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22/11/2021

FISIOTERAPIA PEDIÁTRICA –
INTERVENÇÃO NO BEBÉ E CRIANÇA

Alexandra Ribeiro e Teresa Coutinho


Dezembro e Janeiro de 2021

Conteúdos
• Módulo 1
I Desenvolvimento típico do bebé e relação com o desenvolvimento da criança
 Desenvolvimento intrauterino e relação com o desenvolvimento nos
primeiros tempos de vida;
 Marcos do desenvolvimento neuromotor e relação com o desenvolvimento
motor/cognitivo/linguístico/alimentar da criança;
 Sinais de alerta;
 Introdução alimentar;
 Estratégias de promoção de um desenvolvimento harmonioso.

Conteúdos
• Módulo 1
II Bebés Prematuros – Como? Quando? Porquê?
 Definições, timings e causas;

 Intervenção em contexto de cuidados intensivos neonatais: contexto,


estratégias e equipa;
 Principais patologias associadas;
 Intervenção no âmbito da fisioterapia respiratória;
 Regulação do bebé pré-termo;
 Manuseio do bebé pré-termo.

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Conteúdos
• Módulo 2

III: Alterações do desenvolvimento mais frequentes até aos 6 anos de idade

 Descrição e caraterização das alterações mais frequentes;

Alterações neuromotoras e intervenção ao nível do tónus, caraterísticas estruturais e


funcionais, estratégias de facilitação e posicionamento.

Relação entre a atividade motora global e a atividade motora oral e respiratória.

Papel do FT na disfunção respiratória aguda: Oxigenoterapia (Indicações, Efeitos);


Ventilação invasiva/não invasiva (Definição, Critérios, princípios de ação).

Conteúdos
• Módulo 2
IV: Alterações do desenvolvimento: Vamos à luta? Como? Com quem?
Avaliação respiratória e do desenvolvimento neuromotor;

Estratégias, redes de apoio e papel dos elementos da equipa.

V: Raciocínio Clínico e discussão de casos


Partilha de casos dos formandos;

Análise de casos e respetiva avaliação, possíveis estratégias, possíveis


intervenientes.

Apresentação
• Quem sou?

• De onde sou?

• Porquêo interesse na área


da pediatria?
• Expectativas com a
formação?

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Módulo 1

Desenvolvimento intrauterino e relação com o


desenvolvimento nos primeiros tempos de vida

Pré- Peri Pós- Desenvolvimento


natal natal natal do bebé

“Conjunto de competências por meio das quais a criança interage com o meio que a
rodeia, numa perspetiva dinâmica.”

Marcos do desenvolvimento intrauterino


• movimentos espontâneos a partir das sete semanas de
gestação, o que coincide com a formação das primeiras sinapses
e atividade elétrica do sistema nervoso

• a par da maturação do sistema nervoso, ocorre uma


complexificação e aumento da variabilidade do movimento, o
que contribui para a construção de um reportório de
experiências sensório-motoras com variabilidade

• desenvolvimento de padrões de movimento que permitem ao


bebé a adaptação a diferentes movimentos e posturas,
potenciando, assim, a sua capacidade de explorar o meio
envolvente durante os primeiros anos de vida

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Marcos do desenvolvimento intrauterino


•A sucção não nutritiva inicia-se em torno das 26 semanas, ficando o padrão rítmico
de sucção estabelecido entre as 32 e 34 semanas.

•A partir das 32 semanas de gestação o bebé começa a vivenciar o padrão de flexão,


condicionado pela diminuição do espaço intrauterino e consequente maiores limites
espaciais

• A coordenação entre respiração, sucção e deglutição pode ser atingida por volta
das 32-34 semanas por curtos períodos de tempo mas com um tempo e
intensidade que não são suficientes para uma alimentação oral. Assim, a literatura
refere que esta maturidade é atingida entre as 36 e as 38 semanas de gestação

Marcos do desenvolvimento motor e relação com o desenvolvimento


1º Mês
Motricidade fina/ Linguagem/Raciocínio Autonomia/Socialização/
Motricidade Global
cognição não verbal prático Comportamento
• Decúbito ventral: roda a • Pestanejar defensivo; • Reage a um som súbito • Dorme durante a maior
cabeça para um dos lados, • Roda a cabeça e olha na com paragem da atividade parte do tempo;
membros em flexão com direção da fonte luminosa; (ex. mamar), pestanejo, • Chora em situação de
nádegas elevadas; • Segue com os olhos uma movimento dos membros desconforto (fome, fralda
• Decúbito dorsal: bola pendente a 20-25 cm; e, eventualmente, com suja,…);
predomínio do reflexo • Segue repetidamente a choro; • Consolável se segurado ao
tónico assimétrico face do observador; • Roda a cabeça e olha na colo ;
• Tração pelas mãos: cabeça direção do som de um sino • Sons guturais em situação
• Atento à face materna
pendente com controlo ou voz humana a cerca de de conforto;
durante a amamentação;
momentâneo e dorso em 15-20cm dos ouvidos ;
• Mãos tendencialmente • Fixa e segue a face
arco; fechadas, ocasionalmente • Emite ruídos guturais; humana;
• Reflexos primitivos – com polegar aduto, abre as • Pode imitar a tonalidade • Sorriso social pelas 4-6
marcha automática, mãos espontaneamente. de vocalizações. semanas.
tónico cervical
assimétrico, preensão,
sucção, busca (“dos
pontos cardeais”), Moro,
Galant.

Marcos do desenvolvimento motor e relação com o desenvolvimento


2º e 3º Meses
Motricidade fina/ Linguagem/Raciocínio Autonomia/Socialização/
Motricidade Global
cognição não verbal prático Comportamento
• Decúbito ventral: eleva a • Observa atentamente a • Presta atenção e volta-se • Cada vez mais atento ao
cabeça acima do plano do face humana; geralmente para os sons; meio;
leito, com anca e joelhos • Fixa e segue objeto a cerca • Manifesta interesse por • Boa resposta à
em extensão e cotovelos de 20cm, no seu campo sons familiares; aproximação de uma face
fletidos; pelos 3 meses visual; • Vocaliza. familiar;
apoia-se nos antebraços; • Pelos 3 meses: • Manifesta satisfação em
• Decúbito dorsal: cabeça Convergência ocular, resposta a tratamento
na linha média, interesse pelas mãos carinhoso;
movimentos dos membros (brinca com elas na linha • Disfruta do banho e outras
ritmados e simétricos; média) e pode segurar rotinas
pelos 3 meses mãos na brevemente objetos
linha média; colocados na sua mão
• Tração pelas mãos: (pinça palmar).
escassa ou nula queda da
cabeça, que acompanha o
tronco; dorso com
curvatura lombar;
• Segurado de pé: flexão
dos joelhos, não faz apoio
plantar.

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Marcos do desenvolvimento motor e relação com o desenvolvimento


4º-6º Mês
Motricidade fina/ Linguagem/Raciocínio Autonomia/Socialização/
Motricidade Global
cognição não verbal prático Comportamento
• Decúbito ventral: eleva a • Segue um objeto em • Localiza sons a cerca de • Muito atento ao meio;
cabeça e tórax acima do todas as direções; 45cm de distância; • Segura no biberão;
plano do leito; pelos 6 meses • Boa convergência (sem • Roda em direção à voz • Gosta de estar sentado
apoia-se sobre as mãos com estrabismo); humana, especialmente para observar melhor o
os membros superiores em • Segura objetos com materna; meio;
extensão; preensão palmar e depois • Vocaliza monossílabos e • Gosta de interagir com os
• Decúbito dorsal: eleva a digitopalmar, leva-os à depois dissílabos familiares.
cabeça acima do plano do boca e transfere-os para a • Grita se contrariado e
leito, segura objetos e com outra mão. dobra o riso se satisfeito.
as mãos leva o pé à boca;
• Tração pelas mãos: faz
força para se sentar, tem já
um bom controlo cefálico,
fica sentado com apoio.
• Segurado de pé: apoio
plantar intermitente.

Marcos do desenvolvimento motor e relação com o desenvolvimento


6-9º Mês
Motricidade fina/ Linguagem/Raciocínio Autonomia/Socialização/
Motricidade Global
cognição não verbal prático Comportamento
• Decúbito ventral: rola de • Leva tudo à boca; • Muito atento aos sons, em • Distingue familiares de
decúbito dorsal para ventral • Atira deliberadamente particular à voz humana; estranhos e inicia ansiedade
e tenta deslocar-se: rastejar objetos ao chão e tem • Localiza sons suaves de separação;
ou gatinhar; noção da sua persistência; laterais, cerca de 90 cm • Interessa-se por outras
• Decúbito dorsal: não gosta • Aponta com o indicador; acima ou abaixo do crianças;
desta posição, prefere estar • Inicia uso da pinça digita; ouvido; • Leva comida à boca e
sentado; • Ouve mas não localiza mastiga;
• Gosta de ver livros.
• Tração pelas mãos: ajuda a sons suaves na linha média • Se ensinado faz
sentar-se; acima de si; “gracinhas” (ex: adeus, cú-
• Reflexo de pára-quedas • Reconhece o seu nome cú,…);
lateral (6-7M); quando o chamam; • Manifesta desagrado
• Senta-se sem apoio (7-8M) • Compreende o “não”; (gesticula, afasta o corpo…);
e alcança objetos colocados • Repete várias sílabas do • Segue visualmente um
à sua frente ou ao seu lado; adulto. foco de interesse mostrado
• Segurado de pé: apoio pelo adulto - atenção
plantar; conjunta.
•Põe-se de pé com apoio
(9M) mas ainda não
consegue baixar-se.

Marcos do desenvolvimento motor e relação com o desenvolvimento


12º Mês

Motricidade fina/ Linguagem/Raciocínio Autonomia/Socialização/


Motricidade Global
cognição não verbal prático Comportamento
• Passa de decúbito dorsal a • Pinça fina (segura objetos • Reconhece o seu nome e •Gosta de segurar a colher
sentado autonomamente; pequenos entre o polegar volta-se quando chamado; mas não a usa para comer;
•Fica sentado por longos e o indicador); • Compreende ordens • Bebe por um copo, com
períodos, alcançado objetos • Gosta de explorar objetos simples, acompanhadas ajuda;
em todas as direções; e de os atirar para o chão; por gestos (por ex “Dá • Colabora no vestir;
•Põe-se de pé com apoio, dá • Procura um objeto cá!”); • Sorri ao espelho;
passos laterais e baixa-se escondido (debaixo de um • Pode dizer 1 a 4 palavras • Demonstra afeto por
com apoio; pano/embrulhado); ou sons, que utiliza com familiares;
•Anda quando apoiado por • Interesse visual para curtas intenção;
• Brinca sozinho por algum
uma ou duas mãos, e pode e longas distâncias; • Usa jargão com entoação tempo;
dar alguns passos sem • Gosta de ver livros; de conversa.
• Aponta para pedir;
apoio. • Constrói torre com 2 • Dança ao som de música.
cubos por imitação.

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Sinais de Alerta

• Atraso significativo na aquisição de competências;


• Paragem ou perda de competências previamente adquiridas- Regressão;
• Persistência para além do esperado de reflexos ou condutas
• Comportamentos repetitivos ou estereotipias após os 9-12 meses;
• Fenótipo peculiar, com dismorfias, estigmas cutâneos ou organomegalias;
• Fenótipo comportamental
• Crescimento anormal do perímetro cefálico;
• Fontanela tensa, anomalias nas suturas cranianas;
• Assimetrias motoras;
• Irritabilidade persistente, apatia, auto/heteroagressividade, agitação ou desorganização;
• Recusa do contacto físico ou isolamento social.

Sinais de Alerta

A sua presença não traduz necessariamente patologia, mas assinala a necessidade de


uma observação global, pormenorizada com reavaliações frequentes.

Desenvolvimento
motor

Alimentação

Desenvolvimento
sensorial

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Introdução alimentar
“O início da introdução de alimentos complementares não é rígido, nunca devendo
ser antes dos 4 meses e preferivelmente por volta dos 6 meses de idade.”

“Se o bebé rejeitar o alimento na primeira vez Sopa


que experimenta, não significa que não gosta. Os “Introdução gradual para que o bebé se adapte
alimentos devem ser introduzidos de forma gradualmente aos diferentes paladares e para mais
progressiva e sem pressas, de modo a que se facilmente se detetarem possíveis alergias ou
adapte gradualmente às novas texturas e intolerâncias alimentares.”
sabores.”

Fruta
“Inicialmente a fruta deve ser esmagada em puré, de preferência crua, desde que esteja
madura e tenha sido bem lavada e descascada no momento. Aconselha-se que os
primeiros frutos (logo aos 6 meses) a serem oferecidos ao bebé sejam a maçã, a pêra e a
banana devido à sua textura. A consistência da fruta deve aumentar gradualmente
conforme tolerância.”

Introdução alimentar
“O início da introdução de alimentos complementares não é rígido, nunca devendo
ser antes dos 4 meses e preferivelmente por volta dos 6 meses de idade.” –
PORQUÊ?

Motricidade Global Autonomia/Socialização/ Comportamento

• Decúbito ventral: eleva a cabeça e tórax acima do plano do • Muito atento ao meio;
leito; pelos 6 meses apoia-se sobre as mãos com os membros • Segura no biberão;
superiores em extensão; • Gosta de estar sentado para observar melhor o meio;
• Decúbito dorsal: eleva a cabeça acima do plano do leito, • Gosta de interagir com os familiares.
segura objetos e com as mãos leva o pé à boca;
• Tração pelas mãos: faz força para se sentar, tem já um bom
controlo cefálico, fica sentado com apoio.
• Segurado de pé: apoio plantar intermitente.

Introdução alimentar

Bebé Família

Equipa

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Estratégias de promoção de um desenvolvimento


harmonioso
• Promover uma participação ativa da família;

• Graduar a intensidade, o tempo e o tipo de toque durante a interação;

• Respeito pelos ciclos de sono do bebé;

• Adequação relativa ao tipo de material (por exemplo de início interação


através da prosódia e expressões faciais);

• Usar um ambiente calmo e com referências, delimitando bem o


espaço;

• Tummy Time!!!

Exemplo

O que está bem?


O que está “menos bem”?
Como modificava?

Exemplo

O que está bem?


O que está “menos bem”?
Como modificava?

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Exemplo

O que está bem?


O que está “menos bem”?
Como modificava?

Exemplo

O que está bem?


O que está “menos bem”?
Como modificava?

Prematuridade

… E quando o bebé nasce antes do tempo?

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Prematuridade: Definições, Timings e Causas

Prematuridade - Enquadramento
Em
Portugal…
Porquê?
“Todos os anos nascem
em Portugal, por dia, 19
bebés prematuros” (INE, • Assistência pré-natal inadequada;
2019) • Pré-eclâmpsia;
• Baixo nível socioeconómico;
• Anemia e doenças maternas;
• Gestação múltipla;
• Tabagismo;
• Infeções e hemorragias durante
período pré-natal.

Prematuridade - Enquadramento

• Interrupção da progressão do
desenvolvimento das estruturas
cerebrais.
• O Desenvolvimento acontece sob
influência dos estímulos externos.
• Desenvolvimento incompleto por
parte dos sistemas orgânicos.

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Caraterização do Bebé Prematuro


Instabilidade dos sinais vitais;

Incapacidade de modular respostas fisiológicas ao stress;

Desorganização do controlo dos estados de sono/vigília;

Mais tempo a adormecer, tendo períodos de sono mais


curtos e maior incapacidade para se proteger dos estímulos;

Mais irritável e menos alerta, com menor capacidade de iniciar e


manter interação com o meio.

Bebé Prematuro vs Bebé de Termo


Bebé Prematuro Bebé de Termo

• Padrão global de extensão; • Padrão global de flexão;


• Movimentos espontâneos • Movimentos espontâneos
lentos; rápidos;
• Hipotonia global; • Presença dos reações
• Reações primárias podem primárias;
estar ausentes ou diminuídos; • Tónus adequado.
• Desequilíbrio entre a
musculatura flexora e
extensora.

O nascimento prematuro interrompe a evolução normal dos eventos ao nível do SNC, tornando os bebés
prematuros crianças de risco em relação ao neurodesenvolvimento e às suas capacidades funcionais.
Isto acontece devido à vulnerabilidade do cérebro no momento do nascimento. Tal vulnerabilidade pode
levar a anormalidades anatómicas, mais frequentes nestas crianças.

Prematuridade: Definições, Timings e Causas

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Principais complicações
Atelectasias, Displasia broncopulmonar

Síndrome da angustia respiratória, Apneia de prematuridade

Persistência do canal arterial, Enterocolite necrosante

Retinopatia de prematuridade, Défices auditivos, Refluxo


gastroesofágico

Sépsis

Hemorragia intracraneana

Leucomalácia periventricular

Idade Corrigida?
Opiniões?

Neonatologia
Unidade vocacionada para prestação
de cuidados a recém-nascidos até um
Pelo posicionamento estão sujeitos a
mês de vida, em estado grave, que
uma maior influência da gravidade,
requeiram vigilância permanente e,
que conduz a um padrão global de
por vezes, suporte num ambiente
extensão.
humanizado permitindo a presença
dos pais permanentemente.

Encontram-se expostos a ruídos e


luminosidade em excesso e Serviços de neonatologia prestam
constantes; interrupções do sono assistência aos recém-nascidos,
frequentes devido à necessidade de salvaguardando a sobrevida destes.
intervenções constantes.

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Equipa
Médicos

Assistentes
Enfermeiros
Operacionais

Recém-
nascido
e família
Terapeutas
Psicólogo
(FT, TF, TO)

Assistentes
Sociais

Equipa

Sinais Vitais do RN

Frequência cardíaca: entre 120 e 160 batimentos por minuto

Frequência respiratória: entre 30 a 60 respirações por minuto, por vezes irregular e com
pausas até cinco segundos.

Temperatura do corpo: cerca de 37°C, com variações entre os 36,5°C e os 37,5°C.

Pressão arterial: entre os 60 e os 90 mmHgpara a máxima e entre os 30 e os 60 mmHg para a


mínima.

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Fisioterapeuta na Neonatologia
• A fisioterapia na neonatologia é focada no desenvolvimento neuromotor e cardiorrespiratório.
• O objetivo é potenciar um maior controlo postural, uma estabilidade das variáveis
hemodinâmicas tais como a frequência cardíaca, a manutenção funcional da circulação cerebral
e a manutenção das vias aéreas com o mínimo de secreções.

Segundo Steidletal (2010), existem vários


autores que contra-indicama aplicação
A intervenção deve ser iniciada quando o das técnicas de higiene brônquica em
RN de pré-termo atingir um peso recém-nascidos prematuros cujo peso ao
superior a 1000 gramas e em curva de nascer seja inferior a 1.500g nos
ganho ponderal ascendente. primeiros três dias de vida devido a
existir neste período maior probabilidade
de surgirem hemorragias intracranianas.

Objetivos Gerais do FT na Neonatologia


• Melhorar a função respiratória

• Prevenir e intervir ao nível das alterações pulmonares

• Manter a permeabilidade das vias aéreas

• Aumentar a mobilidade torácica

• Ajudar no desmame da ventilação mecânica e oxigenoterapia

• Proporcionar o desenvolvimento da mobilidade através de um posicionamento correto e estimulação


sensorial adequada. Quanto mais cedo se inicia a intervenção, mais precocemente surge a
possibilidade de integração da experiência sensório –motora adequada.

Contexto da Neonatologia
Monitores
Incubadora Monitor da Incubadora Oxímetro
Cardiorrespiratórias

Medidor de pressão
Cateteres
arterial

Tubo endotraqueal Sonda Nasogástrica

Ventilação Sensor de
Invasiva/Não-invasiva Temperatura

Fototerapia Bomba de Infusão

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Alguns estudos realizados na faixa pediátrica e neonatal referem que a fisioterapia


respiratória está indicada e tem eficácia comprovada nos casos de hipersecreção
brônquica. Nestas condições as manobras de higiene brônquica parecem auxiliar na
depuração das secreções das vias aéreas, reduzindo, também os episódios de atelectasia
pós-extubação. No entanto, as evidências quanto aos efeitos da fisioterapia são limitados,
por amostras pequenas e pouco controladas. Alguns autores referem também que deve
ser evitada nos primeiros dias de vida.

Avaliação e intervenção em CR

Medica Uso de

ção
Exame subjetivo instrume
ntos

Fatores
Idade
de risco
Diagnóstico e Desenvolvi
História mento
médica neuromotor

Avaliação e intervenção em CR

Impressão Observa
geral Exame objetivo ção

Ausculta
ção Palpação

Cabeça Pescoço
Tórax Abdómen Sinais vitais
Extremidades

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Avaliação e intervenção em CR

. localização
. "qualidade"
Em . sincronia Em
Repouso . ritmo
. predomínio – oral/
Fonação
mista /nasal

Durante a alimentação - tosse

Controlo da deglutição ⇔ respiração

Avaliação da qualidade da voz antes e após intervenção e alimentação

Intervenção em CR

A fisioterapia respiratória tem como objetivos principais :

• Promover o crescimento adequado e manter a elasticidade dos pulmões e da caixa torácica;

• Facilitar o clearance das vias aéreas

• Tosse assistida manualmente ou mecanicamente

• Manter a ventilação alveolar adequada

• Obter padrões respiratórios mais adequados: Inspiração/expiração mais profunda; Frequência


respiratória adequada; Menor esforço respiratório

Intervenção em CR
Como?

Com o posicionamento adequado

a) Qualquer que seja a posição escolhida, tem que haver um bom controlo postural

b) A postura do tronco e da cabeça são fundamentais para uma correta intervenção em fisioterapia respiratória

Com organização do ambiente

Ser o menos invasivo possível

Respeitar os pais e partilhar competências

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Intervenção no contexto da Neonatologia


8 princípios para os cuidados centrados no desenvolvimento e na família em neonatologia (Roue et al, 2017)

Suporte
Acesso ilimitado Tratamento de Ambiente de
psicológico aos
dos pais dor Suporte
pais

Aleitamento
Contacto pele Proteção do
Suporte Postural materno/suporte
com pele sono
à amamentação

Intervenção no contexto da Neonatologia


Porquê? (Roue et al, 2017)

Estabilidade Vinculação nas Crescimento mais


Proteção do sono Controlo da dor
Fisiológica relações adequado

Experiência Melhores
Desenvolvimento Alimentação mais
sensorial mais resultados a curto e
musculoesquelético adequada
adequada longo prazo

Intervenção no contexto da Neonatologia

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Regulação e Manuseio do Bebé Pré-termo


Decúbito Ventral

Regulação e Manuseio do Bebé Pré-termo


Decúbito Dorsal

Regulação e Manuseio do Bebé Pré-termo


Decúbito Ventral

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Regulação e Manuseio do Bebé Pré-termo


Decúbito Lateral

Obrigada pela atenção!


Dúvidas?

Módulo 2

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Dúvidas relativas ao Módulo 1?

Conteúdos
• Módulo 2

III: Alterações do desenvolvimento mais frequentes até aos 6 anos de idade

 Descrição e caraterização das alterações mais frequentes;

Alterações neuromotoras e intervenção ao nível do tónus, caraterísticas estruturais e


funcionais, estratégias de facilitação e posicionamento.

Relação entre a atividade motora global e a atividade motora oral e respiratória.

Papel do FT na disfunção respiratória aguda: Oxigenoterapia (Indicações, Efeitos);


Ventilação invasiva/não invasiva (Definição, Critérios, princípios de ação).

Conteúdos
• Módulo 2
IV: Alterações do desenvolvimento: Vamos à luta? Como? Com quem?
Avaliação respiratória e do desenvolvimento neuromotor;

Estratégias, redes de apoio e papel dos elementos da equipa.

V: Raciocínio Clínico e discussão de casos


Partilha de casos dos formandos;

Análise de casos e respetiva avaliação, possíveis estratégias, possíveis


intervenientes.

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Causas das alterações no Desenvolvimento

Pré Peri Pós


natal natal natal

Etiologia

Alterações do desenvolvimento mais frequentes até aos 6 anos de


idade
Existem vários distúrbios neurológicos que afetam a população pediátrica. Autismo, epilepsia, paralisia cerebral, sequelas de lesão
cerebral e cefaleia são os distúrbios neurológicos mais comuns em crianças. Cada distúrbio e os sintomas associados variam em cada
criança. Os distúrbios neurológicos mais comuns na população pediátrica são:

• condiciona uma tríade de interação social comunicação verbal e não verbal, juntamente com um padrão de
comportamento repetitivo e restrito com adesão excessiva a rotinas e interesses restritos.
Autismo

• Manifesta-se geralmente entre os 6 e os 12 mas evidencia sinais desde bebé. Bebé insaciável, facilmente irritável e é
com dificuldade que se consegue acalmá-lo. Tem dificuldades em dormir e na alimentação. Na primeira infância fica
irritado, agitado e inquieto. Desobediente e dificilmente fica satisfeito com qualquer coisa. Em criança distrai-se
PHDA muito, não conseguindo concentrar-se. Impulsivo, podendo envolver-se em brigas.

• Condição bastante comum em crianças, mas menos conhecida. A dispraxia é uma condição que torna difícil coordenar
os movimentos. Não há uma causa estabelecida.
Dispraxia

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Alterações do desenvolvimento mais frequentes até aos 6 anos de


idade

• Condição caraterizada pela ocorrência de convulsões. A convulsão é causada por um distúrbio temporário nas células.
Pode ser causada por fatores genéticos, distúrbios do desenvolvimento, doenças infeciosas e lesão antes do
Epilepsia nascimento.

• Meningite, encefalite, etc.


Infeções
do SNC

Neurodeg • Por exemplo distrofia muscular de Duchenne


enerativa
s

Paralisia Cerebral
A PC abrange um conjunto amplo de situações caracterizadas por serem permanentes, mas
não inalteráveis, envolverem uma alteração do movimento e/ou postura e da função motora
e serem devidas a interferência/lesão/anomalia não progressiva do desenvolvimento do
cérebro imaturo (Andrada et al, 2012)

Apesar da melhoria dos cuidados perinatais nos países Em Portugal, surgem cerca de 200 novos casos por ano
desenvolvidos, a incidência de PC tem-se mantido e 90% chegarão à idade adulta (Campos, 2013).
constante (Stanley, Blair & Alberman, 2000). Contudo, é possível que haja uma subnotificação de
formas minor de PC.

Quadros

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PC Espástica

PC Atáxica

PC Disquinética

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Cintura Cabeça
escapular
e pélvica

Tronco
(caixa
torácica)

Desenvolvimento
Sensóriomotor

Alimentação
Deglutição

Controlo
Respiração postural Participação

do tronco

Interação
Qualidade de
vida

As alterações neuromotoras e deformidades musculoesqueléticas associadas levam a


altos níveis de morbilidade respiratória, como consequência da combinação de vários
fatores que podem incluir:

 Sialorreia (salivação excessiva)


 Disfagia (problemas de deglutição)
 Refluxo gastro esofágico
 Tosse ineficaz
 Imobilidade

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Complicações na PC
• Alterações de postura, sensoriais e motoras a nível global
• Dificuldades de estabilidade/mobilidade/relação

• Alterações sensoriomotoras orais, na deglutição e


respiratórias
• Alterações na coordenação / deglutição

• 75% a 80% das crianças com P.C. ( nível IV e V da GMFS) apresenta alterações
de deglutição
• Aspiração de alimentos / secreções / conteúdo do estômago devido a refluxo
gastroesofágico são causa frequente de infeções respiratórias nomeadamente
pneumonias

Abordagem CR na PC

Quando há tónus aumentado


Configuração da grade costal:
- fixa
- cilíndrica
- assimétrica ( por vezes)

Depressão ( pectus excavatum)


- esterno
Quilha (pectus carinatum)

Tónus:
- alto e variável

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Pectus excavatum

TAC revela o grau de deformidade na


Radiografia do tórax revela a aproximação do
parede torácica bem como o desvio
osso esterno em relação a coluna vertebral,
do coração e as possíveis áreas de
refletindo justamente o achatamento do tórax
compressão pulmonar.

Pectus carinatum

• Qualidade em repouso:
 mais abdominal ou costal superior
 oral
 pouca dissociação
 pouca flexibilidade
 pouco volume ( respiração superficial e curta)

• Sensibilidade:
 alta e variável

• Alimentação e padrão respiratório:


 coordenação fraca

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Quando há PC disquinética
• Configuração da grade costal:
 instável
 assimétrica
 depressão do esterno

• Tónus:
 não mantido, flutuante

• Sensibilidade:
 variável

• Qualidade em repouso:
 mais abdominal ou costal inferior
 oral
 irregular
 assincrónica e arrítmica
 volume variável

• Alimentação e padrão respiratório:


 incoordenação

Quando há PC atáxica
• Configuração da grade costal: • Qualidade em repouso:
 instabilidade do tronco  mais abdominal ou costal inferior
 espalmada  oral/ nasal
 volume variável
• Tónus:
 normal a baixo
• Alimentação e padrão respiratório:
 sem grandes alterações
• Sensibilidade:
 normal a baixa

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Quando há hipotonia
• Configuração da grade costal:
 espalmada

• Tónus:
 hipotonia principalmente do tronco
 debilidade do diafragma

Quando há hipotonia
• Qualidade em repouso:
 mais abdominal
 oral
 pouca amplitude
 baixo volume

• Alimentação e padrão respiratório:


 reflexo de tosse diminuído ou ausente
 risco de aspiração

Ventilação

Invasiva:
Ventilação Mecânica Uso de prótese ventilatória.
Inclui o CPAP, CPAP bilevel,
NIPPV, por cânula

Não invasiva:
Uso de máscaras ou
prolongamentos como
interface

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Ventilação Não Invasiva

Ventilação Não Invasiva

Indicações, contraindicações e Efeitos

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Ventilação Invasiva

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22/11/2021

Ventilação Invasiva

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Intervenção no desenvolvimento
neuromotor – considerações gerais

Handling

Melhor relação
entre a
atividade
motora global e
os padrões
respiratórios
Posiciona-
mento

Intervenção no desenvolvimento
neuromotor – considerações gerais
• INTERVENÇÃO PRECOCE (prevenção precoce de padrões atípicos)
• INTERVENÇÃO DINÂMICA, ACTIVA
• ALONGAMENTO: NUCA, TÓRAX

As alterações biomecânicas justificam a diminuição do nível de


atividade dos músculos

Preparação

Encontrar/ajustar Facilitar, Adequar


conjunto intervindo no atividade e
postural global estratégias

Organizar o Aspetos físicos e


Comunicar
ambiente materiais

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Posicionar
 Pontos de referência para a  Garantir um correto posicionamento da
distribuição de carga criança
 Prevenir deformidades
 Alinhamento dos segmentos
 Facilitar padrões de movimento mais
 Estado de comprimento / tensão adequados
muscular
 Favorecer o conforto

O controlo postural global facilita


! movimentos mais específicos e
adequados

Através do posicionamento
Recrutar atividade muscular

Induzir input proprioceptivo

De forma a obter o padrão de movimento mais eficiente

O que irá contribuir para:

 uma interação com o meio


 possibilidade de sucesso

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Vamos à luta… Com quem?


Com todos!

Casos Práticos

Obrigada pela atenção!


Dúvidas?

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