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REGRA ESPECÍFICA PARA A CERTIFICAÇÃO DE FIOS E CABOS

ELÉTRICOS PARA TENSÕES ATÉ 750 V FABRICADOS DE ACORDO


COM A NORMA NBR 6148

SUMÁRIO

1. Objetivo
2. Campo de Aplicação
3. Responsabilidade
4. Documentos complementares
5. Siglas e abreviaturas
6. Definições
7. Atribuições
8. Condições Gerais
9. Condições Específicas
10. Administração da Marca de Conformidade
11. Solicitação de Licença para o Uso da Marca de Conformidade
12. Processo de Certificação
13. Manutenção do Processo de Avaliação do Fornecedor e da Certificação
14. Organização e Controle da Marca de Conformidade
15. Produtos Importados
16. Compromissos do OCP
17. Obrigações do Fornecedor
18. Reclamações
19. Paralisação da Fabricação e/ou Importação
20. Fiscalização
Anexo A – Ensaios e Amostragem
Anexo B – Requisitos para Avaliação do Controle da Qualidade da Fábrica

1 OBJETIVO

Esta Norma estabelece as condições para a certificação de fios e cabos elétricos até 750 V,
fabricados de acordo com a norma NBR 6148.

2 CAMPO DE APLICAÇÃO

Esta Norma aplica-se a:


2.1 à DICEP/DINQP/INMETRO para exercer a atividade de credenciamento de OCP
2.2 ao OCP credenciado pelo INMETRO para exercer a certificação na área de fios e cabos
elétricos até 750 V.
2.3 às empresas que pretendam fabricar ou fabricam fios e cabos elétricos até 750 V
2.4 às empresas que pretendam importar ou importam fios e cabos elétricos até 750 V, para
comercialização em território nacional
2.5 aos Órgãos delegados do INMETRO para a realização da fiscalização de produtos
certificados

3 RESPONSABILIDADE

A responsabilidade pela revisão desta Norma é da DINQP/DICEP.


4 DOCUMENTOS COMPLEMENTARES

NBR 5111:1997 Fios de cobre nus, de seção circular, para fins elétricos – Especificação

NBR 5410:1997 Instalações elétricas de baixa tensão – Procedimento

NBR 5426:1985 Planos de amostragem e procedimentos na inspeção por atributos –


Procedimento

NBR 5456:1997 Eletricidade Geral - Terminologia

NBR 5471:1997 Condutores elétricos - Terminologia

NBR 6148:1997 Condutores isolados com isolação extrudada de cloreto de polivinila (PVC)
para tensões até 750 V - Sem cobertura – Especificação

NBR 6238:1988 Fios e cabos elétricos - Envelhecimento térmico acelerado – Método de


ensaio

NBR 6239:1986 Fios e cabos elétricos - Deformação a quente – Método de ensaio

NBR 6241:1985 Tração à ruptura em materiais isolantes e coberturas protetoras extrudadas


para fios e cabos elétricos – Método de ensaio

NBR 6242:1980 Verificação dimensional para fios e cabos elétricos – Método de ensaio

NBR 6243:1980 Choque térmico para fios e cabos elétricos – Método de ensaio

NBR 6245:1995 Fios e cabos elétricos - Determinação do índice de oxigênio – Método de


ensaio

NBR 6246:1986 Fios e cabos elétricos - Dobramento a frio – Método de ensaio

NBR 6247:1986 Fios e cabos elétricos - Alongamento a frio – Método de ensaio

NBR 6251:2997 Cabos de potência com isolação sólida extrudada para tensões de 1 kV a 35
kV – Construção – Padronização

NBR 6812:1995 Fios e cabos elétricos - Queima vertical (fogueira) – Método de ensaio

NBR 6813:1981 Fios e cabos elétricos - Ensaio de resistência de isolamento – Método de


ensaio

NBR 6814:1985 Fios e cabos elétricos - Ensaio de resistência elétrica – Método de ensaio

NBR 6880:1997 Condutores de cobre mole para fios e cabos isolados – Características –
Padronização

NBR 6881:1981 Fios e cabos elétricos de potência ou controle - Ensaio de tensão elétrica –
Método de ensaio
NBR 7040:1986 Fios e cabos elétricos - Absorção de água – Método de ensaio

NIE-DINQP-034 Utilização do Logo

NIE-DINQP-067 Critério para Seleção e Utilização de Laboratórios de Ensaios

NBR ISO 9002:1998 Sistema da Qualidade – Modelo para Garantia da Qualidade


em Produção, Instalação e Serviços Associados

ABNT ISO IEC GUIA 28:1993 Regras Gerais para um Modelo de Sistema de Certificação de
Produtos por Terceira Parte

ABNT ISO IEC GUIA 39:1993 Guia para Apresentação de Resultados de Inspeção

ABNT ISO IEC GUIA 53:1993 Uma abordagem de Utilização do Sistema da Qualidade de um
Fornecedor em Certificação de Produto por Terceira Parte

Resolução CONMETRO Nº, de 11/12/1997, publicada no DOU em 10/03/1998

5 SIGLAS E ABREVIATURAS

CONMETRO Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial


DICEPCoordenação geral de produtos
DINQP Diretoria de Normalização, Qualidade e Produtividade.
INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade industrial
OCP Organismo de Certificação de Produto Credenciado pelo INMETRO
SBC Sistema Brasileiro de Certificação
SCT Subcomissão Técnica
UO Unidade Organizacional

6 DEFINIÇÕES

Para fins desta Norma, são adotadas as definições de 6.1 à 6.7.

6.1 Marca de Conformidade do SBC


Marca registrada, aposta ou emitida de acordo com os critérios estabelecidos pelo INMETRO, com
base nos princípios e políticas adotados no âmbito do SBC, indicando existir um nível adequado de
confiança de que os fios e cabos elétricos até 750 V estão em conformidade com as respectivas
normas técnicas relacionadas no item 4 desta Norma.

6.2 Licença para o Uso da Marca de Conformidade do SBC


Documento, emitido de acordo com os critérios estabelecidos pelo INMETRO, com base nos
princípios e políticas adotados no âmbito do SBC, pelo qual um OCP outorga a um fornecedor,
mediante um contrato, o direito de utilizar a Marca de Conformidade, em seus produtos, de acordo
com esta Norma.

6.3 Organismo de Certificação de Produto


Organismo público, privado ou misto, sem fins lucrativos, de terceira parte, credenciado pelo
INMETRO, de acordo com os critérios por ele estabelecidos, com base nos princípios e políticas
adotadas no âmbito do SBC.

6.4 Comissão de Certificação do OCP


Comissão constituída, no mínimo, por representantes do OCP, do laboratório contratado para a
realização dos ensaios e de entidades representativas do produto certificado.

6.5 Auditoria de terceira parte


Exame sistemático e independente das partes envolvidas, visando determinar se as atividades da
qualidade e seus resultados estão de acordo com as disposições planejadas, se estas foram
implementadas com eficácia e se são adequadas à consecução dos objetivos.

6.6 Órgão Fiscalizador


Órgão de direito público com poderes legais para fiscalizar o cumprimento da certificação de
conformidade dos fios e cabos, de acordo com o convênio assinado com o INMETRO.

6.7 Fornecedor
Representante legal, pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, que
desenvolve atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização de fios e cabos elétricos até 750 V.

7 ATRIBUIÇÕES

7.1 INMETRO
Órgão Credenciador do SBC responsável pela gestão da aplicação desta Norma.

7.2 OCP
Organismo responsável pela implementação dos programas de certificação, aprovados no âmbito do
CBC, e pela concessão da licença para o uso da Marca de Conformidade do SBC, conforme
determinado nesta Norma.

8 CONDIÇÕES GERAIS

8.1 Todos os fios e cabos elétricos até 750 V comercializados no País devem atender ao
especificado nesta Norma e na legislação em vigor.

8.2 A Marca de Conformidade do SBC nos fios e cabos elétricos até 750 V tem por objetivo
indicar a existência de nível adequado de confiança de que o produto está em conformidade com as
normas técnicas específicas relacionadas no item 4 desta Norma.

8.3 O uso da Marca de Conformidade do SBC nos fios e cabos elétricos até 750 V está vinculada
à concessão de licença emitida pelo OCP, conforme previsto nesta Norma, e aos compromissos
assumidos pelo fornecedor através do contrato de licença para o uso da Marca de Conformidade do
SBC firmado com o mesmo.

8.4 Todo fornecedor de fios e cabos elétricos até 750 V, deve obter licença para o uso da Marca
de Conformidade, conforme modelo 5 definido na resolução CONMETRO 08/92.
8.5 A licença para uso da Marca de Conformidade, concedida mediante contrato firmado entre o
OCP e o fornecedor, deve conter os seguintes dados:

a) razão social, nome fantasia, endereço completo e C.G.C. do fornecedor;


b) dados completos do OCP;
c) número da licença para o uso da Marca de Conformidade do SBC;
d) data de emissão e validade;
e) identificação da certificação;
f) assinatura do responsável do OCP;
g) anexo contendo os tipos e modelos dos produtos com as respectivas normas técnicas
correspondentes, conforme estabelecido nesta Norma.

8.6 Caso haja revisão das normas técnicas específicas e/ou desta Norma, com base nas quais foi
concedida a licença para o uso da Marca de Conformidade, o INMETRO, estabelecerá prazo para
adequação às novas exigências.

8.7 A responsabilidade pelo uso da Marca de Conformidade é do fornecedor licenciado, não


podendo ser transferida para o OCP e/ou INMETRO. A licença para o uso da Marca de
Conformidade não substitui as exigências previstas na legislação brasileira.

9 CONDIÇÕES ESPECÍFICAS

9.1 A Identificação da Certificação no âmbito do SBC para fios e cabos elétricos até 750 V está
estabelecida na NIE-DINQP-034, em conformidade com a resolução do CONMETRO número 02
de 11/12/1997, publicada no DOU em 10/03/1998.

9.1.1 A marcação dos fios e cabos e das embalagens e etiquetas deve atender a norma NBR 6148
e as regulamentações técnicas pertinentes emitidas pelo INMETRO.

9.1.2 Para fios e cabos com seções iguais ou maiores que 1,5 mm2 , a identificação da certificação
é obrigatória no produto, na embalagem e nas etiquetas. Para as seções menores que 1,5 mm2 a
identificação da certificação do SBC e do OCP no produto é opcional, sendo, porém, obrigatória na
embalagem e etiquetas.

9.2 O fornecedor tem responsabilidade técnica, civil e criminal referente aos seus produtos, bem
como a todos os documentos referentes à certificação, não havendo hipótese de transferência desta
responsabilidade.

9.3 O OCP deve assegurar-se que a aposição da Marca de Conformidade seja feita de forma
indelével e visível bem como de que os produtos sejam rastreáveis.

10 ADMINISTRAÇÃO DA MARCA DE CONFORMIDADE

A administração da licença para o uso da Marca de Conformidade compreende as seguintes etapas:

a) análise pelo OCP, da solicitação do fornecedor para obtenção da licença para o uso da Marca
de Conformidade;
b) análise da documentação do fornecedor;
c) auditoria inicial do fornecedor;
d) avaliação do Controle de Qualidade da fábrica, segundo o anexo B;
e) ensaios conforme Anexo A;
f) apreciação do processo na Comissão de Certificação;
g) assinatura do contrato objeto de licença;
h) emissão da licença para o uso da Marca de Conformidade;
i) supervisão e controle do licenciamento;
j) ensaios e avaliações de acompanhamento.

11 SOLICITAÇÃO DE LICENÇA PARA O USO DA MARCA DE CONFORMIDADE

11.1 O OCP deve analisar a solicitação e dar ciência ao fornecedor das condições para a realização
dos trabalhos com base nesta Norma, informando-o se há pendência de documentação ou
informações.

11.2 A solicitação de certificação para um produto deve ser feita a um OCP pelo fornecedor.

11.2.1 A condição de representante legal do fabricante do produto, estrangeiro ou nacional, deve


estar clara no formulário de solicitação.

11.3 No formulário de solicitação, devem constar, no mínimo, as seguintes informações:

a) designação e descrição do produto;


b) razão social do fornecedor, endereço e pessoa de contato;
c) razão social do fabricante, endereço da unidade fabril e pessoa de contato;
d) documentos de referência (normas ou regulamentos técnicos).

11.4 O OCP deve orientar o fornecedor quanto à documentação referente ao produto, que deve
acompanhar a solicitação, bem como aos requisitos técnicos dispostos nesta Norma.

12 PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO

12.1 Auditoria e Ensaio

12.1.1 O OCP, após análise e aprovação da solicitação e da documentação, deve programar a


realização da auditoria inicial, de comum acordo com o fabricante, para a verificação do
atendimento dos requisitos estabelecidos no Anexo B e a realização dos ensaios iniciais do Anexo
A.

12.1.2 Durante os ensaios iniciais, devem ser realizados os ensaios de tipo completos em todas as
amostras. Quando os ensaios iniciais forem realizados em protótipos, no máximo até 60 (sessenta)
dias após a emissão da licença, devem ser realizados ensaios em amostra coletada no estoque pronto
para expedição, para confirmação do resultado inicial.

12.1.3 Os ensaios de tipo são aqueles relacionados no Anexo A e nas normas técnicas relacionadas
no item 4 desta Norma.

12.1.4 Os ensaios de tipo devem ser realizados em laboratórios de acordo com os critérios
estabelecidos da NIE-DINQP-067.

12.1.5 Os ensaios de acompanhamento são aqueles relacionados no Anexo A e nas Normas


Técnicas relacionadas no item 4 desta Norma.
12.1.6 O laboratório de ensaio não pode divulgar os resultados dos ensaios, devendo encaminhá-lo
em caráter reservado ao OCP.

12.1.7 As condições de envio das amostras ao laboratório de ensaio devem ser acordadas entre o
OCP, o fornecedor e o laboratório, observados os cuidados especiais que as mesmas requerem
quanto à embalagem, identificação, prazo e forma de envio ao laboratório.

12.1.8 O solicitante deve definir em conjunto com o OCP a data para a auditoria inicial. A auditoria
inicial deve ser realizada tendo como documento base a norma NBR ISO 9002. No caso específico
de fabricantes novos, cuja licença de instalação e funcionamento tenha menos de 18 (dezoito)
meses, na auditoria inicial são aplicáveis os itens da NBR ISO 9002 indicados abaixo, caso o
fabricante ainda não possua o Sistema de Qualidade totalmente implantado:

a) 4.8 – Identificação e rastreabilidade;


b) 4.9 – Controle de processo;
c) 4.10 – Inspeção e ensaios;
d) 4.11 – Controle de equipamentos de inspeção, medição e ensaios;
e) 4.12 – Situação de inspeção e ensaios;
f) 4.13 – Controle de produto não conforme;
g) 4.14 – Ação corretiva e preventiva;
h) 4.15 – Manuseio, armazenamento, embalagem, prevenção e entrega;
i) 4.16 – Controle de registros da qualidade.

12.1.8.1 Nesse caso, o fornecedor deve finalizar a implantação dos requisitos do Sistema,
visando atender de maneira completa a norma NBR ISO 9002, até a realização da primeira
avaliação do acompanhamento do produto, após a obtenção da licença para uso da Marca.

12.1.8.2 Se o fabricante declarar já possuir o Sistema implantado, a auditoria inicial deve ser
realizada tendo como base a norma NBR ISO 9002 em sua totalidade.

12.1.8.3 O resultado da avaliação deve ser relatado ao solicitante comunicando as não


conformidades detectadas. Após a implementação das ações corretivas ou com base num programa
de ações corretivas, o OCP analisa a necessidade de realização de outra avaliação.

12.1.8.4 Caso o fornecedor possua certificado de seu Sistema da Qualidade emitido por
Organismo de Certificação de Sistema da Qualidade, credenciado pelo INMETRO e que englobe o
produto em pauta, este deve ser considerado, mas não o exime de ser avaliado no processo de
certificação do produto. O fornecedor deverá disponibilizar as informações referentes à certificação
de Sistema para o OCP de produto.

12.1.8.5 As auditorias de manutenção devem ser realizadas anualmente, avaliando-se os itens


considerados mais críticos pelo OCP, porém de modo a cobrir todos os itens da norma NBR ISO
9002 a cada dois anos.

12.2 Avaliação do Fornecedor

12.2.1 Para avaliação inicial do controle da qualidade da fábrica, deverão ser verificados os
requisitos detalhados no Anexo B desta Norma.
12.2.2 Os ensaios de tipo são aqueles previstos nas normas técnicas relacionadas no item 4 desta
Norma.

12.3 Reconhecimento da Atividade de Certificação

12.3.1 O OCP deve manter acordo de reconhecimento recíproco com organismo de certificação
estrangeiro que atenda as mesmas regras internacionais de credenciamento adotadas pelo
INMETRO, para o reconhecimento das atividades de certificação realizadas por este organismo.

12.3.2 Os resultados de ensaios realizados por laboratório estrangeiro, devem ser aceitos quando
este laboratório for credenciado por organismo de credenciamento com os mesmos critérios de
credenciamento exigidos do laboratório nacional.

12.4 Apreciação do Processo na Comissão de Certificação do OCP

12.4.1 Cumpridos todos os requisitos exigidos nesta Norma, o OCP apresenta o processo contendo
o relatório de auditoria, o relatório de avaliação do fornecedor e os relatórios de ensaios à Comissão
de Certificação do OCP.

12.4.2 É de competência exclusiva da Comissão de Certificação do OCP a aprovação do processo


para a concessão da licença para o uso da Marca de Conformidade.

12.4.3 Aprovado o processo, o OCP comunica ao fornecedor o número de sua licença. Em caso de
não aprovação, o OCP encaminha ao fornecedor o parecer da Comissão de Certificação do OCP.

12.4.4 A licença para o uso da Marca de Conformidade deve ser concedida após a assinatura do
contrato firmado entre o OCP e o fornecedor.

13 MANUTENÇÃO DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO FORNECEDOR E DA


CERTIFICAÇÃO

O OCP, por ocasião das auditorias de supervisão, deve efetuar a verificação de conformidade do
produto.

13.1 Avaliação Periódica

13.1.1 Na avaliação periódica do controle da qualidade da fábrica, devem ser verificados os


requisitos descritos no Anexo B desta Norma.

13.1.2 Esta avaliação periódica deve ser realizada, pelo menos, uma vez a cada 6 (seis) meses.

13.2 Alteração do Produto


Qualquer alteração no produto deverá ser comunicada ao OCP que verificará a necessidade da
realização de novos ensaios para a manutenção da certificação.

13.3 Extensão da Licença


Quando o licenciado desejar estender a licença para classes de encordoamento ou seções adicionais
do mesmo produto, atendendo à norma NBR 6148, poderá solicitar ao OCP a extensão da mesma.
A extensão deve ser feita para uma determinada fábrica, em formulário do OCP. O OCP deve
determinar se a solicitação de extensão é pertinente, devendo ainda deliberar quanto a realização de
nova auditoria, bem como de ensaios nos produtos.

13.4 Aceitação e Rejeição

13.4.1 Na avaliação dos fios e cabos elétricos até 750 V, para a aprovação, os ensaios descritos no
Anexo A devem ser levados à Comissão de Certificação do OCP, que deliberará pela aceitação ou
rejeição dos mesmos.

13.4.2 Nos ensaios de avaliação dos fios e cabos até 750 V, se ocorrer alguma não-conformidade,
estes devem ser repetidos em duas novas amostras, não sendo admitida qualquer não-conformidade.

14 ORGANIZAÇÃO E CONTROLE DA MARCA DE CONFORMIDADE

14.1 Controles e Verificações pelo OCP

14.1.1 Após a concessão da licença para o uso da Marca de Conformidade, o controle desta é
realizado exclusivamente pelo OCP, o qual deve planejar novas auditorias para constatar se as
condições técnico organizacionais que deram origem à concessão inicial da licença estão mantidas,
podendo haver outras sem prévio aviso, desde que haja deliberação da Comissão de Certificação do
OCP, baseada em evidências que as justifiquem.

14.1.2 O OCP deve estabelecer procedimento para a coleta de amostras no comércio e na fábrica,
para execução dos ensaios e verificações estabelecidas nas normas técnicas relacionadas no item 4
desta Norma. Os custos e a reposição do produto decorrentes desta amostragem são de
responsabilidade do fornecedor.

14.1.3 Realizada a coleta de amostras, estas devem ser encaminhadas para o laboratório, para
realização dos ensaios. Para a contratação do laboratório de ensaio, o OCP deve utilizar laboratórios
conforme os critérios definidos na Norma INMETRO NIE-DINQP-067.

14.1.4 O OCP deve aplicar o mesmo critério utilizado em 13.2 desta Norma para a definição dos
ensaios e o utilizado em 13.6 desta Norma para a aceitação ou rejeição dos ensaios.

14.2 Controles Exercidos pelo Licenciado

14.2.1 O controle dos fios e cabos elétricos até 750 V certificados é executado pelo fornecedor sob
sua inteira e única responsabilidade.

14.2.2 Esse controle deve ter por objetivo verificar a conformidade de fios e cabos elétricos até 750
V às normas técnicas aplicáveis relacionadas no item 4 desta Norma.

14.2.3 O fornecedor deve exercer todos os controles que venham atender aos requisitos técnico-
organizacionais do controle da qualidade definidos no Anexo B.

14.2.4 O fornecedor deve realizar ensaios de controle, de acordo com o Anexo A desta Norma, e
exercer todos os controles referentes a estes ensaios e avaliações, para fins de comprovação por
ocasião das auditorias.

14.2.5 O resultado dos controles deve ser colocado à disposição do OCP.


15 PRODUTOS IMPORTADOS

15.1 Produção Seriada


No caso de produtos fabricados no exterior, o fornecedor deve se submeter ao procedimento e
requisitos estabelecidos nesta Norma, aplicáveis aos fabricantes nacionais, encaminhando a um
OCP a solicitação de certificação.

15.1.1 A certificação de fios e cabos elétricos até 750 V realizada no exterior deve ser realizada por
organismo de certificação que atenda as mesmas regras internacionais de credenciamento adotadas
pelo INMETRO.

15.1.2 A emissão para o uso da Marca de Conformidade, mantida a condição anterior, obedece as
seguintes regras:

a) quando houver memorando de entendimento entre o Organismo de Certificação operando no


exterior e o OCP, este, após a análise da documentação para verificação da equivalência das
normas utilizadas na certificação, pode aceitar os laudos dos ensaios e avaliação de controle da
qualidade da fábrica. Os ensaios cujos resultados não estiverem em conformidade com as
normas técnicas aplicáveis, ou não foram realizados, devem ser refeitos no exterior ou no Brasil;
b) quando não houver memorando de entendimento entre o Organismo de Certificação operando
no exterior e o OCP, e o produto for certificado no exterior, e não havendo a capacitação
laboratorial de ensaio no Brasil, o OCP deve analisar e validar ou não os relatórios de ensaio de
tipo e realizar a avaliação de controle da qualidade da fábrica;
c) quando não houver memorando de entendimento entre o Organismo de Certificação operando
no exterior e o OCP e havendo capacitação laboratorial de ensaio no Brasil, os ensaios devem
ser realizados no Brasil e a avaliação do controle da qualidade da fábrica deve ser executada
pelo OCP.

15.2 Certificação por lote

15.2.1 No caso de o solicitante não ser o representante legal do fabricante, a certificação pode ser
executada através da realização dos ensaios de tipo em uma amostra representativa do lote
importado, seguindo os mesmos critérios definidos no Anexo A, para cada família de produto
presente no lote. O certificado emitido pelo OCP deve indicar claramente esta situação e a
identificação do lote que está sendo certificado.

15.2.2 Quando da chegada do produto ao porto de entrada no País, a liberação fica condicionada à
verificação pelas autoridades alfandegárias da existência de documentação comprobatória do
cumprimento das condições da certificação compulsória, para a obtenção das guias de importação e
desembaraço correspondentes.

16 COMPROMISSOS DO OCP

16.1 Fazer cumprir, com base nos critérios de credenciamento de OCP, estabelecidos pelo
INMETRO, todas as condições descritas nas normas técnicas relacionadas desta Norma, às
disposições legais referentes ao uso da Marca de Conformidade, esta Norma e a legislação em
vigor.
16.2 Acatar todas as resoluções formais do INMETRO pertinentes aos serviços de certificação
dos produtos tratados nesta Norma.

16.3 Submeter à Comissão de Certificação do OCP todos os processos de certificação bem como
os relatórios de apuração de denúncias contra empresas certificadas.

16.4 Comunicar formalmente aos demais OCP´s e ao INMETRO a aplicação de sanções


contratuais aos fornecedores, juntamente com as razões que a motivaram.

16.5 Manter registro das reclamações e denúncias recebidas, bem como das ações implementadas
pelo OCP.

16.6 Verificar se o solicitante da certificação em algum momento foi certificado por outro OCP e,
caso afirmativo, executar todo o processo de certificação, dando ênfase à verificação do
atendimento às não-conformidades já apontadas por esse OCP.

16.7 Manter registro atualizado das empresas certificadas.

16.8 Formalizar junto ao INMETRO todas as denúncias e reclamações contra qualquer integrante
do SBC.

16.9 Entregar uma cópia do relatório de auditoria à empresa auditada ao final da auditoria, para
que a mesma tome conhecimento imediato das não-conformidades registradas.

17 OBRIGAÇÕES DO FORNECEDOR

O fornecedor deve comprometer-se a:


a) aceitar todas as condições que constam desta Norma, assim como aquelas contidas nas normas
técnicas aplicáveis aos produtos;
b) reservar a identificação somente para o produto que conste na solicitação;
c) aceitar as decisões tomadas na aplicação desta Norma, nas condições estabelecidas para caso;
d) facilitar aos inspetores e auditores todos os meios necessários para realizar os controles
definidos nesta Norma;
e) abster-se de colocar a Marca de Conformidade em lote que não atenda os requisitos desta
Norma ou das normas técnicas aplicáveis;
f) verificar e assegurar a conformidade dos produtos com as normas técnicas aplicáveis e com os
requisitos desta Norma. Além disto, deve exercer um controle de tal forma que a Marca de
Conformidade seja aplicada exclusivamente nos produtos que estejam em conformidade;
g) manter, durante o período de vigência da licença, um sistema de controle permanente conforme
disposições desta Norma;
h) manter o registro de resultados e de reclamações de seus clientes, assim como as ações
corretivas implementadas. Estes registros devem estar permanentemente à disposição do OCP,
para avaliação do fornecedor;
i) colocar obrigatoriamente a Marca de Conformidade nos produtos para os quais ela foi
concedida, e somente neles, nas condições estabelecidas nesta Norma;
j) realizar os controles e ensaios correspondentes, definidos nesta Norma;
k) submeter previamente ao OCP qualquer modificação que pretenda fazer no produto ao qual foi
concedida a licença, inclusive designações comerciais;
l) submeter ao OCP todos os documentos onde figura a Marca de Conformidade;
m) fazer uso da Marca de Conformidade somente em documentos que façam referência aos
produtos certificados, sem deixar dúvidas quanto aos modelos certificados e os não certificados.

18 RECLAMAÇÕES
As reclamações apresentadas pelo fornecedor, após esgotados os recursos junto ao OCP, devem ser
endereçadas ao INMETRO.

19 PARALISAÇÃO DA FABRICAÇÃO E/OU IMPORTAÇÃO


O fornecedor, detentor da licença para o uso da Marca de Conformidade, que cessar definitivamente
a fabricação e/ou importação de fios e cabos elétricos até 750 V, deve informar este fato
imediatamente ao OCP e devolver, a este, o original da licença. O OCP, por sua vez, notifica esta
ocorrência à Comissão de Certificação do OCP, ao INMETRO e aos demais OCP´s.

20 FISCALIZAÇÃO
Caberá ao INMETRO, em conjunto com os organismos federais, estaduais e municipais, com eles
conveniados, respeitada a legislação em vigor, articular a fiscalização do cumprimento desta
Norma, bem como prover os meios para obtenção dos recursos necessários para a implementação
desta fiscalização.
__________________________
/Anexos
ANEXO A – ENSAIOS E AMOSTRAGEM

1 Amostragem

1.1 Condições Gerais

1.1.1 As amostragens devem ser realizadas em triplicata, constituindo-se de prova, contra-prova e


testemunha.

1.1.2 No caso de coleta no comércio, a amostragem deve ser constituída de apenas prova. Se
houver necessidade de se repetir algum ensaio, deve ser realizada nova amostragem em duplicata,
como contra-prova e testemunha.

1.1.3 As amostragens devem ser realizadas coletando-se 2 rolos ou lances de cada seção, por
classe de produto (classes 1, 2, 4 ou 5, previstas na Norma NBR 6148). Para o ensaio de queima
vertical, quando necessário, a quantidade de amostra deve ser calculada pelo OCP, de acordo com a
Norma NBR 6148. Um relatório de amostragem deve ser elaborado em cada processo de
amostragem realizado.

1.1.4 As provas devem ser utilizadas nos ensaios de tipo iniciais ou de acompanhamento e as
contra-provas e testemunhas devem permanecer com o fabricante ou o OCP até o final do processo,
lacradas pelo OCP. Caso haja reprovação nas amostras de prova, as contra-provas e testemunhas
devem ser ensaiadas simultaneamente.

1.2 Amostragem inicial


O OCP deve realizar a amostragem inicial dos lotes já prontos para expedição, correspondendo à
maior e à menor seção produzida pelo fabricante.

1.3 Amostragem para acompanhamento

1.3.1 Conforme previsto no modelo 5 de certificação, as amostras durante o acompanhamento


devem ser colhidas no fabricante (retiradas dos lotes prontos para a expedição) e diretamente do
comércio, alternadamente, a critério do OCP responsável pelo contrato.

1.3.2 Durante o acompanhamento regular da certificação, devem ser efetuadas duas amostragens
por ano, no mínimo em duas seções de produto. A cada amostragem, as duas seções devem ser
alternadas.

1.3.3 As amostragens destinadas ao acompanhamento da certificação devem ser realizadas,


preferencialmente, sem prévio aviso.

1.4 Amostragens adicionais


A comissão de Certificação do OCC, a seu critério, pode solicitar amostragens adicionais para
atender reclamações fundamentadas ou não conformidade que as justifiquem.

1.5 Ensaios

1.5.1 Condições gerais


O Laboratório de Ensaio não pode divulgar os resultados de ensaio, devendo encaminhá-los, em
caráter reservado, ao OCP, através de um Relatório de Ensaio. O relatório deve ser avaliado pela
Comissão de Certificação do OCP, sendo uma cópia enviada ao solicitante.
1.5.2 Ensaios iniciais
Durante os ensaios iniciais, devem ser realizados os ensaios de tipo completos em todas as
amostras. Quando os ensaios iniciais forem realizados em protótipos, no máximo até 60 (sessenta)
dias após a emissão da licença, devem ser realizados ensaios em amostra coletada no estoque pronto
para expedição, para confirmação do resultado inicial.

1.5.3 Ensaios de acompanhamento

1.5.3.1 No processo de acompanhamento da certificação, deve ser sempre verificado o


funcionamento correto do centelhador, quanto à obrigatoriedade se sua utilização dentro das
condições especificadas pela Norma NBR 6148 e quanto à sua calibração na faixa de tensão elétrica
aplicada pelo fabricante. Além disso, devem ser sempre realizados os seguintes ensaios de tipo em
cada uma das amostragens realizadas, desde que não haja modificações de materiais ou de
construção do condutor isolado, que possam vir a alterar o seu desempenho:

• Verificação da marcação;
• Verificação dimensional;
• Tensão elétrica;
• Resistência elétrica;
• Resistência de isolamento à temperatura ambiente;
• Índice de Oxigênio NBR 6148.

1.5.3.2 Conforme a época de realização da amostragem de acompanhamento, a partir dos ensaios


iniciais, devem ser ainda realizados os seguintes ensaios de tipo adicionais:

- 1º Semestre: Resistividade elétrica; Deformação a quente


- 2o Semestre: Mecânicos da isolação; Dobramento a frio; Alongamento do Cobre
- 3o Semestre: Tensão elétrica de longa duração; Choque térmico
- 4o Semestre: Absorção de água; Resistência de isolamento à 70o C; Mecânicos da isolação

1.5.3.3 Na renovação do contrato deve ser iniciada uma nova seqüência de ensaios, conforme
descrito acima.

1.5.3.4 Caso haja modificações de materiais ou de construção do condutor isolado, devem ser
realizados ensaios adicionais relacionais à modificação efetuada, a critério do OCP.

1.5.4 Ensaios extraordinário


A Comissão de Certificação do OCP, a seu critério, pode requisitar ensaios extraordinários em cada
amostragem programada ou não de acompanhamento, fora das condições mostradas nas tabelas
acima.

1.5.5 Ensaios de controle


Os ensaios de controle realizados pelo fabricante, dentro das condições definidas na NBR 6148,
devem ter seus resultados registrados pelo fabricante e disponibilizados ao OCP durante as
auditorias de manutenção.

/Anexo B
ANEXO B – REQUISITOS PARA AVALIAÇÃO DO CONTROLE DA QUALIDADE DA
FÁBRICA

Nas avaliações de fábrica, devem ser verificados os seguintes itens da NBR ISO 9002:

a) 4.8 Identificação e rastreabilidade;


b) 4.9 Controle de processo;
c) 4.10 Inspeção e ensaios;
d) 4.11 Controle de equipamentos de inspeção, medição e ensaios;
e) 4.12 Situação de inspeção e ensaios;
f) 4.13 Controle de produto não conforme;
g) 4.14 Ação corretiva e preventiva;
h) 4.15 Manuseio, armazenamento, embalagem, preservação e entrega;
i) 4.16 Controle de registros da qualidade;

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