CURSO DE PSICOLOGIA
Texto
MONTERO, MARITZA – Construcción, Desconstrucción y Crítica: Teoria y
Sentido de la Psicología Social Comunitaria em América Latina. IN CAMPOS, R.
H. F; GUARESCHI, P. (Orgs.) Paradigmas em Psicologia Social: A perspectiva latino-
americana. Editora Vozes, 2013. Capítulo 5, página 70-83.
Síntese
No capítulo objeto do presente fichamento, a autora propõe um resgate histórico
do surgimento da Psicologia Social Comunitária no contexto latino americano,
destacando que sua origem se deu em meio as crises política e social, à insatisfação
popular, e à necessidade de se propor novas práticas psicológicas que, até então, eram
dirigidas a demandas individuais, de modo que passassem a atender anseios sociais.
Principais ideias
A autora inicia o capítulo destacando que é através da crise que surgem
questionamentos capazes de propor mudanças, novas perspectivas, com o intuito de
atender o anseio dos insatisfeitos. E que foi justamente nesse contexto de crise e
insatisfação que a Psicologia Social Comunitária surgiu em território latino americano,
com o objetivo de buscar uma nova prática psicológica, capaz de atender os anseios
sociais, deixando o modelo clínico individualizado e elitizado, bem como a ideia de que
a comunidade serviria apenas como campo de pesquisa.
Prossegue a autora destacando que a psicologia social comunitária, desde o
início, assumiu um caráter ativo, dirigido a sociedade, visando propor ações e reflexões,
dando vozes aqueles que vivem o problema social, com a intenção de buscar soluções.
Desta feita, a psicologia social que até então era vista, predominantemente, como campo
de pesquisas, passa a ser um solo de ações, reflexões e prática psicológica.
Quanto aos aspectos epistemológicos, ressalta a autora que para a prática da
psicologia comunitária o sujeito e o objeto se relacionam e influenciam mutuamente,
não havendo cisão, de modo que formam uma única dimensão. São construtores e
construídos ao mesmo tempo, em um processo dinâmico e em movimento.
Em relação aos aspectos ontológicos, a natureza do ser, a psicologia comunitária
se dirige ao grupo, ao “actor social”, que ora será protagonista, ora expectador, mas a
quem deve ser dada a voz, já que conhecendo o cotidiano da comunidade pode criticar,
criar hipóteses, produzir conhecimentos científicos. O sujeito deixa de ser o investigado,
para assumir o papel de produtor de conhecimento científico.
No que se refere a relação mantida entre os psicólogos comunitários e esses
atores sociais, destaca a autora ser mútua, sendo pessoas unidas por laços historicamente
construídos dentro da comunidade, com objetivos comuns, que se influenciam
mutuamente, não podendo ser considerados sujeitos individualizados, mas interligados
pela comunidade.
Quanto a autoria do conhecimento produzido, uma vez que emana da relação do
pesquisador com os atores sociais, deve ser considerada produção da comunidade,
dirigida para atender aos seus anseios, propondo reflexões críticas o agente interno para
o externo e vice-versa. Quanto ao método, deve ser considerado o dialógico, dinâmico e
transformador, de modo que seja proposto a comunidade seu auto-estudo, e para quem
será destinado os benefícios.
Conclui a autora no sentido de que a psicologia social comunitária é um modelo
de ação, construída de maneira crítica e reflexiva.
Considerações Finais:
Citações: