Você está na página 1de 28

1

DE BECO DO AÇÚCAR A TRAVESSA DEUSDETH FONTES: HISTÓRIA,


MEMORIAS E RESISTÊNCIA.

FROM ALLEY OF SUCAR TO TRAVESSA DEUSDETH FONTES:


HISTORY,MEMORIES AND RESISTANCE

Sergio da Silva Rocha

13 de Setembro de 2018

Resumo

Aracaju foi umas das primeiras cidades planejadas do país, seu traçado geométrico em formado
de tabuleiro elaborado pelo famoso engenheiro militar Sebastião José Basílio Pirro, teve a
missão de elaborar um projeto arquitetônico moderno que atendesse aos interesses da elite,
que precisava de novo porto para escoar suas mercadorias em 1855.

Nesse contexto o Tabuleiro de Pirro, surge com um novo projeto para a mais nova capital,
no Plano de Pirro se baseava no tabuleiro de xadrez, seu desenho tinha um quadrado de 32
quadras, cada uma com ruas de 110 metros. Tudo a partir de um ponto central, a Praça do
Palácio (atual Praça Fausto Cardoso). Mas o plano se desenvolveu a partir da Alfândega (atual
Centro Cultural de Aracaju) sentido sul, em direção da Avenida Barão de Maruim, margeando
o rio, respeitando a simplicidade geográfica do relevo e rigor geométrico dos cálculos. As
primeiras residências de alvenaria foram dos líderes da Região da Cotinguiba e de quem tinha
apoiado a transferência da capital. As demais eram de palha e pau a pique, onde moravam os
trabalhadores da nova capital.

Desse modo contrariando as linhas do Tabuleiro de Pirro, surge o Beco do Açúcar, entre as
ruas Laranjeiras e São Cristóvão, medindo cerca de 60 palmos ou equivalente 13,20 m, e sobre
isso este trabalho visa discutir o beco como espaço marginalizado, e sua metamorfose ao logo
do tempo, como se tornou em Travessa, como a elite aracajuana tentou remodelar sua imagem,
e como o beco traz sua memória e resistência popular ao longo da historiografia sergipana. E
sua aceitação ou não ao longo do tempo.

O objetivo central desse trabalho é trazer debates e questões sobre como o Beco do Açúcar,
é parte integrante de uma cidade, como um organismo vivo com suas interações, dinâmicas,
significados, usos e saberes.
Para isso utilizamos fontes: referencias bibliográficas históricas, referencias teóricos, disser-
tações e obras do gênero, passando pela Antropologia, Sociologia, História e outras áreas
afins, de modo a ter uma visão ampliada do nosso objeto de estudo. Nesse sentido foi utilizada
entrevistas, com um roteiro pré-estabelecido, de modo obter dados trazendo a memórias de
seus mais antigos comerciantes do beco, utilizando a historia oral como ferramenta pedagógica.

E também foram utilizadas entrevistas de alguns comerciantes, fazendo uso da memória e


historia oral.

Palavras-chaves: Beco; Resinificação;Memória;História;Resistência

Abstract

Aracaju was one of the first planned cities of the country, its geometric tracing in a board formed
by the famous military engineer Sebastião José Basílio Pirro, had the mission to elaborate a
modern architectural project that served the interests of the elite, that needed a new port to flow
their goods in 1855.

In this context the board of Pyrrhus appears with a new project for the new capital, in the Plan of
Pirro was based on the chessboard, its design had a square of 32 blocks, each with streets of
110 meters. All from a central point, the Palace Square (current Fausto Cardoso Square). But
the plan developed from the Customs (current Cultural Center of Aracaju) southwards, towards
the Avenida Barão de Maruim, bordering the river, respecting the geographical simplicity of the
relief and geometric rigor of the calculations. The first masonry residences were the leaders of
the Cotinguiba Region and of those who had supported the transfer of the capital. The rest were
straw and stick, where the workers of the new capital lived.

In this way, contrary to the lines of the Pyrrhus Board, there is the Sugar Alley, between
Laranjeiras and São Cristóvão streets, measuring about 60 spans or equivalent of 13.20 m, and
this work aims at discussing the alley as a marginalized space, and its metamorphosis to the
time, as it became in Travessa, as the Aracajuan elite attempted to reshape its image, and how
the alley brings its memory and popular resistance throughout Sergipan historiography. And its
acceptance or not over time.

The central objective of this work is to bring debates and questions about how Sugar Alley is an
integral part of a city, as a living organism with its interactions, dynamics, meanings, uses and
knowledge.

For this we use sources: historical bibliographical references, theoretical references, dissertations
and works of the genre, passing through Anthropology, Sociology, History and other related
areas, in order to have an expanded view of our object of study. In this sense, interviews were
used, with a pre-established script, so as to obtain data bringing the memories of its earliest
merchants from the alley, using oral history as a pedagogical tool.

And interviews were also used of some merchants, making use of memory and oral history.
3

Keywords: Alley; Ressignification; Memory; History;Resistance

INTRODUÇÃO
“De Beco do Açúcar a Travessa Deusdeth Fontes: História, memória e resis-
tência”, é um trabalho que procura investir na reflexão acerca de um espaço publico
urbano marginalizado pela carga ideológica de lugar de atraso, abandono, violência e
esquecimento do poder publico.
Beco sempre foi sinônimo de uma falha de projeto urbanístico, onde a noção
de progresso social financeiro industrial estaria na construção de ruas largas, bem
iluminadas, e com fácil acesso aos meios de produção, não faria sentido existir um
local como este. Nesse contexto surge o Beco do Açúcar, no famoso Tabuleiro de Pirro.
A capital sergipana, cidade de Aracaju foi uma das primeiras cidades brasileiras
planejadas, foi desenhada para atender a necessidades do estado, que precisava
de um porto para melhor escoar seus produtos. O primeiro presidente da Província
de Sergipe Del Rey, Inácio Joaquim Barbosa (1821-1855) transferiu oficialmente,no
dia 02 de março de 1855, a capital de São Cristóvão para o novo povoado portuário
que se erguia na foz do rio Sergipe. Em 17 de março do mesmo ano, Inácio Barbosa
apresentou o projeto que elevaria o povoado de Santo Antônio de Aracaju à categoria
de cidade. Matérias no Correio Mercantil, de 22 de março de 1955, na segunda
coluna; e no Diário de Pernambuco, de 05 de maio de 1955, sob o título “Interior”,
comentam a decisão. Foi Inácio Barbosa que contratou o engenheiro Sebastião José
Basílio Pirro para planejar a cidade, que foi construída formando quarteirões simétricos
que lembravam um tabuleiro de xadrez, ficando conhecida também como
Tabuleiro de Pirro.

Para Fernando de Figueiredo Porto (1911-2005), arquiteto, professor e ex - mem-


bro do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (IHGS) faz um seguinte comentário
em sua obra “Alguns Nomes Antigos do Aracaju”, ao se referir ao Beco do Açúcar,
hoje denominada oficialmente como Travessa Deusdeth Fontes:
[. . . ] Para quem manuseia os documentos oficiais dos primeiros tempos da
vida aracajuana e percebe o firme rigor com que eram aplicadas as rígidas linhas
do Plano de Pirro para a nova capital será uma surpresa verificar o aparecimento de
um beco,num dos primeiros e principais quarteirões que foram edificados.(PORTO,
2011,pag.15).
Segundo Porto nas suas próprias palavras existir um beco em um projeto tão
4

simétrico como o Tabuleiro de Pirro foi uma surpresa, e ainda continua dizendo que
nada justificaria o surgimento do mesmo, como vemos nessa citação adiante da mesma
obra:
[. . . ] Inteiramente fora de termo e vila, rompendo o enxadrezado básico do plano
e contestado a largura de 60 palmos (13,20 m) para as ruas. É hoje a Travessa Deusdeth
Fontes. Nada encontramos que justificasse ou explicasse seu aparecimento.(*Grifo
meu ) (PORTO, 2011, pag.15).
Fernando encerra esse mesmo parágrafo com uma possível explicação para o
aparecimento desse beco, ainda nas próprias palavras do autor :
[. . . ] Diziam, jocosamente que ele (o beco) carregava objetivos pedagógicos,
servindo nas escolas para os alunos soubessem o que era um “beco”,tão presente nas
antigas cidades. (PORTO, 2011, pag.15).
Desde modo este presente trabalho também analisara como o beco (Beco
do Açúcar), palavra com carga ideológica negativa, rua sem saída, estreita, peri-
gosa, imunda, atraso e marginal, passou por uma tentativa de reinvenção por parte
do poder público para um sentido de progresso: travessa (Travessa Deusdeth Fon-
tes),desenvolvimento,integração,futuro e harmonia social.
Beco: Atraso
Travessa: Futuro.
Apesar dessa tentativa frustrada de dar um resignificado ao antigo Beco do
Açúcar em transformar em Travessa, veremos adiante com mais detalhes, que a
marginalização ainda existe.

O Beco como espaço marginalizado

Numa definição encontrada no Dicionário Larousse de Língua Portuguesa, um


dos dicionários mais importantes e conhecidos no país, palavra Beco traz uma definição
carregada de significados estereótipos negativos tais como: “Rua estreita,e curta ,às
vezes pouco própria para o transito;viela”.(Larousse,pag.90).
A palavra Beco sempre esteve associado a descaso, a uma situação de aban-
dono, um lugar não recomendável para andar seja dia ou noite no pensamento do
senso comum. Quando dicionário traz essa definição de “as vezes pouco própria para
o transito..”, entendemos claramente que pode estar se referido ao transito de pessoas
e não somente de veículos entre outros semilares. A Palavra trânsito possui duplo
sentido.
Para a pesquisadora Elayne Messias Passos em sua tese de mestrado fica
5

mais evidente essa definição, como veremos a seguir: [. . . ] a manutenção dos becos
como ocupações clandestinas, sujas, escuras e, enfim, repulsivas e desordena-
das simboliza o contraponto aos espaços que trilham o caminho do desenvolvi-
mento e que, nessa condição, repelem o atraso e as mazelas sociais, conveni-
entemente escondidos nos becos. (PASSOS, pag.14).
Ela nos mostram uma visão do beco como um espaço marginalizado dentro as
cidades, com isso esse espaço público é muitas vezes ignorados pelo poder vigente , a
Antropologia Urbana é um ramo que dedica a estudar esses espaços públicos e suas
interações com meio social,suas representações e simbologias e usos.
Outro trecho que retrata bem essa carga ideológica acerca do beco dessa
mesma tese, Elayne argumenta: “Daí que estereótipo desfavorável construído a
respeito do beco, inclusive reproduzindo nas artes[. . . ]( * Referindo-se ao grafite
e as pichações)[. . . ] não é fruto acaso,mas da própria realidade fática, na qual
se constata que esse lugar costuma abarcar tudo o que é rejeitado pela socie-
dade.(Passos, pag. 15).
Elayne fez um excelente trabalho sobre o Beco dos Cocos, mostrando desde o
auge do beco a sua decadência. Este espaço era famoso para a boemia aracajuana no
inicio do século passado, com casas de shows, espetáculos noturnos, estabelecimentos
voltados aos jogos de azar, localizando as avenidas Otoniel Doria e Rua Santa Rosa,
ficava o famoso Vaticano, lugar de prazeres de baixo meretrício.
Esse espaço foi fundamental como pontos da boemia que iam para espa-
ços mais ocultos da sociedade aracajuana conversadora daquela época , sendo na-
quele momento. [. . . ] o Beco dos Cocos, o qual, muito bem situado no centro de
Aracaju,tornou-se, àquele momento, um dos principais destinos de diversão e
entretenimento da jovem capital.( PASSOS, pag. 15).
Voc êprec i
sarc ompr aressedocument opar ar emoveramar cad'
água.
Doc
ument
osde1
0pági
nass
ãogr
atui
tos
.

Youneedt
obuyt
hisdoc
umentt
oremovet
hewat
ermar
k.
1
0-pagedoc
ument
sar
efr
ee.
6

Voc
êpr
eci
sarc
ompr
ares
sedoc
ument
opar
aremoveramar
cad'
água.
Doc
ument
osde1
0pági
nass
ãogr
atui
tos
.

Youneedt
obuyt
hisdoc
umentt
oremovet
hewat
ermar
k.
1
0-pagedoc
ument
sar
efr
ee.

Creditos: Vaticano – ARACAJU – Foto do livro do MURILLO MELINS


Hoje a construção carece de restauração. Ainda assim, guarda nos detalhes da
sua fachada a magia nostálgica da Aracaju do início do século XIX.
7

Figura 1 – Foto atual da fachada do Vaticano

Creditos: Vaticano – ARACAJU – Foto do livro do MURILLO MELINS


“Edificação de dois pavimentos, com dezenas de quartos e pequenos
apartamentos, que abrigavam comerciantes, feirantes, algumas famílias humil-
des e prostitutas [. . . ] No interior do Vaticano, havia uma pequena praça pela
qual entrava luz do sol e ventilação para as acomodações do andar superior. Na
parte térrea, existiam armazéns de secos e molhados e casas de ferragens e, na
lateral, pequenos negociantes como funileiros que fabricavam bicas de flandres,
fifós,Vocêpr ec
canecos is
earcompr ares
brinquedos sed
de oc ume
latas, ntopar ar
vendedoresemodeveramar
cordas, cad'água.
peneiras, bocapios
Doc
e os populares Bumbas umen tosde1
(pequenos 0pdepósitos)
ági
nass ãog rat
ondeuit
o s.
engarrafavam e vendiam
bebidas baratas, como aguardentes, vinhos de jenipapo, murici e jurubeba. De-
vidos suas Yo uneedt
dimensõesobu eythi
seu sestilo
doc ume nttor emoverecebeu
arquitetônico, thewat eromark. de Vaticano”
nome
10-
( MELINS, Murillo, 2007, pag. pa gedoc
363) ument saref ree.
8

Figura 2 – Foto atual do Beco do Coco

Creditos: Vaticano – ARACAJU – Foto do livro do MURILLO MELINS

“No Beco dos Cocos, além do Cassino Bela Vista e o Dancing Xangai, es-
tava a Pensão de Marieta, a mais elegante e seleta, freqüentada por banqueiros,
comerciantes, industriais e rapazes da elite. Ali encontravam-se as mais caras e
bonitas damas da noite.”( MELINS, Murillo, 2007, pag. 364)
1.2 O “beco sem saída”: Marginalização do Beco do Açúcar
Voc
Aêpreci
sarc
Travessa omprares
Deusdeth sedoc
Fontes ument opar
oficialmentea r
emov
como eramar c
conhecida ad'ág
hoje ua
se .
tornou um
Doc
beco famoso por oferecerume nt
maisosd e1 0pág
variados inass
tipos ãoserviços
de gr atuit
os .
desde conserto de eletro
portáteis, cortes de cabelos, acessórios para celulares em geral, além de um restaurante
Younee
popular, atraindo dt obuy
sempre at hisdo
prole c
doucomercio,
mentt ore mov
que et
temhe wat
essa e rmar
opção k. uma comida
por
mais em conta,sem grandes 10- pagedoc ument
deslocamentos. sar
Hoje efr
ee
uma .
característica marcante é grande
número de profissionais de beleza, principalmente manicures e pedicures.
Profissionais que encontraram nesse beco uma fonte de renda para sustento
próprio ou de seus familiares, no comercio informal, que é a única solução para quadro
atual do país, que conta hoje com mais de 14 milhões de desempregados, segundo
dados mais recentes divulgados pelo IBGE.
O Beco do Açúcar ou Travessa Deusdeth
, como já vimos, antes aqui nesse trabalho, sempre teve vocação natural ao
9

comercio, desde sua origem como uma pequena refinaria de açúcar, daí o nome de
sua origem, passando a ter no mesmo período a ter pequenas oficinas de funileiros,
sapateiros, marceneiros e pequenas bodegas.
Porém andando nas principais ruas do calçadão do Centro Histórico, fica muito
clara diferença, a começar pela estrutura física das lojas e produtos expostos ao público,
e atenção dado pela prefeitura a essas lojas. É como se o beco fosse um “estranho
no ninho”,sendo um membro que embora faça parte do calçadão ,não seja muito
reconhecido por sua importância econômica,estética ,histórica ou social.
É como se fosse apenas o “beco do mijo”, como era conhecido antes da ins-
talação dos sanitários públicos por volta da décadas de 1980. Na primeira gestão de
Teófilo Dantas como Intendente da Capital, rebatizou de Beco do Açúcar para Travessa
Municipal através do Ato n° 22,em 1929,realizando algumas obras de infraestrutura no
local.
Em sua obra aqui citada de Fernando Porto traz uma citação interessante
acerca da marginalização da palavra beco,e como a palavra travessa ganha um sentido
moderno, vejamos a seguir nas palavras do autor do Beco do Açúcar:
“ Esta breve noticia sobre o velho Beco do Açúcar dà-nos oportunidade
para mostrar um aspecto interessante da nomenclatura urbana do Brasil: o des-
prezo, a marginalização da palavra beco. Até fins do século passado, ela era
aceito, sem nenhuma restrição, em várias de nossas localidades ,raras a que
não possuía, pelos menos um.”
Desse modo Porto nos traz a justificativa da mudança da palavra beco para
travessa, afim de mostrar o quanto era pejorativo essa terminologia.
Nesse sentido o antigo Beco do Açúcar passou para o nome Travessa Municipal,
Vocêprec
até atualmenteis
arc
em ompr are
Travessa ssedoc ume
Deusdedith ntopar
Fontes. aremoveramar cad' água.
Doc
ument
osde1
0pági
nass
ãogr
atui
tos
.

Youneedt
obuyt
hisdoc
umentt
oremovet
hewat
ermar
k.
1
0-pagedoc
ument
sar
efr
ee.
10

Figura 3 – Legend

Foto atual da Travessa Deusdedith Fontes


Creditos: Travessa Deusdete Fontes, esquina com o Calçadão da Rua Laranjei-
ras em Aracaju/SE.
Fotos: Antônio José Marques Silva.
Reproduzidas do blog: amarqueshistoria.blogspot.com.br
Vocêprecis
arc ompr ares sedocument opar aremoveramar c
ad'
água.
Doc
ument
osde1
0pági
nass
ãogr
atui
tos
.

Youneedt
obuyt
hisdoc
umentt
oremovet
hewat
ermar
k.
1
0-pagedoc
ument
sar
efr
ee.
11

Figura 4 – Legend

Voc
êpr
eci
sarc
ompr
ares
sedoc
ument
opar
aremoveramar
cad'
água.
Doc
ument
osde1
0pági
nass
ãogr
atui
tos
.

Youneedt
obuyt
hisdoc
umentt
oremovet
hewat
ermar
k.
1
0-pagedoc
ument
sar
efr
ee.
O Beco do Açúcar

• 1) O Beco do Açúcar: Um ponto fora da curva no Tabuleiro de Pirro

Localizado hoje entre as Ruas Laranjeiras e São Cristóvão, o antigo Beco


do Açúcar era um local onde no inicio do século funcionava uma pequena refinaria
de açúcar instalada na esquina com a Rua Laranjeiras em sentido ao lado leste,
12

funcionando até do século XX, chamada de Refinaria São João, após ser adquirida
pelo comerciante João Batista Capell.
O Beco do Açúcar era formado por pequenas oficinas de funileiros, sapateiros,
marceneiros, dentre outros ofícios e tinham algumas pequenas bodegas. O Beco vivia
em uma situação precária, tinha péssima pavimentação, esgoto correndo a céu aberto.
Década de 20.
Açúcar - nomes antigos do Aracaju. Aracaju: Gráfica Editora J. Andrade PORTO,
Fernando de Figueiredo. Alguns

Figura 5 – Legend

Voc
êpr
eci
sarc
ompr
ares
sedoc
ument
opar
aremoveramar
cad'
água.
Doc
ument
osde1
0pági
nass
ãogr
atui
tos
.

Youneedt
obuyt
hisdoc
umentt
oremovet
hewat
ermar
k.
1
0-pagedoc
ument
sar
efr
ee.
14

Figura 7 – Legend

Sanitário Público - Travessa Deusdeth Fontes - Década de 80.


Jornal Gazeta de Sergipe nº 7.306- 23/02/198

O Porquê Travessa Deusdeth Fontes?


Voc êprec isarc ompr ares sedoc ument opar aremoveramar cad'água.
Como em todaDoc uconstrução
ment osde1 histórica
0pági nano
ssãmundo,
ogratuia
tonecessidade
s. de escrever
uma grande historia que celebre os personagens tradicionais é marcante também
na historiografia tradicional sergipana que está recheada com grandes pensadores,
Youneedt obuyt hisdoc umentt or emovethewat er
mar k.
políticos, médicos, engenheiros e outras figuram que celebram a presença marcante
10-pagedoc ument sarefree.
desses nomes nas ruas e avenidas de Aracaju e do estado, e não é de se estranhar
que o antigo Beco do Açúcar, após a aprovação de uma Lei municipal 79/1951 passou
se chamar Travessa Deusdedith Fontes, irmão famoso do jornalista Lourival Fontes.
Lourival Fontes
“Lourival Fontes nasceu em Riachão do Dantas (SE) no dia 20 de julho de 1899,
filho de Sizínio Martins Fontes e de Maria Prima de Carvalho Fontes. Nono filho do
casal, nasceu após a morte do pai e foi criado juntamente com os irmãos pela mãe,
enfrentando sérias dificuldades financeiras ao longo da infância e da adolescência.
16

rarquia obteve maior êxito, cobrindo o período de agosto de 1931 a abril de 1932. De
tendência fascista, contava com colaboradores como Olbiano de Melo, Francisco de
San Tiago Dantas, Otávio de Faria, Alexandre Barbosa Lima Sobrinho, José Maria Belo,
Hélio Viana, Gustavo Lessa, Carneiro Leão e Plínio Salgado.
Nutrindo grande admiração por Mussolini, que considerava uma das grandes
figuras do cenário político do século XX, Lourival Fontes lançou-se a acesas polêmicas
com italianos antifascistas residentes no Brasil. Em artigo na revista Gerarchia, editada
em Milão, na Itália, Mussolini dizia só haver três pessoas fora de seus país que
conheciam o fascismo: Lourival Fontes no Brasil, Lugoni no Chile e Galvez na Argentina.
Em depoimento prestado à revista Senhor, Fontes afirmou “nunca ter abandonado o
socialismo”, por considerar que os princípios dessa doutrina não eram incompatíveis
com os da religião católica. Embora concordasse em linhas gerais com as conclusões de
Karl Marx, considerava que suas teorias estavam defasadas para a época, necessitando
de uma revisão. Defendia a aproximação da Igreja e do Estado e por isso apoiou as
reivindicações de dom Sebastião Leme no sentido de que fossem criados sindicatos
católicos. Vargas autorizou em 1931 a organização dessas agremiações e também o
ensino de religião nos cursos primário, secundário e normal.
Ainda em 1931, com a posse de Pedro Ernesto Batista como interventor no
Distrito Federal, Lourival Fontes foi nomeado funcionário da prefeitura, tendo exercido
os cargos de oficial-de-gabinete, diretor-geral de Turismo, diretor de Matas e Jardins,
diretor do Montepio Municipal e secretário municipal de Finanças.
A partir de março de 1932, integrou, ao lado de Augusto Frederico Schmidt,
San Tiago Dantas, Raimundo Padilha e Antônio Gallotti, entre outras personalidades, a
seção carioca da Sociedade de Estudos Políticos (SEP). Criada por Plínio Salgado em
São Paulo no início do ano com o objetivo de divulgar a literatura fascista produzida no
Voc
exterior ê
eparec i
s
obra arc
de ompr ares
escritores sedoc ume
brasileiros nt opar aremo
identificados ver
com ama
as rcad
idéias 'água. essa
autoritárias,
sociedade constituiuDo c
umume ntosde
centro de1 0pági
reflexão na ss ãogr at
ideológica, ui
t
doos . nasceria o Manifesto
qual
integralista de 1932 e a Ação Integralista Brasileira (AIB). Embora adepto do fascismo
Youda
e colaborador nee dtoLourival
SEP, buyt hisFontes
doc ume ntt
não or emov
chegou aeestabelecer
t hewat erma r k.
vínculos com Plínio
Salgado. Segundo seu depoimento,
10-pagedo “o
cuintegralismo
ment sar eftinha
ree. uma doutrina, mas não tinha
um chefe. . . e estes movimentos são mais de fidelidade a homens do que a idéias”.
Ainda segundo suas palavras, “o integralismo nasceu sem nenhuma influência de minha
parte”.
Durante a gestão de Joaquim Pedro Salgado Filho no Ministério do Trabalho
(1932-1934), participou da comissão que regulamentou a jornada de oito horas de
trabalho na indústria (decreto de 4 de maio de 1932). Logo após o término da Revolução
Constitucionalista em outubro de 1932, foi nomeado diretor da Secretaria do Gabinete
da Prefeitura do Distrito Federal, gozando de grande prestígio junto ao interventor
18

Aliança Nacional Libertadora (ANL) e pelos levantes deflagrados em 1935 em Natal,


Recife e Rio de Janeiro.
Segundo seu depoimento, a Constituição de 1937, “com os erros que o tempo
corrigiria”, teria sido, por seu caráter unitário, a melhor carta de que o país já dispôs,
porque visava integrar o operariado aos outros setores da sociedade civil, além de
eliminar os “caciquismos” regionais e as colônias estrangeiras “que formavam ver-
dadeiros quistos no país”. O golpe teria representado uma necessidade moral, uma
exigência política e a libertação econômica do país pelo fomento aos setores de base,
como demonstraria a criação, em 1941, da Companhia Siderúrgica Nacional. Em sua
opinião, o Estado Novo fez nascer no país “o socialismo moderado e o nacionalismo
intransigente. O jornal alemão Oldenburgische Staatszeitung, em artigo difundido no
Brasil pelo governo, elogiava o “caráter democrático da Constituição de 1937”.
Em 1938, o DPDC passou a chamar-se Departamento Nacional de Propaganda
(DNP). Ainda sob a direção de Lourival Fontes, o DNP, através da Agência Nacional,
ministrava informações ao povo, utilizando o rádio e outros órgãos de divulgação. Tinha
como objetivo fazer a propaganda do Estado Novo dentro e fora do país, assim como
estabelecer a censura à imprensa. A esse tempo, a Agência Nacional tinha organizado
e mantinha em pleno funcionamento uma vasta rede de comunicações com o público.
Cabia ao DNP irradiar diariamente o informativo oficial Hora do Brasil. No dia 7 de
fevereiro de 1938, foram proibidas as transmissões radiofônicas em língua estrangeira
em todo o território nacional, bem como a importação e circulação de jornais e revistas
publicadas no exterior.
No dia 7 do mês seguinte, Vargas assinou o Decreto nº 300, tornando definitiva
a isenção de taxas alfandegárias sobre o papel e estabelecendo ao mesmo tempo a
necessidade de autorização do Ministério da Justiça para a abertura de novos jornais e
Voc
revistas.êOpr eci
s arc
governo o mprares
pressionava s
eadimprensa
oc ument o par ar emoveratravés
principalmente amar ca d'
da água.
concessão dos
favores fiscais sobreDoocument
papel. Aos de10pági
tramitação nas
dos sãogr at
pedidos ui
de tos .
isenção era rápida. Quando
um jornal desagradava o DNP, o andamento dos requerimentos era retardado até que
Youne
os responsáveis edt
pelo o buyt
órgão hi
de sdocumen
imprensa tt or emo
tivessem vet
que hewat
recorrerer
ama rk. Fontes para
Lourival
a liberação. Mantendo uma 1
0postura
- paged ao
oc mesmo
ument satempo
r
ef r vigilante
ee . e repressiva em relação
a tudo que pudesse atentar contra o governo e o regime, o DNP determinou, em
junho de 1938, o fechamento de jornais pernambucanos, por desenvolverem atividades
político-partidárias.

À frente do DIP
No dia 27 de dezembro de 1939, pelo Decreto-Lei nº 1.915, o governo federal
criou, em substituição ao DNP, o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP),
20

do Brasil e de outras instituições, distribuindo-as entre os jornais de sua predileção.


Utilizando fotografias, artigos e notícias produzidas pela Agência Nacional, o DIP
chegou a fornecer mais de 60% da matéria divulgada pelos jornais. Financiou também
extra-oficialmente um grande número de jornalistas para que dessem às suas matérias
um tom simpático ao governo.
Entre as revistas que o DIP publicava, destacou-se a Cultura Política — Revista
Mensal de Estudos Brasileiros, que, sob a direção de Almir de Andrade, circulou de
março de 1941 a fevereiro de 1945. Suas principais propostas eram promover uma
nova concepção de cultura, unificando a ordem política e social sob a égide do Estado
— um dos fundamentos centrais do projeto ideológico estado-novista —, e “definir e
esclarecer” o rumo das transformações políticas e sociais do país. Além dos principais
ideólogos do Estado Novo, como Francisco Campos, Antônio José Azevedo Amaral,
Almir de Andrade e Lourival Fontes, a revista contava com a colaboração eventual
de intelectuais das mais diversas correntes, como Nélson Werneck Sodré, Graciliano
Ramos e Gilberto Freire, que se detinham em assuntos relacionados com a história, a
literatura e o folclore.
Por outro lado, com o ataque japonês a Pearl Harbour em dezembro de 1941 e
a subseqüente entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, aumentaram
as pressões sobre o governo brasileiro, até então neutro, para que rompesse com
as potências do Eixo. Entre os que eram abertamente favoráveis à adesão do Brasil
aos Aliados estavam Osvaldo Aranha, ministro das Relações Exteriores, e Artur de
Sousa Costa, ministro da Fazenda. Aranha e Sousa Costa enfrentavam, entretanto,
a resistência de setores ponderáveis do governo, liderados pelo ministro da Guerra,
Eurico Dutra, pelo chefe do Estado-Maior do Exército, general Pedro Aurélio de Góis
Monteiro, e pelo chefe de polícia do Distrito Federal, Filinto Müller.

Voc êpjaneiro
Em r
ecis ar comp
de raroes
1942, sedorompeu
Brasil cument o par ar
relações emo veramar
diplomáticascad'
com á
agua.
Alemanha, a
Itália e o Japão. NoD oc
diau4me
denjulho
tosde 10pági
seguinte, nasestudantes
os s
ãogr at uit
os.
promoveram uma passeata
pelas ruas do Rio de Janeiro em apoio aos países aliados. A seu lado se colocaram
Youne
Osvaldo Aranha eed tobuy
Ernâni dot
h isdoc
Amaral uPeixoto,
mentt ointerventor
removet he wa
no ter mar
estado k.Rio de Janeiro.
do
Ainda assim, o chefe de1 polícia
0 -pageFilinto
doc umeMüller
nt sar foif
e rao
ee.gabinete de Vasco Leitão da
Cunha, encarregado do expediente do Ministério da Justiça na ausência do ministro
Francisco Campos, para tentar impedir a manifestação. Leitão da Cunha negou-se a
proibi-la, ocorrendo forte discussão entre ambos. A passeata realizou-se, aguçando
as contradições dentro do governo. Em decorrência da crise, no dia 17 de julho foram
demitidos de seus cargos Filinto Müller, Francisco Campos, Vasco Leitão da Cunha e
Lourival Fontes, este substituído na direção do DIP pelo major Antônio José Coelho
dos Reis. Em agosto de 1942 o Brasil, juntando-se aos Aliados, declarou guerra aos
países do Eixo.
21

Em 1943, Lourival Fontes começou a colaborar em O Jornal e tornou-se repre-


sentante do Brasil no Conselho Administrativo do Bureau Internacional do Trabalho,
cargo que ocupou até o ano seguinte, tendo participado de conferências em Londres e
na Filadélfia (EUA).
Nomeado no dia 3 de janeiro de 1945 embaixador do Brasil no México, assumiu
o posto no dia 29 do mesmo mês, tendo chefiado a delegação brasileira à Conferência
de Alimentação e Agricultura em Quebec, no Canadá, e representado o Brasil na
Conferência das Municipalidades, em Lyon, na França. Com a deposição de Vargas
pelas forças armadas em 29 de outubro de 1945, marcando o fim do Estado Novo,
Lourival Fontes pediu exoneração do cargo de embaixador, a qual lhe foi concedida por
decreto de 10 de novembro do mesmo ano.

No Gabinete Civil
Em 1950, participou ativamente da campanha de Getúlio Vargas para as eleições
presidenciais de outubro. Vitorioso, Vargas nomeou-o para a chefia do Gabinete Civil
da Presidência da República.
Em junho de 1951, Samuel Wainer fundou o jornal Última Hora, que se tornou o
órgão por excelência de defesa do governo, quando todos os grandes jornais do país
colocavam-se na oposição. Em depoimento posterior à revista O Cruzeiro, Lourival
Fontes divulgou bilhetes de Vargas, provenientes de seu arquivo pessoal, comprovado-
res da importância que o presidente dava àquele periódico. O chefe do Gabinete Civil
constantemente recebia ordens de apurar as críticas e denúncias de irregularidades
publicadas em Última Hora.
Ainda nos primeiros meses de seu segundo governo, preocupado com a renova-
Voc
ção da êpr ecis
estruturaarc
da ompr ares s
edo
administração, cument
Vargas opar
criou ar
umaemo verama
comissão rcad'águ
presidida a.Lourival
por
Doc
Fontes com o objetivo ume
de nt osde
elaborar 1
um0p ági nass
anteprojetoãode
gratuitos
reforma.administrativa, restabe-
lecendo o sistema de mérito para efeito de promoção no serviço público. A comissão,
integrada ainda
Youn por
eed Cleanto
t
obuyt de
hiPaiva
sdoc Leite,
ume ntt Arísio
or emodevViana,
ethewSebastião
atermar k.Santana e Silva
e Rômulo de Almeida, previu1
0- pem
ageseu
docanteprojeto
ument sar eofcontrole
r
ee. da gestão das empresas
estatais e uma série de funções que mais tarde seriam exercidas pelos ministérios da
Indústria e do Comércio, criado em 1961, e do Interior, de 1967. Esse anteprojeto, no
entanto, só seria encaminhado ao Congresso no dia 31 de agosto de 1953.
A partir de 1953, intensificou-se a atuação das forças de oposição ao governo,
capitaneadas pela União Democrática Nacional (UDN). Em meados do ano, o jor-
nal Tribuna da Imprensa, de propriedade do udenista Carlos Lacerda, um dos maiores
opositores de Vargas, acusou o diretor de Última Hora de ter-se aproveitado de seus
vínculos com o governo para obter empréstimos no Banco do Brasil. Uma comissão
22

parlamentar de inquérito (CPI) foi constituída para apurar essa denúncia, enquanto
Lourival Fontes declarava que em sua administração Vargas apenas se utilizara do ma-
terial humano disponível, sendo-lhe impossível controlar a eventual prática de suborno
entre seus auxiliares. A CPI encerrou seus trabalhos em novembro, concluindo que os
financiamentos obtidos por Samuel Wainer haviam sido concedidos “à margem das
condições normais”. Em janeiro de 1954, a Última Hora seria obrigada a saldar suas
dívidas com o Banco do Brasil.
Paralelamente, o estabelecimento do monopólio estatal do petróleo, no dia 3
de outubro de 1953, e o aumento em 100% no salário mínimo, no início de 1954, por
proposta do ministro do Trabalho João Goulart, aprofundaram a crise política no país.
Em fevereiro, 82 coronéis e tenentes-coronéis assinaram um documento dirigido à
alta hierarquia militar — o chamado Manifesto dos coronéis — protestando contra
a exigüidade dos recursos destinados ao Exército e a duplicação do salário mínimo.
Opinando sobre a crise, Lourival Fontes sugeriu a Vargas que demitisse Goulart, o qual
foi exonerado naquele mesmo mês.
Na madrugada do dia 5 de agosto de 1954, foi assassinado na rua Toneleros,
no Rio, o major-aviador Rubens Vaz, num atentado cujo alvo era Carlos Lacerda, que
foi ferido com um tiro no pé. Nesse mesmo dia, em conversa com o vice-presidente
João Café Filho, Lourival Fontes considerou não ser conveniente a adoção de qualquer
medida de emergência, como a substituição do chefe de polícia, general Armando de
Morais Âncora. Alertou contudo Vargas sobre a possibilidade de o governo ser envolvido
no caso, já que as suspeitas recaíam sobre elementos ligados à guarda pessoal do
presidente e que um de seus filhos, Lutero Vargas, fora chamado a depor. Getúlio
decidiu então dissolver a guarda pessoal e substituir o chefe de polícia, desgastado
no cargo. Refutando sugestão de Lourival Fontes, apoiada por Café Filho, para que
nomeasse o general Nélson de Melo, no dia 10 de agosto Vargas decidiu indicar para o
Voc êprecisarcompr ares sedoc ument opar ar emoveramar c ad' água.
cargo Paulo Francisco Torres.
Doc ument osde1 0pági nass ãogr at ui
tos.
Com a comprovação do envolvimento da guarda pessoal do presidente no
atentado da You needt obauy
Toneleros, thisdoc ume
Aeronáutica ent
atoremove
Marinha thewat
passaramerama rk. sua renúncia.
exigir
No dia 21 de agosto, Café 1 Filho
0-pagepropôs
docume anVargas
tsaref raeerenúncia
. simultânea de ambos,
com a posse interina de Carlos Luz, presidente da Câmara dos Deputados, o qual
convocaria o Congresso para eleger o novo presidente em 30 dias. No dia seguinte,
Lourival Fontes comunicou a Café Filho a recusa de Vargas à proposta.
Na noite de 23 de agosto, após conversar longamente com Lourival Fontes sobre
a proposta de Café Filho, que fora endossada pelo deputado da UDN Afonso Arinos de
Melo Franco em discurso pronunciado na Câmara naquele mesmo dia, Vargas pediu
ao seu chefe do Gabinete Civil para que marcasse uma visita oficial ao Amapá e ao
Pará para quatro dias depois. Afirmou a necessidade de ser lançado um manifesto
25

Voc
êpr
eci
sarc
ompr
ares
s CONCLUSÃO
edocument
opar
aremoveramar
cad'
água.
Doc ument osde1 0pági nass ãogr atui
tos.
Desse modo este presente trabalho tenta demonçstrar como a palavra beco foi
marginalizada no decorrer do tempo, adquirindo uma conatação pejorativa ao referir
Youneedt obuyt hisdoc umentt oremovet hewater mar k.
ruas e vielas laterais dos grandes centros urbanos, e como essa palavra rementiam ao
10-pagedoc ument saref ree.
atraso, caos, violência e exclusão no modelo de administração pública.
Nesse contexto surge o Beco do Açúcar, que fugindo ao modelo tradicional
desenhado no Tabuleiro de Pirro, esse beco surge como um apêndice entre o desenvol-
vimento do Centro Histórico e a marginalização desse espaço público pela sociedade
comercial e a elite intelectual.
Vimos como essa mesma elite buscou dar uma resignificação ao Beco do
Açúcar, a denominar posteriormente de Travessa Municipal e logo em seguida com
o nome atual de Travessa Deusdeth Fontes. Com isso a tentativa de transformar o
26

beco marginal em local reconhecido como local de integração, por isso a necessidade
utilizar um nome que fizesse a algo importante, e nada melhor do que Deusdeth Fontes,
irmão de Lourival Fontes, importante figura histórica e intelectual de nosso estado e
nacionalmente, lembrado e reconhecido por todos.
Ficando o comerciante a sobra de seu irmão maior, Deusdeth Fontes era apenas
um comerciante que administrava uma empresa chamada Fonte & Cia, porém isso não
impediu que o mesmo fosse reservado um lugar de memória ao beco pouco prestigiado.
É interessante notar que o Beco do Açúcar, desde sua origem sua vocação
natural ao comercio foi fundamental para sua resistência ao longo do tempo como um
espaço popular,inicialmente como uma pequena refinaria de açúcar,daí o nome pelo
qual deu nome ao beco.
Embora o beco nunca tenha gozado de prestigio e reconhecimento que dos que
fazem parte do Calçadão entre suas ruas principais do comercio aracajuano.
Outra característica marcante atualmente é o comercio baseada em consertos
de eletro domésticos e utilidades para o lar, e ainda é possível encontrar lojas dedicadas
a celulares e acessórios em geral. Porém a característica principal agora é o grande
numero pequenos salões de beleza oferecendo seus serviços a um custo popular.
Com isso foi possível observar as metamorfoses ao longo tempo e sua importân-
cia histórica, social, econômica que passaram de Beco do Açúcar até a se transformar
em Travessa Deusdeth Fontes.

Voc
êpr
eci
sarc
ompr
ares
sedoc
ument
opar
aremoveramar
cad'
água.
Doc
ument
osde1
0pági
nass
ãogr
atui
tos
.

Youneedt
obuyt
hisdoc
umentt
oremovet
hewat
ermar
k.
1
0-pagedoc
ument
sar
efr
ee.
Apêndices

Voc
êpr
eci
sarc
ompr
ares
sedoc
ument
opar
aremoveramar
cad'
água.
Doc
ument
osde1
0pági
nass
ãogr
atui
tos
.

Youneedt
obuyt
hisdoc
umentt
oremovet
hewat
ermar
k.
1
0-pagedoc
ument
sar
efr
ee.
28

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
PORTO, Fernando de Figueiredo. Alguns nomes do Aracaju. Aracaju: Editora
J. Andrade Ltda. 2011.
PASSOS, Elaine Messias. Intervenções no centro de Aracaju: um estudo
acerca do Beco dos Cocos. São Cristóvão/SE. Tese de Dissertação em Antropologia.
UFS , 2013.
COSTA, Luana Régia/ Costa, Davi Cavalcante. Estruturas Toponímica em
Aracaju/SE: DO BECO DO AÇÚCAR À TRAVESSA DEUSDETH FONTES UM PA-
NORAMA HISTÓRICO PELAS RUAS DE ARACAJU. Artigo
BARRETO, Luiz Antônio. Dicionário Prático de Nomes e Denominações de
Aracaju. Acessível em: www.aracaju.infonet.com.br/serigysite. Acesso 2018-09-02.
PORTO, Fernando de Figueiredo. Alguns nomes antigos do Aracaju. Aracaju: Gráfica
Editora J. Andrade, 2003.

Voc
êpr
eci
sarc
ompr
ares
sedoc
ument
opar
aremoveramar
cad'
água.
Doc
ument
osde1
0pági
nass
ãogr
atui
tos
.

Youneedt
obuyt
hisdoc
umentt
oremovet
hewat
ermar
k.
1
0-pagedoc
ument
sar
efr
ee.

Você também pode gostar