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Prof. Dr.

Hugo Morais
Departamento de Geografia da UFRN

TEMA: EDUCAÇÃO E PAPEL DO PROFESSOR-EDUCADOR


NA PRÁTICA DA LIBERDADE

OBJETIVO DA AULA
Refletir sobre o papel dos educadores e dos educandos na
construção de um saber necessário para a cidadania plena,
na visão de Paulo Freire.

ROTEIRO DA AULA
01. Debater a concepção bancária de educação.
02. Definir e debater a educação como problematizadora
e necessária para o processo de libertação dos sujeitos.
Prof. Dr. Hugo Morais
Departamento de Geografia da UFRN

PERGUNTAS CENTRAIS DA AULA

Como a educação pode ser libertadora?

Qual o papel dos educadores (e dos educandos) na


construção de um saber necessário para a
cidadania plena?
Prof. Dr. Hugo Morais
Departamento de Geografia da UFRN

O AUTOR E A OBRA
Pedagogo de PE que se destacou por
seu trabalho na área da educação
popular, voltada tanto para a
escolarização quanto para a formação
da consciência política.

Pedagogia do Oprimido (1974) é um


dos mais conhecidos trabalhos de
Paulo Freire. O livro propõe uma
pedagogia com uma nova forma de
relacionamento entre professor,
estudante e sociedade.
"Educação para a consciência“.
Freire, Paulo.
O AUTOR E A OBRA

Quem foi Paulo


Freire?

A importância de
pedagogia do
oprimido.

Freire, Paulo.
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Departamento de Geografia da UFRN

CRÍTICA A CONCEPÇÃO BANCÁRIA DE EDUCAÇÃO

A educação bancária é uma visão e prática de educação que


se baseia num processo de doação de quem sabe para quem
não sabe: “Na visão “bancária” da educação, o “saber” é uma
doação dos que se julgam sábios aos que julgam nada saber”.

É um processo de relações marcadas pela narração e


dissertação de conteúdos.

O que leva a construção de um sujeito narrador – o educador


– e o outro que se faz um objeto paciente, ouvinte, no caso, o
educando.
Freire, Paulo.
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CRÍTICA A CONCEPÇÃO BANCÁRIA DE EDUCAÇÃO

Educação “bancária”: o papel do educador e o educando

O educador aparece com um ser indiscutível, o agente;

Ao educando cabe receber informações, guardá-las e arquivá-


las;

Na visão “bancária” da educação, o “saber” é uma doação dos


que se julgam sábios aos que julgam nada saber.

Freire, Paulo.
Prof. Dr. Hugo Morais
Departamento de Geografia da UFRN

CRÍTICA A CONCEPÇÃO BANCÁRIA DE EDUCAÇÃO

Freire, Paulo.
Prof. Dr. Hugo Morais
Departamento de Geografia da UFRN

CRÍTICA A CONCEPÇÃO BANCÁRIA DE EDUCAÇÃO

Freire, Paulo.
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CRÍTICA A CONCEPÇÃO BANCÁRIA DE EDUCAÇÃO

Nesse processo, a educação [bancária] é um “ato de


depositar”.

Onde os alunos passam a ser recipientes, “vasilhas”, que são


cheias pelo educador de conteúdos desconexos:
“A narração, de que o educador é o sujeito, conduz os
educandos à memorização mecânica do conteúdo narrado. Mais
ainda, a narração os transforma em “vasilhas”, em recipientes a
serem “enchidos” pelo educador. Quanto mais vá “enchendo” os
recipientes com seus “depósitos”, tanto melhor educador será.
Quanto mais se deixem docilmente “encher”, tanto melhores
educandos serão”. Freire, Paulo.
Prof. Dr. Hugo Morais
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CRÍTICA A CONCEPÇÃO BANCÁRIA DE EDUCAÇÃO

Os educadores são os “comunicadores” e os educandos os


“memorizadores” e “repetidores” de conteúdos.

“Eis aí a concepção “bancária” da educação, em que a única


margem de ação que se oferece aos educandos é a de
receberem os depósitos, guardá-los e arquivá-los. Margem
para serem colecionadores ou fichadores das coisas que
arquivam. No fundo, porém, os grandes arquivados são os
homens, nesta (na melhor das hipóteses) equivocada concepção
“bancária” da educação. Arquivados, porque, fora da busca,
fora da práxis, os homens não podem ser”.
Freire, Paulo.
Prof. Dr. Hugo Morais
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CRÍTICA A CONCEPÇÃO BANCÁRIA DE EDUCAÇÃO

Práticas e implicações sociais da educação “bancária”


A educação bancária satisfaz aos interesses dos opressores;
Possibilita a manutenção de uma falsa generosidade (ações de
caráter paternalista);

Transforma a mentalidade dos oprimidos e não a situação que


os oprime, com o intuito de melhor dominá-los;

Busca inibir um pensamento autêntico.


“Seres de” e não “seres para si”; Nega a vocação do Ser mais;
Há uma grande quantidade de educadores que servem a esse
sistema sem ter consciência disso. Freire, Paulo.
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CRÍTICA A CONCEPÇÃO BANCÁRIA DE EDUCAÇÃO

Práticas e implicações sociais da educação “bancária”

À educação cabe, cada vez mais, apassivar os educandos;

A concepção bancária nutre-se de um amor à morte;

Controlar o pensar e a ação. Nunca libertar.

Em certo momento, essa incapacidade de pensar e de produzir


pode gerar uma frustração e o sofrimento nos homens.

Freire, Paulo.
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CRÍTICA A CONCEPÇÃO BANCÁRIA DE EDUCAÇÃO

A educação “bancária”

Os educandos são vistos como sujeitos adaptáveis,


moldáveis. Isso é um grande problema, pois esses educandos
não irão fazer uma leitura da realidade para buscar modificá-
las.

A educação bancária não estimula o poder criador dos


educandos. Minimiza a sua criatividade e seu senso crítico.
Havendo um processo de domesticação dos educandos.

Freire, Paulo.
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CRÍTICA A CONCEPÇÃO BANCÁRIA DE EDUCAÇÃO

A educação “bancária”

A educação bancária sugere uma dicotomia entre os homens


e o mundo: “Homens simplesmente no mundo e não com o
mundo e com os outros. Homens espectadores e não recriadores
do mundo”.

Para a concepção bancária, não cabe ao educador “[...] nenhum


outro papel que não o de disciplinar a entrada do mundo nos
educandos. Seu trabalho será, também, o de imitar o mundo”.

Freire, Paulo.
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CRÍTICA A CONCEPÇÃO BANCÁRIA DE EDUCAÇÃO

A educação “bancária”

Não há construção de um conhecimento, mas um processo de


memorização de conteúdos que são impostos aos alunos:
“Não pode haver conhecimento pois os educandos não são
chamados a conhecer, mas a memorizar o conteúdo narrado
pelo educador”.

Essa educação é uma forma alienar o educando ou mantê-lo na


alienação.

Freire, Paulo.
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EDUCAÇÃO LIBERTADORA

A educação libertadora [problematizadora]


A educação para liberdade se dá na prática de transformação
do mundo em que o sujeito está inserido.
“É práxis, que implica na ação e na reflexão dos homens sobre
o mundo para transformá-lo”.

Essa educação não percebe o sujeito como vaio, mas como um


ser transformador.

Como um sujeito inserido e capaz de problematizar dos homens


em suas relações com o mundo.
Freire, Paulo.
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EDUCAÇÃO LIBERTADORA

A educação libertadora é uma educação


problematizadora:

“[...] A educação problematizadora coloca, desde logo, a


exigência da superação da contradição educador-
educandos”.

Não é possível uma educação libertadora sem a


problematização do mundo/realidade e sem o diálogo.

Freire, Paulo.
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EDUCAÇÃO LIBERTADORA

A educação problematizadora parte da perspectiva de


incluir os sujeitos no tempo e no espaço:

“[...] enquanto a problematizadora parte exatamente do


caráter histórico e da historicidade dos homens”.

Por isso, reconhece que os sujeitos são seres inacabados e


inconclusos.

Freire, Paulo.
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EDUCAÇÃO LIBERTADORA

A educação problematizadora permite ao aluno realizar


uma reflexão sobre seu mundo [território vivido], num
processo de imersão e crítica a realidade:

“[...] a educação problematizadora, de caráter


autenticamente reflexivo, implica num constante ato de
desvelamento da realidade. [...] busca a emersão das
consciências, de que resulte sua inserção crítica na
realidade”.

Freire, Paulo.
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EDUCAÇÃO LIBERTADORA

A educação problematizadora se fundamenta na


criatividade dos sujeitos:

“[...] servindo à libertação, se funda na criatividade e


estimula a reflexão e a ação verdadeiras dos homens
sobre a realidade, responde à sua vocação, como seres
que não podem autenticar-se fora da busca e ria
transformação criadora”.

Freire, Paulo.
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EDUCAÇÃO LIBERTADORA: O PAPEL DO EDUCADOR E


O EDUCANDO

O educador problematizador, com os educandos, possuem


o papel de proporcionar condições em que se dê a
superação do conhecimento no nível da “doxa” [conjunto de
juízos de uma sociedade] pelo verdadeiro conhecimento, o
que se dá no nível do “logos”.

Freire, Paulo.
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Importância do diálogo e da reflexão entre professor e


aluno
A educação problematizadora, de caráter autenticamente
reflexivo, implica um constante ato de desvelamento da
realidade.

Busca a emersão das consciências;

Inserção crítica na realidade;

Perspectiva do diálogo e da conscientização.

Educador-educando com educando-educador. Freire, Paulo.


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Práticas e implicações sociais da Educação Libertadora

Relação horizontal;

Interdependência: homem/mundo-mundo/homem;

O homem como sujeito atuante e transformador.

Freire, Paulo.
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SUGESTÃO:

Série: Paulo Freire vivo

Programa Paulo Freire Vivo 7 - Educação Bancária x


Educação Problematizadora

Programa produzido pela TVUFPB com apresentação do


professor Afonso Scocuglia.

https://youtu.be/dNK41Err0jE
DÚVIDAS, CRÍTICAS E SUGESTÕES
hugo.geografia@yahoo.com.br

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