Quatro são as características que tornam o
Antígenos (Imunologia)
Antígeno é toda estrutura molecular, que
interage com um anticorpo. Basicamente, o
antígeno é um corpo estranho. Nem todo
antígeno gera resposta imunológica. O
antígeno que gera resposta imunológica é
conhecido como imunógeno. Existe uma
serie de características que o antígeno deve
ter para ser um imunógeno (será abordado
adiante).
O imunógeno ativa resposta imunológica
interagindo com os receptores dos
linfócitos T e .B.
O antígeno de uma resposta autoimune é
conhecido como autoantígeno.
Imunogenicidade constitui a capacidade de
um imunógeno de induzir resposta imune,
ativando linfócito T e/ou B.
Quando o imunógeno interage com os
linfócitos B ele origina os linfócitos B
efetores (capazes de virarem plasmócitos)
e em alguns linfócitos B de memória. Da
mesma forma, quando o antígeno interage
com os linfócitos T são ativados pelo
antígeno, transformam-se em linfócitos T
efetores (CD4 ou CD8, vai depender do
antígeno) e linfócitos T de memória.
O antígeno pode ser de todas as
propriedades moleculares, como:
 Proteínas;
 Polissacarídeos;
 Ácidos Nucleicos;
 Lipídeos.
No entanto, o antígeno nesses estados
moleculares (macromoléculas) não
consegue promover resposta, pois o MHC
não reconhece. Na maioria das vezes, é
necessário que o antígeno seja processado
até uma porção menor (grupo de
aminoácidos...)
antígeno um imunógeno são:
 Ser estranho: Mesmo que seja um
autoantígeno. Tem que ter algo
diferente do corpo.
 Peso molecular: Tem que ter peso
molecular alto. Pesos moleculares
baixos não são reconhecidos, logo
não podem gerar repostas como
imunógeno.
 Composição química e
complexidade: É necessário que a
molécula do anticorpo seja
complexa em sua composição
química, ou seja, tenha muitos
epítopos. Quando mais epítopo,
mais fácil o reconhecimento do
corpo.
Epítopos são regiões
imunologicamente ativas de um
imunógeno. Por exemplo, o vírus tem
muitos epítopos. Quando o anticorpo
se liga ao antígeno, ele se liga
exatamente no epítopo, pois é o local
que gera resposta do linfócito B e T.
O antígeno pode ter um tipo de
epítopo ou vários tipos. Quanto maior
a diversidade do tipo de epítopos,
maior a complexidade do antígeno.
O anticorpo se liga direto no epítopo, e
não em todo antígeno. É uma ligação
específica. Ou seja, tem 1 anticorpo
para cada antígeno.
Há, geralmente, três tipos de antígenos
com relação a sua complexidade
molecular:
- Antígeno que tem muitos epítopos
iguais (tem um bom peso e uma boa
complexidade). Típico de
polissacarídeo.
- Antígeno que tem vários epítopos de
tipos diferentes (melhor ainda). Típico
de proteína.
- Antígeno com apenas um epítopo
(Haptenos). Não gera resposta imune. São
antígenos, mas não imunógenos. Tem
baixo peso e complexidade molecular.
Obs.: Para fazer um hapteno gerar resposta
é necessário ele ser ligado a uma proteína
carregadora, pois isso aumenta o peso e a
complexidade celular.
 Capacidade de ser processado e
apresentado: Como foi afirmado
acima, não tem como gerar
respostas com macromoléculas. A
apresentação ocorre pelo MHC
(proteínas presentes nas células
nucleadas e nas células
apresentadoras de antígeno) e será
descrita adiante. Saiba que o
epítopo do imunógeno se liga ao
MHC para ser apresentado.
Para haver reconhecimento do antígeno,
existem alguns fatores por parte do
anticorpo:
a) Especificidade: Cada antígeno estimula
a produção de um anticorpo específico.
Logo é a capacidade do anticorpo se
ligar ao antígeno específico.
b) Diversidade: É o repertório de
anticorpos em nossos organismo. Se há
especificidade há diversidade. Se cada
antígeno estimula a produção de um
anticorpo específico pelo linfócito B,
logo há muitos anticorpos, ou seja,
uma diversidade.
c) Valência: Quantidade de antígeno que
o anticorpo consegue ligar.
Entenda que o anticorpo (IgA, IgG, IgM, IgE
e IgD) possui uma porção constante e uma
porção variável. Ex.: Todos os IgGs possuem
sua porção constante igual, mudando
apenas a porção variável. No entanto, a
porção constante do IgG é diferente da do
IgA (e por aí vai).
Quase todos os anticorpos tem o formato
de um “Y”, logo cada anticorpo se liga a
dois antígenos. A exceção para a regra é o
IgM. O IgM é pentamérico, ou seja,
formado por 5 “Y”. Dessa forma, o
anticorpo IgM pode se ligar até 10
antígenos.
A valência da maioria das imunoglobulinas
é bivalente, exceto o IgM que é polivalente.
Obs.: A capacidade do IgM de se
neutralizar mais antígenos justifica o fato
dele ser o primeiro e principal anticorpo da
resposta à infecção aguda. Logo depois
surge o IgG quando já existem menos
antígenos no meio.
d) Avidez: É a afinidade que o anticorpo
tem pelo antígeno.
 MHC: COMPLEXO PRINCIPAL DE
HISTOCOMPATIBILIDADE
O MHC é uma região genética do
cromossomo 6 que codifica um conjunto
de proteínas muito importante para o
sistema imune.
Antes, acreditava-se que o MHC só servia
para compatibilidade de transplante. No
entanto, sabe-se, hoje, que o MHC tem
função na apresentação de antígeno.
O cromossomo 6 (onde fica o MHC) produz
três classes de moléculas:
 MHC tipo 1: Presente em todas
células nucleadas. Apresentação de
antígeno.
 MHC tipo 2: Presente em todas as
células APCs. Apresentação de
antígeno
 MHC tipo 3: Inflamação.
Dessas classes, as que serão abordadas
neste resumo são 1 e 2, isso ocorre pois
são as responsáveis pela apresentação de
antígenos.
 pelo antígeno. Quando o antígeno é
intracelular o MHC1 é usado, pois ele ativa
o CD8 que é citotóxico e consegue eliminar
a célula toda que está infectada. Já quando
o antígeno é extracelular, expressa-se o
MHC2.

Por exemplo, o vírus é intracelular

A molécula de MHC (verde) é uma
molécula de membrana que apresenta o
antígeno ao receptor do linfócito (rosa). A
parte do antígeno que o MHC utiliza na
apresentação é justamente o epítopo.
O linfócito só reconhece o epítopo
apresentado pelo MHC. O nome disso é
restrição MHC.
Lembrando que se o antígeno for uma
proteína, ela deve ser quebrada e só o
epítopo é utilizado.
O MHC tipo 1 está presente na superfície
de todas as células nucleadas. Já o MHC
tipo 2 está presente em todas as células
apresentadoras de antígeno (APC).
Há três APCs no corpo: macrófago, célula
dendrídica e linfócito B. Lembre-se,
portanto, que elas apresentam MHC tipo 2.
No entanto, essas células também são
nucleadas, logo elas também possuem
MHC do tipo 1.
obrigatório, logo faz sentido a expressão do
antígeno pelo MHC1, para promover
resposta citotóxica. Quando é um
organismo extracelular, o MHC2 ativa o
linfócito T CD4 que, dependendo se for Th1
ou Th2, ativa o macrófago ou o linfócito B.
Vale lembrar que as proteínas dessas
classes de MHC são produzidas no retículo
endotelial.
A maioria dos linfócitos T reconhece
apenas peptídeos, já os linfócitos B
reconhecem antígenos como peptídeos,
proteínas, ácidos nucléicos, lipídeos e
pequenas substâncias químicas. Dessa
forma, a resposta celular é mediada
somente por antígenos proteicos e a
resposta humoral por antígenos proteicos e
não proteicos

O linfócito T CD4 é MHC tipo 2 restrito. Ou

seja, o linfócito T CD4 só consegue ser
apresentado ao antígeno por intermédio
do MHC tipo 2. Já o linfócito T CD8 é MHC
tipo 1 restrito, ou seja, só é apresentado ao
antígeno por intermédio do MHC tipo 1.
Isso é a histocompatibilidade.

Dessa forma, observe que as células

apresentadoras de antígeno conseguem
apresentar o antígeno tanto para o linfócito
T CD4 quanto para o T CD8.

Quando a APC expressa o antígeno pelo

MHC1 e pelo MHC2? Isso é determinado