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Expectativas Racionais
Expectativas Racionais
A álg ebra das ex pectativ as racionais será desenv olv ida na seção 2 .
T rat a-se de uma simplificação est ilizada da teoria orig inalmente sug erida por M ut h
em 196 1. Na v ersão orig inal, a ex pectativ a de umav ariáv el aleatória considerav a-se
racional quando coincidisse com a esperança matemát ica dessa v ariáv el, condicional
à s informações disponív eis. Em seus ex emplos, t odav ia, M uth admitiu que as rela
ções econômicas fossem lineares e que os choques fossem todos normalmente dis
tribuidos, simplificações sem as quais a t eoria orig inal das ex pect at iv as racionais se
torna matematicamente intrag áv el. C om essas simplificações, a t eoria de M ut h equi
v ale à que se apresentará na seção 2 .
A seção 3 ex emplifica o mé todo das ex pect at iv as racionais com um
modelo macroeconômico muit o simples, em que a oferta ag reg ada se descrev e por
uma curv a de P hillips obtida pelas hipóteses contrat uais de Gray e Fischer, e onde a
demanda agreg ada se det ermina pela t eoria quantitativ a da moeda. A seção 4 chama
a at enção para a possibilidade de equilíbrios mú lt iplos com ex pect at iv as racionais.
Essa possibilidade está quase sempre present e quando a demanda ag reg ada se des
crev e por um jog o de curv as I S e LM : a presença, nas equações macroeconômicas,
de ex pectat iv as quant o aos preços futuros é a razão para essa indet erminação do
equilíbrio. P ara lev ant ar a indet erminação é preciso ex plicit ar condições de estabili
dade que descartem a v iabilidade de um surto inflacionári por combust ão espon
tânea.
O s modelos das seções 3 e 4 admit em que as relações macroeconô
micas dependam, em cada período, de um único conjunto de informações, comum
a t odos os ag ent es econômicos. Essa é uma suposição que simplifica, mas que
t ambé m empobrece os ex ercí cios sobre ex pect at iv as racionais, pois os modelos mais
int eressantes são just ament e aqueles que combinam diferentes conjuntos de infor
mações. Um ex ercí cio famoso, o problema da ex tração do sinal, resolv e-se na
seção 6. A solução desse problema inspirou a teoria de Lucas da curv a de P hillips,
apresentada na seção6.
Embora concebida por M ut h em 1 96 1 , a teoria das ex pectativ as
racionais só se incorporou à análise macroeconômica na dé cada de 1970. O s primei
ros art igos sobre a maté ria procuraram associar ex pect ativ as racionais a neutralidade
da moeda: nem mesmo a curto prazo as v ariações prev istas da pai ít ica monetária
poderiam afet ar o produt o real. A seção 7 descrev e essa teoria da neut ralidade, a
qual, entre outras coisas, condena a política anticí clica e acena com a possibilidade
de um combate indolor à inflação. Na realidade, a t eoria depende da hipót ese de
que os contrat os salariais sejam surpreendent ement e curtos: sua duração não pode
ex ceder o período necessário à absorção de nov as informações pelas Autoridades
M onetárias.
S em essa hipót ese, ou alg uma out ra ig ualmente irrealist a (como a de
que os contratos salariais sejam condicionais a todos os estados da natureza, como
no modelo de Arrow-Debreu com incert eza) , cai por terra a teoria da neutralidade.
8 REV ISTA D E ECONOM E T R I A
El a não se apli ca, por e xe mplo, a o mode lo dos contratos salariai s justapostos,
de se nv olvi do na se ção 8. O model o abre o campo para o ativ i smo mone tá rio, mos
tando que os choque s de ofe rta são o pomo da di scórdiae ntre as pai í ti cas de e sta
bi li zação do e mpre go e de e stabi li zação dos pre ços. A se ção 9, usando a re lação de
P hill i ps do model o dos contratos sal ari ai s justapostos, mostra que a hi póte se de
e xpe ctativ as rac;.)nai s ê capaz de de screve r, com e xtre ma ri que za de porme nore s, os
e fei tos col ate rai s da políti ca de combate à infl ação, sobre o produto, o e mpre go e as
taxas de j uros.
Embora re pre se nte m um av anço, e m rel ação à hi póte se adaptativ a de
formação das e xpe ctativ as, os mode l os de e xpe ctativ as raci onai s não ape nas supõe
que um conj unto de e quaçõe s li gue a proje ção das v ariávei se ndóge nas à dase xóge
nas. Admite m também que e ssas e quaçõe s se jam todas li ne are s e que todos os
age nte s e conômicos, além de as conhe ce r, nel as acre dite m. Esse é o cal canhar de
Aqui le s da te ori a.
Conforme se e xpl icou na se ção pre ce de nte , o pri mei ro passo para a
construção de um model o de e xpe ctativ as racionais consiste e m construi r um
e spaço ve tori al re al H de v ariáve is ale atórias. Toda v ariáve l e conômica que possa
i nte re ssar ao mode lo deve pe rte nce r a H, e o conjunto dos re ais deve e star contido
e m H.
Supore mos que todos os pontos de H se jam v ariáveis ale atóri as
(e ntre as quais as constante s se consi de ram um caso particul ar) que admi tam mo
me ntos fini tos de pri me ira e se gunda orde m. Em suma, se y E H, Ey e Ey2
e xiste m, por hipóte se . Essa suposi ção pode se r substi tuida pe la de que e xi sta uma
base de H cuj os e le me ntos possuam mome ntos fini tos de prime ira e se gunda
orde m. Isto posto, pode - se asse gurar que , dados doi s e le me ntos quaisque r x e y
de H, E ( XV ) e xiste, poi s:
iv l ( x, xl > O;
vi ( x, xl = O se e some nte se x = o.
i mpl i ca:
( z -2, 11 = E ( z - 21 = O
Como i ER z é nú me ro re al, Ei
::::: z. Se gue -se que Ez = ER z,
:::::
l
b) Y = ELY é ume sti mador não te nde ncioso para y. Com e fei
t o, y - Y é ort ogonal at odo e le me nt o de L. Como 1 E L,
( y -y, l l = E ( y -yl = O;
2
9 (y, X l , x 2 ' . .. , x p l = k e -ay - by - c
+=
� �g (y, x l , x 2 ' . . . , x pl dy
- b 12 a
�� (y,.x l ' x 2 ' · ·· , x pl dy
2
EX2 EX2 x , Ex 2 EX2 x p "2 Eyx 2
desdobra a variável aleatória y em duas compon en tes ortogon ais: a parcela ELy,
que é a componente prevista com base n o con jun to de in formações L; e a compo
n ente imprevista (I - EL)Y' Se c é uma constan te, ELe = c, pois qualquer real
c pertence ao conjun to de in formações L. Logo, { I - EL)c = O, isto é, a com
ponente imprevista de uma constan te é igual a zero.
Genericamente,
121
Rz -REL z = Rz.
131
14)
NOVEMBRO DE 1981 13
Um caso part icu lar im port ant e é aqu ele em qu e M t em exat am ent e
um a dim en são a m ais do qu e L.Especificam ent e, su ponham os qu e M seja o su b
{ }
espaço de H gerado por L } U { z , on de z é um v et or n ão pert en cent e a L.
No caso, o con ju nt o W dos v et ores de M ort ogon ais a L expressa- se por:
A con st ant e {Xy pode ser det erm in ada lem bran do-se qu e
e qu e, port ant o:
[ ( I - EL l y.
Ry ( 61
[ ( I - EL l z .
Ilu st rem os com um m odelo m acroecon ôm ico bast ant e sim ples o
·
mét odo das expect at iv as racion ais. Su pon ham os qu e a ofert a agregada de um a
econ om ia, n o perí odo t, se descrev a pela relação log-lin ear:
Yt =
at + b ( Pt - wt ) + ut ( 7I
14 REVISTA DE ECONOMETRIA
(8 )
Et--1 indicando a proje ção ortogonal sobre o conjunto de informaçõe s Lt-1 dis
poní ve l no inicio do pe ríod o 1.
Admitamos que os salários nominais se jam contratados no iní cio do
pe rí odo de modo a igu alar a ofe rtae a procu ra "e x-ante de mão de obra":
(9)
( 10 )
( 12 )
onde mt indica o logaritmo da ofe rta de moe da, y uma constante ( logaritmo da
ve locidade ·re ndae spe rada)e e t um choque de de manda tal que :
( 13 )
exprim in do as vá riáv eis en dóg en as Y t e Pt em fun ção das v ariáv eis exóg en as, a
oferta de moeda, o produ to a pl en o empreg o e os c hoqu es.
técn ic a c on siste em c alcul ar separadamen te as c ompon en tes esperada e in esperada
do produ to e dos preços, e depois somar os resu l tados,
Aplican do o operador Et-1 às equ ações I 1 0 I e 11 2 I e l em
bran do qu e toda projeção ortog on al é in depen den te, isto é,
�
E _l = Et_1 :
I 14 I
I 15I
I I - Et _1 Imt + et =
I I - Et_1 Ip t + II- Et_1 IY t
e t+ 1 1- Et _1 1 mt+ u t
11 7 1
1+ b
1 18 I
16 REVISTA DE ECONOMETRIA
11 9 )
Duas observações devem ser ext raídas desses result ados. ,Em primeiro
l ug ar a pai
(I - Et - 1) mt ,
mesmo con junt o de in formações, (I Et -1) mt in dica um erro acident al n a con ·
-
dução da pai
é a in spiração do t eorema da n eut ralidade que será discut ido n a seção 7.
Em seg un do l ug ar, como seria de se prever, os choques de deman da
afet am produt o e preços n o mesmo sent ido, os de ofert a em sent idos opost os.
C ont udo n ão é cert o a priori que 1 - c (1 + bl seja posit ivo. Se esse coeficient e for
n eg at ivo, o desvio do produt o em relação ao plen o empreg o t erá sin al cont rá rio ao
do choque de ofert a. Em suma, um desl ocament o imprevist o para cima n a curva de
ofert a ag reg ada pode t razer o produt o abaix o do plen o empreg o. A ex plicação
econ ômica para essa aparent e an omal ia é a seg uint e: se a curva de ofert a ag reg ada
sofre um deslocament o imprevist o para cima, o produt o a plen o empreg o será
subest imado, n o moment o da cont rat ação dos salá rios.C omo os preços são projet a
dos a part ir da equação quant it at iva, n a medida em que os ag ent es econ ômicos
prevejam corret ament e a ofert a de moeda, a subest imat iva do produt o implica a
superest imat iva dos preços, a qual se t an smit e aos salá rios n omin ais cont rat ados.
A curva de deman da de mão de obra t ambé m se desloca para cima, com o choque
favorá vel de ofert a. M as pode acont ecer que esse desl ocament o n ão seja suficient e
para compen sar o efeit o, sobre os salá rios n omin ais, da superest imat iva dos preços
n o moment o em que se firmam os cont rat os de t rabalho.
A discussão acima dest aca o papel fun dament al da con st an t e c da
equação ( 1 1 ) , a qual correl acion a as alt eraçãoes do produt o a plen o empreg o aos
deslocament os da curva de ofert a ag reg ada. Se supusermos que o choque de ofert a
prové m de um desl ocament o imprevist o n a fun ção de produção ag reg ada, t eremos:
c � 11 + li) / 11 + li + b) on de li in dica a elast icidade da ofert a de mão de mão de
obra em relação ao salá rio real. V alores posit ivos para essa elast icidade t orn am
n eg at ivo o coeficient e 1 - c ( 1 + b) .
1 10 )
NOVEMBRO DE 198 1 17
I 11 I
mas su bst itu amos a descrição qu ant it at iv a da demanda ag reg ada pelo par de cu rv as
IS e LM:
ICu rv a ISI 12 0 I
I Cu rv a LMI I 21 I
12 2 1
12 3 I
de onde se segu e qu e:
Ii -Et _11 mt + et -A Ut
12 5 1
1+Ab
18 REVISTA DE ECONOMETRIA
( 1 41
o que indica que a expectativa de preços para o período t não depende apenas de
m , mas também do nível de preços esperado para o período t + 1. Este último
t
dependerá da expectativa de preços para o período t + 2 , e assim sucessivamente.
Estamos diante de uma equação estocástica de diferenças finitas que
precisa ser resolvida para a frente. Para isso, avancemos inicialmente de i perrodos
a equação monetária (23 I:
Aplicando o operador E t _
1 à equação acima, segue-se que:
sendo E1:+i-1 u t+i = O. Mais uma vez, pela lei das projeções iteradas:
( 28 1
NOVEMBRO DE 1981 19
m =( 1 + B) E BE _ Pt+1
E
t-1 t t_1 Pt - t 1
m E BE
E
t_1 t+1 = (1 + B) t_1 Pt+1 - t_1 Pt+2
. . . . . . . . . . . " . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
E _ m 1 + B ) E _ Pt BE _
t 1 t+n= ( t 1 +n - t 1 Pt+n+1
E, por tanto:
(29)
I
B
a série E
( ) E
t_1 mt + i converge;
_
a) --
B+1
i=
�O -
n
b)
lim
( !)
B 1
E
t_1 Pt + n = O (30)
(B+1 ) E p
t-1 t = .
I= O
; ( )-L
B+1
i
Et-1 mt+1 (31 )
o que implica:
lim
n �oo
( )
_B_ n
B+1
Et - 1 pt + n = O.
Pt =
Pt + K
( )
B+1
-B-
t
(32 )
lim
n -+00
( ) B
B+1
n
Et_1Pt + n -
_ _
( )
B+1 t
-B-
( 33 )
e1t - u
t
( I- Et-1) Pt= (34 )
b
n
� ( Ct+1- r - Et _1 Yt+1) ( 35 )
i=O
í
entãp P + Z } também é solução do problema. E m suma, concluimos, na linha de
t t
l
wickse l, que o controle da taxas de juros leva à indeterminação dos preços.
22 REVISTA DE ECONOMETRIA
z= y + U (36)
Tanto o sinal como o ruído têm esperança matemática zero e são não
correlacionados:
E y = E u = Euy = O (37 )
Ry � z
( z, z )
Notando que
( y, z ) = ( y, y+ u ) = Ey 2
e que
( z, z )
obtém-se:
Ey2 z (38 )
Ey 2+Eu2
NOVEMBRO D E 198 1 23
que é a famosa fórmula da extração do sinal. Ela indica que o sinal estimado a partir
da observação de z é uma fração de z igual à relação entre as variâncias de y e z.
Essa fração é tanto maior quanto menor for a relação entre a variância do ruído e a
do sinal.
O problema é a inspiração da versão de Lucas da curva de Phillips
que será discutida na próxima seção.
( 3 9)
(40)
sendo:
( 41)
(42 )
sêja conhecida pela i-ésima empresa. Essa é mais uma das hipóteses heróicas do
exerc(cio.
Designemos agora por:
(43 )
( I - E L ) Pt-1 = O.
E L. pt - E L Pt
I
é a revisão R Pt decorrente da aquisição. pela I-eSlma empresa, de uma única
i
nova informação, o preço ,
revisão recursiva ( 6 ):
R· P =
I t
(I -E L ) Pit = Pit - EL Pt
NOVEMBRO DE 1981 25
obtém-se:
e, por conseguinte:
seja o mesmo para todas elas. Entendendo que os (ndices de preços e produto real
se calculam pelas fórmulas geométricas:
n n
L a i P it; L ai Vit
i = 1 i= ,
( 44 )
determinar cada variável endógena x t como função linear dos choques e das deci
sões de pol ítica econômica, passadas, presentes e esperadas para o futuro. Por hipó
tese, todas essas decisões de pol ítica pertencem ao subespaço L. Logo, se z indica
uma qualquer entre elas, (I - E L ) Z = O. Isso significa que nenhuma delas pode
afetar ( I - E L ) xt.
O teorema não exclui a possibilidade de os erros acidentais na execu
ção da pai ítica afetarem a componente inesperada de alguma variável endógena.
A t ítulo de exemplo, no modelo discutido na seção 3, ( I - E t_ 1 ) m t afeta tanto
(I - E t_ 1 ) Yt quanto ( 1- E t _ 1 ) p!' como se explicita nas equações ( 1 6 ) e
( 1 7 ) . Apenas esses erros acidentais, pela própria definição, nada têm a ver com as
decisões de pol ítica.
O teorema da ortogonalidade não suscita controvérsias, l imitando-se
a afirmar que o esperado não pode influir sobre o imprevisto. Bem mais ambicioso
é o teorema da neutralidade, o qual pretende demonstrar que, com expectativas
racionais, não há l ugar para a pol ítica anticíclica. O teorema não exclui a possibili
dade de que a pai ítica fiscal possa alterar o curso do produto potencial. Mas descar
ta a hipótese de alguma ação do Governo ser capaz de afetar o hiato Yt - Yt .
Como se disse na seção 1 , para provar o teorema da neutralidade não
oasta supor que as expectativas sejam racionais no sentido de Muth : é preciso recor
rer a hipóteses complementares bem mais ousadas. Na versão mais extremada admi
te-se que todos os contratos sejam condicionais aos estados da natureza, tal como
nO" modelo de Arrow-Debreu com incerteza. Nessa versão, as expectativas não
desempenham qualquer papel nos contratos, e portanto nem precisam ser racionais.
Embora muito elegante, a hipótese é por demais irrealista, não só por causa dos
problemas de incerteza moral, mas sobretudo pelos custos de especificar todos os
NOVEMBRO DE 1981 27
(45)
lim kn ( ) O
Yt-n - Yt-n =
n""�
chega-se a:
=
bRe +bRmt+ R [ 1 - c ( 1 +b ) J u
t t ( 47 )
l+b
(48 )
Está agora aberto o campo para a pai ítica monetária ativista, quer no
sentido de estabilizar o produto, quer no sentido de estabilizar preços. A razão é
que os salários nominais, sendo temporariamente rígidos, podem·se desviar, com os
choques de demanda e oferta, da posição de equilíbrio compatível ou com o pleno
emprego ou com a realização dos preços previstos. Na medida em que os choques
são percebidos, as autoridades monetárias podem indiretamente agir sobre os salá
rios reais, ou de modo a estabilizar o emprego ou de modo a minimizar a imprevisi
bilidade dos preços.
Suponhamos que o objetivo do Governo seja estabilizar o emprego,
minimizando a variância de Yt - Yt' Desdobrando o hiato do produto nas compo
nentes ortogonais:
(49 )
consegue·se tornar R (yt - \'t) = O. A regra equ ivale a absorver na política monetá·
ria todos os choques de demanda, e repassar os choques de oferta percebidos para
os preços, não deixando que eles afetem o hiato do produto.
Suponhamos agora que o objetivo do Governo seja minimizar a im
previsibilidade dos preços, ou seja, a variância de (I - Et-1 ) P Por um raciocínio
r
semelhante ao desenvolvido acima se conclui que a regra ótima de política monetá
ria é aquela que torna RPt O, ou sej a :
=
(5 0 )
chega-se à equação:
NOVEMBRO DE 1981 31
L_
t n c.: ... C � -2 CLt_I·
(5 3 )
onde:
ai � (n-i) / n
(55 )
32 REVISTA DE ECONOMETRIA
(56.a I
(56.b I
(56.c I
n-1
L
i= O
n -j
n+ b(n - il Rt_i 1 b(m t + etl + [ l-c (1 + b)] u
t } (57 .a )
n-1
Pt Et_n lmt +et -CU ) + V-Y +CU L
t t t
+
j =0
=
ções com base no qual asAutoridades podem adotar medidas com efeitos no perío
do t. E ssa componente, portanto, não pode ser afetada pela pai ítica econômica.
Contudo, a segunda componente pertence a Lt_1 e, como tal. pode ser adminis
trada pelo Governo.
Suponhamos que o objetivo do Governo seja minimizar as flutuações
do emprego, ou seja, a variância de Vt -Vt, Usando a identidade (55 ) e o teo
rema de Pitágoras:
n-1 2
2 2
2 11 L IIRt_iIYCVt)11 + IIE t_nIYt-vt)11
Ilyt-Ytll =1111-Et_1)(YCYt) +
i=1
Notemos agora que, pela equação (53), Et_ n IYt -Vt) =O e que,
pelo teorema da ortogonalidade, ( I - Et-1) IY t - Vt) independe da política eco·
nômica.Daí se segue que, se o objetivo do Governo é estabililar o emprego, a pai í
tica econômica ótimaé aquela que tornar:
159 )
relação ( 56.d ) leva à regra ótima de pai ítica monetária para minimização da im*
previsibilidade dos preços:
( 61 )
( 62 )
Uma rec essão t emporáriac ost uma ser o preço do c ombat e à in fl ação,
e isso pode ser explic ado por duas raz ões.Primeiro, é possív el que o Gov ern o an un
c ie sua disposição det reiar a alt a de preços, mas que n in gué m n el a ac redit e.Esseé o
probl ema da c redibil idade. S egun do, ain da que t odos admit am a firmez a de propó
sit os do Gov ern o, muit os c ont rat os de mé dio e l on go prazos, assin ado s n o passado,
c ont in u arão regidos pel as ant igas expect at iv as de in fl ação.,Esse é p problem a da
rigidez in flac ion ária. Ambas as raz ões podem ser escl arec idas pel o modelo de c on
t rat os sal ariais just apost osc om expect at iv as rac ion ais.
E: c laro que os c hoques de ofert a e deman da podem amen izar ou
ac ent uar os efeit os de uma mudan ça da pai ít ic a mon et ária.Cont udo, c omo n osso
int eresse se rest rin ge em an al isar os efeit os dessa mudan ça, c on st ruiremos um mode
l o que abst rai a possibil idade dec hoques. t: import ant e examin ar t ambé m os efeit os
t emporários da polít ic a ant i-in fl ac ion ária sobre a t axa de juros e sobre a v el oc ida
de-rend a da moeda. P or isso, ao in vé s de desc rev er a deman da agregada pel a equação
quant it at iv a, usaremos um jogo de c urv as I S e LM.
O model o se baseará n a rel ação de Phil l ips do model o de c ont rat os
sal ariais just apost os ( 53 ) e n as c urv as 15 e LM ( 20 ) e ( 2 1 I , c om a el imin a
ção dos c hoques, ec om as seguint es simpl ific ações:
( 64 )
( 65 )
( 66 )
( 67 )
on de:
( 68 .a )
36 R EVISTA DE ECONOMETRIA
(68 .b )
-kt (69 )
F azen do
Lem bran do que ht = Roht e ent ran do com as rel ações ( 54 ) e (69 ):
ht = - b kt(n -t) ,. (7 0 )
n
Ess a fórmul a dimens ion a o s acrifí cio de com bate à in flação: a re ces
s ão se aprofun da até o pe rí odo n/ 2 , e daí por diante se abran da; a part ir do pe río
do n , a e con om iav ol t a a fun cion ar em plen o em preg o.
Vej am os ag ora qu al o prog ram a m onetá rio cons istente com a pol ít i-
NOVEMBRO DE 1981 37
A bk t (n - t)
po _
para 1 ,.ç t� n- 1
n
( 71 )
para t � n
m1 - m o = ��
/ [ nB -A b ( n - 1 ) 1
m t 1 -m t =- [ A bk ( n - 2 t -1 ) I I n
+
tos de sinais opostos. Um, baixista, correspondente à diminu ição da taxa esperada
de inflação. Outro, altista, associado ao aumento da taxa real de juros. A partir do
período 1 . as variações da taxa nominal acompanham as da taxa real. Do período
n em diante, a taxa nominal se estabiliza em C/O. Ao longo de todo o programa,
isto é, entre o perfodo O e o período n, a taxa nominal cai o meSmo que a taxa de
inflação, evoluindo da posição inicial k + C I D para a final C I D. Pela equação
(65 ) conclui-se que, para 1 .;;; t .;;; n - 1 :
Et_ 1 m p o + k(t - B l ,
t
=
Teríamos, no caso:
tln-t)
( I - Et- 1 )i\)t = B k - kt _ Abk ; para 1 � t � n-1 (72 )
n
'
isto é, a ação estabilizadora do Governo seria con fundida com mero erro de exe
cução da polftica monetária. Os efeitos de um tal erro determinam-se facilmente
aplicando o operador I - Et_ 1 às equações (64 ) e (67 ) . Com os algebrismos
de praxe, conclui-se que:
1
( I - E t- 1 ) Pt = __ ( I - E t_ 1 ) m t
1 + Ab
Conclui-se que:
ht =
_
b
_ Bk
1 + Ab
1 {\ _
kt _ Abkt (n-t)
n
)
p
t
=
p
o
+ __ k
l + Ab
B + Abt
(
\, n
2
) ( 1 .;; t .;; n- 1 )
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