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Módulo 16 – Práticas de desenvolvimento de projetos

retrofit da IP

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Módulo 16 – Práticas de desenvolvimento
Módulo 16 – Práticas de desenvolvimento de projetos
de projetos retrofit da IP
retrofit da IP

• Práticas de desenvolvimento de projetos de eficiência


energética na iluminação pública
• Apresentação do projeto executivo de eficiência
energética iluminação pública
• Apresentação de caso de Medição & Verificação
• Cálculos luminotécnicos no programa Dialux Evo

Conhecer o passo a passo para elaboração de um


projeto de eficientização da iluminação pública, desde a
etapa de desenvolvimento do estudo preliminar, passando
pela utilização do programa Dialux evo até a etapa do
desenho do projeto executivo.

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Módulo 16 – Práticas de desenvolvimento e projetos retrofit da IP

Sumário
1 PRÁTICAS DE DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS DE MELHORIA DA EFICIÊNCIA
ENERGÉTICA NA ILUMINAÇÃO 4
1.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................4
1.2 DESENVOLVIMENTO E DEMONSTRAÇÃO DO PROJETO EXECUTIVO .................................................5
1.3 CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA INSTALADO ............................................................................5
1.4 ESTUDO LUMINOTÉCNICO ..................................................................................................5
1.5 ESPECIFICAÇÃO DE LUMINÁRIAS LED PARA UTILIZAÇÃO EM PROJETOS DE EFICIENTIZAÇÃO ENERGÉTICA .6

2 NORMAS E REFERÊNCIAS 7

3 DETALHAMENTO DAS CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 8


3.1 DESENVOLVIMENTO E DEMONSTRAÇÃO DO ESTUDO PRELIMINAR E DO ORÇAMENTO E DA ANÁLISE
FINANCEIRA .......................................................................................................................... 10

3.2 DESENVOLVIMENTO E DEMONSTRAÇÃO DO MEMORIAL DESCRITIVO E ESPECIFICAÇÃO DE MATERIAIS .. 11


3.3 CÁLCULO DA ECONOMIA DE ENERGIA .................................................................................. 12
3.4 DESENHO DO PROJETO EXECUTIVO ..................................................................................... 13

4 PROCEDIMENTOS PARA REALIZAÇÃO DA MEDIÇÃO & VERIFICAÇÃO – M&V 14


4.1 VISTORIAS, MEDIÇÕES ELÉTRICAS E FOTOMÉTRICAS ................................................................ 14
4.2 CUIDADOS NO MOMENTO DA REALIZAÇÃO DAS MEDIÇÕES LUMINOTÉCNICAS DE CAMPO ................. 16

5 MEDIÇÃO E VERIFICAÇÃO 18

6 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 20

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Módulo 16 – Práticas de desenvolvimento de projetos
retrofit da IP

1 Práticas de desenvolvimento de projetos de


melhoria da eficiência energética na iluminação

1.1 Introdução

Estamos vivendo em um mundo cada vez mais preocupado com


as questões relacionadas à sustentabilidade, bem como com a emissão
de gases produtores do efeito estufa. Conforme apresentado no
Módulo 1 – O Programa Nacional de Conservação de Energia
Elétrica – PROCEL, diversas iniciativas têm sido tomadas para
melhorar a eficiência energética das instalações de iluminação pública,
promover o desenvolvimento de sistemas eficientes de Iluminação
Pública, bem como valorizar os espaços públicos urbanos, auxiliando a
gestão municipal que normalmente tem recursos limitados. Entre essas
iniciativas, destacam-se as chamadas públicas para elaboração de
projetos de eficiência energética na iluminação.

O objetivo principal de um projeto de eficientização energética


na iluminação pública é o de se economizar energia com a utilização
de produtos mais eficazes e de maior vida útil, permitindo a redução
dos custos com a manutenção de ativos, além da melhora da qualidade
da iluminação urbana.

Pode-se destacar também a questão da sustentabilidade


ambiental, que passa justamente pela utilização de equipamentos
dotados de tecnologias mais recentes, via de regra, mais eficazes,
como é o caso das luminárias LED, notadamente quando comparadas
com as lâmpadas a vapor de mercúrio e a vapor de sódio à alta
pressão.

No módulo apresentado a seguir, você irá aprender a elaborar


um projeto de eficientização da iluminação pública, com utilização do

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programa DIALux EVO. Neste módulo, será apresentado também um


exemplo de medição e verificação (M&V) para um projeto de melhoria
da eficiência energética na iluminação pública.

1.2 Desenvolvimento e demonstração do projeto executivo

O projeto executivo é composto de várias fases que vão desde o


planejamento do projeto iniciado com o trabalho de campo, o
levantamento das informações, a execução efetiva do projeto até as
built1 após a execução.

1.3 Caracterização do sistema instalado

A identificação e a caracterização dos sistemas de iluminação


pública instalados deverão ser feitas pelo projetista durante a fase de
planejamento e trabalho de campo.

Nessa etapa, deverão ser identificados os tipos e quantitativos


de luminárias, lâmpadas, balastros, braços, bem como a situação do
avanço das luminárias e da projeção vertical (altura de montagem) nas
vias que serão eficientizadas.

1.4 Estudo luminotécnico

O estudo luminotécnico deverá ser efetuado com o auxílio de


programas específicos para cálculo e simulações luminotécnicas, como,
por exemplo, o DIALux EVO.

O projetista deverá atender aos requisitos mínimos exigidos pela


Norma Brasileira – NBR 5101 e detalhados no item Classificação de
Vias Pública e de Vias para Pedestres apresentado anteriormente.

Na maioria das vezes, como não existe um padrão de altura de


montagem, um vão entre postes e nem mesmo uma largura
padronizada para as vias, recomenda-se fazer o estudo luminotécnico

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As built termo inglês que pode ser traduzido por “como construído”. Consiste no levantamento de todas
as modificações que ocorreram na execução de um projeto, representando posteriormente essas alterações
nas plantas desse projeto.

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para estabelecer quais são os padrões de vias do município, sendo que


cada padrão será definido por uma altura de montagem média, um vão
médio entre postes e uma largura média de via encontrados na área.
Dessa forma, o projetista deverá classificar as vias do município
seguindo os padrões estabelecidos.

1.5 Especificação de luminárias LED para utilização em


projetos de eficientização energética

A seguir, são apresentados os critérios e as exigências técnicas


mínimas a ser atendidas para aquisição de luminárias para iluminação
pública, que utilizam a tecnologia de funcionamento da sua fonte
luminosa, a Light Emitting Diode (LED), assim como seus respectivos
sistemas eletrônicos de controle, visando à aplicação no parque de
iluminação pública.

Essa especificação não exime o fornecedor da responsabilidade


sobre o correto projeto, fabricação e desempenho da luminária
ofertada, sendo o fornecedor responsável também pelos componentes
e/ou processos de fabricação utilizados por seus subfornecedores.

As luminárias a serem utilizadas em projetos de iluminação


pública deverão estar certificadas pelo Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e, preferencialmente, possuírem o
Selo Procel de economia de energia, concedido aos produtos mais
eficientes.

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2 Normas e referências

Durante a realização de um projeto de retrofit da IP recomenda-


se listar as referências normativas, nacionais e internacionais,
aplicáveis, assim como as portarias e instruções técnicas relacionadas
com o projeto, conforme exemplo:

ABNT NBR 5101 – Iluminação pública – Procedimento.


ABNT NBR 5123 – Relé fotocontrolador intercambiável e
tomada para iluminação – Especificação e ensaios.
ABNT NBR 5461 – Iluminação – Terminologia.
ABNT NBR 15129 – Luminárias para iluminação pública –
Requisitos particulares.
ABNT NBR 16026 – Dispositivo de controle eletrônico c.c.
ou c.a. para módulos de LED – Requisitos de desempenho.
ABNT NBR IEC 60598-1 – Luminárias – Parte 1 –
Requisitos gerais e ensaios.
IEC 60598-2-3 – Luminárias – Parte 2: Requisitos
particulares – Seção 3: Luminárias para iluminação
pública.
INMETRO/MDIC – Portaria nº 20 – Regulamento Técnico
da Qualidade para Luminárias para Iluminação Pública
Viária – Anexo I-B – Requisitos Técnicos para Luminárias
para Iluminação Pública Viária que utilizam Tecnologia
LED.

Definições: listar todos os termos e definições dos produtos e


dos conceitos empregados na especificação a fim de esclarecer para
fins de aplicação.

Garantia: detalhar os tipos e as condições de garantia aplicáveis


aos produtos especificados, bem como os procedimentos para
acionamento dessa garantia e compromissos do fornecedor.

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Arquivos fotométricos: detalhar os tipos de arquivos aceitos e


o compromisso do fornecedor em disponibilizar os arquivos gerados
em laboratórios oficiais acreditados pelo Inmetro.

Inspeção: detalhar os tipos de inspeção de recebimento e


ensaios de recebimento que poderão ser realizados, a amostragem e
as condições de ensaios e critérios de recebimento.

3 Detalhamento das características técnicas

Requisitos construtivos.
Identificação: marcação e acondicionamento.
Requisitos técnicos gerais.
Durabilidade dos componentes.
Requisitos fotométricos (incluindo simulações em
configuração-padrão a ser definida de acordo com os
locais que as luminárias serão implantadas).

A seguir, há um exemplo descritivo técnico, resumido para


aquisição de luminárias públicas LED:

➢ Luminária LED com potência nominal máxima de XX


W (a ser definida pelo projeto luminotécnico);
tensão nominal de alimentação: 220V a 240V (em
corrente alternada); fator de potência igual ou superior a
0,92 (considerando THD conforme normas e portaria do
Inmetro); taxa de distorção harmônica de corrente (THD)
em conformidade com a norma da International
Electrotechnical Commission (IEC) 61000-3-2; frequência
nominal de 60Hz.

A luminária com corpo em aluminínio injetado a alta pressão,


grau de proteção IP66, fornecida completamente montada e

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conectada, incluindo todos os componentes e acessórios. Corpo em liga


de alumínio injetado à alta pressão; conjunto óptico fechado com
refrator em vidro temperado; encapsulamento de LEDs cerâmico;
sistema óptico secundário em policarbonato ou acrílico, injetados à alta
pressão e estabilizados para resistir à radiação ultravioleta e às
intempéries. A transparência mínima inicial das lentes deve ser igual
ou superior a 85%.

Os dissipadores de calor do conjunto, dos circuitos e dos LEDs


em alumínio. Pintura eletrostática em poliéster a pó, com proteção UV,
resistente a intempéries e corrosão, com camada mínima de 60
micrometros, na cor cinza ou grafite.

Alojamento do equipamento auxiliar (driver, conexões, protetor


de surto) com acesso por meio de parafusos ou fechos de pressão.
Placa do circuito dos LEDs do tipo Metal Clad Printed Circuit Board
(MCPCB) de alumínio, montados por processo Surface Mounting
Devices (SMD). Não serão aceitos módulos com PCB de material
fenolite ou fibra de vidro.

Grau de Proteção IP66 ou superior para o bloco ótico, IP65 ou


superior para o driver e IP44 ou superior para o alojamento do driver
na luminária. Resistência a impactos mecânicos (Classificação IK):
mínimo IK-08. Temperatura de operação: no mínimo entre
temperaturas de -5° C e 45° C.

Tomada integrada de 7 posições para relé fotocontrolador de 7


contatos, sendo 3 para carga e 4 para dimerização e dados (usar
somente se for utilizado o sistema de telegestão).

Eficácia luminosa mínima de 100 lm/W, considerando fluxo


luminoso útil da luminária; ângulo de abertura do facho luminoso
mínimo 120°, com controle de distribuição totalmente limitada (full
cut-off) ou limitada (cut-off).

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Driver: incorporado internamente à luminária e ser dimerizável


(0 a 10 V), se for aplicada telegestão; protetor de surto (DPS): mínimo
10 kA; Índice de Reprodução de Cor (IRC): mínimo 70%; temperatura
de cor correlata (TCC): 4000 K, admitindo o valor mínimo de 3.710 K
e o valor máximo de 4.260 K.; vida útil do conjunto: mínimo 50.000
horas; índice de depreciação: mínimo L70 (perda máxima de 30% do
fluxo luminoso inicial após 50.000 horas).

Garantia do produto igual ou superior a cinco anos contados a


partir da data de fabricação.

3.1 Desenvolvimento e demonstração do estudo preliminar e


do orçamento e da análise financeira

Nesta fase, devem ser solicitados no mínimo três orçamentos


prévios de fornecedores diversos que atendam às especificações
mínimas de projeto, a fim de verificar o investimento inicial em
material e serviços para execução do projeto.

Trabalho de campo e coleta de documentação (instalações


existentes).
Reuniões com engenheiros e arquitetos (projetos novos).
Realização do anteprojeto.
Análises da situação existente.
Projeto conceitual de iluminação.
Simulação infográfica para avaliação, contendo:
▪ Projeto Executivo Luminotécnico.
▪ Memorial Descritivo.
▪ Caderno de Especificações de Equipamentos.
▪ Cálculos Demonstrativos.
Projeto de instalações elétricas.
Montagem.
Testes prévios.
Regulagem final.

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As built.
Manutenção preventiva e corretiva.

É importante o projeto conter aspectos relativos à sua operação


no tempo previsto para a vida útil dos equipamentos especificados.

3.2 Desenvolvimento e demonstração do memorial descritivo


e especificação de materiais

O memorial descritivo e a especificação do material devem ser


cuidadosamente elaborados tendo em vista que pode representar o
sucesso do projeto ou problemas que não poderão ser corrigidos. Uma
especificação incorreta do material pode representar o não atingimento
dos níveis projetados e/ou problemas de manutenção durante todo
tempo de operação do sistema de iluminação.

No memorial descritivo, deverão estar todas as premissas de


projeto e de que maneira será realizado o projeto, incluindo as
características do local, a configuração da via, a necessidade de
iluminação, entre outros. Na especificação técnica, deverão ser
detalhados todos os equipamentos do projeto de forma a não limitar a
concorrência comercial, mas não deixando, de maneira nenhuma,
margem para interpretações quanto à qualidade do material, fazendo
cumprir todas as normas técnicas pertinentes, bem como a certificação
compulsória de luminárias públicas. Para equipamentos de iluminação
que não passam por certificação compulsória (como luminárias
decorativas) e certos tipos de projetores (como os embutidos de piso),
a especificação deverá conter detalhamento suficiente para que possa
ser feita a verificação do atendimento às normas e, se for necessário,
ocorrerá uma inspeção de recebimento incluindo a realização de
ensaios.

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3.3 Cálculo da economia de energia

O valor percentual da economia de energia obtida com a


eficientização do sistema de IP deverá ser calculado, dividindo-se o
futuro carregamento da IP pelo carregamento atual da IP em kVA.

Quanto às luminárias convencionais a serem substituídas,


deverão ser acrescidos os valores das perdas dos reatores ao valor das
potências das lâmpadas.

Para estimar a potência máxima da nova luminária LED que será


instalada no circuito eficientizado, o projetista deve realizar a
simulação dos cálculos luminotécnicos para o maior número luminárias
disponíveis no mercado, por meio do software DIALux Evo, ou similar,
para cada campo padrão do munícipio. Conforme abordado no módulo
5, Os campos padrões são definidos considerando aproximadamente a
mesma altura média de montagem, um vão médio entre postes e uma
largura média de via.Com as informações levantas em campo e por
meio do banco de dados da distribuidora, caberá ao projetista segregar
as luminárias que serão substituídas em grupos, por número do
respectivo transformador de distribuição.

O projetista deverá informar também qual é o carregamento


atual desse transformador, bem como indicar o número do alimentador
responsável por energizar cada um dos transformadores de
distribuição que terão sua iluminação eficientizada.

Para determinar a potência máxima da nova luminária LED que


será instalada no circuito eficientizado, o projetista deverá realizar a
simulação dos cálculos luminotécnicos para o maior número luminárias
disponíveis no mercado, por meio do software DIALux Evo, ou similar,
para cada campo padrão do munícipio. Os campos padrões são
definidos considerando-se aproximadamente a mesma altura média de
montagem, um vão médio entre postes e uma largura média de via.

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Quanto às luminárias convencionais a serem substituídas, ao


valor das potências das lâmpadas, deverão ser acrescidos os valores
das perdas dos reatores.

O valor percentual da economia de energia obtida com a


eficientização do sistema de IP deverá ser calculado, dividindo-se o
futuro carregamento da IP pelo carregamento atual da IP em kVA.

3.4 Desenho do projeto executivo

Com a planta da situação atual desenhada, a representação da


nova luminária a ser instalada deverá ser informada dentro de uma
circunferência oblonga (por exemplo, luminária LED68W) o lado de
cada estrutura existente que será eficientizada.

Deverão ser informadas também as fases (por exemplo, fases


AC) que serão utilizadas para ligação da nova luminária. Se houver
troca de braço, o tipo do novo braço também deverá ser informado
dentro de uma circunferência oblonga (C M ou P para braços tipo curto,
médio ou pesado).

As informações referentes ao tipo de luminária (número 3 – ou


VM 125 W) e faseamento (AC) a serem substituídos deverão aparecer
cortados com um X indicando que esse sistema será substituído (3AC).
Se o tipo de braço permanecer o mesmo (tipo curto – C), a simbologia
referente a esse braço atual (C) deverá aparecer, mas sem estar
cortada com o X.

A figura 16.1, a seguir, exemplifica, no poste de número 124


(poste de 10 metros com resistência de 150 daN), a forma de
apresentação de um projeto executivo de retrofit de uma luminária
convencional (numeral 3) por uma luminária LED de 68 W ligadas nas
fases AC. O braço atual (tipo curto – indicado pela letra C) não deverá
ser substituído.

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Figura 16.1 – Exemplo de representação gráfica para projeto


de eficientização energética na IP

O PROJETO EXECUTIVO completo para substituição de 298


luminárias em um bairro do município de Lagoa Santa/MG, estará
anexo a este documento. Disponível em anexo.

Projeto de Eficientização Iluminação pública - parte 2 –


em anexo.

4 Procedimentos para realização da medição &


verificação – M&V

4.1 Vistorias, medições elétricas e fotométricas

Para estabelecimento da linha de base em um processo de M&V,


são necessárias medições elétricas e fotométricas do sistema atual,
levantamento das vias em que a iluminação será instalada e avaliação
da classificação da via quanto ao seu uso por pedestres nas calçadas e
nos veículos na pista.

Como trabalho preliminar, recomenda-se uma ida ao local do


projeto para verificação das condições iniciais e das características

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Módulo 16 – Práticas de desenvolvimento e projetos retrofit da IP

físicas do local da instalação. Também é muito importante verificar a


uniformidade entre os vãos da posteação existente, visando possíveis
correções de projeto ou uso de outras ferramentas a fim de evitar
zonas escuras entre os vãos.

As medições de iluminância horizontal devem ser efetuadas com


um luxímetro, em um ciclo de medição e com o seu sensor posicionado
precisamente em cima de cada um dos pontos requeridos, tanto na via
de trânsito de veículos, quanto na faixa de pedestres e passeio.

Para as medições de luminância, deverá ser utilizado o


luminancímetro posicionado a 60 metros de distância da área a ser
medida e a 1,5 metros de altura.

Para medição de temperatura de cor e do IRC da


lâmpada/luminária, deverá ser utilizado o espectrofotômetro portátil.

Para as medições de potência elétrica deverá ser utilizado um


wattímetro.

As medições deverão ser realizadas antes e imediatamente após


as ações de eficiência energética.

Para realização das medições recomenda-se a utilização dos


seguintes equipamentos:

trena laser de 100m;


luxímetro/luminancímetro/espectrofotômetro;
alicate wattímetro true RMS;
caminhão com cesto aérea e lança isolados;
EPIs;
barbantes ou cordas para marcações;
fita isolante em cores – canetas; e
tintas spray.

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4.2 Cuidados no momento da realização das medições


luminotécnicas de campo

Antes de se iniciar os trabalhos de campo, veja algumas


precauções simples a serem consideradas para evitar medições
erradas:

Verifique a posição e a orientação do instrumento;


Confirme se a sensibilidade espectral do equipamento de
medição é adequada para o tipo de lâmpada utilizada (por
exemplo, LED);
Verifique se não houve nenhum dano no instrumento
durante a manipulação e o transporte;
Faça um teste preliminar no instrumento antes de iniciar
o procedimento de medição;
Verifique se o Certificado de Calibração do aparelho ainda
esteja válido;
Confirme se as baterias estão em bom estado;
se for o caso, faça o ajuste de zero ou realize a calibração
automática; e
Escolha corretamente a faixa de medição (para aparelhos
com esse ajuste).

Quando da medição da iluminância, cuidados devem ser tomados


para que o operador, ou outras pessoas envolvidas no processo de
medição, não produzam sombras ou bloqueiem a luz que chega ao
elemento fotossensor. Cuidado igual deve ser tomado para evitar que
as leituras das medidas de luz sejam afetadas por luz refletida por
roupas brancas ou coloridas utilizadas pelos operadores. Evitar
sombras e excluir luzes externas/extra requer atenção dos operadores.

Apesar disso, recomenda-se a utilização, por parte da equipe de


campo, de jaqueta ou colete refletivo, visando fornecer visibilidade aos

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possíveis automóveis que possam estar trafegando na pista durante as


medições.

Cuidados especiais devem ser tomados para garantir que o plano


do fotossensor de iluminância do luxímetro seja paralelo ao piso,
visando minimizar erros principalmente quando o ângulo de incidência
da luz for superior a 70º. Esse fotossensor não deve estar a uma altura
superior a 20 cm da superfície a ser medida.

É possível que, em dias muito quentes, ocorram variações no


fluxo luminoso dos LEDs. Assim, recomenda-se evitar que as medições
de campo sejam efetuadas em dias e horários em que as temperaturas
não estejam ainda muito elevadas.

Na fase de vistorias e levantamento de campo, deverão ser


avaliadas as possíveis interferências do projeto com outros sistemas
independentes do ambiente da iluminação pública, como exemplo:

▪ Ofuscamento ao sistema viário e aos pedestres.


▪ Ofuscamento à vizinhança.
▪ Luz intrusiva.
▪ Sistema elétrico.
▪ Localização de fixação.
▪ Ambiência do entorno.
▪ Condições da vida no entorno:
▪ Animais.
▪ Peixes.
▪ Plantas.

As medições elétricas de consumo de energia, potência, tensão


e corrente elétrica devem ser feitas com a utilização de equipamentos
apropriados, instalados na rede, com aprovação da distribuidora, para
verificação durante período determinado de 1 a 30 dias, das condições
e da estabilidade do fornecimento de energia e sua qualidade.

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Módulo 16 – Práticas de desenvolvimento e projetos retrofit da IP

5 Medição e verificação

No Módulo 11 foram apresentados conceitos referentes a


medição & verificação (M&V) de projetos de eficiência energética,
atendendo ao Protocolo Internacional de Medição e Verificação de
Performance (EVO, 2012).

Nesse módulo será apresentada a estratégia utilizada baseada


no conhecimento da estrutura de funcionamento do sistema de IP do
município de Lagoa Santa/MG.

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Módulo 16 – Práticas de desenvolvimento e projetos retrofit da IP

1. Está correto afirmar que o objetivo principal de um


projeto de eficientização energética na iluminação
pública é o de se economizar energia com a utilização
de produtos mais eficazes e de maior vida útil?

a) Sim

b) Não

2. Está correto afirmar que um projeto de


eficientização energética na iluminação pública
permite a redução dos custos com a manutenção de
ativos?

a) Sim

b) Não

3. Quanto ao estudo luminotécnico, é correto afirma


que ele deverá ser efetuado com o auxílio de
programas específicos para cálculo e simulações
luminotécnicas?

a) Sim

b) Não

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4. É correto afirmar que o projetista não deverá


atender aos requisitos mínimos exigidos pela Norma
Brasileira – NBR 5101.

a) Sim

b) Não

5.Com relação as luminárias a serem utilizadas em


projetos de iluminação pública, pode-se afirmar que:

a) Elas deverão estar certificadas pelo Instituto Nacional de

Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro)

b) Elas deverão obrigatoriamente, possuírem o Selo Procel de

economia de energia

c) Elas deverão possuir garantia mínima de 1 ano

d) Todas as opções acima estão corretas

6. Com relação ao memorial descritivo de um projeto


de iluminação pode-se afirmar que:

a) No memorial descritivo deverão estar todas as premissas

de projeto.

b) No memorial descritivo deve apresentar a maneira será

realizado o projeto.

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c) No memorial descritivo deverá estar descrita a

configuração da via.

d) Todas as opções acima estão corretas.

7. Assinale a alternativa correspondente

( ) Para determinar a potência máxima da nova luminária LED que


será instalada no circuito eficientizado, o projetista deverá realizar a
simulação dos cálculos luminotécnicos.

( ) O valor percentual da economia de energia obtida com a


eficientização do sistema de IP deverá ser calculado, dividindo-se o
futuro carregamento da IP pelo carregamento atual da IP em kVA.

( ) Para determinar a potência mínima da nova luminária LED que


será instalada no circuito eficientizado, o projetista deverá realizar a
simulação dos cálculos luminotécnicos

a) ( ) V, V, V

b) ( ) F, V, V

c) ( ) V, V, F

d) ( ) V, F, V

R=1) A 2) A 3) A 4) B 5) A 6) D 7) C

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