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Florianópolis
2021
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA
Florianópolis
2021
Leonardo Gonçalves Modolon
Este Trabalho Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do Título de “Cirurgião-
dentista” e aprovado em sua forma final pelo Curso de Odontologia.
Florianópolis, 17 de março de 2021.
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Coordenador do Curso
Banca Examinadora:
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Profa. Liliane Janete Grando, Dra, Prof. Gustavo Davi Rabelo, Dr.(a)
________________________ ________________________
A Deus, pela minha vida, pela força e por sempre guiar meus caminhos.
À minha mãe, Angelita, por sempre estar presente, me dando forças e incentivos,
mesmo diante de tantas adversidades. Por todo amor, confiança, carinho e paciência
depositados em mim. Por ser essa mulher forte que fez papel de mãe e pai. E por
jamais me deixar desistir. Te amo, minha mãe!
À memória de meu pai, Amilto, que sempre priorizou sua família acima de sua
própria vida. Que nunca mediu esforços para que seus filhos tivessem a oportunidade
de estudar. Que sempre deu esperança de que dias melhores surgirão. E que foi a
maior inspiração deste trabalho. Obrigado por se este exemplo de força, de amizade
e de paternidade. Espero que um dia possamos nos reencontrar.
Ao meu irmão, Allex, por ser um segundo pai, por cuidar de mim e por todo seu
companheirismo. Pelo ombro amigo em todas as horas e por ter a certeza de que
poderei contar com seus conselhos, sempre. Obrigado por tudo, mano!
À minha namorada e melhor amiga, Beatriz, que nunca deixou de estar ao meu
lado, me apoiando. Por fazer eu ser uma pessoa melhor a cada dia. Por me ensinar o
significado do amor. Eu te amo!
À minha querida orientadora, Profª Liliane, por nunca desistir de mim, por todos
os ensinamentos, paciência e pela oportunidade de trabalharmos juntos neste
trabalho. Agradeço, também, por seres um exemplo de profissional à qual me inspiro,
pela força, pela coragem e pela sabedoria.
(Rui Barbosa)
RESUMO
Methodology: For the literature review, national and international articles were
searched in the Scielo, PubMed, Scopus, Lilacs and Scholar Google databases. A
survey of the ORN cases treated at NOH was carried out, as well as the different
treatments adopted at NOH were reported, discussing the use of these modalities. The
data were tabulated in an Excel spreadsheet.
Results and Discussion: Of the total sample (n = 18), 66.6% had ORN in the
mandible and 38.8%, specifically, in the lower molar region. 88.8% had bone exposure,
88.8% had lasertherapy (LT) as a treatment option. Of the results obtained to date,
33.3% have "bone exposure" or intact mucosa associated with another symptom. In
general the treatment time varies between less than 1 year and more than 10 years.
Tabela 1. Classificação das ORNs, de acordo com Store et al. (2000) ..................... 21
Tabela 2. Classificação das ORNs, de acordo com Notani et al. (2003) ................... 21
Tabela 3. Classificação das ORNs, de acordo com Epstein et al. (1987) ................. 21
Tabela 4. Distribuição dos pacientes quanto ao número (n) e porcentagem (%) dos
tipos de câncer apresentados pelos pacientes da amostra ....................................... 33
Tabela 5. Distribuição dos pacientes da amostra com câncer de boca do tipo CEC (n
e %), quanto a sua localização anatômica. ............................................................... 34
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 14
3. OBJETIVOS ............................................................................................. 29
5. RESULTADOS ......................................................................................... 33
6. DISCUSSÃO ............................................................................................. 43
7. CONCLUSÕES ......................................................................................... 46
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 47
1. INTRODUÇÃO
A OZT é um tratamento que teve seu início há mais de 150 anos para o
tratamento e desinfecção de feridas (SHOEMAKER, 2005; BOCCI, 2015). Na OZT, o
O3 é formado através de descargas elétricas em moléculas de oxigênio (O 2)
(NOGALES et al., 2008; SHOEMAKER, 2005). Após formado, o O3 entra em contato
com o plasma, resultando na formação de espécies reativas de oxigênio (EROs) que,
em uma concentração ideal e em contato com as células e micro-organismos,
possibilita ao paciente efeitos antimicrobianos e de estimulação tecidual (BOCCI,
2005).
2. REVISÃO DE LITERATURA
Além disso, ao ser diagnosticado, o câncer de boca pode ter sofrido uma
disseminação metastática através dos vasos linfáticos para os linfonodos cervicais
ipsilaterais (NEVILLE, et al. 2009).
Por esses e outros motivos que a devida importância é dada para um diagnóstico
precoce, diminuindo as chances de se fazer necessário um tratamento com tamanhos
efeitos deletérios ao bem-estar do paciente. A presença do cirurgião dentista é de
extrema importância durante o planejamento do tratamento oncológico e no manejo
de suas sequelas, participando da equipe multidisciplinar envolvida no caso,
acompanhando, preparando e orientando paciente no que se refere às sequelas da
terapia antineoplásica (ANTUNES; RIBEIRO;MENDES, 2004; LÔBO;MARTINS,
2009).
A partir de agora, vamos nos ater a sequela que foi mais estudada neste
trabalho, a Osteorradionecrose.
2.3 OSTEORRADIONECROSE:
Várias definições foram propostas para a ORN. Ela pode ser entendida como
uma área de osso necrótico exposto, em uma área previamente irradiada e que não
cicatriza por mais de 3 meses (McCAUL, 2014). No entanto, algumas lesões com
mucosa intacta podem se apresentar somente em tecido ósseo, sendo observadas
em exames radiográficos.
20
Meyer (1970), expôs sua teoria sobre a fisiopatologia da ORN, propondo que
um trauma, como uma extração dentária, favoreceria a entrada de bactérias no tecido
ósseo, que, por sua vez, encontra-se debilitado pela radiação e incapaz de combater
o agente agressor, levando a necrose tecidual. Essa teoria defende o uso de
antibióticos e cirurgia.
Em contraponto, Marx (1983) baseou-se na observação clínica e concluiu que
a ORN pode não apresentar aspectos de infecção e que ela não evolui para a
septicemia como a osteomielite, podendo também não depender da ocorrência de um
trauma. Em seus estudos histológicos, o autor deparou-se com um tecido
hipovascularizado e hipocelularizado, quando comparado a tecidos não irradiados.
Concluiu então que a ORN ocorre em decorrência de problemas na cicatrização e de
doença instalada no osso e tecido conjuntivo adjacente. Propôs a teoria do tecido
hipóxico-hipovascular-hipocelularizado, sendo a hipóxia o principal fator ligado a
patogênese dessa lesão, fundamentando os princípios do tratamento com oxigenação
hiperbárica.
Delanian; Lefaix (2004) propuseram uma definição histopatológica de ORN,
consistindo na desvitalização de trabéculas ósseas pela destruição de osteócitos e
perda de osteoblastos, diferenciando-a de uma osteomielite, caracterizada por
inflamação aguda necrótica do osso compacto e medular. A ORN é o resultado de
processos patológicos progressivos envolvendo a matriz óssea e destruição celular,
levando a uma osteogênese defeituosa (pelo envolvimento dos osteócitos e
osteoblastos no processo) e áreas de cicatrização com exacerbada proliferação de
fibroblastos e deposição de matriz extracelular, formando as áreas de Fibrose
Induzidas por Radiação (RIF), pobres em vascularização.
Alguns autores criaram diferentes formas de classificação da ORN. Store et al.
(2001) propuseram uma classificação através de critérios clínicos e radiológicos
(tabela 1). Notani et al. (2003), classificaram a ORN de acordo com sua extensão
(tabela 2). Já Epstein et al. (1987) classificaram a ORN de acordo com a evolução da
doença (tabela 3).
21
2.3.1 OZONIOTERAPIA:
Uma outra alternativa que tem sido indicada para o tratamento da ORN é a
ozonioterapia. A ozonioterapia é utilizada para o tratamento e infecções e feridas há
mais de 150 anos. Seus efeitos sobre os mais diversos tecidos, como o tecido
23
2.3.2. LASERTERAPIA:
3. OBJETIVOS
4. MATERIAIS E MÉTODOS
1ª etapa:
Foi realizada uma busca ativa, manual, dos casos de pacientes com ORN,
atendidos no Núcleo de Odontologia Hospitalar do Hospital Universitário Professor
Polydoro Ernani de São Thiago – HU/UFSC/EBSERH, através do acesso às agendas
físicas de marcação dos pacientes, presentes no próprio do serviço.
2ª etapa:
Foi feita a leitura dos dados dos prontuários dos pacientes, com autorização
prévia dos pacientes, via assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Foram buscados os seguintes dados do paciente, do câncer e do tratamento
da ORN:
31
Critérios de inclusão:
Foram incluídos pacientes de ambos os sexos, maiores de 18 anos de idade,
com histórico de tratamento de radioterapia de cabeça e pescoço para o câncer de
boca e diagnosticados ORN.
Critérios de exclusão:
Foram excluídos pacientes menores de 18 anos de idade, pacientes que não
receberam tratamento de radioterapia de cabeça e pescoço, pacientes que não
concordarem em participar do estudo.
32
5. RESULTADOS
Tabela 4. Distribuição dos pacientes quanto ao número (n) e porcentagem (%) dos
tipos de câncer apresentados pelos pacientes da amostra
n %
Tipo de Câncer
Carcinoma Epidermóide de Boca (CEC) 14 77,7%
Osteossarcoma 1 5,6%
Total 18 100.0%
Fonte: Dados da Pesquisa
A Tabela 5 diz respeito distribuição dos pacientes com CEC de acordo com sua
localização anatômica.
34
Tabela 5. Distribuição dos pacientes da amostra com câncer de boca do tipo CEC (n
e %), quanto a sua localização anatômica.
Localização do CEC n %
Mandíbula 2 14.3%
Palato 1 7.14%
Língua 5 35.7%
Sublingual 1 7.14%
Total 14 100.0%
Fonte: Dados da Pesquisa
Radioterapia 1 5.5%
Total 18 100.0%
Fonte: Dados da Pesquisa
Mandíbula 12 66.6%
Maxila 4 22.2%
Total 18 100.0%
Fonte: Dados da Pesquisa
8 45,00%
7 40,00%
38,80%
35,00%
6
30,00%
5
25,00%
4
7 20,00%
3 16,60%
15,00%
2 11,10% 11,10% 11,10% 10,00%
3
1 2 2 5,50% 2 5,50% 5,50% 5,50% 5,50% 5,00%
0 1 1 1 1 1
0 0% 0,00%
n %
16 88,88% 90,00%
14 80,00%
70,00%
12 66,66%
61,11% 61,11% 60,00%
10
50,00%
8 16
40,00%
6 12
11 11 30,00%
4 22,20% 20,00%
2 4 10,00%
1
5,55% 1
5,55%
0 0,00%
Dor Exposição Sequestro Supuração Trismo Parestesia Fratura
Óssea Ósseo Patológica
n %
Fonte: Acervo pessoal Profª. Drª Liliane Janete Grando de paciente com ORN de mandíbula.
n %
4
22%
Controle clínico parcial
Controle clínico total
14
78%
1 a 2 anos 5 27.8%
3 a 4 anos 1 5.5%
5 a 6 anos 1 5.5%
7 a 9 anos 0 0.0%
Total 18 100.0%
Fonte: Dados da Pesquisa
43
6. DISCUSSÃO
Assim como nos estudos de Melo et al. (2010) e Costa et al. (2020), por falta
de informação nos prontuários, durante este estudo, foram encontradas limitações na
obtenção dos dados de estadiamento do câncer, localização da realização da
radioterapia, quantidade de grays utilizados na radioterapia antineoplásica e o número
de doses da radioterapia. Sendo este problema, algo rotineiro durante o
preenchimento do prontuário dos pacientes, o que pode resultar em uma falha no
tratamento, no diagnóstico e até mesmo no levantamento de dados para pesquisa.
De acordo com Epstein et al. (1987) a mandíbula é o osso dos maxilares mais
afetado pela ORN, uma vez este osso ter menor aporte sanguíneo. Neste trabalho, a
maioria dos casos de ORN também se encontrava em mandíbula.
Os autores Neville et al. (2009), Shawn & Dhanda (2011), McCaul (2014) e
Epstein et al. (1987) citaram, que frequentemente a ORN se caracteriza clinicamente
por ter exposição óssea, dor, supuração, muitas vezes acompanhada de sequestros
ósseos, em região mandibular. Confirmando assim, os dados encontrados neste
trabalho.
7. CONCLUSÕES:
REFERÊNCIAS
12. BOCCI, Velio, Ozone: a new Medical Drug. 2ª. Netherlands: SPRINGER,
2011.
13. BOCCI, Velio et al. The Ozone Paradox : Ozone Is a Strong Oxidant asWell
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14. BOCCI, Velio, Scientific and Medical Aspects of Ozone Therapy. State of
the Art, Archives of Medical Research. v.37, p.425–435, 2006.
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alters the immune response after spinal cord injury. Lasers in Surgery and
Medicine. v. 36, n. 3, p. 171-185, 2005.
21. CHANNUAL, et al. Vascular effects of photodynamic and pulsed dye laser
therapy protocols. Lasers in Surgery and Medicine. v. 40, n.9, p-644-50. 2008.
22. CHAVANTES, Maria et al, Low power lasers: Introduction, Weinheim: Wiley-
Blackwell. p.19–22, 2015.
28. EPSTEIN, Joel B. et al. Oral complications of cancer and cancer therapy. A
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30. FISHER, Jacquelyn et al, Phase III quality of life study results: impact on
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Biology, Physics. v. 56, n. 3, p. 832-6, 2003.
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p.408-424, 2012.
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ELSEVIER, 2009.
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Lasers, history, applications. Revista Brasileira de Ensino de Física. v.39,
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61. TURK, Ralf, Ozone in Dental Medicine. OzoNachrichten. v.4, p.61–65, 1985.
62. VARELLIS, Maria Lucia et al. Odontologia Hospitalar. 1ª. São Paulo:
QUINTESSENCE, 2018.
63. WONG, Hai Ming. Oral Complications and Management Strategies for
Patients Undergoing Cancer Therapy. The Scientific World Journal. v. 2014,
2014.
OBJETIVO DO ESTUDO
JUSTIFICATIVA
PROCEDIMENTOS
PARTICIPAÇÃO VOLUNTÁRIA
Sua participação neste estudo não é obrigatória e não haverá custos nem
pagamentos pela participação. Uma vez que você decidiu participar do estudo, você
pode retirar seu consentimento de participação a qualquer momento. Você não
receberá punição e nem prejuízo por essa escolha.
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Caso você apresente alguma dúvida ética, o contato com o Comitê de Ética
dessa Instituição pode ser realizado por meio do telefone (48) 3721-9206, e-mail:
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DECLARAÇÃO DO PESQUISADOR
A pesquisadora responsável por esta pesquisa Profa Dra Liliane Janete Grando,
promete seguir a Resolução CNS n° 466/12 em todos os seus itens, destacando a
garantia de indenização aos pacientes, por meio de suporte clínico odontológico para
eventuais danos decorrentes da pesquisa, bem como a isenção de custos dos
mesmos, nos tratamentos odontológicos realizados nas dependências do Núcleo de
Odontologia Hospitalar do HU/UFSC para promoção de saúde bucal.
Florianópolis, ____/____/____
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Data: ____/____/____
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