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Ícaro de Carvalho
INTRODUÇÃO
No Brasil é muito comum que as pessoas tenham dificuldades em cobrar. As pessoas têm vergonha
de falar em dinheiro.
Questões culturais acabaram fazendo com que se exija do freelancer coisas inconcebíveis fora do
país. Por exemplo: começar o serviço antes do pagamento do sinal.
1) FARMING
Acontece antes do cliente chegar até você. É o momento de farming. Há muitas aulas sobre esse
tema no Novo Mercado e não vou me estender no assunto.
Bem ao final desse processo de contato antes da decisão de fechamento de projeto, todo o
comportamento observado costuma ser reproduzido ao longo de todo o contrato.
Há a sensação de que essa fase é um favor seu ao cliente. É possível ser elegante e profissional
nessa fase, mas reduzir esses últimos 20 minutos vitais da fase em 4 minutos:
• Peço que agradeça a indicação e enalteço o trabalho que fiz com que indicou;
o Normalmente digo que a esposa do cara gostou, para tirar essa preocupação do
novo cliente.
• Reforço a qualidade do meu trabalho (venda);
• Pergunto o prazo (e aplico escassez);
o É negando que se ganha: o processo de convencimento foi feito na indicação, já há
a tendência pró-fechamento.
• Pergunto o objetivo do projeto, obrigando o cliente a ser sintético: “vamos fazer o
seguinte: o que você precisa?”
• Puxo o encerramento, deixo ele curioso e peço para marcar uma reunião comercial;
o “Vamos marcar uma reunião por Skype?”
o Não tente remarcar com ele, porque está quase fechado.
2) REUNIÃO
Quando der a hora da reunião, vocês vão se ligar, faz um quebra-gelo de 20 segundos e chama
para o tema central, apresentando uma limitação de horário: “tenho 40 minutos, tá bom para
você? Preciso sair...”
Organize a conversa em tópicos e garanta o equilíbrio de tempo da reunião (não pode ser muito
curta e nem ultrapassar o limite).
A pessoa pode responder, mas normalmente o cliente tem experiência e pede seu orçamento,
dizendo que não tem verba específica.
Ao invés de perder tempo fazendo uma proposta bonita, faça o orçamento e seja direto
(apresente uma vantagem para ele em contrapartida a essa “agressividade”):
“Olha, eu trabalho com agilidade, já consegui orçar o projeto aqui com base no que a gente
falou agora pouco no Skype. O projeto vai ficar em tanto. Tudo bem para você? Esse é um
orçamento que você espera? Me diga o que acha que [adiciona vantagem:] posso colocar a
equipe para começar amanhã enquanto os advogados rodam o contrato. Se não, preciso
saber para não montar a proposta muito detalhada e assim economizo o seu tempo e o meu.”
Outra coisa que eu aprendi é que é péssimo convencer um cliente a pagar mais do que ele tinha
para o projeto. Esse cara vai te exigir tudo por causa do esforço a mais que ele teve de realizar
para pagar o valor estipulado. É quem tem mais chance de um contrato litigioso dentre todos os
tipos de clientes.
Então meu conselho é: se ele não tiver o dinheiro, não feche o contrato e ponto final.
3) FECHAMENTO DO CONTRATO
Mais importante que fechar o contrato é executar o contrato. Demorei 30 anos para aprender
isso.
DIVISÕES DO CONTRATO
Nesse momento o contrato foi pago e você começou a trabalhar.
Tire o máximo de informações do seu cliente em uma reunião de 1 hora que você vai gravar e colocar
dentro do seu fluxo de trabalho.
Conhecendo a concorrência:
Segmente entregas:
Toda entrega terá alteração, parta desse pressuposto.
Por causa disso, ao invés de fazer duas grandes entregas, faça dez pequenas entregas.
Esse é o segredo para reduzir 90% do trabalho que você teria de pós-produção.
Documentar:
Documente cada entrega.
Se a pessoa quiser fazer uma alteração de algo já aprovado, você questiona e estabelece que a
alteração será cobrada (ou a próxima será cobrada) e evita novas ocorrências dessa situação.
Entregar:
Entregar por completo é difícil.
Uma vez entregue, você não é parte do projeto. Esses clientes voltam, te perseguem. Lembre-os que
estava entregue.