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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - UFU

FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA - FEELT


WILLIAN CHAGAS BORGES

ELABORAÇÃO DE PROJETO ELÉTRICO PARA AMBIENTES CORPORATIVOS

UBERLÂNDIA – MG
2020
WILLIAN CHAGAS BORGES

ELABORAÇÃO DE PROBJETO ELÉTRICO PARA EMPREENDIMENTOS DE


MÉRDIO PORTE COM PERFIL OPERACIONAL CORPORATIVO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Universidade Federal de
Uberlândia para obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Elétrica

Orientadora: Professor Dr. Isaque


Nogueira Gondim

UBERLÂNDIA – MG
2020
WILLIAN CHAGAS BORGES

ELABORAÇÃO DE PROBJETO ELÉTRICO PARA EMPREENDIMENTOS DE


MÉRDIO PORTE COM PERFIL OPERACIONAL CORPORATIVO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal de Uberlândia


para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Elétrica

Aprovada em ________de__________________de 2020

Banca Examinadora

________________________________________________________________
Prof. Dr. Luciano Coutinho Gomes

________________________________________________________________
Prof. Dr. Kleiber David Rodrigues

________________________________________________________________
Prof. Dr. Geraldo Caixeta Guimarães
AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais Cristiane Chagas Carvalho e Elciomar Gonçalves Borges
pelo apoio ao longo de todo o desenvolvimento deste trabalho.

Ao Professor Dr. Isaque Nogueira Gondim, pela orientação e motivação ao trabalho


aqui realizado.

E principalmente a minha esposa Nitiele Medeiros, por me incentivar e apoiar em


diversos momentos durante a etapa final da graduação e desenvolvimento do
presente trabalho.
RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo a análise e elaboração de um projeto elétrico


para empreendimento de médio porte com perfil operacional corporativo, tal
empreendimento é voltado para o desenvolvimento de atividades de caráter
administrativo, tais como atividades jurídicas, financeiras e administrativas. Devido ao
perfil operacional do ambiente será considerado neste trabalho o desenvolvimento e
aplicações de soluções que atendam todas as necessidades diárias dos usuários,
para tanto serão desenvolvidos projetos elétricos, sistemas de comunicação
(cabeamento estruturado) e sistemas de climatização. Buscando sempre atendimento
as diversas necessidades dos ambientes, aplicações das melhores práticas de
mercado e atendimento as leis e normas vigentes.

Palavras-chave: Projeto Elétrico, Empreendimento, Corporativo.


ABSTRACT

The present work aims to analyze and elaborate an electrical project to undertake
medium-sized companies with a corporate operational profile, such enterprise is aimed
at the development of administrative activities, such as legal, financial and
administrative activities. Considering the operational profile of the environment, the
development and applications of solutions that meet all users' needs will be considered
in this work, for those who use electrical projects, communication systems (structured
cabling) and air conditioning systems. Always seeking service as diverse needs of
environments, application of best market practices and attendance as laws and
regulations in force.

Keywords: Electrical Project, Enterprise, Corporate Solar energy.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01 - Detalhes de quadro de comando de iluminação ..................................... 18


Figura 02 - Detalhes do sistema de iluminação em salas de reuniões ...................... 19
Figura 03 - Detalhes do sistema de iluminação em ambiente sanitários ................... 20
Figura 04 - Detalhes do sistema de iluminação em ambientes de estacionamento .. 20
Figura 05 - Detalhes do sistema de iluminação em ambientes externos................... 21
Figura 06 - Detalhes do sistema de eletrocalhas e perfilados ................................... 22
Figura 07 - Quadro de cargas do sistema de iluminação (QDI-1º Pavimento) .......... 23
Figura 08 - Diagrama unifilar do QDI - 1º Pavimento ................................................ 24
Figura 09 - Layout e legenda do quadro de distribuição QDI .................................... 25
Figura 10 – Diagrama de comando de acionamento de iluminação .......................... 26
Figura 11 - Planta baixa de iluminação do Subsolo (ESCALA 1:75). ........................ 27
Figura 12 - Planta baixa de iluminação do Térreo (ESCALA 1:75). .......................... 28
Figura 13 - Planta baixa de iluminação do 1º Pavimento (ESCALA 1:75). ................ 28
Figura 14 - Planta baixa de iluminação do 2º Pavimento (ESCALA 1:75). ................ 29
Figura 15 – Detalhe de instalação de tomadas utilizando canaletas Dudotec........... 30
Figura 16 – Quadro de cargas do subsolo. ............................................................... 31
Figura 17 – Diagrama unifilar – QDG-Subsolo. ......................................................... 31
Figura 18 – Detalhes - Projeto de tomadas - QDG - Subsolo.................................... 35
Figura 19 – Detalhes - Projeto de tomadas – QDG-Térreo. ...................................... 36
Figura 20 - Detalhes - Projeto de tomadas – QDI-1º Pavimento. .............................. 37
Figura 21 - Detalhes - Projeto de tomadas – QDI-2º Pavimento ............................... 37
Figura 22 – Diagrama unifilar do quadro de tomadas do 1º pavimento, composto por
54 circuitos. ............................................................................................................... 38
Figura 23 – Layout do quadro de distribuição de circuitos de tomadas do 1º
pavimento .................................................................................................................. 39
Figura 24 – Diagrama unifilar do quadro de tomadas do 2º pavimento, composto por
67 circuitos. ............................................................................................................... 40
Figura 25 – Layout do quadro de distribuição de circuitos de tomadas do 2º
pavimento. ................................................................................................................. 41
Figura 26 – Desempenho do sistema de climatização Split Convencional................ 43
Figura 27 – Desempenho do sistema de climatização Split Inverter. ........................ 43
Figura 28 – Detalhe de instalação de compressores de ar em plataforma técnica. .. 45
Figura 29 – Detalhe de instalação de compressores de ar em plataforma técnica. .. 46
Figura 30 - Layout do quadro de distribuição QDAR1 ............................................... 47
Figura 31 – Diagrama unifilar do quadro de distribuição QDAR2 .............................. 48
Figura 32 – Layout do quadro de distribuição QDAR2 .............................................. 49
Figura 33 – Detalhe de distribuição de pontos de rede lógica ................................... 50
Figura 34 – Detalhe de distribuição de pontos de rede lógica ................................... 51
Figura 35 – Projeto de rede lógica do subsolo .......................................................... 52
Figura 36 – Projeto de rede lógica do térreo ............................................................. 52
Figura 37 – Projeto de rede lógica do 1º Pavimento ................................................. 53
Figura 38 – Projeto de rede lógica do 2º Pavimento ................................................. 53
Figura 39 – Layout do rack de rede lógica ................................................................ 54
Figura 40 - Diagrama de interligação de rede lógica ................................................. 55
Figura 41 – Sistema de SPDA por gaiola de Faraday ............................................... 57
Figura 42 – Classificação do SPDA X Comprimento máximo ................................... 58
Figura 43 – Detalhe de sistema de captação do SPDA ............................................ 59
Figura 44 – Detalhe de interligação do sistema de captação com descida estrutural
.................................................................................................................................. 59
Figura 45 – Detalhe de fixação do malha de captação na estrutura ......................... 60
Figura 46 – Detalhe de interligação de descida estrutural com malha de aterramento
.................................................................................................................................. 60
Figura 47 – Detalhe da vala de aterramento ............................................................. 61
Figura 48 – Detalhe da caixa de inspeção ................................................................ 61
Figura 49 – Detalhe – Transformador 750KVA ......................................................... 64
Figura 50 - Vista superior da S.E .............................................................................. 67
Figura 51 - Vista lateral dos cubículos da S.E – Vista A............................................ 67
Figura 52 – Vista do cubículo de medição da S.E – Vista B...................................... 68
Figura 53 – Vista do cubículo de proteção da S.E – Vista C ..................................... 68
Figura 54 – Vista do cubículo de Transformação da S.E – Vista D ........................... 69
Figura 55 – Malha de aterramento destinado à subestação ...................................... 69
Figura 56 – Coordenograma de proteção.................................................................. 72
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Descritivo de máquinas - sistema de climatização ................................... 44


Tabela 2 - Descritivo de cargas ................................................................................. 62
Tabela 3 - Parâmetros aplicados no relé URPE-2405............................................... 71

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

NBR - Norma brasileira regulamentadora


IEC - International Electrotechnical Commission
SPDA - Sistema de proteção de descargas atmosféricas
FP - Fator de potência
DR - Disjuntor residual
TUG - Tomada de uso geral
QDT - QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO DE TOMADAS
NR - NORMA REGULAMENTADORA
SPDA - Sistema de proteção de descargas atmosféricas
CEMIG - Companhia energética de Minas Gerais
MT - Média tensão
SE - Subestação de energia
TP - Transformador de potencial
TC - Transformador de corrente
In - Corrente nominal
Inc - Corrente nominal do cabo
Curva E.I - Extremamente Inversa
Ip - Corrente de pico
Ipn - Corrente de pico de neutro
Inst. fase - Corrente instantânea de fase
RTC - Relação de transformação de corrente
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................13
1.1.OBJETIVO .................................................................................................................................14
1.2.JUSTIFICATIVA...........................................................................................................................14
1.3.METODOLOGIA ..........................................................................................................................14
2.ANÁLISE E ELABPRAÇÃO DO PROJETO ..................................................................................15
2.1.ETAPA 01 – DEFINIÇÃO DAS FERRAMENTAS (SOFTWARES) UTILIZADOS PARA DESENVOLVIMENTO DE
PROJETOS. .....................................................................................................................................15
2.2.ETAPA 02 – ANÁLISE DAS PLANTAS BAIXAS DO EMPREENDIMENTO .................................................17
2.3.ETAPA 03 – PROJETO DO SISTEMA DE ILUMINAÇÃO .......................................................................17
2.3.1.Sistema de fixação para sistema de iluminação ...............................................................21
2.3.2.Divisão dos circuitos destinados ao sistema de iluminação...............................................23
2.4.ETAPA 04 – PROJETO DO SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO ELÉTRICA (TOMADAS) .....................................29
2.5.ETAPA 05 – PROJETO DO SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO DO SISTEMA DE CLIMATIZAÇÃO .........................42
2.5.1.Ar-condicionado Split Convencional X Inverter .................................................................43
2.5.2.Projeto – Sistema de climatização ....................................................................................44
2.6.ETAPA 06 – PROJETO DO SISTEMA DE REDE LÓGICA (CABEAMENTO ESTRUTURADO) .........................50
2.7.ETAPA 07 – SISTEMA DE PROTEÇÃO DE DESCARGAS ATMOSFÉRICAS (SPDA) ..................................55
2.8.ETAPA 08 – SUBESTAÇÃO DE ENERGIA ........................................................................................62
2.8.1.Coordenação da proteção ................................................................................................70
2.9.ETAPA 09 – SISTEMAS AUXILIARES – GRUPO MOTOR GERADOR .....................................................73
3.CONCLUSÃO ................................................................................................................................73
4.BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................74
13

1. INTRODUÇÃO

Com o desenvolvimento da indústria de produção e serviços, busca-se cada


vez mais obter o gerenciamento das informações de forma mais precisa e eficiente,
para tanto surgem-se demandas de construções de novos ambientes corporativos que
ofereçam condições adequadas para que os colaboradores desenvolvam suas
atividades. Tais ambientes devem oferecer condições que atendam às exigências das
normas técnicas vigentes, bem como possibilitar o máximo rendimento consumindo o
mínimo de matéria-prima possível (energia, água, etc.) em seu processo de
desenvolvimento, busca-se cada vez mais ambientes eficientes que apresentem o
mínimo consumo possível, ou seja, que possuam em sua concepção os conceitos de
eficiência energética.
A elaboração de projetos elétricos de médio/grande porte é, em essência, uma
antecipação detalhada de uma solução que será implementada para satisfazer
determinado objetivo, em sua maioria deve-se ao desejo de expansão e/ou
centralização das diversas atividades administrativas das empresas em um único
ambiente. Sendo assim, o engenheiro deve preocupar-se com a sua viabilidade, tanto
do ponto de vista técnico, como também do ponto de vista econômico.
Muitas vezes a solução para um problema no projeto de uma instalação elétrica
não é única. Frequentemente, existirão diversas alternativas de soluções possíveis,
cabendo ao engenheiro examiná-las, avaliar as possibilidades de cada uma delas e
optar por aquela que julgar a mais adequada. Nem sempre essa escolha é direta e,
na maioria das vezes, envolve aspectos contraditórios ou limitados por normas
técnicas que garantem a segurança das instalações e dos usuários.
O engenheiro deve propor suas soluções tendo em mente que em boa parte
das ocasiões ele estará presente na implantação do projeto, de tal forma que o projeto
deve ser perfeitamente compreensível e esclarecedor. Sendo assim, o projeto deve
apresenta um nível de detalhamento tal que permita sua correta execução, ou seja,
que este corresponda ao que foi idealizado no projeto.
Para realizar as corretas análises e melhores escolhas, o engenheiro dispõe de
diversas ferramentas de apoio que facilitam a compreensão e desenvolvimento do
projeto em suas diversas etapas, para este trabalho optou-se pela utilização dos
14

softwares Pró-Elétrica e AutoCad como ferramentas de apoio de desenvolvimento dos


projetos.

1.1. Objetivo

Este trabalho tem como objetivo priorizar informações que proporcione facilitar
o entendimento sobre as diversas etapas e análises realizadas para o correto
desenvolvimento de um projeto elétrico para sistemas de médio/grande porte, bem
como as diversas interferências encontradas durante o desenvolvimento do mesmo.
O projeto reunirá informações referente aos sistemas de iluminação, sistemas
de tomadas para alimentação de diversos tipos de equipamentos, aplicações de
sistemas de climatização e sistemas de proteções elétricas de equipamentos.

1.2. Justificativa

Devido à grande necessidade de aumentar a eficiência energética para


desenvolvimento de atividades administrativas, otimizando os gastos com o consumo
de energia elétrica em ambientes corporativos de médio/grande porte e atendimento
as necessidades dos usuários, observou-se a necessidade da elaboração de projetos
elétricos que atendam as normas técnicas vigentes e considerem em sua essência a
aplicação das “boas práticas” utilizadas para sistemas elétricos e sistemas de
climatização. De tal forma que os mesmos ofereçam as condições adequadas para
desenvolvimento das atividades.

1.3. Metodologia

Para desenvolvimento do presente trabalho serão utilizados os estudos das


diversas técnicas de dimensionamentos de sistemas elétricos (sistemas de
iluminação, cabeamento, sistemas de proteção), pesquisas bibliográficas sobre o
funcionamento e aplicação de tecnologias de sistemas de climatização e ferramentas
de apoio para desenvolvimento de projetos. Além disto, serão analisadas as questões
normativas pertinentes dos órgãos competentes, bem como o atendimento e
adequações das normas técnicas vigentes.
15

2. ANÁLISE E ELABPRAÇÃO DO PROJETO

2.1. Etapa 01 – Definição das ferramentas (softwares) utilizados para


desenvolvimento de projetos.

Uma importante etapa na elaboração de qualquer projeto é a definição de quais


ferramentas (softwares) serão utilizados pelo engenheiro para desenvolvimento dos
projetos. Tal definição impactará na produtividade, qualidade e nível de detalhamento
dos projetos. É imprescindível que um bom projeto apresente alto nível de
detalhamento, isto por sua vez, facilitará no entendimento e garantirá a correta
execução do mesmo, bem como evitará o desperdício de materiais (cabeamento,
eletrocalhas, conectores, etc) durante a execução das atividades de implantação.
Para o presente trabalho optou-se pela utilização do software PRO-Elétrica,
desenvolvido pela empresa Multiplus destinado ao desenvolvimento de projetos
elétricos. Constatamos que a utilização do mesmo propiciou aumento da
produtividade e qualidade, uma vez que o mesmo possui um alto nível de automação.
Tal software foi desenvolvido para operar em sistema Windows com a utilização
do software complementar AutoCad. O PRO-Elétrica utiliza o conceito de Projeto
Virtual em que todo o projeto é composto por objetos (componentes e fiação) ao invés
de linhas e blocos como no CAD puro. Isto resulta em total integração CAD/CAE: os
dados para os cálculos são lidos do projeto virtual, com grande economia de tempo.
Os cálculos são realizados conforme as normas brasileiras regulamentadoras
(NBR’s).
A alta produtividade resulta de recursos automáticos tais como: cálculo
luminotécnico, lançamento automático de luminárias, tomadas e tubulação,
dimensionamento da fiação, lançamento automático da fiação, dimensionamento dos
eletrodutos, elaboração do quadro de cargas, diagramas, listas de materiais, e
detalhamento dos padrões de entrada de várias concessionárias. Todas as listas de
materiais podem ser geradas e exportadas para o Excel, fazendo que se obtenha
maior assertividade nos quantitativos de materiais que serão empregados para a
correta execução do projeto.
Dentre as principais vantagens do software PRO-Elétrica, quando comparado
aos outros softwares de projetos elétricos, é possível destacar:
16

 Definidos os pavimentos do projeto estrutural, os arquivos são gerenciados


automaticamente pelo programa, gerando a lista de materiais, o diagrama
unifilar geral e o quadro de distribuição geral de todo o empreendimento;
 Podem-se alterar as propriedades de vários objetos em uma só operação, o
que facilita a alteração de toda a fiação de um circuito;
 Possui a opção de destacar na tela os objetos filtrados;
 Gera quadro de cargas, quadro de distribuição geral, diagrama unifilar e geral.
O quadro e diagrama geral são gerados automaticamente utilizando os dados
de todo o projeto;
 Possui biblioteca de eletrocalhas, tubulações e conexões com mais de 40.000
símbolos cadastrados;
 Ampla biblioteca de simbologias elétricas;
 Cálculo luminotécnico realizado pelo método de Lumens utilizando a NBR
ISO 8995-1;
 Apresenta memorial de cálculo;
 Realiza cálculo da demanda;
 Dimensionamento de fiações e eletrodutos conforme NBR 5410;
 Realiza cálculo da corrente de curto-circuito;

Para realizar as análise e cálculos o software utiliza as tabelas da NBR ISO


8995-1 para consulta da quantidade de lux necessário para cada ambiente (aplicado
no cálculo luminotécnico) e possui também uma coleção de símbolos gráficos
conforme a NBR 5444 e a NBR IEC 60617. Para o correto dimensionamento das
instalações elétricas são aplicados os critérios da NBR-5410 e para o
dimensionamento e cálculo do sistema de proteção contra descargas atmosféricas é
utilizada a norma brasileira atualizada de SPDA, a NBR 5419:2015. (MULTIPLUS,
2020)
O software realiza diversas rotinas que auxiliam o engenheiro na concepção do
projeto, no entanto, todas estas rotinas são possíveis apenas após a correta definição
e parametrização dos elementos, tais como potência dos equipamentos, fator de
potência e tipo de alimentação (monofásica, bifásica ou trifásica).
17

2.2. Etapa 02 – Análise das Plantas Baixas do empreendimento

A análise do projeto arquitetônico é imprescindível para identificação das


dificuldades e necessidades técnicas durante o desenvolvimento do projeto, neste
momento realizaremos a identificação e classificação dos ambientes, sendo que
através desta análise visualizaremos a disposição das posições de atendimento,
disposição dos equipamentos e necessidades de disponibilidades de pontos de
tomadas, iluminação e comunicação.
O projeto em questão se trata de um edifício que possui cerca de 9.800 m2 de
área construída, o qual deverá comportar um número grande de pessoas e também o
funcionamento de um centro administrativo. Sendo assim, as plantas de iluminação,
tomadas, ar condicionado, dentre outros, deverá atender a todas as necessidades e
condições que possam ser solicitadas da instalação elétrica do edifício. Para cada
planta é feita uma descrição sucinta dos detalhes mais importantes e relevantes.
Todas as plantas estão disponíveis nos apêndices juntamente com outros detalhes
importantes.
Em resumo, projetar a instalação elétrica desta edificação constitui-se em
quantificar e determinar os tipos de ambiente e localizar os pontos de utilização de
energia elétrica, definir o tipo e o trajeto das linhas elétricas, definir o tipo e a
localização dos dispositivos de proteção, de comando, de medição de energia elétrica
e demais acessórios que atendam às necessidades e ofereçam o nível de segurança
adequada aos usuários do sistema.

2.3. Etapa 03 – Projeto do sistema de iluminação

O projeto de iluminação consiste em quatro plantas distintas (todas disponíveis


no apêndice correspondente). As pranchas de iluminação foram divididas de
acordo com os pavimentos, sendo que para cada pavimento foi adotado um quadro
de distribuição independente destinado a iluminação.
O primeiro passo para elaboração do projeto de iluminação foi a definição dos
pontos de iluminação de cada ambiente e também a definição do tipo de lâmpada a
ser utilizada (CONTRIM). Visando a eficiência energética operacional da unidade, nas
áreas de trabalho das equipes administrativas, auditórios, áreas de circulação, salas
de atendimento, dentre outras, optou-se pela utilização de luminárias com lâmpadas
18

de led tubulares 13W (4000K). Nestes ambientes foram utilizadas luminárias de


sobrepor, sendo que foram aplicadas 2 lâmpadas por luminária, ou seja, para cada
luminária obtivemos o equivalente de 26W destinados ao sistema de iluminação.
Em alguns locais da edificação que teriam constante presença de
colaboradores optou-se por descartar a utilização de interruptores e realizar a
substituição dos mesmos por programadores de horários, tais programadores que
ficariam locados nos quadros de iluminação de cada pavimento. Como o local possui
perfil de funcionamento de horário comercial, definiu-se que a iluminação funcionária
de forma constante das 07:30h às 18:30h, anterior e após este período o usuário teria
a opção de acionar o sistema manualmente, pressionando as botoeiras de
acionamento localizadas no QDI. O quadro QDI foi elaborado conforme apresentado
na figura 01.

Figura 01 - Detalhes de quadro de comando de iluminação

Fonte: (Autor)

A utilização de programadores de horários em locais com grande fluxo de


pessoas possibilita a melhor utilização das lâmpadas, evitando que as mesmas fiquem
acionadas por um período desnecessário, tais acionamento excessivos resultaria na
diminuição da vida útil das lâmpadas. A utilização destes programadores diminui
19

exponencialmente o número de acionamentos, garantindo assim maior eficiência do


sistema.
Para ambientes aos quais não possuem constante fluxo de pessoas, tais como
salas de reuniões e salas de treinamentos, verificou-se a viabilidade da utilização de
interruptores para acionamentos, uma vez que a utilização destes ambientes não se
dá de forma constante, conforme exemplificado na figura 02.

Figura 02 - Detalhes do sistema de iluminação em salas de reuniões

Fonte: (Autor)

Nos ambientes sanitários optou-se pela utilização de sensores de presença


para acionamento do sistema de iluminação, conforme exemplificado na figura 03, tal
aplicação teve o intuito de minimizar o tempo de operação do sistema de iluminação,
pois em ambientes com tal perfil de utilização é comum a iluminação estar acionada
por tempo indevido. Ou seja, impacta na má utilização do sistema, o que por sua vez
não reflete o perfil de máxima eficiência energética ao qual deseja-se implementar
neste projeto. Nestes ambientes, optou-se pela utilização de luminárias de embutir
4x14W T5 de embutir com difusor de vidro leitoso (forro iluminado).
20

Figura 03 - Detalhes do sistema de iluminação em ambiente sanitários

Fonte: (Autor)

Para os ambientes de estacionamento, devido à baixa rotatividade durante o


período de horário comercial (período compreendido entre as 07:30h até às 18:30h),
optou-se pela implementação de sensores de presença para acionamento do sistema
de iluminação, desta forma garantiremos que o sistema será acionado apenas quando
existir fluxo de pessoas pelo ambiente e garantindo a máxima eficiência energética de
operação do sistema, tal solução é apresentada na figura 04.
Figura 04 - Detalhes do sistema de iluminação em ambientes de
estacionamento

Fonte: (Autor)
21

Referente ao sistema de iluminação para os ambientes externos (ambientes


abertos), optou-se pela utilização projetores de facho concentrado e postes de duas
pétalas de quatro metros com lâmpadas de vapor metálico (250 W), conforme
exemplificado na figura 05.

Figura 05 - Detalhes do sistema de iluminação em ambientes externos

Fonte: (Autor)

Optou-se por utilizar como tensão F-F (fase-fase) 380V, logo todos os circuitos
de iluminação foram definidos como monofásicos (fase-fase = 220V), desta forma
propiciou-se realizar o balanceamento das cargas entre as fases.

2.3.1. Sistema de fixação para sistema de iluminação

Em diversos ambientes do projeto arquitetônico, observou-se a ausência de


forro de gesso, forro mineral ou forro tipo colméia no teto dos ambientes, sendo assim
fez-se necessário realizar análise e propor uma solução que permitisse suportar o
sistema de iluminação, bem como prover a distribuição adequada do sistema de
cabeamento.
O sistema de suporte tem como finalidade acomodar o sistema de iluminação
e realizar a distribuição dos condutores de energia, para tanto estes deverão atender
22

as solicitações mecânicas do sistema de iluminação e solicitações elétricas atendendo


os critérios de dimensionamento descritos na NBR5410, portanto optou-se pela
utilização de eletrocalhas e perfilados.
As linhas elétricas, as quais englobam os condutores e os eventuais elementos
de fixação, suporte e proteção mecânica a eles associados, foram definidas a partir
da quantidade de cabos de cada trecho.
As eletrocalhas foram fixadas acima do forro de cada pavimento tendo como
propósito acomodar os cabos de alimentação dos circuitos de iluminação do próprio
pavimento e os circuitos de iluminação que alimentariam as tomadas do pavimento
superior. Adotou-se a utilização de linhas principais e secundárias dos sistemas de
alimentação. Nas linhas elétricas principais (linhas de saídas dos quadros gerais de
alimentação) foram utilizadas eletrocalhas aéreas perfuradas tipo ‘U’, de dimensões
300mmx100mm, nos demais trechos, utilizou-se eletrocalhas de dimensões menores
e também perfilados perfurados de 38mmx38mm. A fixação dos elementos que
compõem o sistema de iluminação deu-se em sua maioria nos perfilados perfurados
de 38mmX38mm, conforme exemplificado na figura 06.

Figura 06 - Detalhes do sistema de eletrocalhas e perfilados

Fonte: (Autor)
23

2.3.2. Divisão dos circuitos destinados ao sistema de iluminação

A divisão dos circuitos elétricos destinados para o sistema de iluminação (assim


como para os demais projetos), foi realizada tendo-se como principais objetivos:

 Limitar as consequências de uma falta;


 Facilitar inspeção e manutenção;
 Evitar os perigos que possam resultar da falha de um circuito único;
 Reduzir a bitola dos condutores utilizados.

Após realizar as análises dos circuitos, tendo-se como base os critérios


supracitados, definiu-se a divisão dos circuitos elétricos. Utilizaremos como base o
QDI destinado ao primeiro pavimento, os circuitos de iluminação que atendem a todo
o sistema de iluminação do primeiro pavimento dividiu-se em 14 diferentes circuitos
com diferentes capacidades. Na figura 07, apresentaremos os dados técnicos
relacionados a este quadro.

Figura 07 - Quadro de cargas do sistema de iluminação (QDI-1º Pavimento)

Fonte: (Autor)

O quadro de cargas destinado ao quadro de distribuição de iluminação (QDI)


possui carga instalada total de aproximadamente 12,5 kVA. Considerou-se uma
demanda individual de 100% para cada circuito e uma demanda de 100% para o
conjunto. Como resultado, foi obtida uma carga de 12,5 kVA, para a qual foi escolhida
24

um disjuntor geral de 20 A e cabos de 6 mm², conforme apresentado no diagrama


elétrico na figura 08. O processo de escolha da bitola do cabo consiste na análise da
queda de tensão no cabo devido à carga avaliada. O cálculo é feito com base nos
dados fornecidos pelo fabricante do cabeamento.

Figura 08 - Diagrama unifilar do QDI - 1º Pavimento

Fonte: (Autor)

A partir dos dimensionamentos realizados para cada circuito elétrico, conforme


apresentado na figura 07, e construção do diagrama unifilar apresentado na figura 08,
elaborou-se o layout do quadro de distribuição de energia. Tal layout deverá ser
utilizado como detalhamento para auxiliar na confecção deste quadro, evitando-se
assim que ocorram erros durante a execução decorrentes de interpretação errônea
de projeto. O layout do quadro de distribuição será apresentado logo abaixo na figura
9.
25

Figura 09 - Layout e legenda do quadro de distribuição QDI

Fonte: (Autor)

Referente aos dimensionamentos apresentados no projeto, com a finalidade de


realizar a despoluição visual do projeto optou-se por não cotar as fiações de 2,5 mm²,
tubulações de 25mm ou ¾. Todas fiações e tubulações que possuam
dimensionamento diferente do citado, estão devidamente indicados no projeto com a
finalidade de apresentar transparência nos dimensionamentos e evitar interpretações
errôneas sobre o projeto.
Conforme citado anteriormente, alguns circuitos optaram-se pela utilização de
programadores de horários devido ao alto fluxo de pessoas nos ambientes. No caso
26

do quadro de iluminação QDI temos os circuitos 107, 108 109 e 110, para tanto
desenvolveu-se o diagrama de comando de acionamento apresentado na figura 10.

Figura 10 – Diagrama de comando de acionamento de iluminação

Fonte: (Autor)

Visando a segurança dos usuários bem como atendimento as normas técnicas


da NBR5410, optou-se pela utilização dos cabos do tipo AFUMEX do fabricante
PRYSMIAN. A linha AFUMEX apresenta maior segurança devido a sua isolação e
cobertura que não possuem halogênio, ou seja, apresentam baixa emissão de fumaça
e gases tóxicos. Sua utilização é indicada para instalações em edifícios com grande
aglomeração de pessoas, como é o caso do presente projeto. Para cabos instalados
em bandejas áreas (eletrocalhas) optou-se pelos cabos com isolação de 750V e cabos
instalados em eletrodutos subterrâneos optou-se pela utilização de cabeamento com
isolação de 1KV PVC.
Após realizadas todas as considerações, obtivemos os projetos apresentados
nas figuras 11, figura 12, figura 13 e figura 14.
27

Figura 11 - Planta baixa de iluminação do Subsolo (ESCALA 1:75).

Fonte: (Autor)
28

Figura 12 - Planta baixa de iluminação do Térreo (ESCALA 1:75).

Fonte: (Autor)

Figura 13 - Planta baixa de iluminação do 1º Pavimento (ESCALA 1:75).

Fonte: (Autor)
29

Figura 14 - Planta baixa de iluminação do 2º Pavimento (ESCALA 1:75).

Fonte: (Autor)

2.4. Etapa 04 – Projeto do sistema de alimentação elétrica (tomadas)

O projeto de distribuição dos pontos de tomadas é um ponto crucial na


elaboração de um projeto elétrico, pois neste ponto necessitaremos entender as
necessidades dos usuários, bem como as utilizações destes pontos, tipo de
equipamentos que serão utilizados, etc. Tal projeto deverá agregar conforto,
praticidade e produtividade ao dia-a-dia operacional da unidade. Para tanto analisa-
se todas os prováveis tipos de atividades que serão desenvolvidas nos ambientes.
Para facilitar o entendimento do projeto de distribuição de tomadas, assim como o
projeto de iluminação, foram divididos em ambientes distintos (subsolo, térreo, 1º
pavimento e 2º pavimento).
Os primeiros passos para elaboração do projeto de tomadas foi a definição dos
pontos de instalação e dos tipos de cargas em cada área. Devido ao ´perfil operacional
administrativo, espera-se que, da totalidade da carga instalada nos pontos de
tomadas, a grande maioria seja dedicada a utilização de computadores desktops e
30

notebooks, tanto nas áreas de trabalho quanto nas salas de reunião, atendimento,
recepção, auditório, dentre outras.
O número de pontos em cada área foi determinado pela quantidade de pessoas
(baseado na distribuição apresentada no projeto arquitetônico) e pela quantidade de
equipamentos. Os pontos de tomadas nas salas de reuniões e auditórios foram
dispostos, em sua maioria, em canaletas (Dutotec) fixadas nas paredes a 30 cm do
piso, para as posições de trabalhos os pontos foram embutidos no mobiliário, sendo
considerados dois pontos de tomada por posição de trabalho. Outros pontos foram
dispostos com o auxílio de conduletes (nos banheiros e também nas salas técnicas).
Todas as tomadas utilizadas são do tipo 2P+T conforme padrão brasileiro. Como a
quantidade de circuitos em algumas linhas elétricas era relativamente grande,
utilizaram-se legendas para indicação dos circuitos no projeto. Na figura 15
apresentamos um modelo de implantação de tomadas em salas de reuniões utilizando
canaletas Dudotec.

Figura 15 – Detalhe de instalação de tomadas utilizando canaletas Dudotec.

Fonte: (Autor)
31

Ao se projetar sistemas elétricos para empreendimentos de médio/grande porte


devemos nos preocupar com os aspectos operacionais, tendo em mente a facilidade
de manutenção dos circuitos e equipamentos. Para tanto tem-se como boa prática a
segregação dos circuitos elétricos destinado à alimentação a tomadas com os
destinados as demais utilidades. Procura-se realizar essa segregação entre quadros
de distribuição, destinando-se um ou mais quadros apenas aos circuitos de tomadas.
No entanto nem sempre é possível realizar a segregação de tal forma, em ambientes
que possuam apenas um quadro destinado a toda a alimentação do ambiente, esta
segregação é realizada utilizando a simples separação dos circuitos elétricos. Na
figura 16 será apresentado um exemplo de segregação dos circuitos realizadas no
mesmo quadro, neste quadro temos circuitos dedicados à diferentes aplicações, tais
como: iluminação, tomadas, ar condicionado, entre outros.

Figura 16 – Quadro de cargas do subsolo.

Fonte: (Autor)

Neste caso observamos que temos a segregação dos circuitos de tomadas,


iluminação, motores, etc., esta prática facilita a operação do sistema em casos de
manutenção, sendo possível realizar a manutenção em qualquer um dos circuitos de
tomadas sem impactar nos demais circuitos. Além disto para os locais que apresentam
características de presença constante de utilização de água devem-se utilizar
dispositivos de proteção elétrica complementar à proteção principal, neste caso adota-
se a utilização de DR. Podemos verificar a segregação dos circuitos e aplicação de
DR de forma explícita através do diagrama unifilar apresentado na figura 17.
Figura 17 – Diagrama unifilar – QDG-Subsolo.
32

Fonte: (Autor)

Em outros casos quando temos maior quantidade de circuitos elétricos


destinados a alimentação de equipamentos específicos é possível realizar a
segregação destes circuitos em quadros de distribuição independentes. Em
empreendimentos com perfil corporativo podemos realizar a segregação de circuitos
elétricos por diferentes tipos de aplicações, portanto podemos definir 3 tipos de
segregações básicas, sendo elas:
33

 Circuitos elétricos destinados a sistema de iluminação;


 Circuitos elétricos destinados a sistemas de alimentação de equipamentos de
uso geral;
 Circuitos elétricos destinados a sistemas de climatização;

Tal segregação foi utilizada para os circuitos de alimentação dos 1º e 2º


pavimentos deste projeto.
Após realizada a segregação das cargas quanto a sua aplicação e realizada a
distribuição das cargas entre os diversos circuitos, obtivemos o dimensionamento dos
quadros de iluminação, tomadas e ar condicionado dos 1º e 2º pavimentos (locais com
maior concentração de cargas).
O quadro de distribuição de cargas para o sistema de iluminação do 1º
pavimento possui carga instalada total de aproximadamente 11,41 KVA. Para este
quadro considerou-se um fator de utilização de 100% para os circuitos individuais e
uma demanda de 100%, devido tratar-se de sistema de iluminação considerou-se que
durante o horário comercial ter-se-á a utilização de 100% do ambiente. Como
resultado, obtivemos uma carga de 11,41 KVA, realizando-se os dimensionamentos e
atendendo os critérios da NBR5410 obtivemos uma corrente de 17,35A, sendo
necessário um disjuntor geral de proteção de 25A e cabos de 10mm² para os
condutores de fase / neutro e 10mm² para o condutor de aterramento (terra). Para o
circuito de alimentação geral do quadro utilizou-se sistema de alimentação trifásica
composta por 3 condutores e tensão nominal de 380V, além da utilização dos
condutores neutro e terra. Todo o sistema alimentação dos circuitos de alimentação
para o sistema de iluminação que deriva deste quadro foi alimentado de forma
monofásica (fase-neutro = 220V), sendo que desta forma possibilitou-se realizar o
balanceamento das cargas distribuídas nas fases do quadro.
Para o quadro de distribuição de cargas destinados ao sistema de tomadas de
uso geral (TUG’s) do 1º pavimento, obtivemos uma distribuição de 54 circuitos
resultando em uma carga instalada total de aproximadamente 120,44KVA. Para este
quadro considerou-se um fator de utilização de 100% para os circuitos individuais e
uma demanda de 80% para o conjunto, considera-se que nem todas as tomadas
sejam utilizadas ao mesmo tempo, sendo assim obtivemos uma carga de 96,35 KVA,
realizando-se os dimensionamentos técnicos obtivemos uma corrente de 146,00A,
sendo necessário um disjuntor geral de proteção de 40A e cabos de 70mm² para os
34

condutores fase/neutro e 35mm² para o condutor de aterramento (terra). Para o


circuito de alimentação geral do quadro utilizou-se sistema de alimentação trifásica
composta por 3 condutores e tensão nominal de 380V, além da utilização dos
condutores neutro e terra. Todo o sistema alimentação dos circuitos de alimentação
para o sistema de tomadas que deriva deste quadro foi alimentado de forma
monofásica (fase-neutro=220V), sendo que desta forma possibilitou-se realizar o
balanceamento das cargas distribuídas nas fases do quadro.
Para o quadro de distribuição de cargas para o sistema de iluminação do 2º
pavimento possui carga instalada total de aproximadamente 10,65 KVA. Para este
quadro considerou-se um fator de utilização de 100% para os circuitos individuais e
uma demanda de 100%, devido tratar-se de sistema de iluminação considerou-se que
durante o horário comercial ter-se-á a utilização de 100% do ambiente. Como
resultado, obtivemos uma carga de 10,65 KVA, realizando-se os dimensionamentos e
atendendo os critérios da NBR5410 obtivemos uma corrente de 16,19A, sendo
necessário um disjuntor geral de proteção de 20A e cabos de 6mm² para os
condutores de fase / neutro e 6mm² para o condutor de aterramento (terra Para o
circuito de alimentação geral do quadro utilizou-se sistema de alimentação trifásica
composta por 3 condutores e tensão nominal de 380V, além da utilização dos
condutores neutro e terra. Todo o sistema alimentação dos circuitos de alimentação
para o sistema de iluminação que deriva deste quadro foi alimentado de forma
monofásica (fase-neutro = 220V), sendo que desta forma possibilitou-se realizar o
balanceamento das cargas distribuídas nas fases do quadro.
Para o quadro de distribuição de cargas destinados ao sistema de tomadas de
uso geral (TUG’s) do 2º pavimento, obtivemos uma distribuição de 67 circuitos
resultando em uma carga instalada total de aproximadamente 152,79KVA. Para este
quadro considerou-se um fator de utilização de 100% para os circuitos individuais e
uma demanda de 80% para o conjunto, considera-se que nem todas as tomadas
sejam utilizadas ao mesmo tempo, sendo assim obtivemos uma carga de 122,23KVA,
realizando-se os dimensionamentos técnicos obtivemos uma corrente de 185,20A,
sendo necessário um disjuntor geral de proteção de 200A e cabos de 70mm² para os
condutores fase/neutro e 35mm² para o condutor de aterramento (terra). Para o
circuito de alimentação geral do quadro utilizou-se sistema de alimentação trifásica
composta por 3 condutores e tensão nominal de 380V, além da utilização dos
condutores neutro e terra. Todo o sistema alimentação dos circuitos de alimentação
35

para o sistema de tomadas que deriva deste quadro foi alimentado de forma
monofásica (fase-neutro=220V), sendo que desta forma possibilitou-se realizar o
balanceamento das cargas distribuídas nas fases do quadro.
Os dimensionamentos destinados ao sistema de climatização serão
apresentados no capítulo a seguir.
Após realizados os dimensionamentos de os sistemas de alimentação dos
circuitos de tomadas, para os pavimentos subsolo e térreo o projeto pode ser
verificado através das figuras 11 e 12, no entanto nas figuras 18 e 19 serão
apresentados detalhes destes projetos.

Figura 18 – Detalhes - Projeto de tomadas - QDG - Subsolo.

Fonte: (Autor)
36

Figura 19 – Detalhes - Projeto de tomadas – QDG-Térreo.

Fonte: (Autor)

Referente aos projetos destinados ao 1º e 2º pavimentos, os mesmos serão


apresentados através das figuras 20 e 21.
37

Figura 20 - Detalhes - Projeto de tomadas – QDI-1º Pavimento.

Fonte: (Autor)

Figura 21 - Detalhes - Projeto de tomadas – QDI-2º Pavimento

Fonte: (Autor)
38

Para os quadros de distribuição de circuitos elétricos destinados


exclusivamente aos circuitos de tomadas, foram elaborados os diagramas unifilares e
layouts apresentados nas figuras 22, 23, 24 e 25. Tais diagramas e layouts possuem
o intuito de apresentar de maneira visual os resultados obtidos a partir dos
dimensionamentos realizados, minimizando assim os possíveis erros de interpretação
durante a execução do projeto.

Figura 22 – Diagrama unifilar do quadro de tomadas do 1º pavimento,


composto por 54 circuitos.

Fonte: (Autor)
39

Figura 23 – Layout do quadro de distribuição de circuitos de tomadas do 1º


pavimento

Fonte: (Autor)
40

Figura 24 – Diagrama unifilar do quadro de tomadas do 2º pavimento,


composto por 67 circuitos.

Fonte: (Autor)
41

Figura 25 – Layout do quadro de distribuição de circuitos de tomadas do 2º


pavimento.

Fonte: (Autor)
42

2.5. Etapa 05 – Projeto do sistema de alimentação do sistema de climatização

Para ambientes corporativos que possuam grande número de pessoas, é


imprescindível que se possua um eficiente sistema de climatização, de tal forma que
possa garantir a temperatura adequada do ambiente (entre 20 e 23 ºC), atendendo
assim os critérios descrito NR 17 e renovação de ar adequada as dimensões do
ambiente. No mercado brasileiro e mundial existem diversas soluções referente à
sistema de climatização, sendo que para este perfil de empreendimento destacam-se
as seguintes soluções:

 Sistema de climatização por Split convencional;


 Sistema de climatização por Split inverter;
 Sistema de climatização por Chiller’s.

Neste trabalho descartou-se a possibilidade de utilização de sistemas de


climatização por Chiller’s, pois este sistema necessita de elevada área técnica para
instalação do equipamento, custo de manutenção elevado e elevado custo de
aquisição. Sendo assim fez-se necessário realizar a análise entre os sistemas de
climatização por Split convencional e inverter.
Para podermos comparar estas duas tecnologias, primeiramente devemos
entender o princípio de funcionamento do ar-condicionado. O trabalho do ar-
condicionado começa com o seu ventilador sugando o ar do ambiente e fazendo-o
passar por um conjunto de serpentinas preenchidas por uma substância líquida
formada por uma mistura de cloro, flúor e carbono, chamada R-22. Tal substância
evapora a 7°C. Ao absorver o calor do ar que vem do ambiente externo, este produto
deixa seu estado líquido se transformando em um gás e em seguida, passa por um
compressor, sofrendo um aumento de pressão e aquecendo até uma temperatura
aproximada de 52°C. O R-22 em estado gasoso e aquecido é mandado para um
condensador na parte externa do aparelho, passando por um processo de troca de
calor com o ambiente e tornando-se líquido novamente, a substância refrigerante
entra em uma válvula que a faz perder pressão e retorna ao seu estado líquido inicial,
reiniciando todo o seu ciclo.(TECHTUDO)
43

2.5.1. Ar-condicionado Split Convencional X Inverter

Ambos os sistemas possuem o mesmo princípio básico de funcionamento, no


entanto algumas diferenças tornam um sistema economicamente mais interessante
que o outro. A principal diferença entre os dois sistemas é o seu desempenho
operacional.
No ar-condicionado convencional, a temperatura no ambiente tende a ter maior
oscilação durante a operação do sistema de climatização. Isso ocorre devido ao
funcionamento intermitente do compressor entre os estados “Liga/Desliga”, que
ocasiona maior consumo energético, conforme exemplificado na figura 26.

Figura 26 – Desempenho do sistema de climatização Split Convencional.

Fonte: (FRIGELAR)

No sistema de ar-condicionado inverter, a temperatura no ambiente tende a ser


mais constante, já que o compressor funciona em rotação variável e contínua. Isso
resulta em maior conforto, menor nível de ruído e menor consumo energético,
chegando até 40% de economia em relação aos aparelhos convencionais, conforme
exemplificado na figura 27.

Figura 27 – Desempenho do sistema de climatização Split Inverter.

Fonte: (FRIGELAR)
44

2.5.2. Projeto – Sistema de climatização

Visando a eficiência energética do empreendimento, optamos pela utilização


de sistemas de climatização do tipo Split Inverter, pois conforme supracitado, tal
sistema apresenta economia de consumo de até 40% quando comparado com
sistema de climatização convencional.
Para realizar a climatização de todos os ambientes necessários no
empreendimento necessitou-se de elevada quantidade de equipamentos de ar-
condicionado, conforme descrito na tabela 01.

Tabela 1 - Descritivo de máquinas - sistema de climatização


Descrição Quantitativo Potência Potência total Fator de Potência
Unitária (KW) (KW) potência aparente
(KVA)
Ar Condicionado Split 25 0,78 19,40 0,85 22,82
9000 Btu/h
Ar Condicionado Split 7 1,07 7,48 0,85 8,80
12000 Btu/h
Ar Condicionado Split 18 1,58 28,44 0,85 33,46
18000 Btu/h
Ar Condicionado Split 6 2,50 15,00 0,85 17,65
24000 Btu/h
Ar Condicionado Split 27 4,06 109,62 0,88 124,57
36000 Btu/h
Ar Condicionado Split 2 5,00 10,00 0,88 11,36
48000 Btu/h
Ar Condicionado Split 2 6,07 12,13 0,88 13,78
60000 Btu/h
Total 87,00 202,07 232,45
Fonte: (Autor)

No total foram necessárias 87 máquinas de diferentes capacidades destinadas


ao sistema de climatização. Tais máquinas foram alimentados por circuitos
independentes, derivando de diferentes quadros de alimentação.
O projeto do sistema de climatização foi elaborado distribuindo os
equipamentos em três diferentes pavimentos (térreo,1º pavimento e 2º pavimento).
Visando a praticidade de manutenção dos equipamentos, os compressores das
máquinas de ar-condicionado destinadas ao 1º e 2º pavimentos foram todos
instalados em plataformas metálicas, denominadas plataformas técnicas. Tal modelo
de instalação visa o aumento da produtividade durante as atividades de manutenção
45

dos equipamentos, bem como a definição de ambientes técnicos, desta forma


garante-se que apenas pessoas previamente autorizadas tenha acessos a tais
equipamentos. Este modelo de instalação é apresentado na figura 28.

Figura 28 – Detalhe de instalação de compressores de ar em plataforma


técnica.

Fonte: (Autor)

As potências das máquinas variam de 9.000 Btu’s/h até 60.000 Btu’s/h. Sendo
elas distribuídas em diversos quadros, no entanto, a maior quantidade de
equipamentos foram alimentadas pelos circuitos dos quadros QDAR1, localizado no
1º pavimento, e QDAR2, localizado no 2º pavimento.
Para o quadro de distribuição de cargas destinados ao sistema de climatização
do 1º pavimento, obtivemos uma carga instalada total de aproximadamente
156,87KVA. Para este quadro considerou-se um fator de utilização de 100% para os
circuitos individuais e uma demanda de 75% para o conjunto, considera-se que nem
todas as tomadas sejam utilizadas ao mesmo tempo, sendo assim obtivemos uma
carga de 117,66KVA, realizando-se os dimensionamentos técnicos obtivemos uma
corrente de 178,30A, sendo necessário um disjuntor geral de proteção de 200A e
cabos de 95mm² para os condutores fase/neutro e 70mm² para o condutor de
aterramento (terra). Para o circuito de alimentação geral do quadro utilizou-se sistema
de alimentação trifásica composta por 3 condutores e tensão nominal de 380V, além
da utilização dos condutores neutro e terra. Todo o sistema alimentação dos circuitos
de alimentação para o sistema de climatização que deriva deste quadro foi alimentado
de forma monofásica (fase-neutro=220V), exceto as máquinas de 48.000 Btu’s/h e
60.000 Btu’s/h, para estes equipamentos utilizou-se alimentação trifásica (fase-fase-
fase = 380V), desta forma possibilitou-se realizar o balanceamento das cargas
distribuídas nas fases do quadro. Tais dimensionamentos resultaram no diagrama
unifilar apresentado na figura 29 e layout do quadro de distribuição apresentado na
figura 30.
46

Figura 29 – Detalhe de instalação de compressores de ar em plataforma


técnica.

Fonte: (Autor)
O layout do quadro de distribuição dos circuitos destinados à alimentação dos
circuitos do sistema de climatização, tem o objetivo de minimizar os erros por
interpretação de projeto durante a etapa de execução.
47

Figura 30 - Layout do quadro de distribuição QDAR1

Fonte: (Autor)

Para o quadro de distribuição de cargas destinados ao sistema de climatização


do 21º pavimento, obtivemos uma carga instalada total de aproximadamente
142,28KVA. Para este quadro considerou-se um fator de utilização de 100% para os
48

circuitos individuais e uma demanda de 80% para o conjunto, considera-se que nem
todas as tomadas sejam utilizadas ao mesmo tempo, sendo assim obtivemos uma
carga de 113,82KVA, realizando-se os dimensionamentos técnicos obtivemos uma
corrente de 172,50A, sendo necessário um disjuntor geral de proteção de 200A e
cabos de 95mm² para os condutores fase/neutro e 70mm² para o condutor de
aterramento (terra). Para o circuito de alimentação geral do quadro utilizou-se sistema
de alimentação trifásica composta por 3 condutores e tensão nominal de 380V, além
da utilização dos condutores neutro e terra. Todo o sistema alimentação dos circuitos
de alimentação para o sistema de climatização que deriva deste quadro foi alimentado
de forma monofásica (fase-neutro=220V), exceto as máquinas de 48.000 Btu’s/h e
60.000 Btu’s/h, para estes equipamentos utilizou-se alimentação trifásica (fase-fase-
fase = 380V), desta forma possibilitou-se realizar o balanceamento das cargas
distribuídas nas fases do quadro. Tais dimensionamentos resultaram no diagrama
unifilar apresentado na figura 31 e layout do quadro de distribuição apresentado na
figura 32.
Figura 31 – Diagrama unifilar do quadro de distribuição QDAR2

Fonte: (Autor)

O layout do quadro de distribuição dos circuitos destinados à alimentação dos


circuitos do sistema de climatização, tem o objetivo de minimizar os erros por
interpretação de projeto durante a etapa de execução.
49

Figura 32 – Layout do quadro de distribuição QDAR2

Fonte: (Autor)
50

2.6. Etapa 06 – Projeto do sistema de rede lógica (cabeamento estruturado)

O projeto de rede lógica é extremamente importante neste edifício, uma vez


que nele funcionará um centro administrativo, ou seja, deverá atender a todas as
necessidades dos usuários.
Os pontos de rede foram dispostos de acordo com as posições de trabalho
identificados no projeto arquitetônico. Tal distribuição é exemplificada na figura 33.

Figura 33 – Detalhe de distribuição de pontos de rede lógica

Fonte: (Autor)

Nas salas de reuniões não se necessitam de pontos de rede para todas as


posições de trabalho, uma vez que a permanência dos usuários é temporária, opta-se
pela utilização de rede sem fio (Wi-fi), no entanto é uma boa prática disponibilizar
alguns pontos nesta sala, tal prática será apresentada na figura 34.
51

Figura 34 – Detalhe de distribuição de pontos de rede lógica

Fonte: (Autor)

A estrutura do sistema de rede lógica baseia-se no transporte de dados entre


os pontos de redes e switches (equipamento utilizado para gerenciar os pontos de
acesso). Cada ponto de rede é interligado as portas lógicas dos switches através de
cabeamento UTP. Os switches foram alocados em racks técnicos, tais racks foram
locados nas salas técnicas, nas quais também ficam os quadros de iluminação,
tomadas e de ar condicionado. Dos racks, os cabos de rede são distribuídos e levados
até seus pontos de rede correspondentes por meio de eletrocalhas aéreas perfuradas
tipo ‘U’ com dimensões de até 700mmx100mm para a sala técnica e 300mmx100mm
nos trechos principais e dimensões menores para os trechos secundários, todas as
eletrocalhas foram fixadas a 3 metros do piso. Os pontos de rede foram locados nas
mesmas canaletas utilizadas para a disposição das tomadas para as salas de
reuniões e embutidas no mobiliário para as posições de trabalho.
Nas figuras 35, 36, 37 e 38 são apresentados os layouts do projeto de rede
lógica para cada pavimento do empreendimento. Todos os pontos de rede lógica
distribuídos ao longo de todo o empreendimento derivam-se do mesmo rack.
52

Figura 35 – Projeto de rede lógica do subsolo

Fonte: (Autor)

Figura 36 – Projeto de rede lógica do térreo

Fonte: (Autor)
53

Figura 37 – Projeto de rede lógica do 1º Pavimento

Fonte: (Autor)

Figura 38 – Projeto de rede lógica do 2º Pavimento

Fonte: (Autor)
54

Para o correto funcionamento do sistema de rede lógica e praticidade durante


a manutenção deste sistema, é imprescindível que o mesmo seja realizado de forma
organizada, de tal forma que permita com facilidade a identificação de cada ponto. Na
figura 39 será apresentado um exemplo de organização para racks dedicados a
sistemas de rede lógica.

Figura 39 – Layout do rack de rede lógica

Fonte: (Autor)

A topologia do sistema baseia-se na interligação dos pontos de comunicação,


para tanto, no entanto, devido à necessidade de segurança física da unidade é
recomendado que sejam segregados os pontos de comunicação destinados aos
equipamentos de segurança dos demais pontos de comunicação. Devido a isto, foram
55

disponibilizados 2 racks no primeiro pavimento. O primeiro rack objetiva atender os


pontos de comunicação do primeiro e segundo pavimentos. No segundo rack estão
alocados os pontos destinados à comunicação dos equipamentos de segurança.
Ambos os racks foram interligados aos switches localizados no térreo (ponto de
abordagem de rede do empreendimento), tal diagrama de interligação será
apresentado na figura 40.

Figura 40 - Diagrama de interligação de rede lógica

Fonte: (Autor)

2.7. Etapa 07 – Sistema de proteção de descargas atmosféricas (SPDA)

Após realizados os dimensionamentos destinados aos projetos destinados ao


sistema de iluminação, sistemas de tomadas, sistema de climatização e sistema de
rede lógica, temos que garantir a proteção dos equipamentos mediante as interopereis
climáticas, nesta etapa realizaremos o dimensionamento do sistema de SPDA
(Sistema de proteção de descargas atmosféricas). Tal sistema possui o intuito de
proteger eletricamente os equipamentos, quadros elétricos e estruturas metálicas,
evitando assim que os usuários fiquem sujeitos a choques elétricos.
56

A probabilidade de uma edificação ser atingida por um raio depende da área


de exposição equivalente em m² e também da densidade de raios em uma
determinada área. Cada edificação deve ter proteção própria contra as descargas
atmosféricas.
O sistema de SPDA é constituído de duas etapas, sendo a primeira etapa a
malha de captação e a segunda etapa a malha de aterramento.
A malha de captação é responsável por receber a corrente decorrente da
descarga atmosférica e direcioná-la até a malha de aterramento, evitando assim que
tal corrente se propague para dentro da estrutura e danifique equipamentos e/ou
cause danos a pessoas.
A malha de aterramento é responsável pela dissipação da corrente decorrente
da descarga atmosférica junto ao solo.
A necessidade de utilização de um SPDA pode ser determinada a partir de um
conjunto de fatores de ponderação:

𝑁 = 𝑁𝑑 . 𝐴. 𝐵. 𝐶. 𝐷. 𝐸

O fator de ponderação Nd refere-se ao número médio de descargas


atmosféricas, o fator de ponderação A diz respeito ao tipo de ocupação, o fator B diz
respeito ao tipo de estrutura da edificação, o fator C está relacionado com o conteúdo
da estrutura, o fator D está relacionado com sua localização e, finalmente, o fator E
está relacionado com a topografia da região que o empreendimento será construído.
No presente estudo, optou-se pela utilização do método de Faraday, ou método
de condutores em malha.
O método de proteção por para-raios tipo Gaiola de Faraday consiste em
instalar um sistema de captores formado por condutores horizontais interligados em
forma de malha, formando uma rede modular de condutores envolvendo todos os
lados do volume a proteger (cobertura e fachadas), criando assim uma espécie de
"gaiola". Graças a essa disposição temos um campo elétrico nulo em seu interior, pois
as cargas se distribuem de forma homogênea na parte mais externa da superfície
condutora. (SUPORTE ALTO QI)
A aplicação deste método de proteção é exemplificada na figura 41.
57

Figura 41 – Sistema de SPDA por gaiola de Faraday

Fonte: (Engenharia 360)

O método de proteção utilizado no projeto do presenta trabalho foi o método de


Faraday, ou método de condutores em malha. Neste método, o comprimento máximo
de afastamento dos condutores da malha de captação é determinado de acordo com
o nível de proteção necessário para estrutura, tal nível é determinado conforme
abaixo:

Nível I
 Estruturas com risco confinado: estações de telecomunicações, usinas
elétricas;
 Estruturas com risco para os arredores: refinarias, postos de combustíveis,
fábricas de fogos ou munição;
 Estruturas com risco para o meio ambiente: indústrias químicas, usinas
nucleares, laboratórios bioquímicos.

Nível II
 Estruturas comuns: teatros, escolas, lojas de departamentos, áreas
esportivas, igrejas, bancos, companhias de seguro, hospitais, casas de
repouso, prisões, museus, locais arqueológicos.
58

Nível III
 Estruturas comuns: residências, fazendas, estabelecimentos agropecuários,
industriais em geral.

Nível IV
 Estruturas comuns: construídas com materiais não inflamáveis e com pouco
acesso de pessoal, contendo no seu interior materiais também não
inflamáveis.

No presente trabalho o empreendimento enquadra-se no “Nível II”, sendo assim


a malha de condutores deverá possuir comprimento máximo de 10m X 10m, conforme
apresentado na figura 42.

Figura 42 – Classificação do SPDA X Comprimento máximo

Fonte: (Suporte Alto QI)

As descidas devem estar distribuídas ao longo do perímetro do prédio,


respeitando o espaçamento máximo informado na figura 42. As descidas devem ser
espaçadas regularmente, de preferência utilizando-se uma em cada canto do edifício.
Na prática, a disposição teórica das descidas nem sempre pode ser respeitada.
Em alguns locais, a descida de cabos se torna uma poluição visual e, em outros locais,
detalhes estruturais podem não permitir a descida dos cabos. Neste projeto, com o
objetivo de evitar tais problemas, foram utilizadas as chamadas descidas estruturais.
O sistema de captação é composto por diversos elementos, tais como cabos
de cobre de 35mm², conectores de derivação, conectores de mudança de direção. A
malha de captação foi alocada na platibanda e fixada por presilhas, tais presilhas
foram dispostas a cada dois metros uma das outras aproximadamente, a utilização
59

destas presilhas se dá para manter a elevação da altura da malha de captação em


relação ao telhado. Tal conjunto de equipamentos possui a finalidade de prover a
correta implantação do sistema de proteção de descargas atmosféricas (SPDA),
protegendo assim toda a estrutura. O dimensionamento e detalhamento de tal sistema
pode ser verificado através das figuras 43 e 44.

Figura 43 – Detalhe de sistema de captação do SPDA

Fonte: (Autor)

Figura 44 – Detalhe de interligação do sistema de captação com descida


estrutural

Fonte: (Autor)

Para a sustentação dos cabos nas telhas, optou-se pela utilização de suportes,
os quais são fixados na telha por meio de uma cola. Isto evita que seja necessário
60

perfurar a telha metálica, o que geralmente causa infiltrações. Tal suporte é


exemplificado na figura 45.

Figura 45 – Detalhe de fixação do malha de captação na estrutura

Fonte: (Autor)

As descidas estruturais nada mais são que o aproveitamento das vigas e


colunas estruturais do projeto arquitetônico como caminhos que conectam a malha no
topo do edifício com a malha de terra. Sendo assim, o projeto de SPDA deve ser feito
com base no projeto arquitetônico e, mais uma vez, ressalta-se que o número e a
disposição das descidas dependem da disposição das colunas. Para as descidas
foram utilizados os pilares metálicos da edificação, sendo que estes pilares foram
conectados a malha de aterramento, conforme exemplificado na figura 46.

Figura 46 – Detalhe de interligação de descida estrutural com malha de


aterramento

Fonte: (Autor)
61

A malha de aterramento é constituída por caixas de inspeção e cabo de cobre


nú 50mm². É imprescindível que a malha seja executada com extrema eficiência, pois
esta possui a finalidade de dispersão da corrente de surto decorrente das descargas
atmosféricas.
O cabo de aterramento deverá ser alocado em valas, denominadas valas de
aterramento, e comprimido com camadas de bentonita e terra. Ao topo da vala deverá
haver uma caixa de inspeção, tal caixa possui a finalidade de análises dos sistemas
das condições do sistema de aterramento. Tais sistemas são exemplificados nas
figuras 47 e 48.

Figura 47 – Detalhe da vala de aterramento

Fonte: (Autor)

Figura 48 – Detalhe da caixa de inspeção

Fonte: (Autor)
62

2.8. Etapa 08 – Subestação de energia

Após criteriosamente planejada e quantificada toda a potência instalada, a


demanda para cada quadro e a demanda total do conjunto, o próximo passo será
realizar a escolha do transformador da subestação que atenderá o empreendimento.
Para realizar tal análise devemos considerar que tal equipamento deverá
atender todas as cargas inicialmente instaladas, bem como prover espaço para
expansão futura do sistema. Na tabela 2 apresentaremos a relação de cargas
consideradas no presente trabalho.

Tabela 2 - Descritivo de cargas


Potência Potência Potência
Fator de
Descrição Quantidade unitária Total Aparente
potência
(KW) (KW) (KVA)
ILUMINAÇÃO
Lâmpada Led tubular 13 W 2074 0,013 26,96 0,92 29,31
Lâmpada Led 3W 31 0,003 0,09 0,92 0,10
Lâmpada Led 4,5W 10 0,0045 0,045 0,92 0,05
Lâmpada Led 17W 9 0,017 0,153 0,92 0,17
Lâmpada fluorescente compacta 23W 123 0,023 2,83 0,60 4,72
Lâmpada vapor metálico 70W 7 0,07 0,49 0,92 0,53
Lâmpada vapor metálico 150W 1 0,15 0,15 0,85 0,18
Luminária de emergência 15W 5 0,015 0,075 0,85 0,09
Luminária de emergência 55W 2 0,055 0,11 0,85 0,13
AR CONDICIONADO
Ar Condicionado Split 9000 Btu/h 25 0,776 19,40 0,85 22,82
Ar Condicionado Split 12000 Btu/h 7 1,069 7,48 0,85 8,80
Ar Condicionado Split 18000 Btu/h 18 1,528 27,50 0,85 32,36
Ar Condicionado Split 24000 Btu/h 6 2,49 14,94 0,85 17,58
Ar Condicionado Split 36000 Btu/h 27 3,72 100,44 0,88 114,14
Ar Condicionado Split 48000 Btu/h 2 4,68 9,36 0,88 10,64
Ar Condicionado Split 60000 Btu/h 2 6,065 12,13 0,88 13,78
COMPUTADORES
Computadores 912 0,25 228,00 0,92 247,83
Impressora laser 10 0,9 9,00 0,92 9,78
Projetor Multimídia 20 0,5 10,00 0,85 11,76
UPS 40 kVA 1 32 32,00 0,80 40,00
MOTORES
Motor portão 1/3 CV 2 0,52 1,04 0,47 2,21
Bomba de recalque 1,5 CV 1 1,58 1,58 0,78 2,03
Bomba de incêndio 10 CV 1 8,43 8,43 0,83 10,16
Motor 3 CV 1 2,91 2,91 0,80 3,64
ELEVADOR
63

Motor Elevador 7,5 CV 2 6,9 13,80 0,85 16,24


ELETRODOMESTICOS
Geladeira 7 0,25 1,75 0,85 2,06
Freezer vertical 2 0,3 0,60 0,85 0,71
Forno Elétrico 1 1,5 1,50 0,85 1,76
Micro-ondas 3 0,75 2,25 0,85 2,65
Cafeteira Elétrica uso comercial 2 1,2 2,40 1 2,40
Freezer horizontal 3 0,5 1,50 0,85 1,76
Máquina de lavar louças 1 1,5 1,50 0,85 1,76
Chuveiro 5 5,5 27,50 1 27,50
Carga Total 567,92 639,63
Fonte: (Autor)

Conforme adotado para o dimensionamento da maioria dos quadros elétricos,


considerou-se um fator de utilização de 80% dos equipamentos simultaneamente,
sendo assim obtivemos o dimensionamento apresentado abaixo. Para o fator de
potência, visando atender as normas da concessionária de energia local (CEMIG),
optou-se pela utilização de 0,92 conforme recomendado das normas técnicas ND5.1
e ND5.2.

 Fator de demanda adotado = 0,8


 Demanda em KW = 567,92 x 0,8 = 454,34 kW
 Fator de potência = 0,92
 Demanda em kVA = 454,34/0,92 = 493,84 kVA

Conforme o dimensionamento realizado, verificamos que um transformador de


500KVA atenderia à solicitação inicial do empreendimento, no entanto, restringiríamos
o crescimento das cargas dentro do mesmo, sendo assim optou-se pela utilização de
um transformador de 750KVA, conforme apresentado abaixo e demonstrado na figura
49.

 Transformador adotado - 750 KVA - Isolação a vácuo - Delta - Estrela


aterrado;
 Tensão nominal no primário: 13,8 KV
 Tensão nominal no secundário: 380/220 V
 Impedância percentual: 6%
64

Figura 49 – Detalhe – Transformador 750KVA

Fonte: (WEG)

Tal equipamento será alimentado pela rede de distribuição de média tensão da


concessionária de energia CEMIG, com tensão nominal de 13,8 KV.
Após realizado o dimensionamento do transformador de alimentação, devemos
realizar o dimensionamento dos demais equipamentos, bem como a disposição dos
mesmos dentro da SE. Abaixo apresentaremos a lista de dimensionamento dos
equipamentos.

 Chave faca com abertura tripolar sob carga 15KV - 200A sem base fusível;
 Chave seccionadora tripolar 15KV - 400A com abertura sob carga - com base
fusível HH 63A;
 Isolador de pedestal 15KV;
 Cabo 15KV condutor de cobre isolado EPR/XLPE #25mm²;
 Terminal termocontrátil a frio - 15KV - uso interno;
 Eletroduto galvanizado Φ100mm - Conforme NBR 5598;
 Vergalhão de cobre eletrolítico 3/8";
 Suporte para cabo em cantoneira galvanizada;
 Disjuntor tripolar 15KV a vácuo motorizado - 1250A - capacidade de
interrupção de 600MVA;
65

 Iluminação de emergência com autonomia mínima de 120min.;


 Manopla seccionadora;
 Transformador de potencial (TP) de medição;
 Transformador de corrente (TC) de medição;
 Isolador de passagem, interno/interno;
 Suporte em ferragem tipo cantoneira 38x38x6mm para fixação de TP e TC;
 Caixa para medição modelo CM-4;
 Caixa para relé de proteção - UPRE7104 PEXTRON;
 Plataforma basculante;
 Tapete de borracha isolante - 15KV;
 Transformador de corrente (TC) de proteção RTC 50:5;
 Cabo de cobre nú 50mm² para malha de aterramento;
 Exaustor de ar instalado nas venezianas para auxiliar troca de calor do
ambiente;
 Chapa metálica 3/16" espessura dimensão 120cmX50cm para instalação de
bucha de passagem - separação de cubículo de medição;
 Eletroduto de aço zincado 1" 1/2;
 Conduletes múltiplo 2" em alumínio;
 Eletroduto de aço zincado 2";
 Conduletes múltiplo 1" em alumínio;
 Eletroduto de aço zincado 1";
 Curva 90º raio longo e, aço zincado 2";
 Haste de aterramento tipo cantoneira de aço zincado a fogo 5/8"x2,4m;
 Caixa de inspeção de sistema de aterramento;
 Porta corta fogo, P90 - 210x160cm;
 Arame zincado nº12 BWG com malha 30x30mm;
 Armação de cantoneira com ferro galvanizado;
 Suporte para TC em cantoneira 38x38x6mm;
 Barra de equalização em cobre 2"x1/2"x100m;
 Caixa para relé de proteção função 32 - URPE 2405 PEXTRON;
 Transformador de potencial (TP) de proteção - 15KV - Tipo 13,8/R3;
 Vidro aramado fixo para claridade;
66

 Suporte para isolador pedestal;


 Caixa de passagem de alumínio - dimensão 150x120x65mm - tipo condulete;
 Transformador 750KVA encapsulado em Epóxi sob vácuo DELTA-ESTRELA,
entrada 13,8kV - saída 0,38/0,22kV;
 Trilho da base do transformador;
 Porta de aço 210x110cm;
 Cabo de cobre flexível, 0,6/1KV - 240mm² HEPR (90ºC) - 4 condutores por
fase + 4 cabos para neutro.

Referente ao dimensionamento do cabo de 240mm², tal cabo foi dimensionado


conforme NBR5410 (Instalações elétricas de baixa tensão), sendo que para 3
condutores carregados, tal cabo apresenta capacidade de condução de 351A, sendo
assim para o transformador de 750KVA, temos:

 In = (750.000) / (1,73x380) = 1140,86A


 In / Inc =1140,86/351 = 3,25

Logo para atender a capacidade de condução solicitada pelas cargas, em


condições nominais de operação, necessitaremos da utilização de 4 condutores por
fase e 4 condutores destinados ao condutor neutro.
A distribuição de tais equipamentos, bem como a separação dos cubículos de
medição, proteção e transformação dar-se-á conforme apresentado nas figuras 50,
51, 52 e 53.
67

Figura 50 - Vista superior da S.E

Fonte: (Autor)

Figura 51 - Vista lateral dos cubículos da S.E – Vista A

Fonte: (Autor)
68

Figura 52 – Vista do cubículo de medição da S.E – Vista B

Fonte: (Autor)

Figura 53 – Vista do cubículo de proteção da S.E – Vista C

Fonte: (Autor)
69

Figura 54 – Vista do cubículo de Transformação da S.E – Vista D

Fonte: (Autor)

Em relação ao sistema de aterramento para os equipamentos da subestação,


uma malha de terra é projetada com dimensões pré-definidas e conectadas à malha
de terra do edifício pela caixa de equalização. As partes metálicas da subestação, tais
como carcaças de transformadores, equipamentos, portas e suportes metálicos, são
ligados diretamente à malha de aterramento através de condutores de cobre nu com
bitola de 35 mm2, conforme apresentado na figura 55.

Figura 55 – Malha de aterramento destinado à subestação

Fonte: (Autor)
70

Em relação aos eletrodos de aterramento, estes são cravados no solo com sua
extremidade superior acessível para inspeção pela concessionária (CEMIG) dentro de
uma cava, com o topo de cada haste situada abaixo da linha de acabamento do piso.
Cada cava deve ser revestida por argamassa ou tubo de PVC e protegida por tampa
de concreto ou ferro fundido. O valor da resistência de aterramento da malha não
deverá ser superior a 10 ohms, medida em qualquer época do ano. Além do
aterramento de todas as partes metálicas, serão conectados à malha de aterramento
o condutor neutro proveniente da rede da concessionária (CEMIG), assim como o
neutro do transformador.

2.8.1. Coordenação da proteção

Toda subestação de energia utiliza-se de um sistema de proteção, tal sistema


possui a finalidade de proteção dos equipamentos elétricos em caso de surtos
decorrente da rede de alimentação da concessionária de energia elétrica e/ou falha
dos equipamentos. O sistema de proteção deve ser corretamente dimensionado, pois
uma falha de operação e/ou operação indevida do sistema de proteção pode causar
uma parada total do sistema de alimentação elétrica, causando assim para total do
sistema. Para tal sistema de proteção optou-se pela utilização do relé URPE-2405 da
PEXTRON. Na coordenação da proteção principal da instalação foram considerados
os seguintes parâmetros:

 Tensão nominal do sistema: 13,8 kV;


 Demanda da instalação: 454,34 kW;
 Corrente nominal da instalação: 20,49 A;
 Corrente de partida (5% acima da corrente nominal de fase): 21,51 A;
 Corrente nominal de neutro (1/3 da corrente nominal de fase): 7,17 A;
 Corrente de partida de neutro (5% acima da corrente nominal de neutro): 7,52
A;
 Potência nominal do transformador: 750 kVA;
 Impedância percentual do transformador: 6%;
 Ponto ANSI de fase (vinte vezes a corrente nominal): 541,41 A;
 Ponto ANSI de neutro: 302,41 A;
71

 Corrente nominal do transformador (lado de média tensão): 31,41 A;


 Corrente de magnetização (oito vezes a corrente nominal): 251,28 A;
 Corrente de magnetização de neutro (1/3 da corrente de fase): 83,76 A;
 Corrente instantânea de fase (5% + corrente de magnetização): 263,84A;
 Corrente instantânea de neutro (5% + corrente de magnetização = 87,76A;
 Nível de curto-circuito trifásico: 2002 A
 Corrente primária do TC = 2002/50 = 40,04 = 50A
 Dial de tempo adotado para o relé – 0,19s

Referente ao TC, optou-se pela utilização de um transformador de corrente de


50/5, o qual atende os critérios de exatidão da concessionária de energia local
(CEMIG) que são de 10% para partida de fase e neutro. Foi adotado o Dial de tempo
de 0,19 para que o relé não atue na corrente de magnetização por 0,1s. Os parâmetros
utilizados no relé são apresentados na tabela 3.

Tabela 3 - Parâmetros aplicados no relé URPE-2405


Parâmetros do Relé
Fase-Fase Fase-Neutro
Ip = 21,51 A Ipn = 7,17 A
Curva E.I Curva E.I
Dial = 0,19s Dial = 0,19s
Idef fase = Máximo Idef Neutro = Máximo
Tdeff = Máximo Tdefn = Máximo
Inst. Fase = 263,84 A Inst. Neutro = 87,95 A
RTC = 10
Fonte: (Autor)

Após determinado os parâmetros do sistema de proteção e parâmetros que


deverão ser aplicados ao relé, podemos obter as coordenograma de proteção do
sistema. Sendo o mesmo apresentado abaixo na figura 56.
72

Figura 56 – Coordenograma de proteção

Fonte: (Autor)
73

2.9. Etapa 09 – Sistemas auxiliares – Grupo Motor gerador

O sistema de alimentação elétrica do empreendimento é composto por apenas


uma entrada de rede de alimentação proveniente da rede de distribuição da
concessionária de energia local (CEMIG), no entanto, tal modelo de alimentação
elétrica ocasiona vulnerabilidade a todos os processos executados no dia-a-dia da
instalação. Uma vez que qualquer problema oriundo da rede de alimentação da
concessionária de energia, impactaria diretamente na interrupção dos serviços
fornecidos pelo empreendimento. Para sanar tal problema optou-se pela utilização de
sistema de geração local, como sistema auxiliar da instalação.
Para implantação do sistema de geração foram definidos os parâmetros
apresentados abaixo.

 Optou-se pela utilização de um GMG (grupo motor gerador) de 500KVA, com


alimentação à diesel;
 A transferência do sistema de geração diesel ficará localizada em subestação
interna. Em condições de emergência (ausência da rede da CEMIG), o
sistema de geração diesel será acionado automaticamente para que possa
assumir a alimentação das cargas da unidade, evitando-se assim a
interrupção dos serviços.
 O sistema de geração a ser instalado na unidade não comtemplará
paralelismo permanente com a rede da concessionária de energia, nem
tampouco a transferência de potência do sistema de geração diesel para a
rede da concessionária;

3. CONCLUSÃO

Dentre as diversas áreas do campo de atuação de engenharia elétrica, a


elaboração de projetos elétricos é uma área que agrega e exige vasto conhecimento
técnico do engenheiro. Uma vez que para a elaboração de projetos para
empreendimentos de médio/grande porte requerem conhecimentos e análises de
diversas etapas e sistemas, tais como: sistemas de iluminação, alimentação de
cargas, climatização, rede lógica, dimensionamentos de subestação, proteção e
sistemas auxiliares. Tais conhecimentos são obtidos ao longo de todo o curso de
74

graduação de engenharia elétrica de maneira separada, sendo que ao executarmos


tais tipos de trabalhos analisamos a forma como todas se correlacionam.
A análise e escolha adequada das ferramentas que suportarão as atividades
desenvolvidas nas diversas etapas, impactará diretamente na produtividade do
engenheiro, nível de detalhamento e qualidade das informações apresentadas.
No presente trabalho procurou-se apresentar o máximo nível de qualidade e
detalhamento possível, com a finalidade de transparecer as diversas análises
realizadas e diversos correlações existentes entre os diferentes sistemas.

4. BIBLIOGRAFIA

Cotrim A. M., “Instalações Elétricas”, 3ª ed., São Paulo, Pearson Prentice Hall,
2009

ENGENHARIA 360. Tudo que você precisa saber sobre SPDA. Disponível em:
https://engenharia360.com/tudo-sobre-spda/. Acesso em: 22 mar. 2020.

FRIGELAR. Ar Condicionado: Convencional X Inverter. Disponível em:


https://www.frigelar.com.br/convencional-x-inverter. Acesso em: 21 mar. 2020.

MULTIPLUS, SOFTWARES TÉCNICOS. PRO- Elétrica | Software para projetos


elétricos prediais e residenciais. Disponível em: https://multiplus.com/software/pro-
eletrica/index.html. Acesso em: 19 mar. 2020.

SUPORTE ALTO QI. Dimensionamento do projeto de SPDA através do método das


malhas (Gaiola de Faraday). Disponível em: https://suporte.altoqi.com.br/hc/pt-
br/articles/115002636274-Dimensionamento-do-projeto-de-SPDA-atrav%C3%A9s-do-
m%C3%A9todo-das-malhas-Gaiola-de-Faraday-. Acesso em: 22 mar. 2020.

TECHTUDO. Como funciona o ar-condicionado convencional e o modelo split.


Disponível em: https://www.techtudo.com.br/artigos/noticia/2013/05/como-funciona-o-
ar-condicionado-convencional-e-o-modelo-split.html. Acesso em: 21 mar. 2020.

WEG. Transformadores a seco médio (até 3.000 KVA) IP00 Transformador seco
750.0KVA 13.8/0.38KV CST IP-00 AN Transformador Seco 750.0kVA 13.8/0.38kV
CST IP-00 AN. Disponível em:
https://www.weg.net/catalog/weg/BR/pt/Gera%C3%A7%C3%A3o%2C-
Transmiss%C3%A3o-e-Distribui%C3%A7%C3%A3o/Transformadores-a-
Seco/M%C3%A9dio-%28At%C3%A9-3-000-kVA%29/IP00/Transformador-Seco-750-
0kVA-13-8-0-38kV-CST-IP-00-AN/p/14543081. Acesso em: 23 mar. 2020.

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