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PATOLOGIA

Introdução
- Conceito de patologia
Pathos = sofrimento.
Logos: estudos.
Divisão da Patologia
Patologia geral
Patologia sistêmica ou especial.
- Ciência que estuda as causas das doenças, os mecanismos que as produzem, e as alterações
morfológicas e funcionais que apresentam.
Patologia Geral
pode ser campo de especialização para qualquer profissional das áreas biológicas e da saúde, co, conforme
regulamenta a Legislação Brasileira de Pós - graduação.

Conceito de saúde: Estado de perfeita adaptação do organismo ao ambiente físico, psíquico ou social em que se
vive, sentindo - se bem (saúde subjetiva) e sem apresentar sinais ou alterações orgânicas evidentes (saúde
objetiva).
Estado de normalidade estrutural ou funcional do organismo.
Conceito de doença: Estado de falta de adaptação do organismo ao ambiente físico, psíquico ou social, no qual o
indivíduo sente - se mal (sintomas) e apresenta alterações orgânicas evidenciáveis (sinais).

Estado de funcionamento anormal do organismo.


- Saúde envolve o ambiente em que o indivíduo está inserido: os diversos parâmetros orgânicos que
avaliam se o paciente precisa levar em consideração o ambiente no qual o indivíduo está inserido.

Exemplo: o número elevado de hemácias pode ser um sinal de policitemia se a pessoa vive ao nível do mar, porém
se o indivíduo vive em lugares de alta altitude a policitemia ( nível hemácias elevado) nada mais é do que uma
adaptação fisiológica do que ele possa aproveitar melhor oxigênio nesse local.

Diferenças entre saúde e normalidade


O termo saúde sempre se refere ao indivíduo em si
Exemplo: “ o indivíduo está saudável" ou “ o indivíduo está doente”.
O termo normalidade é usado para parâmetros especificamente.
Exemplo: o indivíduo pode estar saudável, mas com a pressão arterial elevada (anormal) naquele momento. No
entanto, permanecer dentro de um nível saudável.

Aspectos cronológicos de uma doença

Causa > Período de incubação ( sem manifestação) > Período prodrômico ( sinais e sintomas específicos) >
Período de estado ( sinais e sintomas típicos) > Evolução ( cura (sem sequelas ou com sequelas), cronificação,
complicações, óbito) .
A doença inicia com uma agressão (contato com o agente etiológico) e mediante a essa agressão o organismo
vai entrar num processo de defesa ( atuando de diversas maneiras) inicialmente o organismo pode responder de
uma forma adaptativa, a resposta adaptativa pode não ser suficiente evoluindo para uma lesão ( reversível, no
entanto pode evoluir para irreversível: {necrose e apoptose} ).

A patologia envolve: etiologia ( agente causador), patogenia ( tudo aquilo que acontece no organismo desde o
contato com o agressor até a expressão da doença), alterações morfológicas ( que é tudo que se vê nas lâminas,
nas peças macroscópicas) e tudo isso da direção para o significado clínico (diagnóstico).

Fatores etiológicos ( causas de uma doença)


Intrínsecos ou genéticos.
adquiridos (infeccioso, nutricional, físico, químico).
Patogenia
Refere - se a sequência de eventos da resposta das células ou dos tecidos ao agente etiológico, desde o estímulo
inicial até a expressão final da doença em si.

Fibrose Cística
Etiologia = gene defeituoso.
Patogenia = eventos bioquímicos, imunológicos e morfológicos.

Alterações morfológicas

- As alterações morfológicas que caracterizam as lesões podem ser observadas com a vista desarmada
(alterações macroscópicas) ou ao microscópio de luz ou eletrônico (alterações microscópicas e
submicroscópicas).
- As alterações moleculares, que muitas vezes se traduzem rapidamente em modificações morfológicas,
podem ser detectadas com métodos bioquímicos e de biologia molecular.
Macroscopia
Microscopia óptica: Citopatología / Histopatología.
Microscopia eletrônica.
A natureza das alterações morfológicas e sua distribuição nos diversos órgãos ou tecidos influencia a função
normal e determina as características clínicas ( sinais e sintomas), curso e prognóstico de uma doença.
Amostras
citopatologia
- raspado de pele ou mucosa
- secreções
- líquidos
- punção aspirativa
histopatologia
- biópsia
- peça cirúrgica
- necropsia

Métodos de pesquisa em patologia


estudo morfológico → imuno histoquímica → cultura celular → citometria → morfologia → auto - radiografia
→ hibridação molecular → PCR.
Estudo morfológico
realizado por meio de exames citológicos que constituem importante meio de diagnóstico de muitas doenças,
sobretudo neoplasias malignas e suas lesões precursoras; além de se prestarem também para a detecção de
agentes infecciosos e parasitários.
- exames anátomo - patológico: também chamados de biópsias, podem ser feitos para diagnóstico e
tratamento.
Ablativas ou excisionais: quando se faz extirpação ou exérese de toda a lesão.
Incisional; quando se retira apenas parte da lesão para diagnóstico.

Tipos particulares de biópsia


→ endoscópicas
→ curetagens
→ biópsias por agulha
→ biópsias por trepanação
→ biópsias por aparelhos especiais
biópsias (cuidados)
material representativo → tratamento adequado → margem de transição → instrumentação adequada →
fixador → recipiente adequado.
Processamento da biópsia
desidratação → diafanização → impregnação → desparafinização → corte → inclusão → coloração.
Fixação: tem como característica evitar o processo de autólise (destruição/quebra) da célula, impedir a
destruição do tecido por procariontes, endurecer o material para melhor tratamento posterior e aumentar a
capacidade de coloração do material.
→ O órgão vai de 24h a 48h no formol.
- Desidratação: o material é mergulhado em frascos contendo álcool de concentrações crescentes de
álcool a 85%; 95%. Absoluto I, Absoluto II, Absoluto III.
- Diafanização: o xilol permite uma melhor penetração de parafina na peça (3 banhos).
- Impregnação e inclusão: o material em recipientes contendo parafina líquida a 60ºC é colocado em
estufa na mesma temperatura, num total de 3 banhos de parafina, cada um com duração de 30 minutos.
Em seguida, faz - se a inclusão propriamente dita, derramando - se numa plástica a parafina com o
material.
- Corte: os micrótomos tem navalhas extremamente afiadas que permitem efetuar cortes mais finos.
Na microscopia óptica as navalhas são de aço e permitem efetuar corte com algumas micras de
espessura ( 5 a 10 um). Em microscopia eletrônica os cortes são extremamente finos, cerca de 20 a 10
nm, utilizando - se micrótomos com navalhas de vidro ou diamante.
- Coloração: A maioria dos indivíduos que constituem os tecidos biológicos é naturalmente incolor,
apresentando pouco contraste; que torna difícil sua visualização. Assim, no sentido de evidenciar
algumas estruturas celulares, os cortes são corados por diversas substâncias, antes de se proceder à
montagem definitiva.

Coloração e principais estruturas e substâncias coradas


Colorações Estruturas coradas
Hematoxilina - eosina Universal
Papanicolaou Citológica universal
Tricrômios (gomoros, masson, mallory) Fibras sanguíneas, músculos
Giemsa Células sanguíneas, bacilos
Azul de toluidina Glicosaminoglicanos
Sudão Lipídeos
Cresil violeta Corpo celular de neurônios

Exames - microscopia: os cortes histológicos e as preparações são examinados em diversos tipos de


microscópios.
Necropsia ou Autópsia: exame post - mortem sistemátiico dos órgãos ou de parte deles para determinar
a causa da morte e conhecer as lesões e doenças existentes no indivíduo.

valiosos instrumentos → excelente método de ensino - aprendizagem → diagnóstico por imagem x


necrópsia.
usados para substituir a necrópsia
exames de ultra sonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética. ( US - TC - RM)
Imunohistoquímica
- É o conjunto de procedimentos que utiliza anticorpos como reagentes específicos para a
detecção de antígenos presentes em células ou tecidos.
- O produto da reação antígeno - anticorpo é examinado ao microscópio em preparados
citológicos, em cortes histológicos de amostras incluídas ou em cortes de tecido congelado.
- O termo imuno - citoquímica é usado nos casos em que o método é aplicado em exames
citológicos ( ex: esfregaços).
Cultura celular
- Tem experimentado notável avanço nas últimas décadas.
- Consiste basicamente na manutenção e multiplicação in vitro de células vivas
- Células obtidas de diferentes maneiras são mantidas no interior de recipientes apropriados, juntamente
com um meio de cultura, mantidos em estufa em temperaturas e condições ambientais apropriadas.
Citometria
- Consiste na determinação quantitativa de componentes celulares
- Baseia - se na ligação específica de uma substância a determinado componente celular, o qual
posteriormente é reconhecido seletivamente.
- Há dois tipos básicos: citofotometria e citometria de fluxo.
Análise morfométrica
- Aplicação principal em investigação científica
- Análise quantitativa
- Podem ser feitas medidas das dimensões de tecidos, células ou seus constituintes normais ou
patológicos
- Notável expansão atual, com o desenvolvimento de equipamentos e de programas computacionais de
análise de imagem.
- Estereologia - recurso que permite determinar, com boa precisão, valores em duas ou três dimensões.

ADAPTAÇÃO CELULAR
A adaptação refere-se à capacidade das células, dos tecidos ou do próprio indivíduo de, frente a um estímulo,
modificar suas funções dentro de certos limites (faixa da normalidade), para ajustar-se às modificações induzidas
pelo estímulo. A adaptação pode envolver apenas células (ou suas organelas) ou o indivíduo como um todo. No
primeiro caso, têm-se inúmeras situações:
1. Pré-condicionamento das células à hipóxia, que permite a sobrevivência delas em condições de baixa
disponibilidade de oxigênio.
2. Hipertrofia do retículo endoplasmático liso (REL) por substâncias nele metabolizadas (p. ex., a
administração de fenobarbital provoca hipertrofia do REL em hepatócitos).
3. Hipertrofia muscular por sobrecarga de trabalho (do miocárdio do ventrículo esquerdo na hipertensão
arterial, da musculatura esquelética em atletas ou em pessoas que fazem trabalho físico vigoroso etc.).
A resposta adaptativa geral, inespecífica e sistêmica que o organismo monta frente a diferentes
agressões por agentes físicos, químicos, biológicos ou emocionais é conhecida como estresse.

São exemplos de adaptações celulares:


- Hipóxia: processo caracterizado pela redução de oxigênio nas células, ocasionada normalmente por
obstruções parciais.
- Anóxia: processo caracterizado pela ausência total de oxigênio, ocasionada por obstruções parciais.
Vários fatores podem desencadear a hipóxia e a anóxia como aterosclerose, trombose, embolias, entretanto,
todos esses processos são responsáveis por desencadear isquemias
- Isquemia: é a interrupção do fornecimento de oxigênio (total ou parcial) devido a processos obstrutivos.
- Hipoxemia: é a diminuição da concentração de oxigênio na corrente sanguínea, ocasionando geralmente
por parada cardiorrespiratória.

● Atrofia e Hipertrofia
Atrofia: adaptação celular caracterizada pela diminuição no tamanho e no volume das células de um determinado
tecido (caracterizado por desuso, limitações motoras, redução das funções metabólicas devido à falta de
nutrientes, fontes energéticas e etc).
Hipertrofia: aumento do tamanho e volume celular ( musculação, coração chagástico).

imagem 1: músculo inativo (atrofia)


imagem 2: músculo ativo (hipertrofia)

● Hipoplasia e hiperplasia
Hipoplasia: diminuição do número de células de um determinado tecido.
( h. patológica); fase embrionária (pulmonar e renal) atresia ovariana.
( h. fisiológica): involução do timo na puberdade, formação dos dedos, fase embrionária.

Hiperplasia: é o aumento do número de células de um determinado tecido.


(h. fisiológica): mama na puberdade, regeneração do fígado.
(h. patológica): hiperplasia da tireóide (TSH), do endométrio (estrógenos), hiperplasia prostática benigna.

Metaplasia: é a substituição de um tecido de origem por outro tecido da mesma linhagem resultando em um
tecido mais resistente. Em geral as metaplasias são resultantes de agressões persistentes, tendo como exemplos:
Epitélio estratificado não ceratinizado para ceratinizado, epitélio colunar para escamoso.

Mecanismo de desenvolvimento

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