Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Aula 02
Aula 02
AULA 2 – Módulo 1
META DA AULA
OBJETIVOS
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de entender o
escopo da disciplina, bem como a complementaridade que o conteúdo desta representa
em relação aos conteúdos já discutidos nas outras disciplinas da área financeira. Além
disso, esperamos poder auxiliá-lo na montagem de um plano de estudos, de modo a
aproveitar o curso da melhor maneira.
PRÉ-REQUISITOS
Para que você encontre maior facilidade na compreensão dessa aula, é importante que
faça uma revisão dos principais conceitos da disciplina Fundamentos de Finanças e
estude os conceitos reapresentados na aula 1.
1
1. INTRODUÇÃO
Como você já deve saber, a Administração Financeira é a arte e a ciência de administrar
recursos financeiros com o objetivo de maximizar a riqueza dos proprietários Para isso, é
necessário, todos os dias, tomar uma série de decisões sobre como gerir esses recursos
financeiros.
Neste sentido, sob a perspectiva do horizonte de tempo, existem dois tipos de decisões
financeiras: de longo e de curto prazos. Nesta disciplina estudaremos as decisões
financeiras de longo prazo.
Quadro 1 – B. P. FINANCEIRO
ATIVO PASSIVO
2
O quadro acima apresenta um modelo simplificado de Balanço Patrimonial, que foi visto
de maneira mais aprofundada na disciplina de Contabilidade. Denominamos este quadro
de B. P. Financeiro. Esse tipo de demonstração financeira, por ser para controle interno
da empresa, não tem a obrigatoriedade de seguir as normas legais impostas pelo governo
para confecção do Balanço Patrimonial.
Neste mostra-se que os recursos são aplicados em bens (bem é aquilo que satisfaz a
necessidade humana e pode ser avaliado monetariamente, como estoque de mercadoria,
por exemplo) e direitos (transações que serão convertidas em recurso financeiro, como
duplicatas a receber oriundas de vendas a prazo, por exemplo). As origens de recursos,
por sua vez, são provenientes de duas fontes: capital de terceiros (as obrigações, como
impostos, fornecedores, encargos sociais etc.) e capital próprio (investimentos dos
proprietários, reservas, lucros acumulados etc., por exemplo).
3
Como isso acontece em uma empresa?
O gestor de uma empresa agroindustrial precisa decidir sobre a compra de uma nova
máquina para descascar grãos. Ele precisa escolher entre três marcas existentes. Além
disso, precisa decidir de onde virão os recursos que serão utilizados para a compra da
máquina.
Quando estamos falando de decisões financeiras de longo prazo, temos nosso foco
voltado não só para novos projetos (novas máquina, novas instalações etc.) mas também
para a substituição ou ampliação dos ativos atuais (substituição de equipamentos,
ampliação das instalações atuais etc.).
4
Em suma, o orçamento de capital representa um método que estrutura os projetos através
da descrição de seu fluxo de caixa ao longo do tempo e aplica a estes uma série de
ferramentas de análise econômico-financeira, com o objetivo de selecionar as alternativas
viáveis e apontar a melhor escolha.
Para terminar nossa discussão inicial sobre decisões de investimento de longo prazo,
vamos olhar um pequeno caso, que mostra a situação de uma empresa em termos desta
decisão.
Na prática:
5
nova fabrica em Campo Largo, região metropolitana de Curitiba, em julho de 1998, para
produzir a picape Dakota. A participação de mercado estimada pela empresa era 14 % no
segmento de picapes no 1º bimestre de 2001, mas atingiu somente 2,77 %. A planta de
Campo Largo operava na época, com apenas 11,5 % da sua capacidade, produzindo 28
veículos por dia. De 12 mil veículos previstos, em 2000, por exemplo, foram feitos apenas
5 mil. As vendas previstas não se confirmaram e evidentemente o fluxo de caixa também
não, determinando o fracasso do projeto. O insucesso de um projeto como esse traz
prejuízos enormes aos acionistas, aos funcionários, à comunidade e a centenas de
fornecedores que trabalham na cadeia produtiva. (Gazeta Mercantil, Paraná 10/04/2001.
p. 3)”
6
· Depois de termos uma base sobre as decisões de financiamento de longo
prazo, através dos estudos feitos no capítulo 7, temos condição de utilizar
estes conceitos em consonância com os vistos nos capítulos referentes às
decisões de investimento. Temos neste capítulo, então, uma análise de
como o Custo Marginal Ponderado de Capital (CMgPC) pode ser usado na
análise das oportunidades de investimento.
Para terminar nossa discussão inicial sobre decisões de financiamento de longo prazo,
vamos olhar um pequeno caso, que mostra a situação de uma empresa em termos desta
decisão.
Na prática:
Este contrato com o IFC representa a última etapa da estruturação financeira montada
pela Suzano Petroquímica em setembro de 2005 para (1) aquisição do controle integral
da Polibrasil, (2) reestruturação societária, que promoveu a incorporação da Polibrasil em
30 de novembro passado, transformando a Suzano Petroquímica em empresa
operacional, e (3) financiamento parcial da expansão de capacidade de produção de
polipropileno de suas unidades de Mauá (SP) e Duque de Caxias (RJ) em 250 mil
toneladas anuais, que permitirá à Suzano Petroquímica atingir capacidade de produção
de 875 mil toneladas anuais até 2008.
7
Fonte: http://www.suzanopetroquimica.com.br/navitacontent_/dbfiles/E2E22CAB-FE6D-
844F-D5B5BFD484E492BC.arquivo_es_ES.pdf
Como pôde ser visto neste exemplo, foi necessário um financiamento para que a empresa
pudesse executar seus projetos. No caso mostrasse como foi estruturado o financiamento
desta fonte de capital de terceiros. Além desta fonte é possível que a empresa tenha
obtido conjuntamente outras fontes de capital de terceiros e até fontes de capital próprio
(lucros retidos e/ou lançamento de novas ações ordinárias e/ou preferenciais).
Mas, na prática, isso não acontece deste jeito. Não temos fundos ilimitados. O que se
encontra no mercado é uma ruptura na oferta de fundos, para um certo nível de
8
endividamento. Ou seja, as fontes não querem oferecer recursos a nenhum retorno
esperado (custo de captação para o tomador), por maior que estes sejam. Isso quer dizer
que não existe prêmio de risco suficiente para justificar a operação de financiamento.
Essa realidade faz com que na verdade tenhamos que analisar os projetos e suas fontes
de financiamento conjuntamente, ou seja, de modo simultâneo. Temos que analisar a
viabilidade das alternativas de investimento tendo como base o custo do capital das
fontes disponíveis. Isso traz à tona a necessidade de olhar a questão da viabilidade
econômico-financeira sob a perspectiva do CMgPC e da Restrição Orçamentária, que
veremos no capítulo 8.
CONCLUSÃO
Como foi visto neste capítulo, as Decisões Financeiras de longo prazo têm importância
estratégica para empresa. Sendo assim, exigem um amplo planejamento. Porém, planejar
não é tarefa fácil e quanto maior o horizonte de tempo do planejamento mais difícil é a
tarefa.
ATIVIDADE FINAL
Ao final de capítulo introdutório sobre as decisões financeiras de longo prazo, você deve
fazer uma pesquisa em jornal e revistas, que tratem de questões empresariais. Nestes
veículos você deve encontrar noticiais que tratem deste tipo de decisões: uma sobre
decisões de investimento e outra sobre decisões de financiamento. Tente a partir daí
pensar sobre a complexidade que estas decisões devem ter tido para as organizações.
RESPOSTA COMENTADA
9
O aluno deve encontrar duas notícias, sendo uma sobre uma decisão de compra de
novos equipamentos, ou sobre um processo de expansão, dentre outros; e outra sobre
uma decisão de estruturação de financiamento, onde a empresa esteja fazendo uma
análise ou já tomando uma decisão sobre qual(is) fonte(s) de capital utilizar para um
financiamento específico.
RESUMO
Na próxima aula você vai estudar como se monta os fluxos de caixa para orçamento de
capital. Aprenderá a calcular o Investimento Inicial, as Entradas Operacionais de Caixa e
o Fluxo de Caixa Residual.
REFERÊNCIAS
Gitman, Lawrence Jeffrey. Princípios de Administração Financeira. 10ª Edição. São
Paulo: Pearson Education, 2004. 745 páginas.
Ross, Stephen A.; Westerfield, Randolph W.; Jaffe, Jeffrey F. Administração Financeira -
Corporate Finance. 2ª Edição. São Paulo:Atlas, 2002. 699 páginas.
Brigham, Eugene F.; Ehrhardt, Michael C. Administração Financeira - Teoria e Prática. 10ª
Edição. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006. 1044 páginas.
Lemes Jr., Antonio Barbosa; Rigo, Claudio Miessa; Cherobim, Ana Paula Mussi Szabo.
Administração Financeira - Princípios, Fundamentos e Práticas Brasileiras . 2ª Edição. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2005. 547 páginas.
10