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CEDERJ - CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA

DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

MATERIAL DIDÁTICO IMPRESSO

CURSO: Administração DISCIPLINA: Orçamento, Estrutura e Custo de Capital

CONTEÚDISTA: Kátia de Almeida e Marcelo Alvaro da Silva Macedo

AULA 2 – Módulo 1

Analisando as Decisões Financeiras de longo prazo

META DA AULA

Apresentar o conteúdo da disciplina, realizando uma discussão introdutória sobre as


questões centrais a respeito das decisões financeiras de longo prazo.

OBJETIVOS

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de entender o
escopo da disciplina, bem como a complementaridade que o conteúdo desta representa
em relação aos conteúdos já discutidos nas outras disciplinas da área financeira. Além
disso, esperamos poder auxiliá-lo na montagem de um plano de estudos, de modo a
aproveitar o curso da melhor maneira.

PRÉ-REQUISITOS

Para que você encontre maior facilidade na compreensão dessa aula, é importante que
faça uma revisão dos principais conceitos da disciplina Fundamentos de Finanças e
estude os conceitos reapresentados na aula 1.

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1. INTRODUÇÃO
Como você já deve saber, a Administração Financeira é a arte e a ciência de administrar
recursos financeiros com o objetivo de maximizar a riqueza dos proprietários Para isso, é
necessário, todos os dias, tomar uma série de decisões sobre como gerir esses recursos
financeiros.

Neste sentido, sob a perspectiva do horizonte de tempo, existem dois tipos de decisões
financeiras: de longo e de curto prazos. Nesta disciplina estudaremos as decisões
financeiras de longo prazo.

No longo prazo, as decisões financeiras envolvem a obtenção de recursos para financiar


projetos de investimento (decisões de financiamento) e a definição dos critérios a serem
adotados para a escolha dentre os investimentos alternativos (decisões de investimento).

Exemplos de decisões financeiras de longo prazo:


• A realização de investimentos em capital fixo: aquisição de novos equipamentos,
construção de novas instalações, entre outros.
• A escolha das fontes de financiamento: capital próprio (CP) e capital de terceiros
(CT).
• A definição da estrutura de capitais: proporção entre CP e CT.
• A definição da política de dividendos: remuneração dos acionistas (proprietários).

2. DECISÕES DE INVESTIMENTO E FINANCIAMENTO DE LONGO PRAZO

Vamos agora aprofundar um pouco mais nos conceitos de decisões de financiamento e


de investimento de longo prazo.

Decisões de Financiamento dizem respeito a como obter os recursos financeiros e as


Decisões de Investimentos em como aplicá-los.

Quadro 1 – B. P. FINANCEIRO
ATIVO PASSIVO

CCL (Ac – Pc) ELP ( Ct)

AÑC (RLP + Ap) PL (Cp)

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O quadro acima apresenta um modelo simplificado de Balanço Patrimonial, que foi visto
de maneira mais aprofundada na disciplina de Contabilidade. Denominamos este quadro
de B. P. Financeiro. Esse tipo de demonstração financeira, por ser para controle interno
da empresa, não tem a obrigatoriedade de seguir as normas legais impostas pelo governo
para confecção do Balanço Patrimonial.

O BP é uma demonstração contábil constituída de duas colunas. Na coluna da esquerda,


são relacionadas as contas que refletem as aplicações de recursos (Ativo); no lado direito,
as que representam as origens de recursos (Passivo).

Neste mostra-se que os recursos são aplicados em bens (bem é aquilo que satisfaz a
necessidade humana e pode ser avaliado monetariamente, como estoque de mercadoria,
por exemplo) e direitos (transações que serão convertidas em recurso financeiro, como
duplicatas a receber oriundas de vendas a prazo, por exemplo). As origens de recursos,
por sua vez, são provenientes de duas fontes: capital de terceiros (as obrigações, como
impostos, fornecedores, encargos sociais etc.) e capital próprio (investimentos dos
proprietários, reservas, lucros acumulados etc., por exemplo).

No B. P. Financeiro não é diferente. Ele também se divide em Ativo e Passivo, como


pôde ser visto no quadro anterior. Porém, sua estrutura para fins de análise é um pouco
diferente. Neste temos a seguinte composição:
• Ativo – que representa as aplicações de recursos, divididas em curto (CCL –
Capital Circulante Líquido) e longo (AÑC – Ativo Não Circulante) prazos.
• Passivo – que são as origens de recursos da empresa, divididas em Ct e Cp.
Nesta disciplina vamos trabalhar com as contas, que no Quadro 1 aparecem coloridas no
B. P Financeiro. No Ativo não Circulante serão tomadas decisões de Investimento e no
Exigível à Longo Prazo e no Patrimônio Liquido serão tomadas as decisões de
Financiamento.

Em função destes grupos, podemos pensar em questões a serem respondidas nas


decisões de investimento e financiamento de longo prazo:
• Onde serão aplicados os recursos financeiros?
• Qual a melhor composição de ativos?
• Qual o risco do investimento?
• Qual o retorno do investimento?
• Quais as novas alternativas de investimentos?
• Como decidir em quais ativos investir?
• Qual a estrutura de capital ideal?
• De onde virão os recursos?
• Qual a participação do capital próprio?
• Qual a participação do capital de terceiros?
• Qual o perfil do endividamento?
• Qual o custo de capital? Como reduzi-lo?
• Quais as fontes de financiamento serão utilizadas e seus respectivos custos?
• Quais deveriam ser substituídas ou eliminadas?

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Como isso acontece em uma empresa?

O gestor de uma empresa agroindustrial precisa decidir sobre a compra de uma nova
máquina para descascar grãos. Ele precisa escolher entre três marcas existentes. Além
disso, precisa decidir de onde virão os recursos que serão utilizados para a compra da
máquina.

Em outras palavras ele precisa:


• Avaliar as três alternativas de investimento (máquinas) de modo a concluir sobre a
viabilidade econômico-financeira das mesmas e de modo a encontrar, sob a
perspectiva econômico-financeira, qual a melhor alternativa, ou seja, qual a
maximiza a riqueza dos proprietários (que é o objetivo da administração
financeira);
• Analisar as fontes de recursos disponíveis, para concluir a respeito de qual é a
melhor alternativa (menor custo de capital). Ele deve comparar, por exemplo, se
deve comprar a máquina através de um financiamento, ou utilizar os recursos já
disponíveis na empresa, ou solicitar aporte de capital por parte dos atuais sócios
ou ainda encontrar novos sócios para o negócio, para que estes façam o aporte
necessário.
Desta forma, podemos ter idéia da complexidade das decisões de investimento e
financiamento de longo prazo.

3. DECISÕES DE INVESTIMENTO DE LONGO PRAZO

Bom, vamos olhar agora separadamente as decisões de investimento de LP. Os


investimentos de longo prazo representam gastos substanciais de fundos que
comprometem uma empresa com determinada linha de ação. Por isso, a empresa deve
ter procedimentos para analisar e selecionar adequadamente seus investimentos de longo
prazo.

É preciso, então, medir os fluxos de caixa (avaliar as entradas e saídas de caixa


provenientes do projeto sob análise - que será visto com mais profundidade na próxima
aula) e aplicar técnicas de decisão apropriadas (aulas 4, 5 e 6).

Quando estamos falando de decisões financeiras de longo prazo, temos nosso foco
voltado não só para novos projetos (novas máquina, novas instalações etc.) mas também
para a substituição ou ampliação dos ativos atuais (substituição de equipamentos,
ampliação das instalações atuais etc.).

Nesta disciplina analisaremos as decisões de investimento de longo prazo. O principal


processo usado para isso é o orçamento de capital, que pode ser definido como um
processo que a partir da identificação de um conjunto de possibilidades de investimento,
analisa os gastos e benefícios futuros que serão gerados por cada uma destas
alternativas, aplicando a esta uma série de técnicas de análise de viabilidade econômico-
financeira. A escolha gerada, então, deve pressupor uma série de objetivos estratégicos
do investidor (inclusive e principalmente a maximização de sua riqueza), que precisam ser
atendidos, da melhor maneira possível, pelo conjunto de projetos escolhidos.

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Em suma, o orçamento de capital representa um método que estrutura os projetos através
da descrição de seu fluxo de caixa ao longo do tempo e aplica a estes uma série de
ferramentas de análise econômico-financeira, com o objetivo de selecionar as alternativas
viáveis e apontar a melhor escolha.

Assim sendo, analisaremos o orçamento de capital como um processo básico de análise


de projetos e tomada de decisão em suas várias fases. Os capítulos descritos a seguir
abordarão essa análise:
• Capítulo 3: Construindo o Fluxo de Caixa

· Nesse capítulo inicial do processo de orçamento de capital, veremos como


construir o fluxo de caixa dos projetos a serem analisados através do
cálculo do investimento inicial, das entradas operacionais de caixa e do
fluxo de caixa residual.

• Capítulo 4: Analisando o Fluxo de Caixa - Parte 1

· Já nesse segundo capítulo do processo de orçamento de capital, vamos


conhecer e aprender como se utiliza as principais técnicas de análise da
viabilidade econômico-financeira de projetos: Período de Payback ou
Retorno do Capital Investido, Valor Presente Liquido – VPL e Taxa Interna
de Retorno – TIR.

• Capítulo 5: Analisando o Fluxo de Caixa - Parte 2

· Aqui vamos aprofundar a discussão do capítulo 4, usando os perfis do valor


presente liquido para comparar as técnicas de VPL e TIR e discuti-las em
termos de classificações conflitantes e dos pontos fortes e fracos sob os
enfoques teórico e prático de cada técnica. Além disso, vamos discutir dois
dos principais problemas encontrados no orçamento de capital: vida útil
desigual e restrição orçamentária.

• Capítulo 6: A questão do Risco e o Orçamento de Capital

· Na última parte sobre o orçamento de capital, vamos procurar compreender


a importância do reconhecimento explicito do risco na análise de projetos e
quais os mecanismos que podem ser usados neste sentido.

Para terminar nossa discussão inicial sobre decisões de investimento de longo prazo,
vamos olhar um pequeno caso, que mostra a situação de uma empresa em termos desta
decisão.

Na prática:

O Caso da Chrysler (Lemes Junior et al, 2005, p: 145)

“Após longos anos de planejamento e de negociações com o governo local, a Chrysler,


atualmente DaimlerChrysler, investiu cerca de US$ 315 milhões na construção de sua

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nova fabrica em Campo Largo, região metropolitana de Curitiba, em julho de 1998, para
produzir a picape Dakota. A participação de mercado estimada pela empresa era 14 % no
segmento de picapes no 1º bimestre de 2001, mas atingiu somente 2,77 %. A planta de
Campo Largo operava na época, com apenas 11,5 % da sua capacidade, produzindo 28
veículos por dia. De 12 mil veículos previstos, em 2000, por exemplo, foram feitos apenas
5 mil. As vendas previstas não se confirmaram e evidentemente o fluxo de caixa também
não, determinando o fracasso do projeto. O insucesso de um projeto como esse traz
prejuízos enormes aos acionistas, aos funcionários, à comunidade e a centenas de
fornecedores que trabalham na cadeia produtiva. (Gazeta Mercantil, Paraná 10/04/2001.
p. 3)”

Esse caso mostra o quanto as decisões de investimento são importantes e a sua


abrangência estratégica. Estimativas equivocadas podem levar a empresa a tomar
decisões erradas. E estas, por sua vez, podem trazer prejuízos irreversíveis, como foi o
caso para a DaimlerChrysler. Um projeto de investimento desse porte ao fracassar atinge,
não só a empresa, mas também todo o mercado a sua volta.

4. DECISÕES DE FINANCIAMENTO DE LONGO PRAZO

Depois de olharmos as de cisões de investimento, vamos nos debruçar sobre as decisões


de financiamento de longo prazo. As decisões de financiamento de longo prazo envolvem
questões sobre captação de recursos, determinação do custo de capital da empresa e
escolha da estrutura de capital da empresa.

É necessário definir as fontes de financiamento a serem utilizada nos projetos de


investimento: se capital próprio e/ou capital de terceiros. A questão é encontrar qual a
melhor combinação desses capitais, ou seja, qual a que oferecerá para a empresa a
melhor relação custo x benefício, ou seja, onde o custo de capital da empresa seja o
menor possível. A idéia é escolher a fonte de capital que possa viabilizar os projetos sob
análise com o menor sacrifício possível.

A seguir, tem-se os capítulos que procurarão discutir esta temática:


• Capítulo 7: Calculando o Custo de Capital

· Em nosso primeiro capítulo sobre decisões de financiamento de LP


buscamos compreender o conceito fundamental de Custo de Capital para
cada uma das fontes de recursos possíveis, ou seja, determinar o custo do
capital de terceiros (títulos de dívida) e o de capital próprio (títulos de
propriedade). A partir daí temos a possibilidade de discutir, explicar e
calcular duas variáveis importantes para as decisões financeiras de LP: o
Custo Médio Ponderado de Capital (CMePC) e o Custo Marginal
Ponderado de Capital (CMgPC).

• Capítulo 8: Analisando o Orçamento de Capital a partir do Custo Marginal do


Capital

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· Depois de termos uma base sobre as decisões de financiamento de longo
prazo, através dos estudos feitos no capítulo 7, temos condição de utilizar
estes conceitos em consonância com os vistos nos capítulos referentes às
decisões de investimento. Temos neste capítulo, então, uma análise de
como o Custo Marginal Ponderado de Capital (CMgPC) pode ser usado na
análise das oportunidades de investimento.

• Capítulo 9: Buscando a Estrutura Ótima de Capital

· Depois de termos visto os conceitos e o calculo do custo de capital, vamos


utiliza-los para explicar a estrutura ótima de capital da empresa, discutindo
o enfoque LAJIR – LPA em relação à estrutura de capital e a busca pela
estrutura (proporção entre CT e CP) que gere o menor CMePC e, por
conseguinte, o maior valor para empresa (maximize a riqueza dos
proprietários).

• Capítulo 10: Traçando a Política de Dividendos

· Por fim, vamos procurar compreender como as empresas decidem sobre a


retenção ou a distribuição os lucros, além disso, entender os
procedimentos de pagamento de dividendos e os fatores que afetam esse
pagamento.

Para terminar nossa discussão inicial sobre decisões de financiamento de longo prazo,
vamos olhar um pequeno caso, que mostra a situação de uma empresa em termos desta
decisão.

Na prática:

SUZANO PETROQUÍMICA E IFC ASSINAM CONTRATO DE FINANCIAMENTO DE


US$200 MILHÕES

São Paulo, 14 de dezembro de 2005 - Suzano Petroquímica S.A. (Bovespa: SZPQ4;


Latibex:XSUPT), líder latino-americana na produção de polipropileno e com gestão
compartilhada em empresas de relevância no setor petroquímico - Riopol, Petroflex e
Politeno, assina hoje um contrato de financiamento de longo prazo no valor de US$ 200
milhões com o IFC (International Finance Corporation), braço privado do Banco Mundial.

Este contrato com o IFC representa a última etapa da estruturação financeira montada
pela Suzano Petroquímica em setembro de 2005 para (1) aquisição do controle integral
da Polibrasil, (2) reestruturação societária, que promoveu a incorporação da Polibrasil em
30 de novembro passado, transformando a Suzano Petroquímica em empresa
operacional, e (3) financiamento parcial da expansão de capacidade de produção de
polipropileno de suas unidades de Mauá (SP) e Duque de Caxias (RJ) em 250 mil
toneladas anuais, que permitirá à Suzano Petroquímica atingir capacidade de produção
de 875 mil toneladas anuais até 2008.

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Fonte: http://www.suzanopetroquimica.com.br/navitacontent_/dbfiles/E2E22CAB-FE6D-
844F-D5B5BFD484E492BC.arquivo_es_ES.pdf

Como pôde ser visto neste exemplo, foi necessário um financiamento para que a empresa
pudesse executar seus projetos. No caso mostrasse como foi estruturado o financiamento
desta fonte de capital de terceiros. Além desta fonte é possível que a empresa tenha
obtido conjuntamente outras fontes de capital de terceiros e até fontes de capital próprio
(lucros retidos e/ou lançamento de novas ações ordinárias e/ou preferenciais).

5. OUTRAS QUESTÕES QUE SERÃO TRATADAS

Além das decisões fundamentais de investimento e financiamento de longo prazo, nesta


disciplina estaremos vendo alguns aspetos adicionais sobre outras decisões financeiras,
tais como, as descritas a seguir:
• Capítulo 11: Analisando Fusões e Aquisições

· Neste capítulo vamos tentar compreender os conceitos fundamentais de


fusões e aquisições, ou seja, sobre operações de “junção” de empresas,
ressaltando os principais aspectos econômico-financeiros, jurídicos,
contábeis-tributários e culturais do processo de negociação de uma fusão
ou aquisição.

• Capítulo 12: Ruptura de Empresas

· Em nosso último capítulo vamos lidar com decisões necessárias quando a


empresa apresenta problemas de descontinuidade ou ruptura (falências,
concordatas etc.), procurando analisar e identificar as dificuldades
financeiras com base em balanços e em fluxo de caixa, mostrando assim
ações pró-ativas que devam ser implementadas para administrar
empresas em dificuldades financeiras.

5 Consolidando as Decisões Financeiras de Longo Prazo

Cabe ressaltar que a apresentação das decisões financeiras, focando primeiramente as


decisões de investimento e depois as de financiamento, foi adotada meramente para fins
didáticos e com base na estrutura lógica da teoria financeira.

A teoria financeira pressupõe fundos ilimitados, ou seja, existe a possibilidade de obter


recursos para financiar alternativas viáveis de investimento, porém estes fundos ficam
mais caros a medida que o grau de endividamento (risco) aumenta. Em outras palavras,
a teoria não considera uma descontinuidade entre volume de recursos e custo de capital.
A idéia é que qualquer um tem sempre uma fonte de recursos disponível, porém
compatível com seu risco como tomador dos fundos.

Mas, na prática, isso não acontece deste jeito. Não temos fundos ilimitados. O que se
encontra no mercado é uma ruptura na oferta de fundos, para um certo nível de

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endividamento. Ou seja, as fontes não querem oferecer recursos a nenhum retorno
esperado (custo de captação para o tomador), por maior que estes sejam. Isso quer dizer
que não existe prêmio de risco suficiente para justificar a operação de financiamento.

Essa realidade faz com que na verdade tenhamos que analisar os projetos e suas fontes
de financiamento conjuntamente, ou seja, de modo simultâneo. Temos que analisar a
viabilidade das alternativas de investimento tendo como base o custo do capital das
fontes disponíveis. Isso traz à tona a necessidade de olhar a questão da viabilidade
econômico-financeira sob a perspectiva do CMgPC e da Restrição Orçamentária, que
veremos no capítulo 8.

CONCLUSÃO

Como foi visto neste capítulo, as Decisões Financeiras de longo prazo têm importância
estratégica para empresa. Sendo assim, exigem um amplo planejamento. Porém, planejar
não é tarefa fácil e quanto maior o horizonte de tempo do planejamento mais difícil é a
tarefa.

Em relação as Decisões de Investimento, a empresa deve ter procedimentos para


analisá-los e selecioná-los adequadamente. É preciso, então, medir os fluxos de caixa e
aplicar técnicas de decisão apropriadas. Isso é feito através dos procedimentos do
orçamento de capital, que representa um método que estrutura os projetos através da
descrição de seu fluxo de caixa ao longo do tempo e aplica a estes uma série de
ferramentas de análise econômico-financeira, com o objetivo de selecionar as alternativas
viáveis e apontar a melhor escolha.

Já as decisões de financiamento de longo prazo envolvem questões sobre captação de


recursos, determinação do custo de capital da empresa e escolha da estrutura de capital
da empresa (proporção entre CT e CP). A questão é encontrar qual a melhor combinação
desses capitais, ou seja, qual a que oferecerá para a empresa o menor custo de capital
possível.

Na prática, estas decisões são tomadas conjuntamente, ou seja, de modo simultâneo. No


fundo, temos que analisar a viabilidade das alternativas de investimento tendo como base
o custo do capital das fontes disponíveis.

ATIVIDADE FINAL

Ao final de capítulo introdutório sobre as decisões financeiras de longo prazo, você deve
fazer uma pesquisa em jornal e revistas, que tratem de questões empresariais. Nestes
veículos você deve encontrar noticiais que tratem deste tipo de decisões: uma sobre
decisões de investimento e outra sobre decisões de financiamento. Tente a partir daí
pensar sobre a complexidade que estas decisões devem ter tido para as organizações.

RESPOSTA COMENTADA

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O aluno deve encontrar duas notícias, sendo uma sobre uma decisão de compra de
novos equipamentos, ou sobre um processo de expansão, dentre outros; e outra sobre
uma decisão de estruturação de financiamento, onde a empresa esteja fazendo uma
análise ou já tomando uma decisão sobre qual(is) fonte(s) de capital utilizar para um
financiamento específico.

RESUMO

Como vimos as Decisões de Financiamento dizem respeito a como obter os recursos


financeiros e as Decisões de Investimentos em como aplicá-los. No Ativo não Circulante
serão tomadas decisões de Investimento e no Exigível à Longo Prazo (CT – Capital de
Terceiros) e no Patrimônio Liquido (CP – Capital Próprio) serão tomadas as decisões de
Financiamento. Essas decisões são vitais para empresa e para tomá-las com sucesso é
necessário o uso de técnicas e ferramentas de decisão especificas. As ferramentas para
análise das decisões de investimento serão vistas nos capítulos 3 a 6. Já as relativas às
decisões de financiamento serão exploradas nos capítulos 7 a 10. No capítulo 8 teremos
uma visão conjunta destas decisões.

INFORMAÇÕES SOBRE A PRÓXIMA AULA

Na próxima aula você vai estudar como se monta os fluxos de caixa para orçamento de
capital. Aprenderá a calcular o Investimento Inicial, as Entradas Operacionais de Caixa e
o Fluxo de Caixa Residual.

REFERÊNCIAS
Gitman, Lawrence Jeffrey. Princípios de Administração Financeira. 10ª Edição. São
Paulo: Pearson Education, 2004. 745 páginas.

Ross, Stephen A.; Westerfield, Randolph W.; Jaffe, Jeffrey F. Administração Financeira -
Corporate Finance. 2ª Edição. São Paulo:Atlas, 2002. 699 páginas.

Brigham, Eugene F.; Ehrhardt, Michael C. Administração Financeira - Teoria e Prática. 10ª
Edição. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006. 1044 páginas.

Lemes Jr., Antonio Barbosa; Rigo, Claudio Miessa; Cherobim, Ana Paula Mussi Szabo.
Administração Financeira - Princípios, Fundamentos e Práticas Brasileiras . 2ª Edição. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2005. 547 páginas.

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