parabéns! Caso contrário, sugerimos a
identificar as oportunidades de mercado, ou seja, oferecer releitura da aula e a consulta às obras, periódicos e sites indicados ao
algo que os clientes procuram. Para isso, o empreendedor, final desta Aula. Mas, ainda há muitos outros conhecimentos a serem
precisa adquirir habilidades, conhecimento, capacitação sobre construídos sobre o tema. Vamos em frente!
a o ramo de negócio.
Desenvolver o Plano de negócios, levantar recursos, 3- Oportunidades de Negócios
buscar assessorias e por fim, o crucial, que consiste em
gerenciar o negócio, fazer com que o mesmo “sobreviva”, se
3.1 Ideia x oportunidade
mantenha competitivo e rentável.
É importante ressaltar que as fases não precisam ser Para Koche (2009), oportunidade de mercado pode ser
realizadas de forma sequencial, ou seja, nenhuma das fases um nicho não explorado ou que não está sendo explorado de
precisa ser completamente concluída para que se inicie a forma correta. Oportunidade não deve ser confundida com
próxima. ideia. Empreendedores sem sucesso confundem ideia com
oportunidade.
15
No entanto, para que uma ideia seja considerada uma
oportunidade de negócio e resulte em um negócio de fato,
além de ter algo diferente, deve corresponder às necessidades
ainda não satisfeitas pelo mercado, atender às necessidades
de pessoas, da cidade, da região, do país e, por que não, do
mundo.

Figura 2.5 Uma grande ideia. Fonte: BLOG DOS EMPREENDEDORES. Dez
passos para transformar uma ideia em negócio. Disponível em: http://
blogdosempreendedores.com.br/2011/05/26/dez-passos-para- transformar-uma-
ideia-em-negocio/. Acesso em: 18 jan. 2013.

As ideias geralmente são gerais e abstratas, enquanto que


as oportunidades de negócio representam uma possibilidade
concreta, uma porta aberta, voltada à realização na prática. No
entanto, quando aproveitadas de forma criativa, as ideias se
transformam em oportunidades.

SABER MAIS Figura 2.6 Ideia versus oportunidade. FONTE: BLOGSPOT JUNIARELLYAN. Ideia
X oportunidade. Disponível em: http://juniarellyan.blogspot.com/search/label/
Para ir além do texto presente no material de estudo você pode oportunidade. Acesso em: 18 jan. 2013.
ler o artigo Dez passos para transformar uma ideia em negócio,
publicado no BLOG DOS EMPREENDEDORES. Disponível em: http:// Porém, é preciso ficar atento, de olhos bem abertos,
blogdosempreendedores.com.br/2011/05/26/dez-passos-para- pois ideias surgem a todo o momento, mas as oportunidades,
transformar-uma-ideia-em-negocio/. Acesso em: 18 jan. 2013. geralmente são únicas.

Segundo Filion e Dolabela (2000), é comum a descoberta


de uma oportunidade de negócio surgir de uma ideia que a
pessoa vai “amadurecendo” na tentativa de inseri-la no
mercado. Muitas vezes a ideia pode ser o princípio de tudo,
mas nem sempre ela gera uma boa oportunidade de negócio.
Muitas, por falta de um objetivo, são descartadas antes mesmo
de serem testadas.
Para que ela realmente se concretize, se faz necessário
que entre em campo outro atributo indispensável, a atitude. É
preciso trabalhar essa ideia, amadurecê-la. Figura 2.7 Aproveite as oportunidades. Fonte: BLOGSPOT EVALDOCOSTA.
De acordo com Baron e Shane (2007) apud Sebrae Aproveite as oportunidades para revelar seu valor. Disponível em: http://
evaldocosta.blogspot.com.br/2012/02/ aproveite-as-oportunidades-para-revelar.
(2013), as ideias não surgem do nada e sim por meio de uma html. Acesso em: 19 jan. 2013.
combinação de elementos já existentes - “o que é novo é a
combinação - não os componentes que fazem parte dela”. Para Refletir
Segundo Maxwell Maltz: “as oportunidades são como o nascer do sol. Se
Atenção!!! você esperar demais, vai perdê-las”. Você concorda?
Para a maioria das pessoas, as boas ideias são daqueles que as veem
Finalmente, observa-se que saber identificar uma
primeiro,por sorte ou acaso.
oportunidade é fundamental para os empreendedores.
Para os visionários (os empreendedores), as boas ideias são geradas
Nesse interim, empreender trata-se de uma tarefa
daquilo que todos conseguem ver, mas não identificaram algo prático
arriscada, uma vez que se faz necessário ousar em um mercado
para transformá-las em oportunidade, por meio de dados e informação.
que já é dominado por grandes empresas. Esta coragem
Para Schumpeter (1949), o empreendedor é aquele que quebra a ordem
se refere às características de pessoas que têm coragem de
corrente e inova, criando mercado com uma oportunidade identificada.
arriscar e força para continuar seguindo as desventuras de
Para Kirzner (1973), o empreendedor é aquele que cria um equilíbrio,
um mercado globalizado. “Um dos principais atributos
encontrando uma posição clara e positiva em um ambiente de caos
do empreendedor é identificar oportunidades, agarrá-las e
e turbulência, ou seja, identifica oportunidades na ordem presente.
buscar os recursos para transformá-las em negócio lucrativo”
Porém, ambos são enfáticos em afirmar que o empreendedor é um
(DOLABELA, 1999, p.44).
exímio identificador de oportunidades, sendo um indivíduo curioso e
Isso significa afirmar que a inovação é o instrumento
atento a informações, pois sabe que suas chances melhoram quando
específico do espírito empreendedor, ou ainda, um ato que
seu conhecimento aumenta (ELSEVIER, 2013).
contempla os recursos com a nova capacidade de criar riqueza.
Empreendedorismo 16
3.2 Necessidades Para o empreendedor que deseja o sucesso e estar a
frente da concorrência é necessário satisfazer os clientes da
É fato inquestionável que o consumidor, seja uma forma mais eficaz e inovadora possível, para isso é preciso
pessoa ou uma empresa, compra produtos/serviços de forma estar bem preparados e portando a maior e melhor quantidade
a satisfazer suas necessidades, desde as mais básicas até as de conhecimento disponível.
mais supérfluas.
Assim sendo, é necessário ter conhecimento dos níveis 3.2 Como avaliar uma oportunidade
de necessidades, desde as primárias até as de realização. Filion
e Dolabela (2000) exemplificam o grau de necessidades, Uma vez descoberta uma oportunidade de negócio,
conforme mostra o quadro a seguir: avalie-a. Para isso, o mais adequado é adotar o método
FFOA (Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças), pois
a partir desse método o empreendedor irá avaliar quais são
Necessidades Oportunidades
suas forças e fraquezas, assim como as oportunidades de
Primárias Alimentação, bebida, confecções, moradia. negócio e as ameaças que o ambiente representa para o futuro
Segurança Extintor de incêndio, iluminação, travas, empreendimento.
serviços de vigilância. É necessário também que o empreendedor seja um
Sociais Organização de eventos, impressos para os bom observador para ter a percepção do surgimento da
mais diversos fins. oportunidade e não deixá-la passar. A capacidade de ter visão
e perseguir oportunidades aprimora-se com o tempo, assim
Reconhecimento Joias, cosméticos, canetas de luxo, automóvel.
chega-se ao feeling para as boas oportunidades.
Realização Computador, máquinas e ferramentas. Identificar e avaliar uma oportunidade são a parte mais
Tabela 2.1 Grau de necessidades. FONTE: FILION, Louis Jacques; DOLABELA,
difícil. Existe uma lenda segundo a qual a oportunidade é
Fernando. Boa ideia! E agora? São Paulo: Cultura, 2000. como um velho sábio barbudo, baixinho e careca, que passa
ao seu lado. Normalmente você não o nota.
Observe que alguns produtos podem corresponder a Quando percebe que ele pode ajudar você, tenta
diferentes necessidades ao mesmo tempo, como exemplo, desesperadamente correr atrás do velho e, com as mãos, tenta
cita-se um computador, que serve para trabalhar, estudar e ao tocá-lo na cabeça para abordá-lo. Mas, quando finalmente
mesmo tempo representa status. você toca na cabeça do velho, ela está toda cheia de óleo e
Tendo em vista que todos têm necessidades é correto seus dedos escorregam, sem conseguir segurar o velho, que
afirmar, de acordo com a pesquisa GEM, que a necessidade é vai embora.
um fator muito importante do ponto de vista do empreender. Quantas vezes você não sentiu que deixou o velho
Aqui vale ressaltar que necessidade se diz respeito não só aos passar? Realmente não é fácil, mas os empreendedores de
desejos do mercado consumidor, mas também a necessidade sucesso “agarram o velho” com as duas mãos logo no primeiro
do empreendedor de ter um trabalho e sua fonte de renda. instante, usufruindo o máximo que podem de sua sabedoria.
Quanto a isto, falaremos mais nas próximas aulas. Mas como se distingue o velho sábio daquele que não traz
algo de valor? Aí entra o talento, o conhecimento, a percepção
3.3 Tendências e o feeling do empreendedor. Muitos dizem que isso ocorre
por sorte. No entanto, muitos também dizem que sorte é o
Observar as tendências do ambiente é um modo de encontro da competência com a oportunidade! (ELSEVIER,
detectar oportunidades. Olhar para o futuro e prever as 2013).
necessidades do ambiente, imaginar o que os clientes irão
querer consumir daqui a alguns anos e o que fazer para
satisfazê-los.

Figura 2.8 Eu posso abrir um negócio inovador? Fonte: MUNDO SEBRAE. Eu Figura 2.9 Boas ideias. FONTE: EPAMA. Como identificar boas oportunidades.
posso abrir um negócio inovador? Disponível em: http://www.mundosebrae.com. Disponível em: http://www. epama.com.br/como-identificar- boas-oportunidades.
br/2009/08/eu-posso-abrir-um-negocio- inovador/. Acesso em: 19 jan. 2013. Acesso em: 19 jan. 2013.
17
CURIOSIDADE
4- Empreendedorismo e as novas Bill Gates, já dizia: “daqui a algum tempo, vão existir dois tipos de
oportunidades de Negócios na Internet empresas: as que fazem negócios pela Internet e as que estão fora dos
negócios”.
Este tópico foi extraído de Dailton Felipini.
Empreendedorismo: e as novas oportunidades de negócios trazidas Por essa importância da internet e do e-commerce que o
pela internet. Disponível em:http://e-commerce.org.br/ momento é bem propício para o empreendedorismo, podendo
empreendedorismo_web.pdf. Acesso em: 27 ago. 2009. até ser chamado de a era do empreendedorismo, porque é
A forma como as pessoas compram e realizam transações esse movimento econômico que está eliminando barreiras
vem mudando nos últimos anos. Devido especialmente a comerciais, culturais, encurtando distâncias, globalizando e
comodidade, as pessoas estão comprando cada vez mais pela renovando os conceitos econômicos, criando novas relações
Internet, e isso significa uma excelente oportunidade para de trabalho e novos empregos, quebrando paradigmas e
quem quer vender seu produto ou serviço e tem conhecimento gerando riqueza para a sociedade.
e competência para fazê-lo.
É muito mais fácil se estabelecer – e ser bem-sucedido saber mais
– em um setor que está em amplo crescimento, do que O e-Commerce abrange todo o processo on-line de desenvolvimento,
em outro que está saturado, ou até mesmo em declínio. A marketing, venda, entrega, atendimento e pagamento de produtos e
Internet representa um novo e promissor campo de atuação serviços negociados com clientes, com o apoio de uma rede mundial de
para os empreendedores. parceiros de negócios.
Como os negócios on-line são relativamente recentes, o
conhecimento na área ainda é restrito a poucos. A Internet A chamada nova economia, a era da Internet, mostrou
apresenta inúmeros nichos de mercado que podem se recentemente e ainda tem mostrado que boas ideias inovadoras,
transformar em negócios bem-sucedidos se devidamente know-how, um bom planejamento e, especialmente, uma
explorados. equipe competente e motivada são ingredientes poderosos
Os números do e-commerce no Brasil são extremamente que, quando somados no momento adequado, acrescidos do
favoráveis. Em 2010, o faturamento dele no Brasil ultrapassou combustível indispensável à criação de novos negócios – o
os R$ 13 bilhões. Não estão incluídas nessa estatística as capital – podem gerar negócios grandiosos em curto espaço
vendas de automóveis, leilões e passagens aéreas. Esses de tempo.
números incluem apenas as lojas virtuais que vendem roupas,
bebidas, remédios, livros, CDs, eletrodomésticos, eletrônicos
entre outros.
Esse número mostra uma forte tendência de crescimento,
que pode ser visualizada claramente na figura 2.10, onde, o
faturamento aumentou de 0,55 bilhões em 2001, para R$
13,60 bilhões em 2010.

eCommerce no Brasil - Faturamento Anual


Figura 2.11 Novas estratégias. Fonte: NOPATIO. E-commerce é coisa do passado!
Disponível em: http:// www.nopatio.com.br/comportamento/e- commerce-e-
coisa-do-passado/. Acesso em: 19 jan. 2013.

Para tanto, isso era algo inconcebível há alguns anos. O


contexto atual é propício para o surgimento de um número
cada vez maior de empreendedores, de acordo como mostra
o artigo: O processo empreendedor, disponível em: http://
www.elsevier.com.br/josedornelas/artigos_e_videos/
empreendedorismo_capitulo_2.pdf. Acesso em: 19 jan. 2013.

4.1 Lições de empreendedorismo


O palestrante Roberto Camargo, empresário e consultor
Figura 2.10 Faturamento anual do e-commerce (em milhões). Fonte: FELIPINI,
com mais de 16 anos de experiência na área, no Seminário
Dailton. Dados da empresa eBit. Disponível em: http://e-commerce. org.br/ de Empreendedorismo na Era Digital, contou sua trajetória
empreendedorismo_web.pdf. Acesso em: 27 ago. 2009.
empreendedora e quais as lições tirou durante este caminho,
são elas:
Cada vez mais empreendedores possuem conhecimento
desse fato e estão investindo neste canal de comercialização,
Leitura complementar
pois vender pela internet não é muito diferente de vender por
‘‘Como identificar oportunidades de negócios na sua região
meio de outro canal de comercialização. O fundamental é
Você já parou para pensar na diferença entre entre ideias e
conhecer muito bem o seu produto e seus clientes.
oportunidades, de que uma ideia por si só não é suficiente para a criação
Empreendedorismo 18
de um negócio de sucesso e que os empreendedores devem sempre 3 - Oportunidades de Negócios
buscar a identificação de oportunidades. Mas como fazer isso? Quais os
passos? Ou, qual o caminho das pedras? Já na Seção 3, entendemos os mecanismos da Ideia
Bem, em primeiro lugar você deve permitir que sua curiosidade fique em versus Oportunidade, bem como pudemos identificar como
evidência e estar atento(a) a tudo o que ocorre à sua volta, principalmente avaliar uma oportunidade.
aos problemas do cotidiano que muitas pessoas reclamam a respeito,
mas ninguém dá a devida atenção para resolvê-los. O importante aqui é 4 - Empreendedorismo e as novas oportunidades de
perceber que o problema deve ser coletivo, ou seja, que não se trate de Negócios na Internet
algo específico seu ou de poucas pessoas. Explico melhor: um problema
só se transformará em oportunidade de negócios quando muitas Para finalizar, acompanhamos, na Seção 4, as Lições de
pessoas sentirem seus efeitos… empreendedorismo de acordo com Roberto Camargo.
Vamos citar um exemplo. Imagine que no seu bairro, nos finais de
semana, muitas pessoas acordem um pouco mais tarde e queiram
tomar café da manhã fora de casa, mas que não exista na região uma Vale a pena
casa de café para suprir tal necessidade de forma completa, que se
diferencie das padarias ou negócios similares que tentam atender
esta demanda. Parece que você está identificando uma oportunidade
aqui… Mas cuidado! Você deve sempre se certificar de que as pessoas Vale a pena ler
realmente têm esta necessidade ou vontade não atendida, ou ainda, que
não estão satisfeitas com as ofertas existentes na região. Como? Faça DOLABELA, Fernando. O Segredo de Luísa. São Paulo:
uma pesquisa para saber das preferências das pessoas e identifique Cultura, 1999.
o perfil daqueles que têm este hábito. Procure saber que negócios já ______. Oficina do empreendedor. 6. ed. São Paulo: Cultura,
suprem ou tentam suprir esta necessidade e, Bingo, talvez você tenha 1999. DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo:
encontrado, de fato, uma boa oportunidade de negócios. transformando ideias em negócios. Rio de Janeiro: Campus,
Obviamente que antes de criar um negócio você deve fazer um estudo 2001.
mais criterioso de investimento e retorno, de análise da concorrência FIALHO, Francisco Antônio Pereira et al.
e, principalmente, do mercado potencial. Mas o início de tudo se dá Empreendedorismo na Era do conhecimento. Florianópolis: Visual
pela oportunidade identificada e, a partir daí, para uma análise mais Books, 2007.
detalhada. Nunca comece um negócio sem antes passar pelas fases de FILION, Louis Jacques; DOLABELA, Fernando. Boa
identificação da oportunidade e de planejamento e análise de viabilidade” Ideia! E Agora? São Paulo: Cultura, 2000.
(DORNELAS, 2006). GRECO, Simara M. S. et al. Empreendedorismo no Brasil:
2010. Curitiba: IBQP, 2010. KOCHE, Marcelo Ioris.
E então, entendeu direitinho o conteúdo? Ficou com Empreendedorismo. Dourados: UNIGRAN, 2009.
alguma dúvida? Em caso afirmativo, acesse o ambiente virtual
e utilize as ferramentas indicadas para interagir e sanar suas
dúvidas. Participe! Você é o protagonista de sua aprendizagem!

Retomando a aula Vale a pena acessar

BLOG DOS EMPREENDEDORES. Dez passos


para transformar uma ideia em negócio. Disponível em:
http://blogdosempreendedores.com.br/2011/05/26/
Antes de encerrar a Aula 2, é importante que
dez-passos-para-transformar-uma-ideia-em-negocio/.
retomemos os conteúdos estudados:
Acesso em: 19 jan. 2013. BLOGSPOT ADM FUCAP
2009 1. Definição do empreendedor de sucesso. Disponível
1 - Conceito e fundamentação em: http://admfucap20091.blogspot.com.br/2010/04/
definicao-do- empreendedor-de-sucesso.html. Acesso em:
Iniciamos a Aula 2, compreendendo, na Seção 1, que 19 jan. 2013.
o empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem. BLOGSPOT EVALDOCOSTA. Aproveite as
Tivemos a oportunidade ainda de analisar algumas definições oportunidades para revelar seu valor. Disponível em:
para o termo empreendedorismo. http://evaldocosta.blogspot.com.br/2012/02/aproveite-
as-oportunidades-para-revelar.html. Acesso em: 19 jan.
2- Processo empreendedor 2013.
BLOG SPOT JUNIARELLYAN. Ideia X
Identificamos, na Seção 2, que o processo empreendedor oportunidade. Disponível em: http:// juniarellyan.blogspot.
iniciou-se quando fatores externos, ambientais e sociais, com/search/label/oportunidade. Acesso em: 19 jan. 2013.
aliados às aptidões pessoais do empreendedor surgiram, CAMARGO, Roberto. Seminário Empreendedorismo na
possibilitando o início de um novo negócio.
19

Era Digital. Disponível em: http://www.pensandogrande


.com.br/inovacao-e-empreendedorismo-na-era-digital/. Vale a pena assistir
Acesso em: 19 jan. 2013.
DORNELAS, J. Como identificar oportunidades de YOU TUBE. Os desafios para se tornar um
negócios na sua região (2006). Disponível em: http:// empreendedor de sucesso. Disponível em: http://www.
www.josedornelas.com.br/artigos/como- identificar- youtube.com/watch?v=tLEqUsffSw8. Acesso em: 31 jan.
oportunidades-de-negocios-na-sua-regiao/. Acesso em: 25 2013.
jan. 2013. ELSEVIER. Empreendedorismo. Disponível
em: http://www.elsevier.com.br/ josedornelas/artigos_e_
videos/empreendedorismo_capitulo_2.pdf. Acesso em:
19 jan. 2013.
EPAMA. Como identificar boas oportunidades. Minhas anotações
Disponível em: http://www. epama.com.br/como-
identificar-boas-oportunidades. Acesso em: 19 jan. 2013.
FELIPINI, Dailton. Dados da empresa eBit. Disponível
em: http://e-commerce. org.br/empreendedorismo_web.
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GOOGLE IMAGENS. Gato e Leão no
espelho. Disponível em: http://www. google.com.br/
search?hl=pt-BR&q=imagens&bav=on.2,or.r_gc.r_
pw.r_qf.,cf.os b&biw=1366&bih=587&wrapid=tlif1338
46602631410&um=1&ie=UTF-8&tbm=isch&source=
og&sa=N&tab=wi&ei=7l7HT7bIApCk8AT
mtti0Dw#um=1&hl=pt-BR&tbm=isch&sa=1&q=
g ato+leao&oq=g ato+leao&aq=f&aqi=g2g-S1
&aql=&gs_l=img.3..0l2j0i24.1482.6989.0.7535.10.9.0.0.0.
0.1108.2481.0j1j3j0j1j7-1.6.0...0.0.OXatVAYCCT
8&bav=on.2,or.r_gc.r_pw.r_qf.,cf.osb&fp=88d32f207
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GRECO, Simara M. S. Silveira et al. 2008:
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http://201.2.114.147/bds/BDS.nsf/5D1CAC
412448B0428325757B00697DC7/$File/NT0003EF2A.
pdf. Acesso em: 26 ago. 2009.
LYRIO, Maurício V. Leão. Apostila Gestão:
empreendedorismo (2008). Disponível em: http://
m a u r i c i o v l l . f i l e s. w o r d p r e s s. c o m / 2 0 0 8 / 0 3 /
empreendedorismo_apostila. pdf. Acesso em: 19 jan. 2013.
MUNDO SEBRAE. Eu posso abrir um negócio
inovador? Disponível em: http:// www.mundosebrae.
com.br/2009/08/eu-posso-abrir-um-negocio-inovador/.
Acesso em: 19 jan. 2013.
NOPATIO. E-commerce é coisa do passado!
Disponível em: http://www.nopatio.com.br/comporta
mento/e-commerce-e-coisa-do-passado/. Acesso em: 19
jan. 2013.
SEBRAE. Estudos e pesquisas. Disponível em:
http://www.sebrae.com.br/customizado/estudos-e-
pesquisas/temas-estrategicos/empreendedorismo/205-
27-gem-2011-brasil-e-o-terceiro-pais-com-maior-nb0-de/
BIA_20527. Acesso em: 19 de jan. 2013.
WEB FRASES. Homepage. Disponível em: HTTP://
WWW.WEBFRASES. COM/MOSTRAR_FRASES.
PHP?ID_FRASES=186. Acesso em: 18 jan. 2013.
WIKIPÉDIA. Empreendedorismo. Disponível
em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Empreendedorismo.
Acesso em: 19 jan. 2013.
Empreendedorismo

3º Aula

Formação do Perfil
e Características do Empreendedor

Agora vamos começar a Aula 03. Vamos construir


conhecimento em torno do perfil e das características do
empreendedor. Para embasar nossas análises, sugerimos que
pensem como poderiam fazer a segmentação de um mercado
específico e como seria este processo?
Boa aula!
Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• reconhecer as principais diferenças entre gerentes e empreendedores;


• identificar os principais erros dos empreendedores;
• entender e analisar os mitos sobre o empreendedorismo.
21
• Necessidade: quando forçados a empreender,
Seções de estudo por motivos contra a vontade, geralmente
desempregados, imigrantes, que não veem outra
opção senão criar seu próprio negócio.
1- Fundamentação • Oportunidade: quando motivados a empreender,
2- Principais diferenças entre gerentes tradicionais e são as pessoas visionárias que detectam um nicho
empreendedores de mercado a ser explorado.
3- Erros mais frequentes dos empreendedores
4- Mitos sobre o empreendedorismo De acordo com Greco et al (2010), o empreendedorismo,
por oportunidade, é mais benéfico para o país e sua economia,
Nesta aula, serão apresentadas as principais características dos onde os empreendedores que iniciaram o seu negócio
empreendedores, os mitos em torno dos empreendedores e, ainda, por vislumbrarem uma oportunidade no mercado para
alguns casos de empreendedores de sucesso. A aula terá como empreender e como forma de melhorar sua condição de vida
base principal o livro O Segredo de Luíza, de Fernando Dolabela, tem maiores chances de sobrevivência e de sucesso.
Empreendedorismo: transformando ideias em negócios, de José Em compensação há pessoas que empreendem como
Dornelas, além de outras fontes, citadas no decorrer da aula. única opção, ou seja, pela falta de melhores alternativas
Bons estudos! profissionais. São os empreendedores por necessidade.
Contudo, mesmo o empreendedorismo
por necessidade pode gerar oportunidades de
1- Fundamentação negócios e se transformar em empreendimentos
por oportunidade.
Antigamente, acreditava-se que era impossível aprender
a empreender. Acreditava-se na concepção do empreendedor CURIOSIDADE
nato, aquele que nasce com as características necessárias para No Brasil, em 2010, entre os empreendedores por oportunidade, 43%
empreender com sucesso ou ainda que esteja no DNA das o fizeram pela busca de maior independência e liberdade na vida
pessoas. profissional; 35,2% pelo aumento da renda pessoal; 18,5% apenas para
Essa ideia hoje é totalmente descartada pelos estudiosos a manutenção de sua renda pessoal, enquanto 3,3% citaram outros
da área. O espírito empreendedor pode ser despertado a motivos, ou seja, 78,2% vislumbram uma oportunidade de aprimorar a
qualquer momento de suas vidas. vida com o negócio que estão abrindo (GRECO et al, 2010).

De acordo com Wikipédia (2009), as principais


habilidades requeridas de um empreendedor podem ser
classificadas em três áreas:
• Técnicas: envolve saber escrever, ouvir as pessoas
e captar informações, ser organizado, saber liderar e
trabalhar em equipe e conhecimento técnico na sua
área de atuação.
• Gerenciais: incluem as áreas envolvidas na criação,
desenvolvimento e gerenciamento da empresa
(marketing, administração, finanças, operacional,
Figura 3.1 Cursos estimulam empreendedorismo em crianças.Fonte: MOVIMENTO
MULHER 306. Cursos estimulam empreendedorismo em crianças de todo o País. produção, tomada de decisão, planejamento,
Disponível em: http://movimentomulher360. com.br/2011/12/cursos-estimulam-
empreendedorismo-em-criancas-de- todo-o-pais/. Acesso em: 19 jan. 2013.
controle e ser um bom negociador).
• Características pessoais: ser disciplinado,
Cada vez mais, o empreendedorismo tem se tornado assumir riscos, ser inovador, ter ousadia,
objeto de estudo nas universidades, entidades governamentais persistente, visionário, ter iniciativa, coragem,
e particulares, ensinando técnicas, habilidades e atitudes que humildade e especialmente ter paixão pelo que faz e
visam a despertar o espírito empreendedor nas pessoas para acreditar em si próprio.
que possam aplicar as técnicas desenvolvidas no mundo
empresarial. As mais diversas pesquisas realizadas mostram
que há sempre alguém ou fato que influencia o empreendedor. 2- Principais diferenças entre gerentes
O perfil do empreendedor (fatores de comportamento tradicionais e empreendedores
e atitudes que contribuem para o sucesso) pode mudar de
um lugar para outro, visto que é um fenômeno cultural. Como visto na aula 01, no final do século XIX, até
Para Dolabela (1999), o empreendedorismo é um fenômeno os dias atuais, os empreendedores são constantemente
cultural, visto que, empreendedores nascem por influência confundidos com os gerentes ou administradores. Dornelas
do meio em que vivem (época e lugar). É influenciado pela (2001) diz que todo empreendedor necessariamente deve ser
família, sociedade, política, religião, economia, crenças, valores um bom administrador para obter o sucesso, no entanto,
pessoais, dentre outros. Há, basicamente, duas situações que nem todo bom administrador é um bom empreendedor. O
levam uma pessoa a se tornar um empreendedor: empreendedor tem algo a mais, algumas características que o
Empreendedorismo 22
diferencia do administrador tradicional. Em outras palavras, apesar das similaridades nas funções
Com vistas a ter um melhor entendimento de quais são empreendedoras e administradoras, conceituadas desde a
essas características diferenciais, o quadro a seguir mostra abordagem clássica pelos atos de planejar, organizar, dirigir
as principais diferenças existentes entre empreendedores e e controlar, existe o diferencial visionário característico dos
administradores. empreendedores.

Característica Gerentes tradicionais Empreendedores 2.1 Principais características dos


Promoção e outras Independência,
empreendedores de sucesso
Motivação recompensas, como oportunidade para
Neste subtópico, são apresentadas as principais
principal secretaria, status, criar algo novo,
características dos empreendedores, baseadas nas pesquisas
poder, etc. ganho financeiro
de Timmons (1994) e Hornaday (1982), citadas por Dolabela
Curto prazo gerencia (1999), em sua obra, O Segredo de Luísa. Observe:
os orçamentos Sobreviver e aƟngir • o empreendedor tem um “modelo”, uma pessoa que
Referência no semanais, mensais etc., cinco a dez anos o influência;
tempo e com horizonte de de crescimento no • tem iniciativa, autonomia, autoconfiança, otimismo,
planejamento anual. negócio. necessidade de realização;
AƟvidade Delegação e supervisão Envolvimento • trabalha sozinho;
direto • tem perseverança e tenacidade;
Preocupa-se com a Não tem • o fracasso é considerado um resultado como outro
Status forma com que é visto preocupação com qualquer. Aprende com os resultados negativos,
status com os próprios erros;
Como vê o risco Com cautela Assume riscos • tem grande energia. É um trabalhador incansável.
calculados Ele é capaz de se dedicar intensamente ao trabalho
e sabe concentrar seus esforços para alcançar
Falhas e erros Procura evitá-los Aprende com eles
resultados;
Na maioria das vezes Segue seus sonhos • sabe fixar metas e alcançá-las. Luta contra padrões
Decisões concorda com seus para tomar impostos. Diferencia-se. Tem a capacidade de
superiores decisões ocupar um espaço não ocupado por outros no
A quem serve Aos outros (superiores) A si próprio e aos mercado, descobre nichos;
seus clientes • tem forte intuição. Não importa o que se sabe, mas
Membros da o que se faz;
Histórico Membros da família família possuem • tem sempre alto comprometimento. Crê no que faz;
familiar trabalham em grandes pequenas • cria situações para obter feedback sobre o seu
empresas empresas ou já comportamento e sabe utilizar tais informações para
criaram algo novo. o seu aprimoramento;
A hierarquia é a base As transações e • sabe buscar, utilizar e controlar recursos;
Relacionamento do relacionamento acordos são a base • é um sonhador realista;
social do relacionamento • é líder;
• é orientado a resultados, para o futuro, em longo
Tabela 3.1 Diferenças existentes entre empreendedores e administradores. prazo;
FONTE: DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: transformando ideias
em negócios. Rio de Janeiro: Elsevier, 2001. • aceita o dinheiro como uma das medidas de seu
desempenho;
Um empreendedor deve apresentar características
diferenciadas, como por exemplo, originalidade, ter • tece “redes de relações” (contatos, amizades)
flexibilidade e facilidade nas negociações, ser tolerante a moderadas, mas utilizadas intensamente como
erros, ter iniciativa própria, ser otimista, ser autoconfiante, suporte para alcançar os objetivos;
ser intuitivo e visionário, de forma a enxergar oportunidas e • o empreendedor de sucesso conhece muito bem o
tendências futuras. ramo da empresa;
• cultiva a imaginação e aprende a definir visões;
• traduz seus pensamentos em ações;
• define o que deve aprender para realizar suas
visões. É pró-ativo diante daquilo que deve saber:
primeiramente define o que quer, aonde quer chegar
e depois busca o conhecimento que lhe permitirá
atingir o objetivo desejado;
• cria um método próprio de aprendizagem. Aprende
a partir do que faz;
• tem capacidade de influenciar as pessoas com as
Figura 3.2 Frase para reflexão. FONTE: GOOGLE IMAGENS. Disponível em: http://
www.google.com.br. Acesso em: 25 jan. 2013.
quais lida e possui a crença de que pode mudar o
23
mundo; f) São dedicados: Eles se dedicam 24h por dia, 7 dias
• não é um aventureiro, assume riscos, porém riscos por semana, ao seu negócio. Comprometem o
moderados. Gosta do risco, mas faz de tudo para relacionamento com amigos, com a família, e até
minimizá-lo. É inovador e criativo; mesmo com a própria saúde. São trabalhadores
• tem alta tolerância à incerteza e é hábil em definir a exemplares, encontrando energia para continuar,
partir do indefinido; mesmo quando encontram problemas pela frente.
• mantém um alto nível de consciência do ambiente São incansáveis e loucos pelo trabalho.
em que vive, usando-o para detectar oportunidades g) São otimistas e apaixonados pelo que fazem:
de negócios. Eles adoram o trabalho que realizam. E é esse amor
ao que fazem o principal combustível que os mantém
O empreendedor de sucesso possui características extras, cada vez mais animados e autodeterminados,
além dos atributos do administrador, e alguns pessoais que, tornando-os os melhores vendedores de seus
somados as características sociológicas e ambientais, permitem produtos e serviços, pois sabem como ninguém,
o nascimento de uma nova empresa (conforme características como fazê-lo. O otimismo faz com que sempre
no quadro a seguir). enxerguem o sucesso, em vez de imaginar o fracasso.
De uma ideia, surge uma inovação, e desta, uma empresa. h) São independentes e constroem o próprio
Mais algumas características dos empreendedores de sucesso: destino: Eles querem estar à frente das mudanças
a) São visionários: Eles têm a visão de como será e serem donos do próprio destino. Querem ser
o futuro para seu negócio e sua vida, e o mais independentes, em vez de empregados; querem criar
importante: eles têm a habilidade de implementar algo novo e determinar os próprios passos, abrir
seus sonhos. os próprios caminhos, ser o próprio patrão e gerar
b) Sabem tomar decisões: Eles não se sentem empregos.
inseguros, sabem tomar as decisões corretas na hora i) Ficam ricos: Ficar rico não é o principal objetivo
certa, principalmente nos momentos de adversidade, dos empreendedores. Eles acreditam que o dinheiro
sendo isso um fator-chave para o seu sucesso. E é conseqüência do sucesso dos negócios.
mais: além de tomar decisões, implementam suas j) São líderes e formadores de equipes: Os
ações rapidamente. empreendedores têm um senso de liderança
c) São indivíduos que fazem a diferença: Os incomum. E são respeitados e adorados por seus
empreendedores transformam algo de difícil funcionários, pois sabem valorizá-los, estimulá-los e
definição, uma ideia abstrata, em algo concreto, recompensá-los, formando um time em torno de si.
que funciona, transformando o que é possível em Sabem que, para obter êxito e sucesso, dependem
realidade (Kao, 1989; Kets de Vries, 1997). Sabem de uma equipe de profissionais competentes.
agregar valor aos serviços e produtos que colocam Sabem ainda recrutar as melhores cabeças para
no mercado. assessorá-los nos campos onde não detêm o
d) Sabem explorar ao máximo as oportunidades: melhor conhecimento. k) São bem relacionados
Para a maioria das pessoas, as boas ideias são daqueles (networking): Os empreendedores sabem construir
que as vêem primeiro, por sorte ou acaso. Para os uma rede de contatos que os auxiliam no ambiente
visionários (os empreendedores), as boas ideias são externo da empresa, junto a clientes, fornecedores e
geradas daquilo que todos conseguem ver, mas não entidades de classe.
identificaram algo prático para transformá-las em k) São organizados: Os empreendedores sabem obter
oportunidade, por meio de dados e informação. Para e alocar os recursos materiais, humanos, tecnológicos
Schumpeter (1949), o empreendedor é aquele que e financeiros, de forma racional, procurando o
quebra a ordem corrente e inova, criando mercado melhor desempenho para o negócio. m) Planejam,
com uma oportunidade identificada. Para Kirzner Planejam, Planejam: Os empreendedores de
(1973), o empreendedor é aquele que cria um sucesso planejam cada passo de seu negócio, desde
equilíbrio, encontrando uma posição clara e positiva o primeiro rascunho do plano de negócios até a
em um ambiente de caos e turbulência, ou seja, apresentação do plano a investidores, definição das
identifica oportunidades na ordem presente. Porém, estratégias de marketing do negócio etc., sempre
ambos são enfáticos em afirmar que o empreendedor tendo como base a forte visão de negócio que
é um exímio identificador de oportunidades, sendo possuem.
um indivíduo curioso e atento a informações, l) Possuem conhecimento: São sedentos pelo
pois sabe que suas chances melhoram quando seu saber e aprendem continuamente, pois sabem que
conhecimento aumenta. quanto maior o domínio sobre um ramo de negócio,
e) São determinados e dinâmicos: Eles implementam maior é sua chance de êxito. Esse conhecimento
suas ações com total comprometimento. Atropelam pode vir da experiência prática, de informações
as adversidades, ultrapassando os obstáculos, com obtidas em publicações especializadas, em cursos,
uma vontade ímpar de “fazer acontecer”. Mantêm-se ou mesmo de conselhos de pessoas que montaram
sempre dinâmicos e cultivam certo inconformismo empreendimentos semelhantes.
diante da rotina. m) Assumem riscos calculados: Talvez essa seja a
Empreendedorismo 24
característica mais conhecida dos empreendedores.
Mas o verdadeiro empreendedor é aquele que
assume riscos calculados e sabe gerenciar o risco,
avaliando as reais chances de sucesso. Assumir riscos
tem relação com desafios. E para o empreendedor,
quanto maior o desafio, mais estimulante será a
jornada empreendedora.
n) Criam valor para a sociedade: Os empreendedores
utilizam seu capital intelectual para criar valor para a
sociedade, com a geração de empregos, dinamizando
a economia e inovando, sempre usando sua
criatividade em busca de soluções para melhorar a Figura 3.4 Samuel Klein. Fonte: INSTITUCIONAL CASAS BAHIA. Samuel Klein.
Disponível em: http://institucional.casasbahia.com.br/empresa/empresa/
vida das pessoas (ELSEVIER, 2013). samuel-klein/. Acesso em: 20 jan.. 2013.

2.2 Exemplos de empreendedores Atualmente, as Casas Bahia possuem mais de 500 filiais
de sucesso em todo o país e figura entre as 250 maiores empresas de
varejo no mundo.
Bill Gates - fundador da Microsoft A estratégia das Casas Bahia é obter lucro por meio
A seguir, alguns exemplos de grandes empreendedores dos altos juros cobrados sobre as vendas em inúmeras
que acreditaram, correram riscos, inovaram, traçaram parcelas, de maneira a tornar acessível a aquisição às classes
estratégias e, por consequência, alcançaram o sucesso. menos favorecidas, que não têm como comprar à vista
Bill Gates, fundador da Microsoft, após 19 anos, (WIKIPÉDIA, 2013).
juntamente com Paul Allen, desenvolveu um interpretador
da linguagem BASIC para um dos primeiros computadores Para Refletir
pessoais a serem lançado nos Estados Unidos - o Altair 8800. “O segredo é comprar bem comprado e vender bem vendido” (Samuel
Após um modesto sucesso na comercialização desse Klein).
produto, Gates e Allen fundaram a Microsoft, uma das primeiras
empresas no mundo focadas exclusivamente no mercado de Antonio Luiz Seabra – fundador da Natura
programas para computadores pessoais ou PCs. (cosméticos)
É o homem mais rico do mundo e um dos pioneiros na A história da Natura começa em 1969, com a abertura
revolução do Computador pessoal. Gatesadquiriu, ao longo de um laboratório e uma pequena loja na Rua Oscar Freire,
dos anos uma fama de visionário, pois apostou no mercado em São Paulo. Desde o início as ações foram movidas pela
de software na época em que o hardware era considerado muito cosmética como instrumento de promoção do bem-estar e do
mais valioso (WIKIPÉDIA, 2013). autoconhecimento e pelas relações humanas.
Em 1974, adotou-se o modelo da venda direta para
a distribuição dos produtos que foi determinante para o
crescimento da empresa. Hoje, está presente no Brasil,
Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru, Venezuela e
França, com planos de expansão para os Estados Unidos da
América. O número de funcionários, chamado na empresa de
“colaboradores”, atingiu 5.919, em 2007.
A Natura trabalha com o modelo da venda direta.
É por meio das consultoras e consultores Natura que os
produtos chegam às mãos dos clientes. Estabelece relações de
Figura 3.3 Bill Gates. Fonte: WIKIPÉDIA. Bill Gates. Disponível em: http://
pt.wikipedia.org/wiki/Bill_Gates. Acesso em: 20 jan. 2013. qualidade, baseadas no entendimento e no atendimento das
necessidades dos clientes.
Para Refletir Para o desenvolvimento de seus produtos, mobilizam
Seus clientes menos satisfeitos são sua maior fonte de aprendizado redes sociais promovendo o uso sustentável da rica
(Bill Gates). biodiversidade botânica brasileira. Foi pioneira, em 1983, no
uso de refis para os produtos de maior consumo. Essa medida
Samuel Klein- fundador das Casas Bahia (rede de reflete expressivamente o comprometimento com a questão
varejo de móveis eletrodomésticos) da preservação ambiental (NATURA, 2013; WIKIPÉDIA,
Com uma charrete e cavalo, Samuel Klein tornou-se 2013).
mascate, vendendo roupas de cama, mesa e banho de porta
em porta. Pelo seu trabalho, em cinco anos, conseguiu capital Para Refletir
para abrir a primeira loja chamada Casas Bahia, em São
Caetano do Sul/SP, em 1957. O nome da empresa foi uma O bom clima dentro do ambiente de trabalho também é fundamental
homenagem aos seus clientes da época, na maioria retirantes para o sucesso da organização, por isso o ‘Bem Estar Bem’ faz parte de
baianos que foram tentar a sorte em São Paulo. nosso dia-a-dia de trabalho (Antonio Luiz Seabra).
25
relacionamentos e evitar os “contatos frios”.
3. Não conhecer os seus clientes. As mudanças
constantes nas preferências dos seus clientes e nos
produtos dos seus concorrentes podem deixá-lo
na poeira a menos que você passe a conhecer seus
clientes muito bem. É fundamental saber o que eles
querem agora e o que desejam para o futuro, quais
são seus padrões de compra e como você pode
ser útil a eles caso não tenha o produto ideal no
momento.
4. Ignorar seu caixa. Os clientes não respondem aos
produtos no tempo que você espera ou gostaria. Por
Figura 3.5 Antonio Luiz Seabra. Fonte: BLOGSPOT ACAOFUTURO. Antonio Luiz isso, você vai precisar de uma reserva de caixa para
Seabra. Disponível em: http://acaofuturo.blogspot.com. br/2010/04/antonio-luiz-
seabra.html. Acesso em: 20 jan. 2013.
se sustentar e evitar crises nesse meio tempo. Cuide
disso!
5. Ignorar os funcionários. Motivar, treinar e
3- Erros mais frequentes dos gerenciar a equipe é provavelmente um de seus
empreendedores maiores desafios atualmente como empreendedor
de negócios. Sem paciência, persistência e
Como sabemos, empreender é o desejo de inúmeros conhecimento do perfil das pessoas, seus problemas
brasileiros que enxergam a chance de realização profissional, podem aumentar rapidamente. E a produtividade e
independência financeira e autonomia para tomar decisões. os lucros podem acabar facilmente!
Entretanto, para o sonho se tornar realidade, não é preciso 6. Confundir probabilidade com realidade. O
apenas motivação e dinheiro, mas, sim, é fundamental empreendedor bem-sucedido vive num mundo de
conhecer o mercado e montar um plano de negócio detalhado. probabilidades, mas gasta seu dinheiro no mundo
É fato, a questão que em cada etapa do ciclo de vida das real! Pense nisso.
organizações, as empresas possuem problemas diferentes, que 7. Não ter um plano comercial. Sem um plano
requerem características e habilidades diferentes. É justamente comercial, não há caminho para o crescimento
aí que muitos empreendedores pecam, pois cometem erros financeiro e o progresso do seu negócio. Você
que podem atrapalhar e muitas vezes condenar as metas precisa de um mapa real sobre como as vendas serão
estabelecidas. geradas, de onde elas virão e de quem virão.
8. Ser um realizador solitário. Sim, você deveria ser
a chave de tudo, mas isso é impossível. Não há
como fazer tudo sozinho e crescer ao mesmo
tempo. Mesmo as primeiras conquistas podem ficar
distantes caso você não selecione uma boa equipe e
delegue responsabilidades.
9. Ser o mentor. Tenha conselheiros ou mentores.
Parece estranho para um pequeno negócio? Não
é!! Podem ser membros da família ou amigos em
quem você confia. Peça que sejam seu time de
diretores e reveja em equipe seu plano de negócios
Figura 3.6 Erro brilhante. Fonte: PAPO DE EMPREENDEDOR. Um erro brilhante.
Disponível em: http://www.papodeempreendedor.com.br/oportunidades/um- e seus resultados. É essencial ouvir ideias e opiniões
erro- brilhante/. Acesso em: 20 jan. 2013.
diferentes e objetivas.
10. Desistir. Alguns dos maiores empreendedores de
Assim, a seguir, são apresentados os 10 erros mais sucesso falharam muitas vezes antes de darem certo.
frequentes cometidos pelos empreendedores. Portanto, se você falhar, falhe, e falhe agora. E
1. Acreditar numa ideia e permanecer com ela por aprenda. E tente novamente utilizando o que
muito tempo. Não siga uma só ideia. Lembre-se, aprendeu. Não desista, mas tenham claros quais são
ideias são o tesouro dos empreendedores. Trabalhe os seus limites (EMPREGOS, 2013).
com muitas possibilidades e veja quais delas levam
ao sucesso e ao lucro. Além dos erros citados, há outros comuns,
2. Não ter um Plano de Marketing. O plano de Marketing segundo a revista INC, cometidos pelo empreendedores,
dá a você a orientação necessária para buscar os especialmente ao montar o plano de negócio (PAPO DE
tipos certos de pessoas, empresas e clientes. É isso EMPREENDEDOR, 2013):
que atrai as pessoas até você! Talvez existam várias a) Ideias repetitivas: “fique alerta se um cliente em
outras maneiras de divulgar o seu negócio a custos potencial ficar entediado antes mesmo de terminar
baixos. Mas um plano de marketing implantado de ler a introdução do seu plano de negócio.
com eficiência e consistência vai orientar os seus É importante conquistar o interesse no leitor
Empreendedorismo 26
já na primeira página do texto. Para isso, não é Todos os empreendedores entrevistados,
aconselhável ser prolixo. Seja também cuidadoso mesmo os que ficaram ricos, afirmam que
com a capa e o acabamento do projeto, o que causa isso não é verdade. O que os motivou foi a
boa impressão”. vontade de criar algo novo e não a pergunta.
b) Uso de jargão: “fuja de termos específicos que só Bom, o que eu posso fazer para ficar rico?
O quarto mito é: “Empreendedores não são
são conhecidos no seu meio profissional ou no ramo
muito confiáveis”. Essa visão era muito
acadêmico. Tente usar frases simples e diretas. Seja comum quando eu era jovem. Agora
objetivo para ser compreendido pelo maior número responda: onde estão acontecendo os maiores
de pessoas”. crimes do mundo dos negócios? Nas grandes
c) Inconsistência: “tenha certeza que as informações empresas. Não faz sentido dizer que um
contidas no plano são consistentes. Estude cada empreendedor deve ser menos respeitado do
aspecto do setor, do mercado, de competidores que um CEO?
e avalie com clareza as chances de viabilizar a O quinto mito é: “Um empreendedor
empresa”. precisa tomar riscos enormes”. Como
d) Não ouvir a opinião de especialistas: investem o próprio dinheiro, empreendedores
“é importante mostrar o planejamento para tendem a ser muito conservadores. Os
especialistas da área e possíveis investidores. Assim maiores riscos são tomados pelos principais
executivos das grandes empresas. Vários
fica mais fácil detectar erros e mudar de rumo antes
já me disseram que apostariam um milhão
do empreendimento sair do papel. Sem prejuízos”. de dólares numa nova ideia. Nenhum
e) Excesso de confiança: “muitos empresários empreendedor faria isso.
ignoram a competição que irão enfrentar e não E por último: “Fazer um MBA é a melhor
elaboram estratégias para vencê-la. Mesmo que o forma de se transformar num empreendedor”.
seu projeto seja completamente original, não se deve Minha recomendação aqui é: economize seu
subestimar a concorrência”. dinheiro. O conhecimento sobre gestão vai
fazer falta depois que sua empresa atingir certo
E aí, entendeu os principais erros cometidos pelos empreendedores? tamanho. Nessa hora pode ser uma boa ideia
Caso ainda tenha dúvidas é importante que não prossiga antes de contratar alguém com um MBA, se for caro,
pesquisar nas referências indicadas ao final desta Aula, de perguntar aos contrate alguém experiente e com formação
seus colegas de turma ou ao professor. adequada, não necessariamente com um
MBA. Mas é bom se lembrar de pedir ajuda a
Vejamos, agora, alguns mitos sobre o empreendedorismo!
um consultor no início do projeto, isso ajuda
a evitar erros rotineiros (OLIVEIRA, 2013).
4- Mitos sobre o empreendedorismo
Fique ligado! A partir das nomenclaturas relacionadas ao
Empreendedorismo, as quais acabamos de estudar, será possível uma
A Revista Exame, de 24 de julho de 2002, publicou um maior fundamentação para a compreensão da atuação profissional
artigo intitulado as falsas verdades sobre empreendedores. No nesta área.
artigo, são destacados seis mitos acerca do empreendedorismo.

O primeiro é: “Não é possível desenvolver


o empreendedorismo, você deve nascer
Retomando a aula
empreendedor”. Nos Estados Unidos, os
maiores responsáveis pelo surgimento de
novos negócios são os profissionais que foram
demitidos de seus empregos e precisaram Antes de encerrar a Aula 3, é importante que
encontrar uma forma de sobreviver. São
retomemos os conteúdos estudados:
gestores que viraram empreendedores por
necessidade.
O segundo mito é: “Todo empreendedor
inventou algo na garagem de casa, quando
1 – Fundamentação
jovem, e tem uma personalidade esquisita?”
Iniciamos a Seção 1 compreendendo que cada vez mais
O empreendedor americano médio tem entre
35 e 45 anos, dez anos de experiência numa
o empreendedorismo tem se tornado objeto de estudo nas
grande empresa e um perfil psicológico rico. universidades, entidades governamentais e particulares.
Necessariamente não inventaram nada, apenas Ensinando técnicas, habilidades e atitudes.
souberam aproveitar uma oportunidade de um
salto tecnológico, por exemplo. Não há nada 2- Principais diferenças entre Gerentes Tradicionais
de esquisito neles. Apenas tiveram iniciativa. e Empreendedores
São pessoas normais, como eu e você, não são
extraterrestres, são deste mundo mesmo. Na Seção 2, entendemos quais são as principais
O terceiro mito é: “O objetivo de todo características dos empreendedores de sucesso, bem como os
empreendedor é ser milionário”. exemplos de Empreendedores de Sucesso.
27
3- Erros mais frequentes dos empreendedores
MOVIMENTOMULHER306. Cursos estimulam
Identificamos na Seção 3 os 10 erros mais frequentes empreendedorismo em crianças de todo o País. Disponível
cometidos pelos empreendedores. em: http://movimentomulher360.com.br/2011/12/
cursos-estimulam-empreendedorismo-em-criancas-de-
4 - Mitos sobre o empreendedorismo todo-o-pais/. Acesso em: 19 jan. 2013.
NATURA. Antônio Luiz Seabra. Disponível em:
Finalizando, na Seção 4, de acordo com Oliveira (2013), http://scf.natura.net/. Acesso em: 25 ago. 2009.
analisamos os mitos sobre o empreendedorismo. OLIVEIRA, César A. O perfil do empreendedor.
Disponível em: http://www. professorcezar.adm.br/
Fizemos uma caminhada interessante nesta aula, concorda? Adquirimos Textos/O%20perfil%20do%20empreendedor.pdf. Acesso
saberes essenciais para a nossa formação profissional, e agora, em: 20 jan. 2013.
para fundamentar e melhorar ainda mais a nossa construção de PAPO DE EMPREENDEDOR. Um erro brilhante.
conhecimentos, a seguir, iremos receber algumas sugestões de leituras, Disponível em: http://www. papodeempreendedor.com.
sites e vídeo. br/oportunidades/um-erro-brilhante/. Acesso em: 20 jan.
2013.
WIKIPÉDIA. Empreendedorismo. Disponível em:
Vale a pena http://pt.wikipedia.org. Acesso em: 24 ago. 2009.
______. Bill Gates. Disponível em: http://pt.wikipedia.
org/wiki/Bill_Gates. Acesso em: 20 jan. 2013.

Vale a pena ler


DOLABELA, Fernando. O Segredo de Luísa. São
Vale a pena assistir
Paulo: Cultura, 1999. DORNELAS, José Carlos Assis.
Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. Rio de
Empreendedor Individual: Sebrae/CE. Disponível
Janeiro: Campus, 2001.
em: http://www.youtube.com/watch?v=zeEGdYaL0X8.
GRECO, Simara M. S. et al. Empreendedorismo no Brasil:
Acesso em: 31 jan. 2013.
2010. Curitiba: IBQP, 2010.

Minhas anotações

Vale a pena acessar

BLOGSPOT ACAOFUTURO. Antonio Luiz


Seabra. Disponível em: http:// acaofuturo.blogspot.com.
br/2010/04/antonio-luiz-seabra.html. Acesso em: 20 jan.
2013.
ELSEVIER. Empreendedorismo. Disponível em:
http://www.elsevier.com.br/josedornelas/artigos_e_
videos/empreendedorismo_capitulo_2.pdf. Acesso em: 19
jan. 2013.
EMPREGOS. Executivo: gestão de carreira. Disponível
em: http://carreiras.empregos.com.br/comunidades/execu
tivos/gestao_de_carreiras/230201-erros_empreededor_
bzmove.shtm. Acesso em: 27 jan. 2013.
GRECO, Simara M. S. Silveira et al. 2008:
Empreendedorismo no Brasil. Disponível em:
http://201.2.114.147/bds/BDS.nsf/5D1CAC4
12448B0428325757B00697DC7/$File/NT0003EF2A.pdf.
Acesso em: 26 ago. 2009.
INSTITUCIONAL CASAS BAHIA. Samuel Klein.
Disponível em: http:// institucional.casasbahia.com.br/
empresa/empresa/samuel-klein/. Acesso em: 20 jan. 2013.
Empreendedorismo

4º Aula

Intraempreendedorismo

Esta aula visa descrever o que vem a ser o termo


Intraempreendedorismo, de forma a distinguir as diferenças
existentes entre o empreendedor e o intraempreendedor. O
conteúdo está baseado nos conceitos e principais relatos sobre
o tema feitos por Fialho et al (2007) e e Greco et al (2009).
Bons estudos!

Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• compreender e contextualizar o que é intraempreendedorismo;


• identificar as principais características do intraempreendedor;
• apontar as diferenças entre intraempreendedor e empreendedor.
29
negócios dentro do ambiente corporativo (FIALHO et al,
Seções de estudo 2007 apud ARMOND, 2004).
Intraempreendedorismo é a versão em português
da expressão intrapreneur, que significa empreendedor
1– Contextualização interno, ou seja, empreendedorismo dentro dos limites de
2– Características do intraempreendedor uma organização já estabelecida. O termo intrapreneur foi
3– Intraempreendedor X Empreendedor utilizado pela primeira vez em 1985, por Gifford Pinchot III
(WIKIPÉDIA, 2009).
Durante o estudo de cada Seção da Aula é importante que você faça Para Fialho et al (2007), intraempreendedor ou
resumos, para condensar os conteúdos, reclassificando-os mentalmente. empreendedor corporativo é quando o empreendedor está
Estas estratégias podem facilitar a compreensão. Boa aula! inserido dentro de uma organização, cujo foco é o papel
exercido pelo indivíduo dentro da mesma e na maneira
empreendedora de atuação. Trata-se de um tema atual dentro
1- Contextualização das organizações, mas que tem-se tornado cada vez mais
presente e objeto de estudo dos estudiosos da área.
O cenário atual em que vivem as organizações é chamado Intraempreendedorismo é uma modalidade de
de Era do Conhecimento. É a era em que as mudanças empreendedorismo praticado por funcionários dentro da
tecnológicas ocorrem em um ritmo cada vez mais acelerado. empresa em que trabalham. São profissionais que possuem
O cenário econômico é algo imprevisível e o aumento do uma capacidade diferenciada de analisar cenários, criar ideias,
nível de exigência do mercado está produzindo um ambiente inovar e buscar novas oportunidades para estas empresas. São
em que os preços acessíveis, a qualidade do produto/serviço eles que ajudam a movimentar a criação de ideias dentro das
e a excelência de atendimento não são mais suficientes para organizações, mesmo que indiretamente (SEBRAE, 2013).
se ter vantagem competitiva e passam a ser pré-requisitos O intraempreendedorismo é definido como o
básicos. empreendedorismo dentro de uma estrutura empresarial
existente. Um meio de estimular e capitalizar os indivíduos
em uma organização em que acham que algo pode ser feito de
modo diferente e melhor (HISRICH e PETERS, 2004 apud
SEBRAE, 2013).
Podem ser considerados intraempreendedores todos
os sonhadores que realizam e que saibam transformar uma
ideia em uma realidade lucrativa. São aqueles que assumem
a responsabilidade pela criação de inovações de qualquer
espécie dentro de uma organização. É aquele que não deseja
sair da empresa em que atua para criar um novo negócio.
A partir de suas ideias, visão holística e espírito
empreendedor, transformam um produto ou serviço em
uma nova forma de negócio dentro da organização na
Figura 4.1 Raciocínio lógico. FONTE: BLOGSPOT NOVAERADOCONHECIMENTO.
Curso completo de raciocínio lógico. Disponível em: http://novaerado
qual trabalha, recebendo da mesma, liberdade, incentivos e
conhecimento.blogspot. com.br/2010_08_01_archive.html. recursos (FIALHO et al, 2007).
Acesso em: 20 jan. 2013.

O nível tecnológico exige funcionários especializados,


seres pensantes e atuantes, ao invés de apenas realizarem
trabalhos repetitivos e monótonos. Espera-se que as pessoas,
dentro das organizações, assumam postura ativa e crítica
frente aos problemas da empresa, espera-se que saibam agir,
como agir e acima de tudo agir de maneira eficaz, tomando
frente nas tomadas de decisões, liderando a equipe.
Deve-se mudar a maneira de pensar, de se portar dentro
da organização, não ser um mero empregado, passando a
contribuir ativamente com os resultados. O envolvimento
de todos os integrantes de uma organização na busca pelo Figura 4.2 Intraempreendedorismo. Fonte: SOBRE ADMINISTRAÇÃO.
Intraempreendedorismo: guia completo. Disponível em: http://www.
melhor caminho a ser seguido pelas empresas torna-se uma sobreadministracao.com/intraempreendedorismo-guia-completo/.
tarefa essencial à sua sobrevivência. Acesso em: 20 jan. 2013.

Assim, é diante desse contexto que entra a figura


do intraempreendedor ou empreendedor corporativo. Em síntese, pode-se dizer que intraempreendedorismo é
Profissionais com iniciativa, visionários, sem medo de tentar a possibilidade que o funcionário tem de empreender dentro
e que aprendem com os erros. São determinados, criativos, da organização que trabalha, sem haver a necessidade de
ousados e capazes de mobilizar recursos e implantar novos abandonar o emprego para colocar em prática suas ideias ou
dar asas ao seu espírito empreendedor.
Empreendedorismo 30
saber mais um intraempreendedor.
“O que é o intraempreendedorismo? Essa característica se concretiza a partir da vontade, da
É uma modalidade de empreendedorismo praticado por funcionários decisão de transformar um conceito em realidade dentro da
dentro da empresa em que trabalham. São profissionais que empresa na qual é um mero funcionário, sem levar em conta
possuem uma capacidade diferenciada de analisar cenários, criar os obstáculos e riscos, por meio de seus conhecimentos
ideias, inovar e buscar novas oportunidades para estas empresas. prévios, atitudes e perspectivas.
São eles que ajudam a movimentar a criação de ideias dentro das
organizações, mesmo que indiretamente. Este tipo de colaborador tem Os intraempreendedores possuem uma
sido muito valorizado pelas empresas, principalmente por agregarem necessidade incessante de agir, são
valor ao trabalho final executado pela organização. Eles são procurados naturalmente orientados para a ação. Ao invés
pelas empresas de recrutamento com uma freqüência cada vez maior, de planejar indefinidamente, eles começam,
quase de imediato, a fazer algo para realizar
ocupando espaços importantes nas grandes corporações em todo o
seus planos. Eles buscam prazer nas pequenas
mundo” (SOBRE ADMINISTRAÇÃO, 2013).
tarefas e não se importam em executar
trabalhos que estejam abaixo de sua posição.
Para que o intraempreendedorismo possa se estabelecer Eles executam tarefas triviais que são parte de
dentro de uma organização, torna-se necessário que as todo novo projeto. Ao invés de fazer desenhos
empresas criem um ambiente favorável, com um sistema de elaborados e esperar um longo tempo até que
apoio a novas ideias e que estimule as pessoas a empreender. sejam produzidos, os intraempreendedores
fazem rascunhos e produzem eles mesmos
(FIALHO et al, 2007, p.46).
2- Características do intraempreendedor
Visão e ação são características que fazem com que o
intraempreendedor seja pensador, executor, planejador e
Avançando em nossos estudos, vamos conhecer as características
trabalhador ao mesmo tempo. Ele precisa ser assim, uma vez
básicas do intraempreendedor. Este conhecimento é muito importante,
que ninguém irá fazer as coisas da maneira deles, de acordo
uma vez que a partir dele podemos compreender melhor as bases
com seus sonhos, nem eles mesmos aceitariam ver suas ideias
usadas para a prática profissional na área do empreededorismo. Bons
sendo executadas por terceiros, pois confiam em seus talentos
estudos!
e nas perspectivas de seus negócios.
De acordo com Fialho et al (2007, p.45), “são pessoas
saber mais
com visão que sabem transformar ideia em um produto ou
Para aumentar seus conhecimentos sobre intraempreendedorismo
serviço de sucesso, e tem a capacidade de materializar seus
você poderá ler o artigo Intraempreendedorismo: faça do seu emprego
sonhos de mudar o seu status de onde quer que esteja”.
um negócio próprio, escrito por Diná Sanchotene e publicado no Blog
Deonde. Disponível em: http://deonde. blogspot.com.br/2008/12/
intraempreendedorismo-faa-do-seu.html. Aceso em: 20 jan. 2013.

Uma pesquisa realizada pela Revista Exame (2006)


destaca que os fatores que mais estimulam os empregados a
empreenderem, em 34% dos casos, são a satisfação pessoal, e
em apenas 7,5%%, a promoção e o aumento de salário.
São extremamente dedicados, centrados no que fazem
e vivem praticamente em função de seu negócio, não tendo
muito tempo disponível para os outros aspectos de sua vida.
Lidar com erros e fracassos é algo desafiador para eles, pois
sabem que coisas novas estão sujeitas a erros e fracassos. E
Figura 4.3 Faça do seu emprego um negócio próprio. Fonte: BLOGSPOT DEONDE. quando algo sai errado, procuram extrair o maior proveito
Intraempreendedorismo: faça do seu emprego um negócio próprio. Disponível
em:http://deonde.blogspot.com.br/2008/12/ intraempreendedorismo-faa-do-seu. possível da situação, aprendem com os próprios erros.
html. Acesso em: 20 jan. 2013.
O intraempreendedor também possui uma inquietação
de quem sempre está inconformado com a situação atual,
O intraempreendedor é aquele que tem um por isso, ele busca se capacitar cada vez mais para superar os
papel de liderança na criação e desenvolvimento
desafios que lhe são apresentados, acima de tudo, ele é ousado
de novas atividades que geram valor para as
organizações em que trabalham. São pessoas
e criativo.
que acreditam fortemente no seu talento e Nesse interim, as principais características do
que desejam assumir responsabilidades e ter intraempreendedor são:
maior liberdade de atuação dentro da cultura • paixão pelo que faz;
organizacional (SEBRAE, 2013, p. 77). • sempre atento às novas ideias;
• simulam erros e riscos;
Ainda segundo Fialho et al (2007), não existe uma fórmula • descobrem oportunidades ocultas;
para a determinação ou previsão de quem possa vir a se tornar • multidisciplinaridade;
31
• persistente, dedicado; um desequilíbrio entre a atividade masculina e feminina. Em 2011,
• autoconfiante, decide por conta própria; os homens representam 64,70% dos empregados empreendedores,
• proativo, inovador (SEBRAE, 2010). contra 35,30% de mulheres. Esse dado contrasta com os dados sobre
os empreendedores iniciais no Brasil, que sempre apresentaram um
É uma característica comum em algumas empresas equilíbrio entre os gêneros entre 2002 e 2011. Esses índices se justificam
pedirem aos intraempreendedores que assumam riscos. no sentido de que as mulheres no Brasil empreendem por necessidade
O objetivo principal dessa postura é fazer com que seu ao buscarem alternativas de negócios para complementar a renda
comprometimento com a empresa se torne maior, de forma familiar, corrobora com o contraste identificado e explica em parte a
a minimizar as possibilidades de descomprometimento ou de grande presença de mulheres como empreendedoras iniciais.
abandono, em troca de uma oferta melhor, ou, o que é pior, A pesquisa revela ainda, que há uma concentração de 82,30% da EEA na
que desperte nele o espírito empreendedor e ele passe a ser faixa dos 25-34 anos (52,90%) e dos 35-44 anos (29,40%), pois é nessa
seu concorrente. faixa etária que os candidatos a intraempreendedores conseguem
Fialho et al (2007) apud Hashimoto (2005) destaca também reunir as características inerentes aos empreendedores de sucesso
outros motivos para o incentivo do intraempreendedorismo com o conhecimento e experiência necessários para obterem o apoio
dentro das organizações: dos stakeholders (equipe envolvida) para a empreitada. Constatou-se
• atração e retenção de talentos; ausência de EEA entre os brasileiros com idade entre 55-64 anos, fato
• democratização da capacidade inovadora – todos que pode ser explicado pelo fato das pessoas nessa faixa estarem mais
colaboradores possuem potencial para inovar, desde próximos de seus projetos de aposentadoria (SEBRAE, 2013, p. 77-80).
que dadas as devidas condições;
• forte instrumento de motivação intrínseca; Para Refletir
• agilidade e flexibilidade nos processos internos; Não devemos ter medo das novas ideias! Elas podem significar a
• gestão participativa; diferença entre o triunfo e o fracasso (Napoleon Hill).
• comportamento de “dono” – liberdade para criar,
realizar, solucionar e mudar; E então, como está se saindo com os novos
• desenvolvimento de habilidades específicas. conhecimentos? Interessantes os dados apontados pela
pesquisa GEM, não é mesmo? Reflita sobre eles, e em seguida,
Uma vez selecionada a ideia, parte-se para o planejamento. iniciamos a seção 3 que visa diferenciar o intraempreendedor
Nessa fase converte-se a visão intuitiva em um plano de do empreendedor.
ação. O posicionamento estratégico deve ter a capacidade
de antecipar o futuro, reconhecer as oportunidades ainda
não exploradas, além de manusear corretamente os recursos 3- Intraempreendedor X Empreendedor
corporativos para aproveitar as oportunidades.
De uma forma geral se pode diferenciá-los como sendo
o empreendedor aquele que empreende em um negócio
próprio, seja ele o único dono, ou em uma sociedade; por
outro lado, o intraempreendedor é aquele que atua dentro da
empresa onde trabalha subordinado aos superiores, porém se
torna a principal cabeça pensante e atuante.
Para Greco et al (2009) apud Pinchot (1989), os
principais fatores que diferenciam o intraempreendedor
do empreendedor são o grau de risco assumido e o grau de
Figura 4.4 Transformando ideias em realidade... Fonte: NUMERA. Transformando
ideias em realidade. Disponível em: http://www.numera.com. br/. autonomia durante o processo de empreender. O quando a
Acesso em: 20 jan. 2013
seguir mostra outras características que os diferencia.

Assim sendo, os intraempreendedores fazem uso


da criatividade e da inovação como principal estratégia
para o desenvolvimento de suas ideias, agregando valor aos
recursos disponíveis na organização, onde o principal desafio
é transformar suas ideias em uma realidade rentável.

saber mais
Conforme dados da pesquisa GEM 2011, o Brasil aparece na 39ª
posição entre os países pesquisados, com taxa de 0,84% de atividade
empreendedora de seus empregados, e na 17ª posição entre 24 países
integrantes do grupo-eficiência. A média desse grupo é de 1,78% e tem o
Uruguai como o país com maior taxa de EEA (Atividade Empreendedora
de Empregados), com 4,39%.
O resultado da análise dos dados do GEM 2011 sobre Atividade Quadro 4.1 Diferenças entre empreendedor e intraempreendedor. Fonte:
PINCHOT (1989) apud GRECO, Simara M. S. et al. Empreendedorismo no Brasil:
Empreendedora de Empregados segundo o gênero no Brasil, evidencia 2010. Curitiba: IBQP, 2010.
Empreendedorismo 32
Para complementar os estudos sobre intraempreendedor,
vejamos Os 10 Mandamentos do intraempreendedor publicado Vale a pena
pelo SEBRAE (2010).
1. Forme sua equipe. Intraempreendedorismo não é
uma atividade solitária;
2. Compartilhe o mais amplamente possível as
recompensas;
Vale a pena ler
3. Solicite aconselhamento antes de pedir recursos; CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando
4. É melhor prometer pouco e realizar em excesso; asas ao espírito empreendedor. São Paulo: Saraiva, 2006.
5. Faça o trabalho necessário para atingir o seu DOLABELA, Fernando. O Segredo de Luísa. São
sonho, independentemente de sua descrição de Paulo: Cultura, 1999. DORNELAS, José Carlos Assis.
cargo; Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. Rio de
6. Lembre-se de que é mais fácil pedir perdão do que Janeiro: Campus, 2001.
pedir permissão; FIALHO, Francisco Antônio Pereira et al.
7. Tenha sempre em mente os interesses de sua Empreendedorismo na Era do Conhecimento. Florianópolis:
empresa e dos clientes, especialmente quando você Visual Books, 2007.
tiver que quebrar alguma regra ou evitar a burocracia; FILION, Louis Jacques; DOLABELA, Fernando. Boa
8. Vá para o trabalho a cada dia disposto a ser demitido; Ideia! E Agora? São Paulo: Cultura, 2000.
9. Seja leal à suas metas, mas realista quanto ás maneiras GIL, A. C. Administração de Recursos Humanos: um
de atingi-las; enfoque profissional. São Paulo: Atlas, 2000.
10. Honre e eduque seus patrocinadores. GRECO, Simara M. S. et al. Empreendedorismo no Brasil:
2010. Curitiba: IBQP, 2010.
Para Refletir
HITT, Michel. Administração estratégica: competitividade
Para finalizar, reflita sobre esta frase: “o futuro da sua empresa pode
e globalização. São Paulo: Pioneira, 2005.
estar ali, apenas esperando que você dedique seu tempo a ele” (SEBRAE,
KOCHE, Marcelo Ioris. Empreendedorismo. Dourados:
2013).
UNIGRAN, 2009. REVISTA EXAME. Homepage.
Disponível em: exame.abril.com.br/. Acesso em: 25 jan.
2013.
Retomando a aula

Parece que estamos indo bem! Então, para encerrar


a Aula 04, vamos recordar os temas que foram
abordados: Vale a pena acessar

1- Contextualização BLOGSPOT DEONDE. Intraempreendedorismo:


faça do seu emprego um negócio próprio. Disponível em:
Vimos na Seção 1 desta aula um pouco mais sobre o http://deonde.blogspot.com.br/2008/12/intraempreen
papel do intraempreendedor dentro de uma organização. dedorismo-faa-do-seu.html. Acesso em: 20 jan. 2013.
Compreendemos, também, que as organizações devem BLOGSPOT NOVA ERA DO
ter em mente que é importante observar seus colaboradores CONHECIMENTO. Curso completo de raciocínio
com mais atenção, para identificar aqueles com maior lógico. Disponível em: http://novaeradoconhecimento.
potencial de geração de novas ideias e valorizá-los, dando a blogspot. com.br/2010_08_01_archive.html. Acesso em:
eles a oportunidade de as colocarem em prática, evitando, 20 jan. 2013.
assim, que eles venham a deixar a organização e ir para a GRECO, Simara M. S. Silveira et al. 2008:
concorrência ou abrir seu próprio negócio e se tornar a empreendedorismo no Brasil. Disponível em:
própria concorrência. http://201.2.114.147/bds/BDS.nsf/5D1CAC412
448B0428325757B00697DC7/$File/NT0003EF2A.pdf>.
2- Características do Intraempreendedor Acesso em: 26 ago. 2009.
NUMERA. Transformando ideias em realidade.
Já na Seção 2, analisamos as principais características do
Disponível em: http://www. numera.com.br/. Acesso em:
intraempreendedor, dando destaque para paixão pelo que faz,
20 jan. 2013.
atenção às novas ideias e à multidisciplinaridade, além de ser
SEBRAE. Estudos e pesquisas. Disponível em:
persistente, dedicado, autoconfiante, proativo e inovador.
http://www.sebrae.com.br/customizado/estudos-e-
pesquisas/temas-estrategicos/empreendedorismo/205-
3- Intraempreendedor x empreendedor
27-gem-2011-brasil-e-o-terceiro-pais-com-maior-nb0-de/
Para finalizar, na Seção 3, identificamos as importantes BIA_20527. Acesso em: 19 de jan. 2013.
diferenças entre o intraempreendedor e o empreendedor.
33

_____. Intraempreendedorismo. Disponível


em: http://www.sobreadministracao. com/
intraempreendedorismo-guia-completo/. Acesso em: 20
jan. 2013.
SOBRE A D M I N I S T R A Ç Ã O .
Intraempreendedorismo: guia completo.
Disponível em: http://www.sobreadministracao.com/
intraempreendedorismo- guia-completo/. Acesso em: 20
jan. 2013.
WIKIPÉDIA. Intraempreendedorismo. Disponível
em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Intraempreendedoris
mo. Acesso em: 24 ago. 2009.

Vale a pena assistir


YOU TUBE. O que é intraempreendedorismo.
Disponível em: http://www. youtube.com/
watch?v=Kx3JrklyrNI. Acesso em: 31 jan. 2013.______.
Intraempreendedorismo. Disponível em: http://www.
youtube.com/watch?v=nTxGEvXN9oE. Acesso em: 31
jan. 2013.

Minhas anotações
Empreendedorismo

5º Aula

Formas de apoio aos


Empreendedores

Nesta aula, veremos as principais assessorias com as


quais o empreendedor pode contar no momento de iniciar
seu empreendimento ou em fase de crise e dificuldades. Possui
como base principal as assessorias citadas por José Carlos
Dornelas (2001).
Boa aula!
Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• reconhecer e fundamentar o empreendedorismo;


• identificar os diversos tipos de assessorias.
35
2.1 Sebrae
Seções de estudo
O Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas –, é a principal entidade brasileira de
1 – Empreendedor apoio aos pequenos e micro empresários. Criada em 1990,
2 – Tipos de assessorias por meio de uma lei do Poder Executivo, com o objetivo de
prestar assessoria, como conselhos sobre a forma de abertura
de empresas, cursos sobre gestão de qualidade, fluxo de caixa,
1- Empreendedor marketing, finanças, dentre outros. Em todos os estados da
federação há pelo menos uma agência do Sebrae.
Para o começo de um negócio, tão importante quanto
conseguir o financiamento inicial, são as assessorias que 2.2 Assessorias jurídicas e contábeis
ajudarão o empreendedor a ultrapassar a primeira fase e, em
geral, a mais difícil do empreendimento: a sobrevivência. É de fundamental importância que o empreendedor seja
O empreendedor, por mais otimista que seja, pode bem assessorado em aspectos jurídicos e contábeis, desde o
se deparar com sérias dificuldades. Caso não esteja bem início de seu empreendimento. Deve- se contar com a ajuda
amparado, corre o risco de ver seu sonho se tornar pesadelo de advogados e contabilistas que entendam do assunto e que
logo no início de seu negócio. auxiliem na gestão de seu empreendimento.

2.3 Universidades e institutos de


pesquisa
O empresário brasileiro não possui o costume de recorrer
às universidades e aos institutos de pesquisa para solucionar
problemas de tecnologia em suas empresas, ou mesmo para
promover inovações tecnológicas. Porém, existem várias
espalhadas pelo país com a finalidade de prestar suporte
tecnológico.
Destacam-se as empresas juniores situadas dentro de
universidades e faculdades, por serem formadas por alunos e
não terem fins lucrativos, são uma alternativa de baixo custo e
boa qualidade, visto que há professores especializados na área
que auxiliam os alunos na solução dos problemas.
Figura 5.1 Apoio. Fonte: REDELEPOSTICHE. Apoio na implantação e gestão.
Disponível em:http://www.redelepostiche.com.br/ site/apoio-na-implantacao-e-
Sobre este tema, é válido salientar ainda que para o
gestao. Acesso em: 21 jan. 2013. empreendedorismo tecnológico, cuja evolução é fundamental
e se baseia no conhecimento intensivo do empreendedor
O empreendedor não é uma ilha isolada no tecnológico e de sua equipe, o hábito da pesquisa aos
oceano. Por meio de sua rede de contatos, ele centros com esse objetivo é ainda mais vital e importante,
deve identificar os melhores profissionais e especialmente para a criação de um ambiente de confiança
entidades para assessorá-lo (DORNELAS,
e cooperação interna para a concepção de novos produtos e
2001, p. 202).
serviços, além da sustentabilidade do negócio.
Dessa forma, futuros empreendedores podem buscar
apoio nas mais diversas entidades que prestam consultorias e
2.4 Incubadoras de empresas
assessorias, entre elas, universidades e empresas especializadas
Uma incubadora de empresas é uma forma
como o SEBRAE e as incubadoras que abrigam e iniciam interessante de se tentar diminuir o índice de
seus empreendimentos. mortalidade das MPE no Brasil que é altíssimo:
mais da metade das micros, pequenas e
médias empresas, (56%), fecham as portas
2- Tipos de assessorias até o terceiro ano de vida, segundo dados
do SEBRAE. Uma incubadora de empresas
busca oferecer às pequenas empresas apoio
Dornelas (2001), a seguir, destaca algumas assessorias
estratégico durante os primeiros anos de
a quem o empreendedor pode recorrer na criação de seu
existência.
negócio ou em algum momento crítico, no decorrer do ciclo As primeiras incubadoras de empresas
de vida de seu negócio. surgiram no Brasil na década de 80 e
desde então, o número de incubadoras
Para iniciar nossas reflexões, nesta segunda seção, vamos buscar vem crescendo sensivelmente. Segundo
compreender melhor os tipos de assessorias, identificar a sua dados do Anprotec - Associação Nacional de
importância e os principais objetivos que o empreededor deve buscar. Entidades Promotoras de Empreendimentos
Empreendedorismo 36
de Tecnologia Avançada existem hoje, Normalmente, no que se costuma chamar de
no Brasil, cerca de 150 incubadoras espalhadas incubadoras fechadas, tem-se que cada empresa possui
pelo país, número que mal chegava a 10 em o seu módulo ou espaço privativo de trabalho, constituído
1991. Estima-se em cerca de 1.100 o número de uma ou mais salas pequenas, mais os espaços coletivos a
de empresas residentes nessas incubadoras, serem utilizados por todos.
o que representa a geração de cerca de 6.100
Nas chamadas incubadoras abertas, as empresas
novos empregos (eCOMMERCE, 2013).
incubadas não precisam estar instaladas no mesmo local. Elas
contam com os serviços de apoio e usam circunstancialmente
a estrutura compartilhada, como é o caso das incubadoras de
cooperativas.

Figura 5.2 Localização das incubadoras brasileiras. FONTE: ECOMMERCE.


Incubadoras de Empresas apóiam o empreendedorismo. Disponível em: http://
www.e-commerce.org.br/incubadoras.php. Acesso em: 31 jan. 2013.

2.4.1 Objetivos da incubadora


Figura 5.3 Incubadora de empresas. Fonte: BLOGSPOT MONIELIZA. Incubadora
de empresas: Fique por dentro! Disponível em: http://monieliza.blogspot.com.
O objetivo de uma incubadora é basicamente reduzir br/2010/12/ incubadora-de-empresas-fique-por- dentro.html.
Acesso em: 21 jan. 2013.
a taxa de mortalidade das pequenas empresas. Para isso, as
incubadoras oferecem um ambiente flexível e encorajador,
onde é oferecida uma série de facilidades para o surgimento 2.4.2 Tipos de incubadoras
e crescimento de novos empreendimentos a um custo bem
menor do que o de mercado, na medida em que esses custos Segue abaixo os tipos de incubadoras:
são rateados e às vezes subsidiados.
Outra razão para a maior chance de sucesso de empresas A maioria das incubadoras tecnológicas como
instaladas em uma incubadora, é que o processo de seleção CELTA/UFSC, GÊNESIS/PUC- RJ, COPPE/UFRJ,
capta os melhores projetos e seleciona os empreendedores se enquadram nessa categoria. A CELTA de
mais aptos, o que naturalmente amplia as possibilidades de I n c u b a d o r a Florianópolis, por exemplo, ligada à fundação CERTI,
sucesso dessas empresas. Tecnológica instituição privada, sem fins lucrativos, que funciona
Fechada no campus da Universidade de Santa Catarina
(UFSC), possui 36 empresas incubadas instaladas
Salas individuais e coletivas, laboratórios,
num prédio de 11,1mil m². As empresas estão
Infraestrutura auditório, biblioteca, salas de reunião,
instaladas em módulos que variam de 30 a 40 m²
recepção, copa cozinha, estacionamento.
e dispõe de bibliotecas, sala de reunião, auditório,
Serviços Básicos Telefonia e acesso a Web, recepcionista, laboratórios e afins. A CELTA obteve destaque
segurança, xérox, etc. nacional ao desenvolver a urna eletrônica, aprovada
Gerencial, contábil, jurídica, apuração e controle pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Assessoria de custo, gestão financeira, comercialização, O CIETEC, localizado no campus da USP, utiliza tanto
exportação e para o desenvolvimento do a modalidade fechada e aberta para incubadoras.
negócio. Recentemente ampliou as suas instalações para
Qualificação Treinamento, cursos, assinaturas de revistas, I n c u b a d o r a atender mais empresas, além de abrir novas vagas
jornais e publicações. Tecnológica para empresas que não irão necessitar de sua
Contatos de nível com entidades Mista estrutura İsica e continuarão funcionando nas suas
Network governamentais e investidores, participação em atuais instalações, dispersas na área geográfica das
eventos de divulgação das empresas, fóruns. proximidades da universidade e utilizando apenas
os serviços da incubadora como: consultoria,
Tabela 5.1 Apoio oferecido pelas Incubadoras. Fonte: elaborado pelo autor.
laboratório do IPT, e afins.
37
São incubadoras que atuam nos setores ditos 1. Os programas Softex e Genesis (Geração de Novas
tradicionais, geralmente indústrias, como confecção, Empresas de Software, Informação e Serviços),
embalagens, eletroeletrônicos, plásƟcos, etc. Um criados na década de 1990 e que até há pouco
I n c u b a d o r a exemplo é o programa de incubadoras de empresas tempo apoiavam atividades de empreendedorismo
T r a d i c i o n a l desenvolvido pela FIESP/CIESP/SP, conhecido como em software, estimulando o ensino da disciplina
Fechada Núcleo de Desenvolvimento Empresarial, teve seu em universidades e a geração de novas empresas
início com a instalação da Incubadora na cidade de de software (start-ups). O programa Softex foi
Itu, em maio de 1991. Hoje conta com 13 reformulado e continua em atividade. Informações
Núcleos em funcionamento na capital e interior do podem ser obtidas em www.softex.br.
Estado de São Paulo. Esses núcleos abrigam cerca 2. O programa Brasil Empreendedor, do Governo
de 82 empresas, gerando 482 empregos diretos. Federal, que foi dirigido à capacitação de mais
de 6 milhões de empreendedores em todo o
A ideia nasceu na Universidade de Santa Maria
país, destinando recursos financeiros a esses
no Rio Grande do Sul e teve sua consolidação
empreendedores, totalizando um investimento de
por meio do INTECCOPPE/UFRJ - Incubadora
R$8 bilhões. Este programa vigorou de 1999 até
I n c u b a d o r a Tecnológica de Cooperativas Populares - que em
2002 e realizou mais de 5 milhões de operações de
T r a d i c i o n a l três anos de existência já incubou cerca de 25
crédito.
Aberta cooperativas populares no estado do Rio de Janeiro.
3. Ações voltadas à capacitação do empreendedor, como
A partir da experiência do INTECCOPPE, o FINEP
os programas Empretec e Jovem Empreendedor do
está desenvolvendo um programa para levar esta
SEBRAE, que são líderes em procura por parte dos
tecnologia a todas as Universidades Federais do
empreendedores e com ótima avaliação.
Brasil. Este modelo de incubadora presta os serviços
4. Os diversos cursos e programas sendo criados
necessários à montagem e acompanhamento do
nas universidades brasileiras para o ensino do
desenvolvimento de cooperativas.
empreendedorismo. É o caso de Santa Catarina,
com o programa Engenheiro Empreendedor,
De acordo com Filion e Dolabela (2000), durante o que tinha como objetivo capacitar alunos de
período de incubação as empresas são chamadas de empresas graduação em engenharia de todo o país. Destaca-
residentes. se também o programa Ensino Universitário
de Empreendedorismo, da CNI (Confederação
2.4.3 Incubadoras de internet Nacional das Indústrias) e IEL (Instituto Euvaldo
As incubadoras que abrigam empresas ponto.com são Lodi), de difusão do empreendedorismo nas escolas
diferentes das incubadoras tradicionais já citadas. A principal de ensino superior do país, presente em mais de
diferença é que essas incubadoras são privadas e visam o lucro. duzentas instituições brasileiras, envolvendo mais de
Atuam como capitalistas de risco, além de oferecer infra- 1.000 professores em 22 estados do país.
estrutura, suporte e auxiliar na gestão do negócio, entram com 5. Houve ainda um evento pontual que depois
o capital inicial. se dissipou, mas que também contribuiu para
A empresa deve ceder parte de suas ações à incubadora, a disseminação do empreendedorismo. Trata-
em troca dos benefícios prestados. Geralmente, estas se da explosão do movimento de criação de
incubadoras escolhem os empreendedores e seus negócios, empresas pontocom no país nos anos de 1999 e
usando como base o plano de negócio da empresa, o histórico 2000, motivando o surgimento de várias empresas
da equipe de gestão, o mercado alvo e se a ideia é realmente start-up de Internet, desenvolvidas por jovens
inovadora. empreendedores.
Chegando ao final desta aula, sobre programas de apoio 6. Especial destaque deve ser dado ao enorme
aos empreendedores, vamos expor algumas informações crescimento do movimento de incubadoras
adicionais para acrescentar aos seus conhecimentos sobre este de empresas no Brasil. Dados da Anprotec
assunto, conforme veremos a seguir. (Associação Nacional de Entidades Promotoras
O movimento do empreendedorismo no Brasil começou de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas)
a tomar forma na década de 1990, quando entidades como mostram que, em 2008, mais de 400 incubadoras de
SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas empresas encontravam - se em atividade no país.
Empresas) e Softex (Sociedade Brasileira para Exportação de 7. Mais recentemente, várias escolas estão criando
Software) foram criadas. programas não só de criação de novos negócios,
Passados 20 anos, pode-se dizer que o Brasil entra neste mas também focados em empreendedorismo social
novo milênio com todo o potencial para desenvolver um dos e empreendedorismo corporativo. Existem ainda
maiores programas de ensino de empreendedorismo de todo programas específicos sendo criados por escolas
o mundo, comparável apenas aos Estados Unidos, onde mais de administração de empresas e de tecnologia para
de 2.000 escolas ensinam empreendedorismo. formação de empreendedores, incluindo cursos de
Ações históricas e algumas mais recentes desenvolvidas MBA (Master of Business Administration), e também
começam a apontar para essa direção. De acordo com Elsevier cursos de curta e média duração, e ainda programas
(2013), seguem alguns exemplos: a distância (EAD).
Empreendedorismo 38
8. 8. O crescente movimento das franquias no
Brasil também pode ser considerado um exemplo de Vale a pena
desenvolvimento do empreendedorismo nacional.
Segundo a Associação Brasileira de Franchising,
em 2007 havia mais de 1.200 redes de franquias
constituídas no país, com cerca de 65.000 unidades
franqueadas, o que correspondeu a R$46 bilhões de Vale a pena ler
faturamento consolidado do setor.
DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo:
transformando ideias em negócios. Rio de Janeiro: Campus,
VOCÊ SABIA?
2001.
Pesquisas apontam um aumento da cultura de estabelecer parcerias
FILION, Louis Jacques; DOLABELA, Fernando. Boa
por parte dos empreendedores brasileiros. Até os anos 90, a inovação
Ideia! E Agora? São Paulo: Cultura, 2000.
nas empresas era eminentemente fechada, ou seja, toda a inovação
GRECO, Simara M. S. et al. Empreendedorismo no Brasil:
era produzida dentro da empresa, em geral em suas áreas de P&D –
2010. Curitiba: IBQP, 2010.
Pesquisa e Desenvolvimento. A partir dos anos 2000, a inovação começou
a se expandir para fora da empresa, por meio do estabelecimento de
parcerias com universidades, institutos de pesquisa, outras empresas,
fornecedores e até mesmo clientes (SEBRAE, 2013, p. 78).

Assim, chegamos ao final desta aula. Podemos perceber


que há bons programas de apoio ao empreendedor, mas,
segundo Greco et al (2010), apesar desse programas e Vale a pena acessar
das condições macroeconômicas estarem favorecendo o
empreendedorismo no Brasil, ainda há a necessidade de evoluir BLOGSPOT MONIELIZA. Incubadora de
significativamente nas condições mais ligadas às políticas Empresas: Fique por dentro! Disponível em: http://
de apoio ao empreendedor, pois nos casos de Programas monieliza.blogspot.com.br/2010/12/incubadora-de-
Governamentais, tem-se como destaque a inexistência de empresas-fique-por-dentro.html. Acesso em: 21 jan. 2013.
uma única agência para o empreendedor obter as informações eCOMMERCE. Incubadoras de Empresas apóiam
necessárias para acessar os mecanismos de apoio criados por o empreendedorismo. Disponível em: http://www.e-
programas do governo, portanto, ainda há muito que ser feito. commerce.org.br/incubadoras.php. Acesso em: 01 jan.
2013.
Para Refletir ELSEVIER. Empreendedorismo. Disponível em:
É percebido que o ato de empreender possibilita participar ativamente da http://www.elsevier.com.br/josedornelas/artigos_e_
vida sócioeconômica da sua comunidade. Ao empreender se transforma videos/empreendedorismo_capitulo_2.pdf. Acesso em: 19
e/ou influencia a própria vida e toda a comunidade envolvida, sendo um jan. 2013.
item de transformação do meio. REDELEPOSTICHE. Apoio na implantação e gestão.
Disponível em: http://www.redelepostiche.com.br/site/
apoio-na-implantacao-e-gestao. Acesso em: 21 jan. 2013.
Retomando a aula SEBRAE. Estudos e pesquisas. Disponível em:
http://www.sebrae.com.br/customizado/estudos-e-
pesquisas/temas-estrategicos/empreendedorismo/205-
27-gem-2011-brasil-e-o-terceiro-pais-com-maior-nb0-de/
Parece que estamos indo bem! Então, para encerrar BIA_20527. Acesso em: 19 de jan. 2013.
a Aula 05, vamos recordar os temas que foram
abordados:

Minhas anotações
1 - Empreendedor

Estudamos, inicialmente, que o empreendedor pode


se deparar com sérias dificuldades. Caso não esteja bem
amparado, corre o risco de ver seu sonho frustrado.

2 - Tipos de Assessorias

Já na seção 2, tivemos a oportunidade de analisar


alguns dos vários tipos de assessorias, tais como: SEBRAE,
Assessorias Jurídicas e contábeis, Universidades e Institutos
de pesquisa e Incubadoras de Empresas.
Aula 6º

A Importância da
Formulação de Estratégias no
Empreendedorismo

Prezados(as) alunos(as), continuando a nossa disciplina


“Empreendedorismo’’, iremos avançar na nossa produção de
conhecimento, tratando na Aula 6 das premissas das escolas
empreendedora e cognitiva, que são as que possuem relevância
dentro do empreendedorismo. Antes, veremos o que vem a ser
estratégia e qual a importância da formulação de estratégias no
processo empreendedor.
Porém, antes de iniciarmos nossa aula propriamente dita,
convido-os a refletir sobre o parágrafo a seguir que diz.
Em geral, os estudos de empreendedorism tendem a
apontar para uma correlação positi entre inovação, planejamento
e sucesso de empreendimentos com o nível de educação do
empreendedor.
Pense nisso! E agora sim, vamos à aula?!
Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• identificar os principais conceitos relacionados às estratégias de um empreendedor;


• reconhecer as estratégias de um empreendedor;
• compreender as premissas das escolas empreendedora e cognitiva.
Empreendedorismo 40
Veremos mais adiante as premissas das escolas
Seções de estudo empreendedora e cognitiva que são as que possuem relevância
dentro do empreendedorismo. Antes veremos o que vem a
ser estratégia.
1- Contextualização
2- Estratégia
3- Premissas da escola empreendedora e cognitiva 2- Estratégia

Entre as diversas definições de estratégia existentes,


1- Contextualização destaco a definição de Ansoff (1977) apud Fialho et al (2007),
o qual defende que a estratégia consiste em uma regra para
Na área da gestão de empresas, a palavra estratégia tomar decisões determinadas pelo escopo produto/mercado,
foi utilizada pela primeira vez em 1947, mas foi na década de vetor de crescimento, vantagem competitiva e sinergia.
1970 que os conceitos relacionados às estratégias ganharam
maior ênfase. Hoje, a formulação de estratégias é reconhecida A palavra vem do grego antigo stratègós (de
por empreendedores e dirigentes como um fator crucial para stratos, “exército”, e ago, “liderança” ou
o sucesso das organizações. “comando” tendo significado inicialmente “a
arte do general”) e designava o comandante
Uma vez que existe uma vasta gama de definições para
militar, à época de democracia ateniense. O
o termo e porque não são universalmente aceitos, surgiram
idioma grego apresenta diversas variações,
diversas escolas de pensamentos estratégicos. como strategicós, ou próprio do general chefe;
stratégema, ou estratagema, ardil de guerra;
stratiá, ou expedição militar; stráutema, ou
exército em campanha; stratégion, ou tenda do
general, dentre outras.
Atualmente, o conceito de estratégia é uma das
palavras mais utilizadas na vida empresarial e
encontra-se abundantemente na literatura da
especialidade. À primeira vista parece tratar-
se de um conceito estabilizado, de sentido
consensual e único, de tal modo que, na maior
parte das vezes, entende-se ser escusada a sua
definição.
Contudo, um pouco de atenção ao sentido
Figura 6.1 A melhor estratégia ganha o jogo. Fonte: BLOGSPOT 3CMODELOS. A
melhor estratégia ganha o jogo. Disponível em: http://3cmodelos.blogspot.com. em que a palavra é usada permite, desde logo,
br/2009/11/ melhor-estrategia-ganha-o-jogo.html. Acesso em: 21 jan. 2013. perceber que não existe qualquer uniformidade,
podendo o mesmo termo referir se a situações
Mintzberg identificou dez escolas de muito diversas. Se para uma leitura apressada
pensamento no campo da administração esse facto não traz transtornos, para o
estratégica. Três escolas, de natureza estudante destas matérias e mesmo para os
prescritiva, têm tratado estratégia como gestores têm por função definir ou redefinir
tentativas conscientemente deliberadas de estratégias e implantá-las nas organizações,
alinhar a organização com seu ambiente e veem a definição rigorosa do conceito que têm de
a formulação de estratégia como um processo levar a cabo é o primeiro passo para o êxito
que envolve o desenho conceitual (escola dos seus esforços (WIKIPÉDIA, 2013).
do design), planejamento formal (escola do
planejamento), e posicionamento competitivo Quanto ao processo de formulação de estratégias, ela
(escola do posicionamento). Existe, ainda, pode ser dividida em duas etapas:
um grupo composto de seis escolas chamadas • etapa política – quando se define o que fazer,
descritivas: a escola empreendedora, que
tendo-se como produto os objetivos;
trata a formação de estratégias como um
• etapa estratégica – quando se define como fazer,
processo visionário; a cognitiva que apresenta
estratégia como um processo mental; a de tendo-se como produto as estratégias.
aprendizagem, que considera a estratégia como
resultado de um processo de conflito e disputa O processo de formulação estratégica dentro das
por poder; a cultural, que vê a estratégia como organizações pode ser considerado um procedimento de
um processo passivo. Existe ainda a escola de adaptação das empresas às variações do ambiente no qual
configuração que procura delinear os estágios estão inseridas, alocando e realocando seus recursos às
e consequências do processo de formação unidades estratégicas de negócios.
de estratégias como um todo integrado Porter (1987) classifica as estratégias em três níveis
(MINTZBERG et al, 2000, apud FIALHO et hierárquicos:
al, 2007 p. 71).
41
• Corporativos – define o ramo de atuação e como existência de quatro tipos estratégias: defensiva, prospectora,
administrar o negócio como um todo; analítica e reativa.
• Empresarias – define o que fazer para que os
clientes prefiram seus produtos; Categoria Definição
• Funcionais – apoio às demais estratégias da Estratégica
empresa para alcançar os objetivos empresariais.
Empresa que segue esta estratégia procura
localizar e manter a linha de produtos/
De maneira geral, as estratégias em qualquer nível visam
serviços relativamente estável. O foco é
à adaptação da empresa ao ambiente externo.
produtos/serviços mais limitada do que seus
A maioria das empresas enfrenta dificuldades em readaptar
Estratégia defensiva concorrentes. Protege seu domínio por meio
suas estratégias de ação diante de novas circunstâncias. Adiam
de oferta de produtos de melhor qualidade,
as mudanças até o momento em que a crise chega, quando, na
serviços superiores e menores preços. Não
maioria das vezes, já é tarde demais, ou então já tenha passado
procura estar entre os líderes, restringindo-se
o melhor momento para a implantação da nova estratégia.
ao que sabe fazer tão bem, ou melhor, do que
As mudanças de estratégias dentro de uma empresa
a concorrência.
geralmente ocorrem em resposta a acontecimentos externos,
como forma de se adequar a eles. Desta forma, a mudança Amplia continuamente sua linha de produtos/
de estratégias está relativamente relacionada a processos serviços. Dá importância à questão de
culturais, políticos e econômicos. oferecer novos produtos/serviços em área
Estratégia relativamente ampla. Valoriza ser um dos
2.1 Escolha Estratégica prospectiva pioneiros a oferecer novos produtos, mesmo
que em contrapartida seus esforços não
sejam altamente lucrativos.
Tenta manter a linha limitada de produtos/
serviços relativamente estável, e ao mesmo
tempo tenta adicionar um ou mais produtos
Estratégia analítica que sejam bem sucedidos em empresas
concorrentes. Em muitos casos, é posição
intermediária entre as estratégias defensiva e
prospectiva.
Exibe comportamento mais inconsistente
Figura 6.2 Porque é tão difícil encarar o óbvio? Fonte: BLOG IGEC. A do que as anteriores. Trata-se de uma
megatendência das redes mais descentralizadas. Disponível em: http://www.igec. espécie de não estratégia. Não arrisca em
com.br/blog/?p=2270. Acesso em: 21 jan. 2013.
novos produtos/serviços, a menos quando
Outro ponto relevante, desafiador ao empreendedor, é Estratégia reativa ameaçada por competidores. Sua tática
saber qual estratégia adotar mediante inúmeras possibilidades é esperar, e responder somente quando
com relação à estratégia que a empresa usa em suas interações forçada por pressões competitivas, de
com o ambiente. modo a evitar a perda de clientes e a
lucratividade.
O poder é um fator chave da escolha de
Quadro 6.1 Modelo de categorias estratégicas. Fonte: FIALHO et al, 2009.
estratégias, uma vez que é aquele que detém
o poder que decidirá o que será ou não feito.
Esse centro de poder é chamado coalizão A importância da abordagem da escolha estratégica está
dominante (o grupo que exerce as escolhas no fato de que as mudanças estratégicas das organizações são
estratégicas). Toda organização tem uma realizadas por meio da escolha estratégica de seus dirigentes
coalizão dominante e esta, por sua vez, tem principais, segundo as percepções do ambiente.
autonomia para tomar decisões. Assim, as
decisões estratégicas acerca do ambiente 2.2 Formulação de estratégias
podem ser feitas com base em percepções a partir de aspectos cognitivos do
individuais, portanto avaliando de forma empreendedor
diferente por diferentes pessoas. (FIALHO et
al, 2007, p. 75). Cognição é o ato ou processo de conhecer,
que envolve atenção, percepção, memória,
O quadro a seguir mostra o Modelo de Categorias raciocínio, juízo, imaginação, pensamento e
Estratégicas proposto por Miles e Snow (1978). Por meio linguagem, a palavra tem origem nos escritos
deste modelo pode-se perceber melhor como as escolhas de Platão e Aristóteles (WIKIPÉDIA, 2013).
estratégias ocorrem.
Conforme o modelo, as empresas desenvolvem padrões Dessa forma, a palavra cognitivo(a) pode ser visto(a)
de comportamento estáveis sem mudanças radicais, em busca como um processo mental, a absorção, base de conhecimento
de uma estabilidade com o mercado. O modelo propõe a de um indivíduo.
Empreendedorismo 42
A tendência empreendedora surge com o reconhecimento • no critério empreendedor, a geração de estratégias é
da possível importância da influência do comportamento dominada pela busca de novas oportunidades;
individual sobre o processo de formação e implantação de • em uma organização empreendedora, o poder é
estratégias organizacionais. centralizado nas mãos do executivo principal. A
Em muitas organizações, as decisões são tomadas visão substitui os planos formais.
essencialmente a partir da visão que seus dirigentes têm do • a geração de estratégias na empresa empreendedora
ambiente em que as empresas estão inseridas. Assim sendo, é caracterizada por grandes saltos para frente, porém,
o perfil cognitivo do dirigente passa a ser o fator chave na em um campo de incertezas, pois há riscos.
tomada de decisões em muitas empresas. • como os objetivos da organização são simplesmente
Muitos empreendedores acham desnecessária a uma continuidade dos objetivos do empreendedor,
implementação de procedimentos formais de planejamento o objetivo principal passa a ser o crescimento da
estratégico. Outros, têm tido sucesso por meio de métodos organização.
diferentes dos convencionais da prática da administração
mercadológica, como por exemplo, a intuição e a saber mais
improvisação. Mesmo os empreendedores que dispõem Chegando ao final da aula colocaremos trechos do artigo A formulação da
de planos concretos, acabam sendo influenciados por suas estratégia empresarial escrito por Elys Regina Fabiano e publicado no site
características psicológicas. www.batebyte.pr.gov.br, com o intuito de contribuir para a ampliação de
Com base no que vimos, percebemos que muitas seu conhecimento sobre estratégias no campo do empreendedorismo
empresas agem dessa forma. Quantas empresas conhecemos e/ou empresarial como um todo. Disponível em: http://www.batebyte.
que não possuem a conduta de planejar suas ações, quantas pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=1421. Acesso
tiveram que fechar suas portas, na grande maioria em em: 21 jan. 2013).
decorrência de estratégias errôneas.
No entanto, o empreendedor deve orientar-se
estrategicamente com vistas a escolher uma direção para
o futuro que seja possível e desejável para a organização. A
visão articula uma expectativa de condição melhor que a atual.

Figura 6.3 Erros de um investidor. Fonte: BLOG FINANÇAS PESSOAIS. 6 erros de um


investidor iniciante. Disponível em: http://financaspessoais.blog.br/ financas-
pessoais/artigos/jonatas- silva/2010/07/28/6-erros-de-um- investidor-iniciante/.
Acesso em: 21 jan. 2013.

Mintzberg et al (2000) apud Fialho et al (2007) ressalta Figura 6.4 Gestão comercial. Fonte: ATMATI. Gestão comercial. Disponível em:
http://www.atmati.com.br/ gestaoderelacionamento.php.
ainda que o empreendedor, quando motivado por suas Acesso em: 21 abr. 201.
características pessoais, toma decisões arriscadas em ambientes
extremamente instáveis. 3.1 Formulação da estratégia
É o curso de ação com vistas a garantir que a organização
3- Premissas da escola empreendedora alcance seus objetivos. Formular estratégias é, então, projetar
e cognitiva e selecionar aquelas que levem à realização dos objetivos
organizacionais.
De acordo com as premissas dessa escola, as decisões
estratégicas tomadas por um empreendedor são baseadas em 3.2 Implementação da estratégia
uma visão deliberada e em ações incrementais. Isto posto, a
partir da visão que o empreendedor possui do ambiente e dos Envolve colocar em ação as estratégias desenvolvidas
acontecimentos que o cercam é que as novas decisões são para obter os benefícios da realização da análise organizacional
tomadas. e da formulação da estratégia.
A visão é promovida de forma decidida, de forma que
assuma o controle da implementação dos aspectos que são 3.3 Controle estratégico
necessários. A visão para esta escola é o instrumento de Consiste na monitoração e avaliação do processo de
orientação, o guia do empreendedor. administração estratégica para melhorá-lo e assegurar um
Mintzberg et al (2000) apud Fialho et al (2007) definiu funcionamento adequado.
as principais características da abordagem da visão Segundo Michael Porter, da Universidade de Harvard,
empreendedora para a geração de estratégias, são elas:
43
a administração precisa selecionar uma estratégia que irá se comportar; é “a determinação da futura postura da empresa,
confira à sua organização uma vantagem competitiva. A com especial referência à sua postura quanto aos seus produtos-mercado,
vantagem competitiva é uma capacidade ou circunstância que sua lucratividade, seu tamanho, seu grau de inovação e suas relações com
propicia à organização uma margem competitiva sobre seus seus executivos, seus empregados e instituições externas” (FABIANO,
concorrentes. 2013).
Porter (1986; 1990) identificou três estratégias que a
organização pode escolher:
• estratégia de liderança de custo: o sucesso com essa Retomando a aula
estratégia requer que a organização seja líder de
custos nos produtos e/ou serviços que ela oferece ao
mercado. Além disso, o produto e/ou serviço deve
ser comparável ao oferecido pelos concorrentes ou, Chegamos ao final de mais uma aula, e antes de
pelo menos, aceitável pelos compradores. Como seguirmos para a aula 07, vamos recordar os temas
obtê-la? Aqui, deve-se atentar para: que foram recordar resumidamente o que vimos em
• eficiência nas operações; cada uma das 3 seções da aula 06:
• economias de escala;
• inovações tecnológicas;
• baixo custo de mão de obra; 1 – Contextualização
• acesso preferencial às matérias-primas.
• estratégia de diferenciação: a organização pode Vimos inicialmente que uma vez existente uma vasta
diferenciar-se por alta qualidade, velocidade, gama de definições para a palavra estratégia, surgiram diversas
projeto avançado, capacidade tecnológica, assessoria escolas de pensamentos estratégicos para se poder defini-la.
especializada, conveniência, margem de escolha,
serviço excepcional ou uma imagem de marca 2 – Estratégia
extraordinariamente positiva. O fundamental é que
o atributo escolhido seja diferente dos oferecidos Na Seção 2, analisamos que o empreendedor deve realizar
pelo concorrente; a melhor escolha estratégica, além de formular as estratégias a
• estratégia de foco: as duas primeiras estratégias partir de aspectos cognitivos do empreendedor.
buscavam uma vantagem competitiva em uma
ampla gama de segmentos. 3 – Premissas da escola empreendedora e cognitiva

No caso da estratégia de foco, a administração seleciona Finalizando, na seção 3, compreendemos a importância


um segmento ou um grupo de segmentos em determinado da formulação da estratégia, o valor da implementação
setor, tais como a variedade dos produtos, o tipo de estratégica, bem como o controle estratégico.
consumidor final, o canal de distribuição ou a localização
Pois bem, assim encerramos mais uma aula. Agora sim, vamos a aula
geográfica dos compradores.
07?! E lembre-se você é o protagonista de sua aprendizagem! Dedicação
Benefícios potenciais de uma ênfase em
e motivação são essenciais para a absorção dos conteúdos.
administração estratégica em uma organização
• indica os problemas que podem surgir antes que
ocorram; Vale a pena
• alerta a organização para as mudanças e permite
ações em resposta a mudanças;
• identifica qualquer necessidade de redefinição na
natureza do negócio;
• melhora a canalização de esforços para a Vale a pena ler
realização de objetivos predeterminados;
• permite que os administradores tenham uma visão FIALHO, Francisco Antônio Pereira et al.
clara do negócio; Empreendedorismo na Era do Conhecimento. Florianópolis:
• facilita a identificação e exploração de futuras Visual Books, 2007.
oportunidades de mercado; MILES, R. E., SNOW, C. C. Organizational strategy,
• oferece uma visão objetiva dos problemas de structure and process. New York: Mc Graw Hill, 1978.
administração; PORTER, Michael E. From Competitive Advantage
• torna mais efetiva a locação de tempo e recursos to Corporate Strategy. Harvard Business Review, may/june, 1987.
para a identificação de oportunidades; ______. A vantagem competitiva das nações. Campus, Rio
• permite ordenar as prioridades dentro do Janeiro: 1989.
cronograma do plano;
• dá a empresa uma vantagem sobre os concorrentes.

Estratégia Empresarial - é a maneira como a empresa


Empreendedorismo 44

Vale a pena acessar

ATMATI. Gestão comercial. Disponível em:


http://www.atmati.com.br/gestaoderelacionamento.php.
Acesso em: 21 jan. 2013.
BLOG FINANÇAS PESSOAIS. 6 erros de
um investidor iniciante. Disponível em: http://
financaspessoais.blog.br/financas-pessoais/artigos/
jonatas-silva/2010/07/28/6-erros-de-um-investidor-
iniciante/. Acesso em: 21 jan. 2013.
BLOG IGEC. A megatendência das redes mais
descentralizadas. Disponível em: http://www.igec.com.br/
blog/?p=2270. Acesso em: 21 jan. 2013.
BLOGSPOT 3CMODELOS. A melhor estratégia
ganha o jogo. Disponível em: http://3cmodelos.blogspot.
com.br/2009/11/melhor-estrategia-ganha-o-jogo. html.
Acesso em: 21 jan. 2013.
FABIANO, Elys Regina. A formulação da
estratégia empresarial. Disponível em: http://www batebyte.
pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=
1421. Acesso em: 21 jan. 2013.
WIKIPÉDIA. Estratégia. Disponível e m : h t t p : / /
pt.wikipedia.org/wiki/ Estrat%C3%A9gia. Acesso em: 21
jan. 2013.
WIKIPÉDIA. Cognição. Disponível em: http://
pt.wikipedia.org/wiki/ Cogni%C3%A7%C3%A3o. Acesso
em: 21 jan. 2013.

Vale a pena assistir


Empreendedorismo e estratégia. Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=cO3pG0YVp-E.
Acesso em: 31 jan. 2013.

Minhas anotações
Aula 7º

Plano de Negócios

Nesta aula, você saberá o que é um plano de negócio.


Conhecerá quais as normas e diretrizes básicas que deverão
seguir na elaboração de um Plano de Negócio e que servirão
de base para o acadêmico desenvolver um Plano de Negócio
simplificado de uma nova empresa.
Boa aula!
Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• identificar e interpretar o conceito de plano de negócio;


• reconhecer e analisar as normas e diretrizes para a construção do plano de negócio.
Empreendedorismo 46
confundido com a empresa e nem é o negócio e sim
Seções de estudo sua descrição.
• o fato de ser um documento único que reflete na
íntegra a empresa, o torna um instrumento de
1- Definição e fundamentação sobre o plano de negócio comunicação eficiente entre os envolvidos na
2- Normas e diretrizes para a elaboração do seu Plano operação e de negociação interna e externa para
de Negócios administrar a interdependência com os sócios,
empregados, financiadores, incubadoras, clientes,
fornecedores, bancos etc.
1- Definição e fundamentação sobre
o plano de negócio Apesar de ser um instrumento tão importante para
gerenciar as ações de uma empresa, pesquisas comprovam que
Para iniciar o estudo desta seção, é importante reconhecer que o o Plano de Negócios ainda é pouco utilizado pelas empresas
empreendedor precisa construir um plano de negócio, onde organiza brasileiras, ao contrário da Europa, e especialmente do Canadá
as informações coletadas sobre a empresa que deseja montar. “O e dos Estados Unidos, onde é habitualmente utilizado, tanto
planejamento proporciona uma visão mais clara e consistente sobre o por empreendedores novos, como antigos.
desenvolvimento da empresa em metas alcançáveis. Esses dados devem
ser discutidos na consultoria de viabilidade. No plano de negócio ficam
registrados o conceito do negócio, os riscos, os concorrentes, o perfil da
clientela, as estratégias de marketing e oplano financeiro que viabilizará o
novo empresa. E lembre-se que oplano de negócio não é um documento
fechado em uma gaveta, mas um projeto vivo que você deve manter
sempre atualizado” (SEBRAE, 2013).

Figura 7.2 A importância do Plano de Negócios. Fonte: EMPRESASEDINHEIRO.


A importância de elaborar um plano de negócios. Disponível em: http://www.
empresasedinheiro.com/a-importancia-de-elaborar-um- plano-de-negocios/.
Acesso em: 21 jan. 2013.

Figura 7.1 Plano de negócio. Fonte: Arquivo pessoal. Na minha concepção, esta é uma questão cultural, visto
que no Brasil, a grande maioria costuma agir da forma como
O plano de negócio nada mais é do que um instrumento acha que é o correto, e assim o faz, sem se preocupar com
para auxiliar o empreendedor no processo de tomada de questões básicas, como o planejamento de suas ações, sem
decisão, na organização de suas ideias. contar os que nem ao menos possuem a noção do rendimento
Também conhecido como “plano empresarial” é o de seu negócio, nem ao menos sabem se seu negócio está ou
melhor instrumento para traçar um retrato fiel do mercado, não sendo rentável.
do produto e das atitudes do empreendedor. Desenvolvê-lo é A falta de planejamento está entre as principais causas
sinal de maturidade e planejamento. Por meio de seu plano de que fazem com que muitas empresas “quebrem” antes
negócio quem quer iniciar uma empresa tem mais segurança mesmo de completar 3 anos de existência.
para alcançar o êxito e também ampliar ou promover
inovações. CURIOSIDADE
Para Pizo (2004) apud Fialho et al (2007), o plano de A importância do Plano de Negócios é extremamente providencial, pois
negócios é uma linguagem para descrever de forma completa ele é um instrumento pelo qual a empresa representa o seu negócio
o que é ou o que pretende ser uma empresa, cujo conteúdo a fim de buscar o apoio externo que todo empreendimento necessita
deve essencialmente contribuir para: especialmente no início.
• gerar um instrumento de controle gerencial para
acompanhamento, avaliação e controle das fases do Para que a abertura de um novo negócio não se torne uma
projeto da empresa, pois deixa transparente a forma aventura, é fundamental que antes de começar a colocar em
de pensar sobre o futuro do negócio: aonde ir, como prática os passos necessários para a sua legalização, é preciso
ir mais rapidamente, o que fazer durante o caminho que o futuro empresário tenha uma série de conhecimentos
para diminuir incertezas e riscos; fundamentais, como:
• ser a descrição de um negócio: os motivos da • conhecer o ramo de atividade onde vai atuar;
existência da oportunidade de negócio, como o • o mercado;
empreendedor pretende agarrá-la e como buscar e • fazer um planejamento do que vai ser colocado em
gerenciar os recursos para aproveitá-la. Não deve ser prática;
47
• estabelecer os objetivos que se pretende atingir, ao fracasso. Ademais, tais riscos se multiplicam quando se
aonde chegar e como chegar, entre outros. desconhece a estrutura do terreno onde pisa.
Em segundo lugar, Chiavenato (2006) destaca que o
Abrir uma empresa, assim como construir uma casa, empreendedor deve ter um objetivo maior em mente. Precisa
organizar uma festa, sair de férias com a família, enfim, trabalhar com uma visão de futuro, ou seja, com um quadro
é necessário fazer um minucioso planejamento. Embora mental de onde se pretende chegar, tendo-o como referência.
qualquer negócio ofereça riscos e esteja suscetível ao fracasso é Contudo, esta visão de futuro é algo que deve ser
preciso se prevenir contra eles, estando assim constantemente continuamente revisada e atualizada de acordo com as
de olhos fixos nas tendências do mercado. adequações aos novos conceitos que forem surgindo e
também mediante com os conhecimentos adquiridos
Atenção!!! ao longo do tempo, ajustando-se às novas dimensões
E, atenção! Por mais que os ramos de atuação sejam inúmeros, há continuadamente alcançadas.
fatores que descartam a implantação de um determinado ramo e os Chiavenato ainda compara a visão de futuro a uma
que favorecem a implantação de outros. E lembre-se sempre de que seu bússola, a qual irá ajudá-lo, a saber, onde está, e apontará os
empreendimento deve ter uma característica inovadora, ser pioneiro na passos para se seguir adiante, viabilizando o seu futuro. Ela é
oferta do produto/serviço ou na forma de oferecê-lo, ter o seu diferencial um plano de vida.
que o destacará da concorrência.

2- Normas e diretrizes para a


elaboração do seu Plano de Negócios
Segundo Dolabela (1999), para elaborar o Plano de
Negócios exige-se conhecimentos sobre o ramo em que se
deseja atuar e do contexto mercadológico, assim como ter
percepção e habilidades gerenciais para lidar com assuntos
técnicos e legais, e em vencer barreiras no relacionamento
interpessoal. É necessário que as ideias estejam claras e que
todos os envolvidos estejam de acordo.
Figura 7.4 Bússola. Fonte: BLOGSPOT SENTIMENTO-ANONIMO. Voltar “A Mar” aos
meus confins do além mar. Disponível em: http:// sentimento-anonimo. blogspot.
com.br/. Acesso em: 21 jan. 2013.

E, por fim, seguindo ainda o pensamento do autor, em


terceiro lugar, ele destaca que a decisão de abrir um novo
negócio deve ser a conseqüência e não a causa desse futuro
idealizado.
A escolha de seu negócio deve ser uma decisão que tenha
partido de algo maior, ou seja, a sua visão de futuro, a qual
deverá abrigar essa e outras decisões ao longo do tempo, de
forma que não tenha que ajustar toda a sua vida em torno do
negócio escolhido.
Chiavenato (2006) apud Koche (2009), afirma que
a decisão de abrir um empreendimento é muito mais do
que uma análise de viabilidade econômica, mercadológica
Figura 7.3 Planejamento. Fonte: BLOGSPOT PORTOSALVADOR. Planejamento.
Disponível em: http:// portosalvador.blogspot.com. br/2009_11_01_archive.html.
ou financeira. É a busca de compatibilidade entre você –
Acesso em: 21 jan. 2013. empreendedor – e sua ideia de empreender.
Destaca-se também algo muito importante ainda não
De acordo com Chiavenato (2006) apud Koche (2009), mencionado: antes de iniciar o Plano propriamente dito,
em primeiro lugar é preciso identificar oportunidades. é extremamente importante que seja feita uma pesquisa de
Uma vez que elas existem em todos os lugares, possíveis mercado. A pesquisa de mercado deve ser realizada em forma
e imagináveis, precisam ser localizadas, identificadas e de questionários que devem ser aplicados ao público-alvo
exploradas. Porém, nem todas as oportunidades são “boas” relacionado ao seu negócio.
para todos, visto que elas devem ser compatíveis com as O ideal é que sejam realizados no mínimo três
características e com o foco de cada empreendedor. questionários, um para os clientes, outro de concorrentes e,
No entanto, quando uma oportunidade for detectada, é por fim, um de fornecedores.
importante que seja feita uma auto-avaliação, no sentido de • Clientes: o questionário de clientes deverá conter
ver se as oportunidades de negócio são compatíveis com o perguntas com o objetivo de traçar o perfil de seus
mercado e, acima de tudo, com suas próprias características. clientes. Essas informações lhe ajudarão a traçar a
Embora todo empreendimento envolva riscos, está sujeito linha de ação, direcionar seu produto/serviço de
Empreendedorismo 48
acordo com o perfil identificado.
• Concorrentes: visa a identificar quem são, quantos Vale a pena
são, onde estão, como funcionam suas estratégias,
qual a forma de produção, venda, preços, formas de
atender os clientes, enfim, irá ajudar você a definir
seu diferencial e tirar “proveito” em cima dos pontos
fracos detectados na concorrência. Vale a pena ler
• Fornecedores: conhecer os possíveis fornecedores,
CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo:
quem são, quantos são, onde estão, preços adotados,
dando asas ao espírito empreendedor. São Paulo: Saraiva,
formas de pagamento, dentre outros. É importante
2006.
se ter de antemão essas informações, e realizar
DOLABELA, Fernando. O Segredo de Luísa. São Paulo:
contatos mesmo antes de iniciar seu negócio, isso
Cultura, 1999. FIALHO, Francisco Antônio Pereira et
porque a lista de seus futuros fornecedores em
al. Empreendedorismo na Era do Conhecimento. Florianópolis:
mãos e o conhecimento de seus preços e formas
Visual Books, 2007.
de pagamento, dentre outros fatores, lhe ajudarão a
KOCHE, Marcelo Ioris. Empreendedorismo. Dourados:
planejar de forma mais clara.
UNIGRAN, 2009.
A partir da pesquisa de mercado, da análise e tabulação
dos dados coletados já se têm informações importantíssimas
que serão a base de seu negócio, pois neste ponto, já dá para
ter uma real noção de como será seu negócio.
Dentre os inúmeros esclarecimentos que se deram por
meio da pesquisa de mercado, destacamos os principais: saber Vale a pena acessar
se o negócio é viável ou não, se será rentável, como satisfazer
seus clientes, enfim, são as principais rédeas de conduta de seu BLOGSPOT 3CMODELOS. A melhor estratégia
futuro empreendimento. ganha o jogo. Disponível em: http://3cmodelos.blogspot.
com.br/2009/11/melhor-estrategia-ganha-o-jogo. html.
Para Refletir
Acesso em: 21 jan. 2013.
Segundo Dobrochinski (2013), o Sucesso de um negócio está
BLOGSPOT PORTOSALVADOR. Planejamento.
diretamente relacionado a um bom planejamento. As informações
Disponível em: http://portosalvador.blogspot.com.
obtidas no planejamento servirão de alicerce para o desenvolvimento
br/2009_11_01_archive.html. Acesso em: 21 jan.2013.
do empreendimento, direcionando as ações, e auxiliando no
BLOGSPOT SENTIMENTO-ANONIMO. Voltar
acompanhamento do atingimento de metas para a longevidade e
"A Mar" aos meus confins do além mar. Disponível em:
crescimento da empresa.
http://sentimento-anonimo.blogspot.com.br/. Acesso em:
21 jan. 2013.
Retomando a aula

Vale a pena assistir


Antes de encerrar, vamos recordar os conteúdos
abordados na aula 07: Plano de negócio, o caminho do êxito. Disponível
em: http://www. youtube.com/watch?v=ciMFC3FPAyg.
Acesso em: 31 jan. 2013.
1– Definição e fundamentação sobre o plano de Como fazer um plano de negócios/dica
negócio click. Disponível em: http:// www.youtube.com/
watch?v=zqxfedS1qQU&feature=related. Acesso em: 31
Compreendemos na Seção 1 da Aula 07 que o “plano de jan. 2013.
negócio” também conhecido como “plano empresarial” é o
melhor instrumento para traçar um retrato fiel do mercado,
do produto e das atitudes do empreendedor.
2 – Normas e diretrizes para a elaboração do seu Minhas anotações
Plano de Negócios
Tivemos a oportunidade de entender na Seção 2 que
com a análise e tabulação dos dados coletados já se têm
informações importantíssimas que serão a base de seu
negócio, pois neste ponto, já dá para ter uma real noção de
como será seu negócio.
Aula 8º

Estrutura do
Plano de Negócios

Prezados(as) alunos(as), iremos avançar na nossa produção


de conhecimento, tratando agora da estrutura do plano de
negócios. Ela é composta por várias seções que se relacionam e
permitem um entendimento geral do negócio.
Pense nisso e faça da pesquisa mais uma aliada de sua
aprendizagem durante o estudo desta Aula.
Boa aula!
Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• identificar estratégias como formas de elaborar um plano de negócio;


• reconhecer e analisar as normas e diretrizes de um plano de negócio.
Empreendedorismo 50
1. Introdução (um apanhado geral do que é a
Seções de estudo empresa)
2. Revisão Bibliográfica (deve ser incluída a
fundamentação teórica, com os argumentos dos
1- Plano de Negócios
principais autores que falam sobre o assunto
2- Normas e diretrizes para a elaboração do seu Plano Textuais principal (tema) do projeto).
de Negócios
3. Aspectos de Produção
Lembre-se de que um aluno/profissional disposto a superar os desafios 4. Aspectos de Planejamento Estratégico
do cotidiano acadêmico/profissional desta área cienơfica e de atuação 5. Organograma Estrutural
profissional faz pesquisas e busca informações de forma autônoma, 6. Aspectos de Recursos Humanos – RH
além das sugeridas pelo docente. Ele não deixa passar muitas situações 7. Aspectos de Mercado
nas quais ficou sem entender um determinando contexto, uma vez que 8. Plano de Marketing
seu subconsciente está sempre lhe dizendo: “você precisa descobrir o 9. Plano Financeiro
que significa isso’’! Assim, está sempre em busca de mais e melhores Textuais 10. Considerações Finais (descrever se a
soluções.
implantação da empresa é viável ou não, justificando
Pense nisso e faça da pesquisa mais uma aliada de sua aprendizagem
o porque.)
durante o estudo desta Aula.
11. Referências Bibliográficas
Pós-Textuais Anexos (se houverem.)
1- Plano de Negócios
Fique antenado!
Com os conhecimentos que está adquirindo, cada vez mais você se torna
capaz de superar o senso comum sobre as informações disponibilizadas
nos diferentes meios de comunicação e utilizá-las como fontes de
pesquisa, sempre que considerar que se tratam de conhecimentos úteis!
Ah, lembre-se de que esse hábito será fundamental no dia a dia de sua
profissão!

2- Normas e diretrizes para a


elaboração do seu Plano de Negócios
Estes componentes correspondem ao Capítulo 3 dos
Figura 8.1 Plano de negócios. Fonte: BLOG PLANILHAS EXCEL. Plano de negócio.
Disponível em: http://blog. planilhasexcel.com/2010/01/ modelo-de-plano-de-
elementos textuais, ou seja, é o desenvolvimento, o Plano
negocios- sebraepr.html. Acesso em: 21 jan. 2013. propriamente dito.

O Plano de Negócios, adotado em nossa disciplina, é um ASPECTOS DE PRODUÇÃO


modelo simplificado, visto o tempo que terão para realizá-lo, Localização: (Além de especificar a localização, jusƟficar o porquê da
que é mínimo, para uma tarefa que exige dedicação e muita localização)
atenção a detalhes.
Fotos do local do empreendimento (Uma (1) e no máximo duas fotos)
A estrutura a seguir é a que será utilizada por vocês na
elaboração do Plano de Negócios da disciplina: ASPECTOS DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
4.1 Oportunidades e Ameaças
Estrutura Itens a serem inseridos 4.2 Forças e Fraquezas
Capa (Modelo UNIGRANET) 4.3 Vantagens compeƟƟvas
Folha de Rosto (Modelo UNIGRANET) 4.4 Missão
Epígrafe (Opcional) 5. ORGANOGRAMA ESTRUTURAL
Dedicatória (Opcional) 5.1 Organograma da Empresa
Agradecimentos (Opcional) 6. ASPECTOS DE RECURSOS HUMANOS - RH
Pré-Textuais Sumário 6.1 Equipe de trabalho
Lista de Figuras/Tabelas/Quadros/ Símbolos/ 6.2 Formas de contratação, recrutamento e seleção
Abreviaturas/Siglas e Anexos
7. ASPECTOS DE MERCADO
(Se houverem)
7.1 Definição do serviço
Resumo
7.2 Definição do Público-Alvo
7.3 Avaliação da Concorrência
51
7.4 Fornecedores
economia, na política, nos concorrentes, etc.
Descrever as possíveis ameaças externas que podem
7.5 Preço básico e concessão de crédito prejudicar a sua empresa.
7.6 Logomarca
8. PLANO DE MARKETING 2.3 Forças e fraquezas
8.1 Diferenciação, posicionamento e imagem do produto
Ambas são variáveis de ambiente interno. Vejamos:
8.2 Segmento • Forças
8.3 Estratégia de mercado As forças são os potenciais que a empresa possui, como
por exemplo, funcionários treinados e qualificados, produtos/
8.4 Divulgação e propaganda
serviços diferenciados, tecnologias, preços etc.
9. PLANO FINANCEIRO • Fraquezas
9.1 Investimentos Citam-se as fraquezas que a empresa possui ou que
9.2 Entrada e Saída possam surgir, como falta de capital, falta de estrutura,
falta de matéria-prima para a produção, perda de clientes e
9.3 PayBack
fornecedores etc.
Atenção!!!
2.4 Vantagens competitivas
Realizar a projeção dos valores de despesas e lucros para o período de
1 ano (doze meses).
São as vantagens que a empresa possui em relação à
concorrência, como produtos/serviços diferenciados ou
2.1 Descrição dos componentes exclusivos, melhores preços, etc.
A seguir, é feita uma descrição geral de cada componente 2.5 Missão
visando auxiliá- los na elaboração do plano de vocês.
Deve destacar a razão de ser da empresa, qual seu objetivo
2.1.1 Aspectos de produção principal e o que ela oferece. Geralmente é uma missão curta
em um pequeno parágrafo, não devendo se estender muito.
2.1.1.2 Localização Exemplo: oferecer um serviço diferenciado e com
qualidade no que diz respeito à edição de imagens e impressão,
Deve conter o nome da empresa, sua localização e a garantindo um bom atendimento e disposição para auxílio até
justificativa do por que da localização. mesmo depois da entrega.
2.1.1.2 Fotos do local do 2.6 Organograma estrutural
empreendimento
Um organograma é a representação gráfica da hierarquia
Não se deve “poluir” o Plano com muitas fotos, porém de uma empresa. A seguir, um exemplo de organograma:
as mesmas devem ser bem focadas visando demonstrar bem
o ambiente da empresa.

2.1.2 Aspectos de planejamento


estratégico
Para Hitt (2005), Planejamento Estratégico é a
metodologia gerencial que permite estabelecer a direção a ser
seguida pela empresa visando maior grau de interações com
o ambiente.

2.2 Oportunidades e ameaças Figura 8.1 Hierarquia de uma empresa. Fonte: Acervo pessoal.

Ambas são variáveis de ambiente externo. Observe: 2.7 Aspectos de Recursos Humanos
• Oportunidades – RH
As oportunidades surgem por fatores externos, pode-
se dizer que é o ambiente que as cria e o empreendedor as Para Gil (2000), administração de recursos humanos
enxerga. é o ramo especializado da ciência da administração que
Descreva qual foi a oportunidade encontrada e o que envolve todas as ações que tem como objetivo a integração
justifica a área de atuação escolhida. do trabalhador no contexto da organização e o aumento de
• Ameaças sua produtividade. É, pois, a área que trata de recrutamento,
As ameaças são os fatos que o empreendedor não seleção, treinamento, desenvolvimento, manutenção, controle
controla, está fora de suas mãos, como mudanças na a avaliação de pessoal.
Empreendedorismo 52
2.7.1 Equipe de trabalho 2.14 Logomarca
Apresenta-se uma breve descrição dos funcionários. Logomarca designa logotipo, símbolo ou a marca da
Quantos são, qual o perfil e a descrição do cargo exercido por empresa. Toda empresa deve ter a sua logomarca, de modo
cada um. Não é necessário citar nomes. que ela por si só se torne referência à empresa.

2.7.2 Formas de contratação, 2.15 Plano de marketing


recrutamento e seleção
Marketing é um processo social e gerencial pelo qual
Apresentar de forma resumida a forma de recrutamento indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam por
e seleção de seus funcionários, ou seja, se ocorre por concurso meio da criação, oferta e troca de produtos de valor com
público, análise de currículos, entrevista pessoal, etc. outros (KOTLER; ARMSTRONG, 1998).

2.8 Aspectos de mercado 2.16 Diferenciação, posicionamento


e imagem do produto
Segundo Filion e Dolabela (2000), a análise de mercado
é voltada para o conhecimento de seus clientes, concorrentes, Descrição do diferencial que seu produto/serviço
fornecedores e do ambiente em que a empresa vai atuar, tendo apresenta em relação ao produto da concorrência. Como será
por objetivo saber se o negócio é realmente viável. a conduta de atuação?

2.9 Definição do serviço 2.17 Segmentação


Nada mais é que a descrição do serviço oferecido. Qual Visa definir o segmento da empresa, se será no ramo de
é o serviço oferecido? prestação de serviços, produção, educação, dentre outras.

2.10 Definição do público-alvo 2.18 Estratégia de mercado


O público-alvo são os clientes que irão consumir seus A Estratégia é forma de atuação da empresa. Como ela
produtos/serviços. Deve conter uma breve descrição do atenderá os clientes?
público-alvo da empresa. Quem são, onde estão e qual o seu
perfil. 2.19 Divulgação e propaganda
2.11 Avaliação da concorrência Apresentar uma breve descrição de como será feita a
propaganda da empresa (rádio, TV, internet, panfleto, cartões
Os concorrentes são aqueles que irão competir/disputar de visita).
espaço no mercado com você.
Cite os concorrentes diretos ao empreendimento. Quem 2.20 Plano financeiro
são, onde estão e qual é a ferramenta competitiva deles, o
diferencial. A parte financeira consiste em um conjunto de
informações, planilhas de cálculos que compõem as previsões
2.12 Fornecedores referentes à operação e servem como ferramentas gerenciais
para o planejamento financeiro da Empresa (FILION;
Os fornecedores são os parceiros que fornecem os DOLABELA, 2000).
produtos finais para a venda ou consumo interno da empresa, Ressalva-se que quando forem desenvolver um Plano
ou ainda a matéria-prima para a criação do seu produto. real e o colocarem em prática, há inúmeros outros itens,
Cite seus possíveis fornecedores, assim como sua além dos que são citados a seguir, com os quais deverão se
localização, contato para facilitar sua vida diária. É interessante preocupar. Como exemplo, alíquota, contribuições e outras
especificar também o que cada um lhe oferece. inúmeras deduções que deverão ser incluídos nos cálculos.
Além de terem de identificar o ponto de equilíbrio, fluxo
2.13 Preço básico e concessão de de caixa, receitas e no final realizar todo o processo de DRE
crédito (Demonstração dos Resultados do Exercício), estes pontos
não serão aqui abordados e não irão realizá-los, devido ao
Vejamos um preço básico e concessão de crédito: fato deste não ser o foco da disciplina, para isso teriam que
• Preço ter noções de Matemática Financeira e Contabilidade para
Definir o que servirá de base na estipulação dos preços desenvolvê-lo tal como deveria ser.
de seu produto/serviço. Qual o preço unitário dos produtos? Quanto a projeção das receitas de despesas e lucros, o
• Concessão de crédito ideal é fazê-la para no mínimo 5 anos. Porém, aqui, para fins
Citar as formas de pagamento imposta aos seus clientes de aprendizados, iremos realizar a projeção para apenas 1 ano
(à vista, prestações, financiamento, etc.) (doze meses).
53
2.21 Investimentos
Vale a pena
Deve-se especificar todo o investimento inicial necessário
para que a abertura da empresa se torne realidade. Englobam
todos os gastos, como máquinas de produção, materiais de
escritório, produtos que irão compor o estoque, veículos, etc. Vale a pena ler
2.22 Entrada e saída FILION, Louis Jacques; DOLABELA, Fernando. Boa
Ideia! E Agora? São Paulo: Cultura, 2000.
Refere-se às despesas e receitas do mês, incluindo as KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de
deduções de impostos e alíquotas. marketing. 7. ed. Rio de Janeiro: Prentice-All, 1998.

2.23 Payback
Payback é o prazo de retorno do investimento. Seu cálculo
pode ser feito de forma simples pela razão entre investimento
inicial e receitas anuais.
Vale a pena acessar
Payback = investimento inicial / entrada/saída
BLOG PLANILHAS EXCEL. Plano de negócio.
Ao final, destas etapas estará realizado um bom plano Disponível em: http://blog. planilhasexcel.com/2010/01/
de negócios e vocês poderão sentir como é a realidade de modelo-de-plano-de-negocios-sebraepr.html. Acesso em:
um plano de negócios, bem como estarão prontos para 21 jan. 2013.
desenvolver vários outros. Bom trabalho a todos!
Fique ligado! A partir das nomenclaturas relacionadas no
Plano de negócio, as quais acabamos de estudar, será possível
uma maior fundamentação para a compreensão da atuação
profissional nesta área.
Vale a pena assistir

Retomando a aula Sebrae-SP: Direto ao Ponto - Versão Completa - Plano


de Negócios. Disponível em: http://www.youtube.com/
watch?v=GlmiDoZy0B0. Acesso em: 31 jan. 2013.
Como elaborar um plano de negócio. Disponível em:
http://www. youtube.com/watch?v=dfrW3D_5Egk&feat
Parece que estamos indo bem. Então, para encerrar ure=fvwrel. Acesso em: 31 jan. 2013.
esse tópico e esta disciplina, vamos recordar o que Como elaborar um plano de negócio: estrutura da
vimos na Aula 08: empresa. Disponível em: http://www.youtube.com/wat
ch?v=VzbTUUqmwp0&feature=fvwrel. Acesso em: 31
jan. 2013.
1– Definição e fundamentação sobre o plano de
negócio

Na Seção 1 você teve a oportunidade de compreender a


estrutura utilizada para elaboração do Plano de Negócios da Referências
disciplina. Desse modo, o Plano de Negócios, aqui adotado,
foi um modelo simplificado, visto o tempo que temos para
realizá-lo, que é mínimo, para uma tarefa que exige tempo, ADMINISTRADORES. Empreendedorismo: origem
dedicação e muita atenção a detalhes. e desafios para o Brasil do século XXI. Disponível em:
http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/
2– Normas e diretrizes para a elaboração do seu empreendedorismo-origem-e-desafios-para-o-brasil-do-
Plano de Negócios seculo- xxi/33075/. Acesso em: 25 jan. 2013.
CAMARGO, Roberto. Seminário Empreendedorismo na Era
Para finalizar nossa disciplina, na Seção 2, tivemos Digital. Disponível em: http://www.pensandogrande.com.
as informações necessárias para a elaboração completa de um br/inovacao-e-empreendedorismo-na- era-digital/. Acesso
Plano de Negócio. Mas, acima de tudo, não fique apenas com em: 19 jan. 2013.
os conteúdos apresentados aqui, faça da pesquisa um hábito e CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando
amplie seus conhecimentos. asas ao espírito empreendedor. São Paulo: Saraiva, 2006.
DOLABELA, Fernando. O Segredo de Luísa. São Paulo:
Empreendedorismo 54
Cultura, 1999. jan. 2013.
________. Oficina do empreendedor. 6. ed. São Paulo: Cultura, REVISTA EXAME. Homepage. Disponível em:
1999. DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: exame.abril.com.br/. Acesso em: 25 jan. 2013.
transformando ideias em negócios. Rio de Janeiro: Campus, SEBRAE. Estudos e pesquisas. Disponível em: http://
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Ideia! E Agora? São Paulo: Cultura, 2000.
GIL, A. C. Administração de Recursos Humanos: um enfoque
profissional. São Paulo: Atlas, 2000.
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