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Segurança E Bem-Estar Nos Salões de Cabeleireiro
Segurança E Bem-Estar Nos Salões de Cabeleireiro
O que não será fácil de conseguir se, enquanto locais de trabalho, não primarem
pela segurança, saúde e bem-estar dos seus trabalhadores. O mesmo é dizer que,
hoje em dia, se outras razões não houvera, o mercado é tão concorrencial que o
sucesso passa pela gestão integrada do salão, no seio da qual se inscreve a
prevenção de riscos profissionais, não como componente acessória, mas como
factor decisivo de qualidade e de competitividade. Ou seja, num meio de trabalho
tão sensível, profissionais que não se sintam bem, dificilmente proporcionarão bem-
estar aos clientes.
E, antes de mais, convirá, desde já, deixar claro que, em matéria de SST –
Segurança e Saúde no Trabalho, seja qual for o sector de actividade, a
responsabilidade cabe, nos termos da Lei (Decreto-lei n.º 441/91) à entidade
patronal, que, a propósito das medidas de prevenção a implementar, deverá
informar e, se necessário, formar os trabalhadores, sobre os quais recai o dever de
colaboração. Na certeza, porém, de que a participação efectiva dos trabalhadores
joga um papel crucial em qualquer processo de melhoria das condições de trabalho.
Processos que deverão obedecer aos princípios gerais de prevenção, no cerne dos
quais se encontra o grande princípio orientador de que o homem é a medida de
todas as coisas; ou seja, o trabalho deve adaptar-se ao homem e não o contrário.
Mas, como os riscos são inerentes à actividade humana, haverá que evitá-los ou,
caso não seja possível, avaliá-los e, de preferência, combatê-los na origem. Depois,
quanto possível, dever-se-ão substituir os elementos ou produtos perigosos por
outros não perigosos ou menos perigosos, bem como aplicar medidas de protecção
colectiva, de preferência a medidas de protecção individual.
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razoavelmente complexos que, na maior parte dos casos, exigirão o concurso de
um ou mais técnicos com habilitações adequadas.
E daí que as questões adiante referidas mais não sejam do que genéricas chamadas
de atenção para alguns dos problemas relevantes, em termos de SST, nos salões
de cabeleireiro.
AS INSTALAÇÕES
Por sua vez, a ventilação deve ser contínua e bem distribuída, de forma a não dar
origem a correntes de ar incómodas ou perigosas; bom seria que pudesse prever
também sistemas especiais de captação junto dos locais onde se preparam
produtos químicos de risco. O ruído, para além do stresse e da fadiga, pode
provocar danos irreversíveis no organismo humano, havendo, portanto, que prestar
atenção aos níveis sonoros da música de fundo e à opção, sempre que possível, por
aparelhos menos ruidosos.
RISCO QUÍMICO
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Em termos legais, é o Decreto-lei n.º 296/98, de 25 de Setembro, que estabelece
as regras a que devem obedecer os requisitos de qualidade, a rotulagem, a
publicidade e a colocação no mercado dos produtos cosméticos e de higiene
corporal. Como prescreve este diploma, cabe ao Infarmed – Instituto Nacional da
Farmácia e do Medicamento, uma vez recebida comunicação sobre reacções
adversas provocadas pelo uso de produtos cosméticos, desencadear os
procedimentos convenientes à defesa da saúde pública.
Para prevenir ou, pelo menos, minorar este tipo de riscos, a primeira regra, já
referida, aliás, consiste em dar prioridade, sempre que possível, aos produtos
menos perigosos e, depois, utilizá-los na quantidade estritamente necessária,
devendo colocar-se os detritos em caixotes do lixo estanques.
PERTURBAÇÕES MÚSCULO-ESQUELÉTICAS
Por outro lado, muitos dos cabeleireiros sentem-se afectados por perturbações
músculo-esqueléticas, sobretudo ao nível cervical, dos ombros e pulsos, geralmente
devidas a posturas incorrectas e ao trabalho de pé, que chega a ocupar mais de
dois terços do seu tempo normal de laboração.
São também numerosas as posturas incorrectas por parte dos profissionais dos
salões de cabeleireiro, de modo especial durante as operações de lavagem de
cabeça, de “brushing” e de corte, obrigando-os a reclinarem-se para o cliente, bem
como a fazer repetidos movimentos de torção da coluna vertebral.
A prevenção de todos estes riscos passa pela organização do trabalho, isto é, pela
rotação de tarefas entre os diversos profissionais, de modo a evitar que tenham de
trabalhar, durante longos períodos, nas mesmas posições. E, depois, pelo
mobiliário, como a cadeira dos clientes, o banco de corte e outros equipamentos
que devem ser reguláveis, prevendo espaço suficiente entre eles e de modo a que
cada profissional possa adoptar posturas de trabalho correctas.
RISCO BIOLÓGICO
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disponíveis dois jogos de instrumentos por cadeira de cliente, de modo a que,
enquanto um, porventura, esteja em desinfecção, o outro possa ser utilizado.
Luís Vieira
Técnico da Autoridade para as Condições do Trabalho
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