Lakatus e Marconi, ao longo do texto “Ciência e Conhecimento Científico”,
aborda acerca do conhecimento científico (sistemático, metodológico, validável)
e do conhecimento popular (o saber cotidiano, falível, assistemático) apontando que a distinção entre esses conhecimentos está na forma, no modo, no método e nos instrumentos de conhecer. Além disso, as autoras apresentam quatro tipos de conhecimentos e suas características: o popular, o filosófico, o religioso e o por último o científico. Segundo as autoras, esses quatro tipos de conhecimentos podem coexistir em uma mesma pessoa, visto que um cientista, por exemplo, pode ser adepto a uma religião, possuir um sistema filosófico, bem como agir segundo o conhecimento popular. Dessa forma, apesar da diferença metodológica, esses conhecimentos podem permear entre si. No entanto, para se fazer ciência é necessário um rigor metodológico e sistemático que apenas o conhecimento científico apresenta. Sendo assim, Lakatus e Marconi apresentam os conceitos de ciência segundo Ander-egg e Trujilo, em que o último apresenta uma definição mais precisa e, portanto, o ponto de partida na sistematização da sua argumentação ao longo do capítulo. Por fim, vale enfatizar que apesar do rigor científico buscar a veracidade de um fato, atualmente se propõe quando falamos de ciência, falarmos de verdades; e buscamos integrar os saber do conhecimento popular, vendo-os como diferentes, mas não necessariamente opostos. Sendo assim, é importante o esforço da academia para que exista um contato e uma troca do conhecimento científico com conhecimento popular, ampliando o olhar de ambos para incorporar o diferente e perceber que não há uma só "metodologia" possível.
haja vista que o desconhecer afasta, restringe e inviabiliza o contato com o âmbito, abrindo precedente para decorrências negativas, como as comtempladas hodiernamente.
Felizmente, hoje, as diversas áreas "canônicas" de saber (como educação e saúde)
têm procurado reintegrar os saberes populares, vendo-os como diferentes, mas não necessariamente opostos. A área farmacêutica tem aprendido muito, para dar um exemplo, com os conhecimentos tradicionais dos povos ameríndios. Da mesma forma, a educação tem ampliado seu olhar para incorporar o diferente e perceber que não há uma só "metodologia" possível. Outrossim, compreender a relevância da ciência, e suas especificidades, nunca fora tão urgente! A crescente demanda por formulações vazias, defesa de verdades dogmáticas, aumento do autoritarismo e constante ataque ao constructos científico evidencia um forte distanciamento, e desconhecimento, da população geral ao fazer cientifico. É válido salientar que fatores estruturais, de ordem econômica e outros tais, não devem ser desconsiderados quando apontamos essas iniquidades. Todavia, é imprescindível o esforço para que exista o contato da população como um todo, e não somente a comunidade acadêmica, com o campo científico, haja vista que o desconhecer afasta, restringe e inviabiliza o contato com o âmbito, abrindo precedente para decorrências negativas, como as comtempladas hodiernamente.
No entanto, apenas o conhecimento científico pode contar com o rigor metodológico
sistemático e empírico que o permite ser submetido à validação ou não, tornando-o falível e aproximadamente exato. Outra característica exclusiva do conhecimento científico é que ele constitui um conhecimento contingente, visto que suas proposições e hipóteses são confirmadas ou falseadas por meio da experimentação e não apenas por determinada razão. Assim, a ciência, segundo os autores, constitui-se em um conjunto de enunciados hierarquicamente correlacionados de maneira ascendente (indução) ou descendente (dedução), levando o raciocínio de fatos particulares para fatos gerais e vice-versa