O documento discute os métodos e técnicas usadas por pesquisadores em trabalhos com fontes históricas. O autor destaca as dificuldades da pesquisa arquivística e a importância de entender a estrutura administrativa e produção documental do período estudado para realizar uma pesquisa significativa. Ele também ressalta a necessidade de cursos de História darem mais atenção à análise de arquivos.
O documento discute os métodos e técnicas usadas por pesquisadores em trabalhos com fontes históricas. O autor destaca as dificuldades da pesquisa arquivística e a importância de entender a estrutura administrativa e produção documental do período estudado para realizar uma pesquisa significativa. Ele também ressalta a necessidade de cursos de História darem mais atenção à análise de arquivos.
O documento discute os métodos e técnicas usadas por pesquisadores em trabalhos com fontes históricas. O autor destaca as dificuldades da pesquisa arquivística e a importância de entender a estrutura administrativa e produção documental do período estudado para realizar uma pesquisa significativa. Ele também ressalta a necessidade de cursos de História darem mais atenção à análise de arquivos.
Carlos Bacellar é mestre e doutor em História Social na Universidade de
São Paulo, e também é graduado em História pala mesma universidade que
prestou seu mestrado e doutorado. Atualmente, é professor do departamento de História na USP. O capítulo escrito por Carlos Barcellar, “Uso e mau uso doa arquivos”, é parte do livro “Fontes Históricas”, organizado por Carla Pinsky e publicado pela Editora Contexto em 2005. No texto o autor diz que ”a maior ou menor importância de cada arquivo só pode ser estabelecida de acordo com o objetivo da pesquisa específica a ser realizada pelo historiador, seus interesses e seus questionamentos”. Nesse contexto, Marc Bloch, em seu livro “Apologia da História” diz que os documentos ou fontes não falam por si só, mas falam quando são interrogados e que as perguntam que fazemos condicionam a análise. O texto fala dos métodos e das técnicas usadas pelos pesquisadores nos trabalhos com as fontes históricas. O autor de forma geral, nos mostra as dificuldades que cercam a pesquisa arquivista hodiernamente, e suas técnicas e práticas. Bacellar, também fala que o contato com documentos e fontes históricas está crescendo e se tornando popular, uma vez que é bastante procurada por jovens profissionais da área de História, que por sua vez acabam vendo no trabalho do pesquisador uma consolidação da romantizaçao do “ fazer História”, o que acaba sendo bastante motivada pela literatura popular. Havendo, desse modo, uma significativa procura pelo contato com os documentos e fontes e, também pela vivencia no âmbito arquivistico. Nesse sentido, tal interesse é tão grande que cursos de graduação na área não são capazes de suprir, isso porque segundo o autor tais cursos não dão a atenção necessária a análise de arquivos. E segue dizendo que, talvez, faltem esforços em alguns momentos do curso, na introdução de noções básicas sobre a organização arquivista, leitura paleográfica e a crítica das fontes, que por sua vez norteiam o aluno no atendimento do processo de construção do saber e na tomada de decisões. Algumas sugestões e exemplos introdutórios ao mundo dos manuscritos são apresentados pelo autor e também a listagem de diversos tipos de documentação, suas contribuições a historiografia, e alguns exemplos de instituições arquivistas como: arquivos públicos, como os dos três poderes, arquivos de cartório; arquivos privados e arquivos eclesiásticos. A obra, também, maraca a necessidade de conhecer a gênesis dos documentos analisados. No brasil, essa produção documental acontece a partir do contexto da ocupação portuguesa, nas capitanias hereditárias e, mais tarde no estabelecimento de um governo geral na primeira capital brasileira- Salvador. Nesse primeiro momento, a acumulação documental se dar de forma privada e pública, no entanto, de forma paupérrima e desorganizada em ambos os cenários. Bacellar, coloca em pedestal a compreensão da evolução da estrutura administrativa pública e pontua como essencial para o historiador que pesquisa o arquivo. Entretanto, esse tema é ainda, pouco discutido ou pesquisado e há ainda muito a ser descoberto sobre a estrutura administrativa brasileira, e suas mudanças ao decorrer do tempo. Seria fundamental para compreender que tipos de documentos teriam sido hipoteticamente produzidos e arquivados, o entendimento do mecanismo administrativo. Além disso, o historiador deveria preocupa-se em conhecer o funcionamento da máquina administrativa do período que pretende pesquisar e estar ciente das repartições ao longo do tempo. Diante disso, lidar com arquivos não é uma tarefa que deva ser feita com descuido, pois caracterizaria o “mau uso”, que por sua vez traria uma serie de consequências para o futuro historiador.