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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

CURSO DE PSICOLOGIA

Aluno: Katharine de Oliveira Enomoto


R.A.: D494FG-3
Semestre: 9
Turno: Noite
Disciplina: Estratégias Específicas de Intervenção Psicológica
Professora: Doutora Fabiana Tavolaro Maiorino

Texto
MONTERO, MARITZA – Construcción, Desconstrucción y Crítica: Teoria y
Sentido de la Psicología Social Comunitaria em América Latina. IN CAMPOS, R.
H. F; GUARESCHI, P. (Orgs.) Paradigmas em Psicologia Social: A perspectiva latino-
americana. Editora Vozes, 2013. Capítulo 5, página 70-83.

Síntese
No capítulo objeto do presente fichamento, a autora propõe um resgate histórico
do surgimento da Psicologia Social Comunitária no contexto latino americano,
destacando que sua origem se deu em meio as crises política e social, à insatisfação
popular, e à necessidade de se propor novas práticas psicológicas que, até então, eram
dirigidas a demandas individuais, de modo que passassem a atender anseios sociais.

Principais ideias
A autora inicia o capítulo destacando que é através da crise que surgem
questionamentos capazes de propor mudanças, novas perspectivas, com o intuito de
atender o anseio dos insatisfeitos. E que foi justamente nesse contexto de crise e
insatisfação que a Psicologia Social Comunitária surgiu em território latino americano,
com o objetivo de buscar uma nova prática psicológica, capaz de atender os anseios
sociais, deixando o modelo clínico individualizado e elitizado, bem como a ideia de que
a comunidade serviria apenas como campo de pesquisa.
Prossegue a autora destacando que a psicologia social comunitária, desde o
início, assumiu um caráter ativo, dirigido a sociedade, visando propor ações e reflexões,
dando vozes aqueles que vivem o problema social, com a intenção de buscar soluções.
Desta feita, a psicologia social que até então era vista, predominantemente, como campo
de pesquisas, passa a ser um solo de ações, reflexões e prática psicológica.
Quanto aos aspectos epistemológicos, ressalta a autora que para a prática da
psicologia comunitária o sujeito e o objeto se relacionam e influenciam mutuamente,
não havendo cisão, de modo que formam uma única dimensão. São construtores e
construídos ao mesmo tempo, em um processo dinâmico e em movimento.
Em relação aos aspectos ontológicos, a natureza do ser, a psicologia comunitária
se dirige ao grupo, ao “actor social”, que ora será protagonista, ora expectador, mas a
quem deve ser dada a voz, já que conhecendo o cotidiano da comunidade pode criticar,
criar hipóteses, produzir conhecimentos científicos. O sujeito deixa de ser o investigado,
para assumir o papel de produtor de conhecimento científico.
No que se refere a relação mantida entre os psicólogos comunitários e esses
atores sociais, destaca a autora ser mútua, sendo pessoas unidas por laços historicamente
construídos dentro da comunidade, com objetivos comuns, que se influenciam
mutuamente, não podendo ser considerados sujeitos individualizados, mas interligados
pela comunidade.
Quanto a autoria do conhecimento produzido, uma vez que emana da relação do
pesquisador com os atores sociais, deve ser considerada produção da comunidade,
dirigida para atender aos seus anseios, propondo reflexões críticas o agente interno para
o externo e vice-versa. Quanto ao método, deve ser considerado o dialógico, dinâmico e
transformador, de modo que seja proposto a comunidade seu auto-estudo, e para quem
será destinado os benefícios.
Conclui a autora no sentido de que a psicologia social comunitária é um modelo
de ação, construída de maneira crítica e reflexiva.

Considerações Finais:

Conforme apontado pelo texto, a psicologia social comunitária surge em meio as


crises instaladas no território latino americano, principalmente na década de setenta, de
modo que tornou-se uma ferramenta de produção de conhecimento científico, ao passo
que foi dada voz a comunidade. Os sujeitos (atores sociais) passaram a ser ouvidos e a
influenciarem pesquisadores. Assim, conhecimentos foram compartilhados, reflexões
propostas e o indivíduo deixou de ser visto como um objeto de estudo, passando a
produzir conhecimento, com o intuito de ativamente contribuir para a melhora do
cotidiano da comunidade. Tornou-se um ser ativo política e socialmente.

Citações:

“la natureza de la relación entre investigadores-inter-ventores y las


personas que forman las comunidades, aquellas que em la investigatión tradicional
son llamadas “sujetos”, en tanto son objeto de conocimiento y acción, y cuyo
carácter activo em la producción del conocimiento es um aspecto fundamental
para este modelo.” (p. 72)
“La psicologia social comunitária se da en un mundo relacional. Su
objeto versa sobre formas específicas de relación entre personas unidas por lazos
identitarios construídos em relaciones historicamente estabelecidas que a sua vez
construyen y delimitan un campo: la comunidad.” (p. 79)

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