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Submetido a C.Q.D. Revista Eletrônica Paulista de Matemática—28 de fevereiro de 2021
60 1 Introdução
61 Uma mostra da importância das Olimpíadas Internacionais de Matemática é que a participação
62 de um programa de computador como concorrente virou um dos próximos desafios da inteligência
63 artificial (HARTNETT, 2020). Isto acontece após diferentes softwares terem vencido os grandes
64 mestres dos jogos de Xadrez e Go.
65 O raciocínio matemático é o elemento desafiador na obtenção de tais softwares (SAXTON et
66 al, 2019). Não chegamos a entender e resolver problemas somente baseados na experiência, mas
67 também pelo poder de inferir e explorar leis, axiomas e regras de manipulação de símbolos. Às
68 vezes, a ideia inicial ou ponto de partida, resulta ser a mais difícil de encontrar.
69 Neste contexto, ao resolver problemas de olimpíadas internacionais de Matemática pretendemos
70 incentivar estudantes e professores do Ensino Fundamental e Médio a aumentar seus conhecimen-
71 tos, pois são desafios que requerem uma solução em múltiplos passos, onde se integram várias
72 habilidades.
73 As soluções apresentadas complementam algumas disponíveis em fóruns em língua inglesa.
74 Usando argumentos menos rebuscados, focamos na apresentação mais detalhada das transições,
75 possibilitando que alunos em níveis menos avançados consigam acompanhar o desenvolvimento do
76 problema. Adicionalmente, uma versão interativa das figuras do texto também é disponibilizada no
77 site do Geogebra.
78 No primeiro problema são dadas duas circunferências tangentes externamente e uma reta que
79 intercepta cada uma delas em dois pontos formando três segmentos de igual medida. É pedido
80 encontrar o comprimento comum dos segmentos e sob quais restrições essa construção é possível.
81 O segundo problema apresenta três circunferências tangentes externamente entre si e a duas linhas
82 paralelas. É pedido mostrar que o circuncentro do triângulo formado pelos pontos de tangências das
83 circunferências entre si coincide com a interseção de dois segmentos da construção.
84 No terceiro problema é dado um triângulo retângulo e um ponto 𝑋 na altura correspondente ao
85 ângulo reto. Várias construções são feitas a partir de 𝑋. Se pede demonstrar que dois segmentos
86 têm igual medida. Uma das chaves para a solução é perceber que 𝑋 é o centro radical de três
87 circunferências.
88 O quarto problema usa a igualdade de um ângulo inscrito com um de segmento para provar
89 que determinada reta é tangente a uma circunferência. A solução envolve descobrir duas de quatro
90 circunferências usadas e dois centros radicais.
91 No problema cinco um triângulo acutângulo e uma circunferência são dados. Um conjunto
92 adicional de construções é feito e se pede mostrar a congruência de dois ângulos. Durante a solução
93 outras duas circunferências são encontradas e o centro radical das mesmas.
94 Anteriormente discutimos problemas de olimpíadas internacionais de Matemática sobre Série
95 Harmônica (LÓPEZ LINARES; BRUNO-ALFONSO; BARBOSA, 2020a), Desigualdades (LÓPEZ
96 LINARES; BRUNO-ALFONSO; BARBOSA, 2020b) e Partições (LÓPEZ LINARES, 2020).
97 Iniciamos com uma introdução dos conceitos básicos sobre a potência de um ponto relativo a
98 uma circunferência, o teorema das cordas e a teoria de eixo e centro radical.
99 2 Conceitos básicos
100 Dado um ponto 𝑃, uma circunferência 𝑐 e uma reta que passa por 𝑃 e intercepta 𝑐 nos pontos 𝐴
101 e 𝐵 (corda 𝐴𝐵) o produto 𝑃 𝐴 · 𝑃𝐵 é invariante quando 𝐴 e 𝐵 variam. Esse resultado é conhecido
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102 como Teorema das Cordas e será apresentado formalmente nas próximas linhas. Mas antes vamos
103 definir a potência de um ponto relativo a uma circunferência.
104 Definição 1. Seja 𝑐 uma circunferência de raio 𝑟 e um ponto 𝑃 no mesmo plano a uma distância 𝑑
105 do centro de 𝑐. A potência do ponto 𝑃, relativo a 𝑐, será denotada como 𝑃𝑜𝑡 𝑐 (𝑃) e calculada por
106 𝑃𝑜𝑡 𝑐 (𝑃) = 𝑑 2 − 𝑟 2 .
107 Segue da definição que, se 𝑃 é um ponto no exterior de 𝑐, então 𝑃𝑜𝑡 𝑐 (𝑃) > 0. No caso em que
108 𝑃 ∈ 𝑐, temos 𝑃𝑜𝑡 𝑐 (𝑃) = 0 e quando 𝑃 é um ponto interior a 𝑐 teremos −𝑟 2 ≤ 𝑃𝑜𝑡 𝑐 (𝑃) < 0.
109 Teorema 2 (Teorema das Cordas). Sejam 𝐴, 𝐵, 𝐶, 𝐷 e 𝑃 (𝐾, 𝐿, 𝑀, 𝑁 e 𝐽) pontos do plano tais que
110 𝐴𝐵 ∩ 𝐶𝐷 = {𝑃} (𝐾 𝑀 ∩ 𝐿𝑁 = {𝐽}). O quadrilátero 𝐴𝐵𝐶𝐷 (𝐾 𝐿𝑀 𝑁) é inscritível se, e somente
111 se, 𝑃 𝐴 · 𝑃𝐵 = 𝑃𝐶 · 𝑃𝐷 (𝐽𝐾 · 𝐽 𝑀 = 𝐽 𝐿 · 𝐽 𝑁).
112 A Figura 1 ilustra duas construções geométricas possíveis relativas ao Teorema 2. No lado
113 esquerdo, quando o ponto 𝑃 é exterior à circunferência 𝑐 e o direito, quando o ponto 𝐽 é interior à
114 circunferência 𝑒.
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123
𝐽𝐾 · 𝐽 𝑀 = 𝐽 𝐿 · 𝐽 𝑁. (2)
124 Reciprocamente, suponhamos que valem (1) e (2). Segue que
𝑃 𝐴 𝑃𝐶
= ,
𝑃𝐷 𝑃𝐵
125
𝐽𝐾 𝐽𝑁
= .
𝐽𝐿 𝐽𝑀
126 Adicionalmente, no lado esquerdo da Figura 1 temos ∠𝐶𝑃 𝐴 = ∠𝐵𝑃𝐷 (comum) e no lado direito
127 ∠𝐾 𝐽 𝑁 = ∠𝐿𝐽 𝑀 (opostos pelo vértice). Pelo critério de semelhança lado-ângulo-lado segue que
128 4𝑃 𝐴𝐶 ∼ 4𝑃𝐷𝐵 e 4𝐾 𝐽 𝑁 ∼ 4𝐿𝐽 𝑀. Como consequência, ∠ 𝐴𝐶𝐷 = ∠ 𝐴𝐵𝐷 e ∠𝑀𝐾 𝑁 = ∠𝑀 𝐿𝑁.
129 Isto é, os quadriláteros 𝐴𝐵𝐶𝐷 e 𝐾 𝐿𝑀 𝑁 são inscritíveis.
130 Observação 3. Estudaremos agora um caso particular no lado esquerdo da Figura 1. O segmento
131 𝑃𝐹 é tangente a circunferência 𝑐. Os ângulos 𝑃𝐹 𝐴 e 𝑃𝐵𝐹 são congruentes, pois um é de segmento
132 e o segundo inscrito em relação a corda 𝐴𝐹. Consequentemente, pelo critério ângulo-ângulo, temos
133 4𝑃𝐹 𝐴 ∼ 4𝑃𝐵𝐹.
134 Da proporcionalidade dos lados encontramos:
𝑃𝐹 𝑃 𝐴
= ,
𝑃𝐵 𝑃𝐹
135
𝑃𝐹 2 = 𝑃 𝐴 · 𝑃𝐵. (3)
136 A equação (3) pode ser obtida de (1) simplesmente notando que quando o ponto 𝐶 se aproxima
137 de 𝐹 o ponto 𝐷 também o faz.
138 Por outro lado, um caso particular no lado direito da Figura 1 é escolher a corda com menor
139 comprimento passando por 𝐽. Isto é, 𝑆𝑇, perpendicular ao segmento 𝐽𝐻. Temos que 𝑆𝐽 = 𝐽𝑇, logo
140 𝑃𝑜𝑡 𝑒 (𝐽) = 𝑆𝐽 2 = 𝐽𝑇 2 .
141 Observação 4. Ainda usando como referência a Figura 1 consideramos a reta 𝑃𝑂 (𝐽𝐻) que
142 determina o diâmetro 𝐸𝐺 (𝑅𝑄). Chamando 𝑃𝑂 = 𝑑 e 𝐸𝑂 = 𝐺𝑂 = 𝑟 (𝐽𝐻 = 𝑑 e 𝑅𝐻 = 𝑄𝐻 = 𝑟) e
143 usando as equações (1), (2) e (3) podemos escrever:
𝑃 𝐴 · 𝑃𝐵 = |𝑃𝑜𝑡 𝑐 (𝑃)| .
148 Definição 6. Eixo radical é o nome dado ao lugar geométrico dos pontos que possuem a mesma
149 potência com relação a duas circunferências 𝑐 e 𝑑. Isto é, o ponto 𝑃 pertence ao eixo radical quando
150 𝑃𝑜𝑡 𝑐 (𝑃) = 𝑃𝑜𝑡 𝑑 (𝑃).
151 Proposição 7. O eixo radical a duas circunferências é uma reta perpendicular ao segmento que
152 contém os centros das mesmas.
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Figura 2: O eixo radical 𝑓 (verde) das circunferências 𝑐 (vermelho) e 𝑑 (azul) é uma reta perpendicular
a 𝑂 1 𝑂 2 . Todo ponto 𝑃 do eixo radical é centro de uma circunferência ℎ que intercepta a 𝑐 e 𝑑
perpendicularmente. 𝑀 é o ponto médio de 𝑂 1 𝑂 2 . Versão interativa aqui.
154 Demonstração. Usaremos a Figura 2 como referência. Suponhamos, inicialmente, que 𝑃𝑜𝑡 𝑐 (𝑃) =
155 𝑃𝑜𝑡 𝑑 (𝑃). Iremos mostrar que o ponto 𝑃 pertence a uma reta perpendicular à 𝑂 1 𝑂 2 .
156 Sejam 𝐼 ∈ 𝑐 e 𝐿 ∈ 𝑑 tal que 𝑃𝐼 ⊥ 𝑂 1 𝐼 e 𝑃𝐿 ⊥ 𝑂 2 𝐿. Usando a Definição 1 temos:
157
𝑃𝑂 22 − 𝑃𝑂 21 = 𝑂 2 𝐿 2 − 𝑂 1 𝐼 2 . (5)
158 Sejam 𝐸 e 𝑀 a projeção do ponto 𝑃 sobre 𝑂 1 𝑂 2 e ponto médio de 𝑂 1 𝑂 2 , respectivamente. Seja
159 ∠𝑃𝑀𝑂 1 = 𝛼, segue que ∠𝑃𝑀𝑂 2 = 180◦ − 𝛼. Escrevemos agora a lei dos cossenos no 4𝑃𝑀𝑂 2 e
160 no 4𝑃𝑀𝑂 1 :
𝑃𝑂 22 = 𝑃𝑀 2 + 𝑀𝑂 22 − 2 · 𝑃𝑀 · 𝑀𝑂 2 · cos(180◦ − 𝛼),
161
𝑃𝑂 22 = 𝑃𝑀 2 + 𝑀𝑂 22 + 2 · 𝑃𝑀 · 𝑀𝑂 2 · cos(𝛼), (6)
162
𝑃𝑂 21 = 𝑃𝑀 2 + 𝑀𝑂 21 − 2 · 𝑃𝑀 · 𝑀𝑂 1 · cos(𝛼). (7)
163 Como 𝑀𝑂 2 = 𝑀𝑂 1 , 𝑀𝑂 1 + 𝑀𝑂 2 = 𝑂 1 𝑂 2 e subtraindo (7) de (6), encontramos:
𝑃𝑂 22 − 𝑃𝑂 21 = 2 · 𝑃𝑀 · 𝑂 1 𝑂 2 · cos(𝛼). (8)
164 Adicionalmente,
𝑃𝑀 · cos(𝛼) = 𝐸 𝑀. (9)
165 Substituindo (5) e (9) em (8) encontramos:
𝑂 2 𝐿 2 − 𝑂 1 𝐼 2 = 2 · 𝑂 1 𝑂 2 · 𝐸 𝑀,
166
𝑂2 𝐿2 − 𝑂1 𝐼 2
𝐸𝑀 = .
2 · 𝑂 1𝑂 2
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167 Este último resultado indica que 𝐸 𝑀 é um número que somente depende dos raios das duas
168 circunferências e da distância entre elas, mas não de 𝑃. Isto é, os pontos do eixo radical pertencem
169 a reta 𝑓 ⊥ 𝑂 1 𝑂 2 e 𝐸 ∈ 𝑓 .
170 Reciprocamente, iremos provar que todo ponto 𝑃0 ∈ 𝑓 pertence ao conjunto de pontos chamado
171 eixo radical.
172 Pelo Teorema de Pitágoras temos:
𝑃0𝑂 22 = 𝑃0 𝐸 2 + 𝐸𝑂 22 ,
173
𝑃0𝑂 21 = 𝑃0 𝐸 2 + 𝐸𝑂 21 ,
174
𝑃𝑂 22 = 𝑃𝐸 2 + 𝐸𝑂 22 ,
175
𝑃𝑂 21 = 𝑃𝐸 2 + 𝐸𝑂 21 .
176 Das equações anteriores subtraindo as duas primeiras e as duas últimas:
𝑃0𝑂 22 − 𝑃0𝑂 21 = 𝐸𝑂 22 − 𝐸𝑂 21 ,
177
𝑃𝑂 22 − 𝑃𝑂 21 = 𝐸𝑂 22 − 𝐸𝑂 21 ,
178
𝑃0𝑂 22 − 𝑃0𝑂 21 = 𝑃𝑂 22 − 𝑃𝑂 21 . (10)
179 Sejam 𝐴 e 𝐵 as interseções dos segmentos 𝑃𝑂 1 e 𝑃𝑂 2 com 𝑐 e 𝑑, respectivamente. De (5)
180 temos:
𝑃𝑂 22 − 𝑃𝑂 21 = 𝑂 2 𝐿 2 − 𝑂 1 𝐼 2 = 𝑂 2 𝐵2 − 𝑂 1 𝐴2 . (11)
181 Usando (10) e (11) encontramos
𝑃0𝑂 22 − 𝑃0𝑂 21 = 𝑂 2 𝐵2 − 𝑂 1 𝐴2 ,
182
𝑃0𝑂 22 − 𝑂 2 𝐵2 = 𝑃0𝑂 21 − 𝑂 1 𝐴2 ,
183
𝑃𝑜𝑡 𝑑 (𝑃0) = 𝑃𝑜𝑡 𝑐 (𝑃0).
184 Isto é, todo ponto 𝑃0 ∈ 𝑓 pertence ao eixo radical. Logo, a reta 𝑓 , perpendicular a 𝑂 1 𝑂 2 , é
185 o lugar geométrico dos pontos que possuem a mesma potência com relação as circunferências 𝑐 e
186 𝑑.
187 A Figura 2 e a equação (4) também mostram que todo ponto 𝑃 do eixo radical é centro de uma
188 circunferência ℎ que intercepta a 𝑐 e 𝑑 perpendicularmente.
189 Quando duas circunferências são tangentes o eixo radical das mesmas passa pelo ponto de
190 tangência, uma vez que a potência deste ponto é zero com respeito às duas (Figura 3, parte superior
191 esquerda).
192 No caso em que as duas circunferências são secantes o eixo radical passa pelos pontos de
193 interceptação, pois a potência destes é zero com respeito às duas (Figura 3, parte superior direita).
194 Pode ser mostrado que para três circunferências com centros não colineares os eixos radicais dos
195 pares concorrem em um ponto 𝐶, denominado centro radical (Figura 3, parte inferior). A potência
196 de 𝐶 é a mesma em relação às três circunferências e 𝐶 é o único ponto com esta propriedade. Outros
197 exemplos podem ser encontrados em (MUNIZ NETO, 2013).
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Figura 3: Exemplos de eixo radical (linhas em verde). Parte superior esquerda, quando duas
circunferências são tangentes o eixo radical das mesmas passa pelo ponto de tangência. Parte
superior direita, no caso em que as duas circunferências são secantes o eixo radical passa pelos
pontos de interceptação. Parte inferior, para três circunferências com centros não colineares os eixos
radicais dos pares concorrem em um ponto 𝐶 denominado centro radical. A potência de 𝐶 é a
mesma em relação às três circunferências. Versão interativa aqui.
204 A IMO 1971 foi realizada nas cidade de Bratislava e Zilina, na Eslováquia (INTERNATIONAL
205 MATHEMATICAL OLYMPIAD, 2019). O problema acima foi proposto pela delegação do Reino
206 Unido (DJUKIC et al, 2006).
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𝑢 + 𝑣 = 𝑑.
224 Resolvendo o sistema das duas equações anteriores se encontra que
𝑑
𝑢=𝑣=
.
2
225 O resultado anterior implica que 𝐺𝐸 = 3𝐺𝐹 e 𝐺 𝐼 = 3𝐺𝐻. Usando novamente o teorema de
226 Tales temos que 𝑂 𝐴 = 3𝑂𝐵 e 𝑂𝐷 = 3𝑂𝐶 ou
𝑥 𝐴 = 3𝑥 𝐵 , (13)
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227
𝑥 𝐷 = 3𝑥𝐶 . (14)
228 Por outro lado, a equação em coordenadas cartesianas da circunferência Γ1 é
(𝑥 + 𝑟 1 ) 2 + 𝑦 2 = 𝑟 12 ,
229
𝑥 2 + 𝑦 2 + 2𝑥𝑟 1 = 0. (15)
230 A equação em coordenadas cartesianas da circunferência Γ2 é
(𝑥 − 𝑟 2 ) 2 + 𝑦 2 = 𝑟 22 ,
231
𝑥 2 + 𝑦 2 − 2𝑥𝑟 2 = 0. (16)
232 Substituindo (12) em (15) encontramos que 𝑥 𝐴 e 𝑥 𝐵 satisfazem
𝑥 2 + (𝑎𝑥 + 𝑏) 2 + 2𝑥𝑟 1 = 0,
233
1 + 𝑎 2 𝑥 2 + 2 (𝑎𝑏 + 𝑟 1 ) 𝑥 + 𝑏 2 = 0.
234 Resolvendo a equação quadrática anterior encontramos
√︃
− (𝑎𝑏 + 𝑟 1 ) − (𝑎𝑏 + 𝑟 1 ) 2 − 1 + 𝑎 2 𝑏 2
𝑥𝐴 = , (17)
1 + 𝑎2
235 √︃
(𝑎𝑏 + 𝑟 1 ) 2 − 1 + 𝑎 2 𝑏 2
− (𝑎𝑏 + 𝑟 1 ) +
𝑥𝐵 = . (18)
1 + 𝑎2
236 Segue que √︃
2 (𝑎𝑏 + 𝑟 1 ) 2 − 1 + 𝑎 2 𝑏 2
𝑑𝑥 = 𝑥 𝐵 − 𝑥 𝐴 = . (19)
1 + 𝑎2
237 Usando as equações (13), (17) e (18) encontramos
√︃
𝑎𝑏 + 𝑟 1 = 2 (𝑎𝑏 + 𝑟 1 ) 2 − 1 + 𝑎 2 𝑏 2 .
(20)
𝑥 2 + (𝑎𝑥 + 𝑏) 2 − 2𝑥𝑟 2 = 0,
240
1 + 𝑎 2 𝑥 2 + 2 (𝑎𝑏 − 𝑟 2 ) 𝑥 + 𝑏 2 = 0.
241 Resolvendo a equação quadrática anterior encontramos
√︃
𝑟 2 − 𝑎𝑏 − (𝑎𝑏 − 𝑟 2 ) 2 − 1 + 𝑎 2 𝑏 2
𝑥𝐶 = , (22)
1 + 𝑎2
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242 √︃
(𝑎𝑏 − 𝑟 2 ) 2 − 1 + 𝑎 2 𝑏 2
𝑟 2 − 𝑎𝑏 +
𝑥𝐷 = . (23)
1 + 𝑎2
243 Segue que √︃
2 (𝑎𝑏 − 𝑟 2 ) 2 − 1 + 𝑎 2 𝑏 2
𝑑 𝑥 = 𝑥 𝐷 − 𝑥𝐶 = . (24)
1 + 𝑎2
244 Usando as equações (14), (22) e (23) encontramos
√︃
𝑟 2 − 𝑎𝑏 = 2 (𝑎𝑏 − 𝑟 2 ) 2 − 1 + 𝑎 2 𝑏 2 .
(25)
245 Logo, substituindo (25) em (24) temos
𝑟 2 − 𝑎𝑏
𝑑 𝑥 = 𝑥 𝐷 − 𝑥𝐶 = . (26)
1 + 𝑎2
246 De (21) e (26) segue que
𝑟2 − 𝑟1
𝑎𝑏 =. (27)
2
247 Como também vale que 𝑑𝑥 = 𝑥𝐶 − 𝑥 𝐵 e temos (22) e (18), então
√︃ 2 √︃
𝑟 2 + 𝑟 1 − (𝑎𝑏 − 𝑟 2 ) − 1 + 𝑎 𝑏 − (𝑎𝑏 + 𝑟 1 ) 2 − 1 + 𝑎 2 𝑏 2
2 2
𝑑𝑥 = . (28)
1 + 𝑎2
248 Da igualdade de (26) e (28) e substituindo (27) encontramos
√︂
𝑟1 − 𝑟2 𝑟 + 𝑟 2 𝑟 − 𝑟 2
1 2 2 2 1
= 𝑟1 − 2 −𝑏 − ,
2 2 2
249 14𝑟 1𝑟 2 − 𝑟 12 − 𝑟 22
𝑏2 = . (29)
16
250 Elevando ao quadrado (27) e usando (29) encontramos
4 (𝑟 2 − 𝑟 1 ) 2
𝑎2 = . (30)
14𝑟 1𝑟 2 − 𝑟 12 − 𝑟 22
251 De (26), (27) e (30) segue que
14𝑟 1𝑟 2 − 𝑟 12 − 𝑟 22
𝑑𝑥 = .
6 (𝑟 1 + 𝑟 2 )
252 Adicionalmente,
√ aplicando o teorema de Pitágoras, por exemplo, no triângulo 𝐸 𝐹𝐽, temos
253
2
𝑑 = 1 + 𝑎 𝑑𝑥 . Segue que √︄
14𝑟 1𝑟 2 − 𝑟 12 − 𝑟 22
𝑑= .
12
254 Como 𝑟 1 e 𝑟 2 são números positivos devemos ter 14𝑟 1𝑟 2 − 𝑟 12 − 𝑟 22 > 0. Isto é, 𝑟 12 − 2𝑟 1𝑟 2 + 𝑟 22 <
255 12𝑟 1𝑟 2 . Logo somente existe solução quando
(𝑟 1 − 𝑟 2 ) 2
< 12.
𝑟 1𝑟 2
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𝑟1
256 Chamando 𝜆 = 𝑟2 a desigualdade anterior pode ser reescrita como
𝜆2 − 14𝜆 + 1 < 0.
265 A IMO 1994 foi realizada em Hong Kong, região administrativa especial chinesa (INTERNA-
266 TIONAL MATHEMATICAL OLYMPIAD, 2019). O problema acima foi proposto pela delegação
267 da Rússia (DJUKIC et al, 2006).
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272 A ideia da prova será mostrar que a reta 𝐴𝐷 é uma tangente comum às circunferências 𝑤 e
273 𝑤 2 . Com isto, a reta 𝐴𝐷 é o eixo radical de 𝑤 e 𝑤 2 . Analogamente, mostrando que a reta 𝐵𝐶 é
274 uma tangente comum às circunferências 𝑤 e 𝑤 1 , segue que a reta 𝐵𝐶 é o eixo radical de 𝑤 e 𝑤 1 .
275 Consequentemente, 𝑄 é o centro radical das três circunferências: 𝑤, 𝑤 1 e 𝑤 2 . O centro radical tem
276 a mesma potência em relação às três circunferências, logo equidista dos pontos de tangência 𝐶, 𝐷 e
277 𝐸.
278 Iniciamos conetando os centros das circunferências e traçando o diâmetro 𝐾 𝐿. Como 𝐾 e 𝐿 são
279 pontos de tangência o diâmetro 𝐾 𝐿 é perpendicular a 𝑙1 e 𝑙2 . Determinamos os pontos 𝐻 e 𝐽 como
280 os pés das perpendiculares a 𝐾 𝐿 que passam por 𝑂 1 e 𝑂 2 , respectivamente. O ponto 𝐼 é encontrado
281 na interseção da reta 𝐽𝑂 2 com uma reta paralela a 𝐾 𝐿 passando por 𝑂 1 (Figura 6).
Figura 6: Construção adicional para auxiliar na interpretação do Problema 2. Versão interativa aqui.
𝑥 2 = (𝑟 + 𝑟 1 ) 2 − (𝑟 − 𝑟 1 ) 2 ,
285
𝑥 2 = 4𝑟𝑟 1 . (31)
286 Analogamente, aplicando o Teorema de Pitágoras no triângulo 𝑂 2 𝐽𝑂, retângulo em 𝐽, temos
𝑦 2 = (𝑟 + 𝑟 2 ) 2 − (𝑟 − 𝑟 2 ) 2 ,
287
𝑦 2 = 4𝑟𝑟 2 . (32)
288 E aplicando o Teorema de Pitágoras no triângulo 𝑂 1 𝐼𝑂 2 , retângulo em 𝐼, temos
(𝑥 − 𝑦) 2 = (𝑟 1 + 𝑟 2 ) 2 − (2𝑟 − 𝑟 1 − 𝑟 2 ) 2 ,
289
𝑥 2 + 𝑦 2 − 2𝑥𝑦 = 4𝑟𝑟 1 + 4𝑟𝑟 2 − 4𝑟 2 . (33)
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𝑥𝑦 = 2𝑟 2 ,
291 𝑥 2𝑟
= . (34)
𝑟 𝑦
292 A equação (34) implica que os triângulos 𝐴𝐾𝑂 e 𝐾 𝐿𝐵 são semelhantes pelo critério LAL,
293 um par de lados proporcionais e o ângulo compreendido entre os mesmos congruente (∠ 𝐴𝐾𝑂 =
294 ∠𝐵𝐿𝐾 = 90◦ ). Segue 𝐾 𝐵 é perpendicular a 𝐴𝑂, pois 𝐴𝐾 k 𝐵𝐿 e 𝐾𝑂 k 𝐾 𝐿. Seja 𝐺 = 𝐾 𝐵 ∩ 𝐴𝑂,
295 temos ∠𝑂𝐺 𝐷 = 90◦ .
296 Seja 𝑁 ∈ 𝑤 2 tal que 𝑁 𝐵 é diâmetro. Temos que ∠𝑁 𝐷𝐵 = ∠𝐾 𝐷 𝐿 = 90◦ , logo 𝐷 = 𝐵𝐾 ∩ 𝑁 𝐿.
297 Como o triângulo 𝑂𝐾 𝐷 é isósceles de base 𝐾 𝐷 (𝑂𝐾 = 𝑂𝐷) e 𝑂𝐺 é altura segue que 𝑂𝐺 também
298 é bissetriz do ângulo 𝐾𝑂𝐷 e ∠𝐾𝑂𝐺 = ∠𝐷𝑂𝐺. Os triângulos 𝐴𝐾𝑂 e 𝐴𝐷𝑂 são congruentes por
299 LAL (𝐴𝑂 é comum e 𝐾𝑂 e 𝐷𝑂 são raios de 𝑤). Concluímos que ∠ 𝐴𝐾𝑂 = ∠ 𝐴𝐷𝑂 = 90◦ e a reta
300 𝐴𝐷 é tangente a 𝑤 e 𝑤 2 .
301 Analogamente, a equação (34) também implica que os triângulos 𝐴𝐾 𝐿 e 𝐵𝐿𝑂 são semelhantes
302 pelo critério LAL, um par de lados proporcionais e o ângulo compreendido entre os mesmos
303 congruente (∠ 𝐴𝐾 𝐿 = ∠𝐵𝐿𝑂 = 90◦ ). Segue 𝐴𝐿 é perpendicular a 𝐵𝑂, pois 𝐴𝐾 k 𝐵𝐿 e 𝐿𝐾 k 𝐿𝑂.
304 Seja 𝑃 = 𝐴𝐿 ∩ 𝐵𝑂, temos ∠𝑂𝑃𝐶 = 90◦ .
305 Seja 𝑅 ∈ 𝑤 1 tal que 𝐴𝑅 é diâmetro. Temos que ∠ 𝐴𝐶 𝑅 = ∠𝐾𝐶 𝐿 = 90◦ , logo 𝐶 = 𝐴𝐿 ∩ 𝐾 𝑅.
306 Como o triângulo 𝑂𝐶 𝐿 é isósceles de base 𝐶 𝐿 (𝑂 𝐿 = 𝑂𝐶) e 𝑂𝑃 é altura segue que 𝑂𝑃 também é
307 bissetriz do ângulo 𝐶𝑂 𝐿 e ∠𝐶𝑂𝑃 = ∠𝐿𝑂𝑃.
308 Os triângulos 𝐶𝑂𝐵 e 𝐿𝑂𝐵 são congruentes por LAL (𝑂𝐵 é comum e 𝐶𝑂 e 𝐿𝑂 são raios de 𝑤).
309 Concluímos que ∠𝑂 𝐿𝐵 = ∠𝑂𝐶𝐵 = 90◦ e a reta 𝐵𝐶 é tangente a 𝑤 e 𝑤 1 .
316 A IMO 2012 foi realizada na cidade de Mar del Plata, Argentina (INTERNATIONAL MATHE-
317 MATICAL OLYMPIAD, 2019).
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320 Seja 𝐶 0 a reflexão do ponto 𝐶 na linha 𝐴𝐵, e 𝑤 1 e 𝑤 2 circunferências com centros 𝐴 e 𝐵, que
321 passam por 𝐿 e 𝐾, respectivamente. Devido a 𝐴𝐶 0 = 𝐴𝐶 = 𝐴𝐿 e 𝐵𝐶 0 = 𝐵𝐶 = 𝐵𝐾, tanto 𝑤 1 como
322 𝑤 2 passam por 𝐶 e 𝐶 0. De ∠𝐵𝐶 𝐴 = 90◦ temos que 𝐴𝐶 é tangente a 𝑤 2 em 𝐶, e 𝐵𝐶 é tangente a 𝑤 1
323 em 𝐶. Seja 𝐾1 ≠ 𝐾 a segunda interseção de 𝐴𝑋 e 𝑤 2 , e 𝐿 1 ≠ 𝐿 a segunda interseção de 𝐵𝑋 e 𝑤 1 .
324 Notamos que 𝑋 é um ponto do eixo radical das circunferências 𝑤 1 e 𝑤 2 , pois 𝑋 ∈ 𝐶𝐶 0. Pelo
325 Teorema das Cordas, a potência do ponto 𝑋 com relação a 𝑤 2 e 𝑤 1 pode ser escrita como:
𝑃𝑜𝑡 𝑤 2 (𝑋) = 𝑋𝐾 · 𝑋𝐾1 = 𝑋𝐶 · 𝑋𝐶 0 = 𝑋 𝐿 · 𝑋 𝐿 1 = 𝑃𝑜𝑡 𝑤 1 (𝑋). (35)
326 Da equação (35) segue que
𝑋𝐾 𝑋 𝐿1
= .
𝑋𝐿 𝑋𝐾1
327 O resultado anterior e o fato que ∠𝐿 1 𝑋𝐾 = ∠𝐾1 𝑋 𝐿 (opostos pelo vértice) indicam que 4𝐿 1 𝑋𝐾 ∼
328 4𝐾1 𝑋 𝐿. Como consequência temos que ∠𝐾 𝐿 1 𝑋 = ∠𝐿𝐾1 𝑋, o qual leva a que o quadrilátero 𝐾1 𝐿𝐾 𝐿 1
329 é inscritível (circunferência 𝑤 3 ).
330 Notamos que 𝑋 também é um ponto do eixo radical das circunferências 𝑤 1 e 𝑤 3 , pois 𝑋 ∈ 𝐿𝐿 1
331 e das circunferências 𝑤 2 e 𝑤 3 , pois 𝑋 ∈ 𝐾𝐾1 . Isto é, 𝑋 é o centro radical de 𝑤 1 , 𝑤 2 e 𝑤 3 .
332 A potência de 𝐴 com relação a 𝑤 2 pode ser calculada de duas formas:
𝐴𝐶 2 = 𝑃𝑜𝑡 𝑤 2 ( 𝐴) = 𝐴𝐾 · 𝐴𝐾1 .
333 Como, por hipótese, 𝐴𝐶 = 𝐴𝐿 temos que:
𝐴𝐿 2 = 𝐴𝐾 · 𝐴𝐾1 = 𝑃𝑜𝑡 𝑤 3 ( 𝐴).
334 Isto é, 𝐴𝐿 é tangente a 𝑤 3 .
335 Analogamente, a potência de 𝐵 com relação a 𝑤 1 pode ser calculada de duas formas:
𝐵𝐶 2 = 𝑃𝑜𝑡 𝑤 1 (𝐵) = 𝐵𝐿 · 𝐵𝐿 1 .
336 Por hipótese 𝐵𝐶 = 𝐵𝐾, logo:
𝐵𝐾 2 = 𝐵𝐿 · 𝐵𝐿 1 = 𝑃𝑜𝑡 𝑤 3 (𝐵).
337 Isto é, 𝐵𝐾 é tangente a 𝑤 3 . Segue que 𝑀𝐾 e 𝑀 𝐿 são duas tangentes de 𝑀 a 𝑤 3 e 𝑀𝐾 = 𝑀 𝐿.
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362 Agora provaremos que 𝑁, 𝐴 e 𝑀 são colineares. Como 𝐴𝑁 𝐵𝑋 e 𝐴𝑀𝐶 𝑋 são cíclicos segue
∠𝑁 𝐴𝑀 = ∠𝑁 𝐴𝐸 + ∠ 𝐴 + ∠𝐹 𝐴𝑀 = ∠𝐸 𝑋 𝐵 + ∠ 𝐴 + ∠𝐶 𝑋 𝐹.
363 Na equação anterior usaremos que a soma dos ângulos numa volta completa ao redor do ponto
364 𝑋 é 360◦ , ∠ 𝐴𝑋 𝐸 = 90◦ − ∠𝐸 𝑋 𝑃 = 90◦ − ∠ 𝐴𝐶 𝑋 e ∠ 𝐴𝑋 𝐹 = 90◦ − ∠𝐹 𝑋𝑂 = 90◦ − ∠ 𝐴𝐵𝑋:
365
= ∠ 𝐴 + 180◦ − ∠𝐵𝑋𝐶 + ∠𝐵𝑋𝐶 − ∠ 𝐴 = 180◦ .
366 Concluímos que ∠ 𝐴𝑀 𝑋 = ∠𝑁 𝑀 𝑋. Sendo válido que ∠𝑁 𝑀 𝑋 = ∠𝑁 𝑋 𝑃 está demonstrada a
367 tangência de 𝑃𝑂 com 𝑑. Em referência à corda 𝑁 𝑋 de 𝑑 o ∠𝑁 𝑀 𝑋 é inscrito e o ∠𝑁 𝑋 𝑃 é de
368 segmento. A Figura 9 permite acompanhar a resolução do Problema 4.
376 Problema 7 (Nível Avançado) da 1 Olimpíada Iraniana de Geometria (IGO, Iranian Geometry
377 Olympiad) de 2014-2015, proposto por Ali Zooelm (IGO, 2014).
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Figura 10: Guia para a resolução da primeira parte do Problema 5. Versão interativa aqui.
380 Temos ∠𝐵𝐹𝐶 = ∠𝐵𝐸𝐶 = 90◦ . Sejam ∠𝐹𝐶𝐸 = 𝛼 e ∠𝐸𝐶𝐵 = 𝛽. Como 𝐵𝐸 𝐹𝐶 é um quadrilátero
381 cíclico segue que ∠𝐹 𝐵𝐸 = ∠𝐹𝐶𝐸 = 𝛼 e ∠𝐸 𝐹 𝐵 = ∠𝐸𝐶𝐵 = 𝛽.
382 Como 𝑀 𝐹 = 𝑀 𝐵 = 𝑀𝐶 temos ∠𝑀 𝐹𝐶 = ∠𝑀𝐶𝐹 = 𝛼 + 𝛽 e ∠𝐹 𝐵𝐶 = ∠𝐶𝐸 𝐹 = ∠𝑀 𝐹 𝐵 =
383 90◦ − 𝛼 − 𝛽.
384 Também se encontram os ângulos suplementares a ∠𝐵𝐸 𝐹 e a ∠𝐶𝐹𝐸. Isto é, ∠ 𝐴𝐸 𝐹 = 𝛼 + 𝛽 e
385 ∠ 𝐴𝐹𝐸 = 90◦ − 𝛽. Pela soma dos ângulos internos no 4𝐴𝐸 𝐹 segue que ∠𝐸 𝐴𝐹 = 90◦ − 𝛼.
386 Chamamos com a letra 𝑂 ao circuncentro do 4𝐴𝐸 𝐹. Isto define os triângulos isósceles 𝑂𝐸 𝐹,
387 𝑂𝐹 𝐴 e 𝑂 𝐴𝐸 de bases 𝐸 𝐹, 𝐹 𝐴 e 𝐴𝐸, respectivamente.
388 Sejam ∠𝑂𝐸 𝐹 = ∠𝑂𝐹𝐸 = 𝑥, ∠𝑂𝐸 𝐴 = ∠𝑂 𝐴𝐸 = 𝑦 e ∠𝑂 𝐴𝐹 = ∠𝑂𝐹 𝐴 = 𝑧. Como 𝑥 + 𝑦 = 𝛼 + 𝛽,
389 𝑥 + 𝑧 = 90◦ − 𝛽 e 𝑦 + 𝑧 = 90◦ − 𝛼, resolvendo o sistema encontramos ∠𝑂𝐸 𝐹 = ∠𝑂𝐹𝐸 = 𝑥 = 𝛼,
390 ∠𝑂𝐸 𝐴 = ∠𝑂 𝐴𝐸 = 𝑦 = 𝛽 e ∠𝑂 𝐴𝐹 = ∠𝑂𝐹 𝐴 = 𝑧 = 90◦ − 𝛼 − 𝛽. Logo, ∠𝑀 𝐹𝑂 = 90◦ .
391 A Figura 11 permite acompanhar a resolução da segunda parte do Problema 5.
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Figura 11: Guia para a resolução da segunda parte do Problema 5. Versão interativa aqui.
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418 No problema cinco um triângulo acutângulo e uma circunferência foram dados. Após explicitar
419 construções adicionais, se pediu para mostrar a congruência de dois ângulos. Durante a solução
420 outras duas circunferências e o centro radical das mesmas foram encontrados.
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