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Bruno Bertoncello1
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Psicólogo Organizacional no Hospital das Clínicas de Goiás (HC-UFG) e
mestrando em Psicologia Social, Organizacional e do Trabalho na Universidade de
Brasília.
2
Ph.D. em Sistemas Instrucionais pela Florida State University, EUA. Professor
Titular do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília.
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Palavras-Chaves: Suporte Organizacional; Saúde Mental;
Levantamento Bibliográfico.
1. Introdução
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(LIMA, 2011). Embora haja empresas que realizem atividades voltadas à
diminuição do sofrimento psíquico de seus colaboradores, com ações em
Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), normalmente essas atividades
ficam restritas ao indivíduo, ignorando as questões organizacionais. Nesse
sentido, visam sanar problemas instalados com pouca, ou nenhuma,
preocupação, na busca de soluções para as causas dos mesmos
(FERREIRA, ALVES & TOSTES, 2009).
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Tróccoli e Paz (2000). É formada por seis fatores, sendo dois deles
específicos dela:
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# Ano Autores PSO ou SO? Antecedentes Qtd Sujeitos
Bradley e
3 2002 PSO Distress 351 Enfermeiros ingleses
Cartwright
Funcionários de empresas e
4 2003 Asad e Khan PSO Estresse e Burnout 70
bancos privados
Oliveira, Tristão
7 2006 PSO Burnout 30 Profissionais de UTI
e Neiva
Trabalhadores de
12 2011 Alves PSO Bem-estar no trabalho 340
enfermagem
Enfermeiros, técnicos e
13 2012 Panunto PSO Burnout 400
auxiliares de enfermagem
Funcionários de
Chiuzi, Siqueira
17 2012 PSO Bem-estar 200 organizações públicas e
e Martins
privadas
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2. Saúde Mental dos Trabalhadores
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enfatizam grandemente o sofrimento e a infelicidade humana. Apoiando-
se em diversas teorias psicológicas, o modelo de bem-estar psicológico
possui seis componentes (COVACS, 2006):
1 — Autoaceitação;
2 — Autonomia;
4 — Autonomia;
5 — Domínio do ambiente; e
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a — Satisfação com colegas
b — Satisfação com chefia
c — Satisfação com salário
d — Satisfação com promoções
e — Satisfação com tarefas
Uma escala foi desenvolvida para sua mensuração, com três fatores
(PASCHOAL e TAMAYO, 2008): afetos positivos, afetos negativos e
realização (que avalia a percepção de desenvolvimento de habilidades e
potencialidade, e alcance de metas de vida através do próprio trabalho),
englobando BES e BEP.
4. Estresse
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fisiológica e comportamental do indivíduo para se adaptar aos estímulos
internos e externos (MAGALHÃES, 2006), sendo inerente à vida humana
na busca pela sobrevivência. Porém, nem todos sofrem da mesma forma
ao passarem pelas mesmas situações. O individuo precisa perceber a
demanda como estressora e esta ultrapassar suas habilidades de
enfrentamento, para assim, desencadear reações negativas em seu
organismo (TAMAYO, MENDONÇA & SILVA, 2011).
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autocrático e a falta de consideração pelos gerentes em relação aos seus
subordinados potencializam o estresse nos funcionários. Um suporte social
bem desenvolvido servirá de protetor contra baixos níveis de estresse,
mas, por outro lado, quando o suporte social é inexistente ou deficitário
pode ser um fator de estresse, para Hansen, Rasmussen, Kyed, Nielsen e
Andersen (2012). Porém, em pesquisa realizada com soldados em missão
de paz em Kosovo, tendo quatro momentos de coleta de dados (de antes
do início da missão, com seis meses de duração, indo até nove meses
após o termino dela), Barnes, Nickerson, Adler e Litz (2013), encontraram
forte influência de estresse na POS e não o oposto.
5. Burnout
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3 — Diminuição da realização profissional (ou ineficácia), no qual a
autoavaliação do profissional é negativa, levando a sentimentos de
incompetência, inadequação, frustração, infelicidade, etc.
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realização profissional, porém não entre PSO e despersonalização
(JIANWU e XIANGQIAN, 2013).
6. Depressão e Ansiedade
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vidas e 6% se analisados apenas os últimos 30 dias (ANDRADE &
GORENSTEIN, 1998).
7. Conclusão
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No que tange ao tipo de pesquisa, foi encontrada apenas uma
pesquisa longitudinal, esse tipo de verificação é importante para
aprofundar o conhecimento sobre a efetiva relação entre suporte
organizacional e a saúde mental dos trabalhadores.
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