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Antigo Regime

 Politicamente: absolutismo monárquico


 Economicamente: capitalismo comercial
 Socialmente: sociedade de corte (desigual, hierarquizada)
 Religiosamente: predominância da fé (catolicismo vs protestantismo)
 Artisticamente: estilo barroco.

Como resultado deste regime a europa, entre 1680-1720, sofre uma revolução científica e filosófica que provoca a
Crise de Consciência Europeia: conjunto de contributos/ideias filosóficas e científicas que dão origem ao iluminismo e
derrubam o antigo regime.

Revolução Filosófica

Esta revolução divide-se em três vertentes: o racionalismo, o empirismo e o libertismo.


O Racionalismo é a procura do conhecimento através da razão, com Descartes e Espinosa.
O Empirismo defende que o conhecimento provém das sensações, uma vez que segundo esta teoria não nascemos
com conhecimentos inatos, com John Locke e David Hume.

John Locke (1632-1704)


Médico, filósofo e pedagogo é considerado como o pai do empirismo. Viveu em Inglaterra numa altura em que Jaime
VI tentou implantar o absolutismo monárquico. Decide abandonar Inglaterra, tornando-se médico e conselheiro
político de Guilherme D’Orange na Holanda, onde tem contacto com membros do parlamento inglês. Dá-se a “Glorious
Revolution”, Guilherme D’Orange torna-se rei e a implantação de uma monarquia constitucional e liberal (1689)
Obras:
 “Ensaio sobre o entendimento humano” – obra que define o empirismo
 “Dois tratados sobre o governo civil” (1690) - Locke defende que todo o ser humano tem três direitos: vida,
liberdade e propriedade, conquistados pelo esforço e trabalho. O governo existe pata garantir que estes direitos são
respeitados. Este governo é elegido pelo povo e não por direito divino, dando ao povo o direito à revolução quando
não cumprem. Defende a divisão do poder em quatro: poder legislativo (parlamento), executivo (governo), judicial
(tribunal) e moderador (rei), segundo Locke esta divisão impede o abuso de poder.
 “Cartas sobre a tolerância” (1687): esta obra defende a liberdade de expressão e a tolerância religiosa. Locke
defende a separação entre o estado e a igreja, onde o estado deve garantir a liberdade religiosa. Locke critica também
os católicos e os ateus considerando-os intolerantes.
 “A razoabilidade do cristianismo” (1689): após ter estudado todas as religiões Locke defendeu que a religião
mais razoável é o cristianismo evangélico (sem dogmas, etc.). Defende que se trata de uma religião simples, razoável e
útil para preservar os valores de fraternidade na sociedade, “ama o próximo como a ti mesmo”.

Os Libertinos surgiram no final do séc. XVII e acreditavam unicamente na razão, questionavam a moral da sociedade
em geral, no entanto não oferecem algo novo. La Fontaine, Casanova e Marquês de Sade eram autores com
componentes sexuais amorais.

Revolução científica

Muda toda a teoria do conhecimento. Todos os fenómenos físicos passam a ser explicados através de leis
matemáticas, como o espaço. Este deixa de ser mistificado e criado por Deus e passa a ser compreendido através da
física. Uso do método científico: observação e experimentação.

Galileu Galilei foi físico e astrónomo e provou a teoria heliocêntrica com a ajuda do microscópio. Em “Saggiatore”
defendeu que a natureza se traduz em leis matemáticas que podem ser explicadas e estudadas. A sua obra faz parte
do Index, mas os seus livros foram publicados em países protestantes, Holanda e Inglaterra.

Isaac Newton, considerado herói nacional, foi o responsável por: definir os Princípios Matemáticos da Filosofia
Natural, elaborar as lei da gravitação universal, desenvolver trabalhos na área da ótica (essencial para o surgimento
dos óculos e melhoramento do telescópio) e desenvolver o microscópio. Foi membro da Royal Society, era crente e
deísta.

Harvey estuda cientificamente o coração e o sistema circulatório. Jenner descobre a vacina e a cura contra a varíola. A
taxa de mortalidade infantil diminui. Estudam-se os diabetes, a epilepsia e as doenças mentais.
Buffon (História da Terra): estuda paleontologia, onde prova que a terra tem milhões de anos, através dos fosseis e
das camadas geológicas e que os seres vivos nem sempre tiveram esta forma, entrando em confronto com a igreja.

Há a necessidade de divulgar estas descobertas e de as tornar acessíveis ao maior número de pessoas, de modo a que
estas possam ser postas em prática. É nesta altura que se dão os descobrimentos, as viagens de expedições
científicas. Desta forma, são criadas várias academias científicas, onde se realizavam experimentações e debates,
como a Royal Society e a Real Academia. Surgem as engenharias, revistas e jornais: Phylosophical Transactions.

A igreja fechou-se ao conhecimento (Índex) e face a isto, os países de norte tornaram-se muito mais desenvolvidos
que os de sul (grande taxa de analfabetismo).

Iluminismo
Este movimento que vigorou na europa e colónias durante o séc. XVIII. Defendem a razão e que todos os homens
nasceram livres e iguais. As sociedades são baseadas nas liberdades religiosa, de pensamento e de racionalização.

Racionalismo: todos os homens nasceram com a capacidade da razão que é o meio para atingir o conhecimento.
Antropocentrismo: todos os homens nascem livres e racionais e com o propósito de traçarem o seu próprio caminho,
afastando-se dais ideias de que os homens nascem em pecado original.
Antropologia: estudo de todas as culturas e homens. Voltaire interessa-se pela história da humanidade sem Deus,
“Uma história sem Deus” e “Ensaio sobre os costumes”. Montesquieu com “Cartas Persas”.
Progresso: acreditam que a humanidade pode evoluir sempre e esta é inevitável se os homens desenvolveram o
pensamento com base na razão.
Montesquieu em “Reflexões sobre a monarquia na Europa” revela o desejo da criação de uma unidade política
europeia através da razão. E Kant, em “Para uma paz perpétua” refere que esta será atingida quando houver um
governo constituído por vários países.

Apesar de acharem que a luz da razão brilhava igualmente na Europa, esta não brilhava da mesma forma em todo o
continente (etnocentrismo). Surge um confronto entre a Europa de Norte e a de Sul. Montesquieu em “O Espírito das
Leis” defende que esta diferença se deve à diferença de clima, à diferença religiosa e política, mas também ao facto
das pessoas do Norte serem mais trabalhadoras, racionais e esforçadas (protestantes). Em “Dicionário Filosófico”,
Voltaire descreve uma conversa entre um inglês (Boldmind, norte) e um português (Medoso, sul), onde o primeiro
tem as suas ideias definidas e o outro tem medo de pensar e espera que o rei ou o padre decidam por si.

Liberdade de pensamento é um ideal de progresso que defende que todos os homens devem expressar livremente as
suas ideias. Os jornais e as revistas passam a obter um papel extremamente importante.

No deísmo acreditam que há uma inteligência superior responsável pela forma como o mundo está organizado, um
“Grande Arquiteto”. Os iluministas não aceitam dogmas e opressões, o que os torna anticlericais. Toland defende que
os princípios da fraternidade do novo testamentos são bons, mas o que foi feito em nome destes não. O estado não
deve ser ateu, pois seria intolerante.

Em 1717, Toland criou em Londres a Maçonaria: conjunto de homens bons e livres que se juntavam para defender e
debater os ideais iluministas. Posteriormente divulgavam para o exterior as suas ideias de razão e pensamento sobre
diversas áreas. A 1ª Maçonaria é de carácter anglo-saxónico e deísta (Maçonaria Irregular). Em França criou-se a
Maçonaria Regular de carácter não deísta.

A Enciclopédia trata-se de um contraponto para com a obra da Igreja Católica, onde colaboraram cerca de 130
pessoas maioritariamente pertencentes à burguesia intelectual juntamente com alguns nobres e clérigos. Pretende
transmitir os ideais da razão, da ciência, da arte e dos ofícios e que seja acessível a toda a gente. O conhecimento não
pode ser meramente teórico, é preciso pôr em prática. É um ataque à monarquia absoluta, aos princípios feudais, aos
dogmas da igreja e à escolástica.
Tem 35 volumes e foi escrita entre 1751 e 1783 e tem 2 fases de escrita: a primeira (1751-1772) é coordenada por
Diderot e D’Alambert e editada por Le Breton, que censurava artigos, a segunda (1776-1780) é liderada por
Panakouke e diz respeito ao período de criação de índices e imagens. Jean Jacques Rosseau escreve sobre a música,
Voltaire sobre a história da literatura, Montesquieu sobre a estética e Ribeiro Saches sobre a pedagogia e a medicina
(doenças sexualmente transmissíveis). Alguns artigos foram escritos por padres, outros por um cavaleiro de Jeucourt,
pois quando os originais não chegavam a tempo ele tinha de os escrever.
Revoluções Liberais
(agrícola, industrial, económica, demográfica e política)
EUA: em 1776, 13 colónias invocam a Magna Carta e a Bill of Rights para criticar o excesso de impostos e reivindicar
autonomia. Há uma guerra civil (1776-1783), vencem as colónias e acontece a 1ª descolonização. Em 1787 cria-se a
primeira constituição dos EUA baseada nos princípios de John Locke, mas nem tudo se põe em prática. Apenas os
homens brancos podem votar e a economia continua a ser sustentada pelos escravos. Posteriormente no Norte dá-se
o fim da escravatura e o início do sistema industrial. No Sul fatores como o clima e as plantações não facilitam o fim
da escravatura.

França:14 de julho de 1789 – Libertar da Bastilha


O aumento da desigualdade social e económica, as novas ideias políticas e a má gestão económica levaram à revolução
francesa. A família real é morta e vive-se um período de terror com ditadura, antagonismos e crises de sociedades.
Napoleão chega ao poder e instaura um novo regime absolutista. Este invade outros países da Europa, como Alemanha
e Península Ibérica, mas é derrotado na batalha de Waterloo, em 1815. Restaura-se novamente a monarquia absoluta.
Em 1830 dá-se a 2ª Revolução Francesa, dando lugar a um rei liberal, Luís Filipe de Orleães. E em 1848, após uma nova
revolução, a monarquia é deposta definitivamente e implanta-se a república francesa.

Portugal: predominava uma monarquia absoluta. D. João VI fugiu para o Brasil como forma de sobrevivência às
invasões napoleónicas. D. João torna o Brasil reino e em Portugal as tropas napoleónicas são derrotadas. Neste
período há uma grande divisão entre os ideais absolutos e os liberalistas. D. João regressa a Portugal e em 1820 há
uma revolução liberal, este cede uma nova constituição (1822). D. Pedro IV torna-se rei no Brasil e dá a sua filha a
casar a D. Miguel, seu irmão, e este fica a reinar Portugal após a morte de D. João, reestabelecendo a monarquia
absoluta em Portugal. D. Pedro regressa para combater o irmão e lutar pelos ideais liberais. Dá-se o Cerco do Porto
em 1833 e triunfa em 1834 a Revolução Liberal, há uma nova constituição. Quando este morre a sua filha D. Maria
sobe ao trono.

Liberalismo: começa por ser revolucionário, mas acaba por se acomodar e ser conservadora. É incompatível com a
escravatura e o regime absolutista, quer religioso como político, ou tudo o que oprima a expressão do pensamento.
Defende o confronto de ideias, a imprensa livre e os partidos políticos. Cria a constituição baseada na divisão de
poderes para que este não seja absoluto (centrado numa só pessoa, legislativo, executivo e judicial).
Baseia-se no individuo, sendo que cada um tem direito à liberdade, à igualdade e à propriedade. Separam o estado da
igreja, criam o registo civil, o casamento e o enterro civil;
O liberalismo defende a burguesia, uma vez que o movimento surge desta classe, e estes continuam a explorar os
trabalhadores, as crianças e os escravos. Nem todas as promessas são aplicadas, como o sufrágio universal. Quando
chegam ao poder criam o sufrágio censitário que impõe condições para exercer o voto, tais como ser homem, saber
ler e escrever, ter rendimentos próprios e pagar impostos.

Romantismo
Movimento moderno a nível social, económico, artístico e político, oriundo do norte da europa que surgiu no séc.
XVIII, mas foi diferente em cada país. Reflete a sociedade burguesa, liberal, individual e a revolução industrial.
Termina com as características neoclássicas, defendendo a expressão de sentimentos e emoções. Promove uma
verdadeira revolução na arte: o artista passa a ser valorizado e a arte é livre. É um movimento epidérmico, consegue
ser conservador e revolucionário ao mesmo tempo.

 Rejeição do Racionalismo total: nem tudo se traduz em formas matemáticas. Começa agora a procura de uma
nova dimensão do homem, pois este deixa de se guiar apenas pela razão e valoriza o sonho, a intuição e os
sentimentos. Isso leva-os ao ultrarromantismo e ao exagero das emoções.
 Renovação do espírito religioso: defendem a espiritualidade, o sobrenatural e consideram Jesus Cristo o
primeiro herói. Depois de uma época tão científica ficam abertos à espiritualidade.
 Subjetivismo, exaltação do eu: o individuo é a base da sociedade e nascemos todos com os mesmos direitos e
potencialidades. O que marca cada obra não é a obra por si mesma, mas sim a interpretação que cada um faz da
mesma. Destacam-se autores como Camões e Shakespeare.
 Gosto pelo mórbido: surge um grande interesse pela morte e tudo o que esteja ligado a ela, como
tempestades no mar, ruínas, cemitérios, natureza, pântanos. Destacam-se autores como Goethe com “O Fausto”, ou
“Drácula”, “Sherlock Holmes” ou “Frankenstein”. Vemos românticos que se envolveram em lutas políticas a ficar
desiludidos com o avançar dos tempo, ao ponto de usar substâncias elícitas, como o ópio e absinto de modo a
alterem o seu estado da alma.
 Amor à Liberdade: lutam pela liberdade individual, estética, liberdade de nações e contra a escravatura,
basicamente combate todos os pensamentos dogmáticos e absolutistas e está na origem de todas as revoluções do
século XIX.
 Historicismo e nacionalismo: os românticos defendiam que todas as nações deviam ser fraternas, mas ao
mesmo tempo mantendo a sua cultura e identidade própria. Por isso, fazem estudos sobre a história de cada nação e
recuperam a Idade Média, o início das civilizações. Naquela altura era tudo muito mais livre pois não estavam sujeitos
à monarquia absoluta (neogótico). Fazem a recolha de contos, tradições, línguas e costumes, como os Irmãos Grimm,
para que cada um conheça a identidade da sua nação.

Focos
 lhas Britânicas: começa de forma precoce no final do século XVIII e isso deve-se essencialmente à Gloriosa
Revolução e à Revolução Industrial. Os primeiros livros pré-românticos de aventuras foram: “A ilha do tesouro” de
Robert Louis Stevenson, “Robinson Crusoe” de Daniel Defoe e “As viagens de Gulliver” de Jonathan Swift. Nos finais
deste século, os românticos teóricos como Lord Byron e Percy Shelley demonstram interesse pela natureza. Já no
século XIX surge Jane Austen, Walter Scott, as Irmãs Bronte, Emlily com “O monte dos vendavais”.
 Atual Alemanha: Na Prússia o Pré-romantismo vai até 1806. Assistimos à renovação religiosa por parte dos
católicos e dos protestantes, ao idealismo alemão na filosofia com a exaltação do individualismo e da liberdade. O
movimento romântico alemão é conhecido como “Sturm und Drang”, com autores como Goethe e Schiller, e chega
verdadeiramente com as invasões francesas, pois mudam as mentalidades e há a necessidade de união territorial para
se defenderem. Surge o nacionalismo profundo, onde se tornam conservadores para proteger a sua identidade através
do “volksgeist” (espírito do povo) e do estudo pelos mitos alemães. Um grupo de jovens alemães procura o lado oculto,
irracional e alternativo através do uso do ópio. Novalis (“Hinos da noite”), Kleist, E.T.A Hoffmann.
 França: inicialmente o movimento romântico francês preserva um lado racional e a tradição clássica. Aqui o
foco é mais político e social. Alguns nomes essenciais são Rosseau, Chateaubriand, Lamennais e Madame de Stael.
Estes focam-se na literatura que vá contra Napoleão até à queda deste. É valorizada a ideia de liberdade e os valores
que provêm da revolução. Filósofos como Louis Blanc e Proudhon influenciaram a mentalidade das pessoas. Na
dramaturgia destacam-se Vitor Hugo e Dumas.
 Portugal: o movimento romântico está sobretudo ligado ao movimento liberal e por isso surge tarde. O
movimento surge com a obra “Camões” de Almeida Garrett, estando ele ainda no exílio. Foi o pai do romantismo
português está muito ligado à imprensa, recolheu poesia e contos de modo a promover a cultura e o espírito do povo,
fundou o Teatro Nacional D. Maria II e o Conservatório Nacional, escreveu “Frei Luís de Sousa” ligado às formas
clássicas, mas também com os presságios e nacionalismos do romantismo, “Folhas Caídas” e “As viagens na minha
terra”. Outra das grandes figuras do romantismo em Portugal é Alexandre Herculano, foi um poeta católico, refelete-
se nos seus romances “A harpa do crente”, fundou a Biblioteca Nacional no Mosteiro de S. Lázaro, foi um grande
historiador e vai ao encontro das origens e fontes da história de Portugal sem recorrer a milagres. Lutou por causas
sociais como o casamento civil.
 EUA: neste país recente e diferente da Europa, desenvolve-se um movimento neoclássico que promove
algumas características do romantismo – origina o transcendentalismo, confronto do herói com algo maior que ele.
James Fenimore Cooper, em “O último dos moicanos” fala da natureza, dos índios, mas sem uma visão racista, da
liberdade política e sexual. Há também Melville com “Moby Dick”, Hawthorne com “The Scarlett Letter” e “As Bruxas
de Salem” e Alan Poe com contos macabros, pois sofria de instabilidade mental e emocional.

Segunda metade do séc. XIX (1850-1914)

O triunfo do capitalismo e da Revolução Industrial (evolução da eletricidade, fábricas e máquinas a vapor) trouxeram
uma enorme desigualdade social. Temos dois mundos oposto, aqueles que têm todo o poder e os que nada têm se não
força de trabalho. Estes últimos são os proletários.
Na fábrica eram explorados ao máximo: não há legistação de proteção no trabalho, ausência de horário de trabalho
pelo que trabalhavam sempre, só folgavam por motivos religiosos, não havia ventilação aumentando o risco de
tuberculose e pneumonia, os acidentes de trabalho eram comuns e não havia segurança, não havia salário fixo porque
o patrão pagava o que queria, nem tão pouco contratos de trabalho porque os patrões escolhiam sempre a mão de
obra mais barata que aparecesse, isto é, mulheres e crianças, que eram usadas para limpar chaminés ou trabalhar em
minas. A alimentação era à base de bolacha e batata, sem fonte de proteína ou fruta.
A partir do séc. XIX quem tivesse mais posses ia viver para sítios onde não houvesse contacto com este ambiente, surge
a segregação por classes. A classe média vai surgindo dos serviços.

Surgem os primeiros partidos políticos, o Regenerador e o Progressista.


Sindicalismo é um grupo de pessoas que considera o regime injusto e pouco preocupado com os valores da sociedade.
Surge uma luta económica no trabalho e pelos direitos dos trabalhadores.
1ª reação contra o sistema: os trabalhadores reagem de forma violenta ao surgimento da máquina com incêndios –
ludismo;
2ª fase: antes das fábricas já havia produção pelos artesãos. Estes com receio do fim do seu negócio criaram
associações de proteção do seu trabalho – mutualismo.
3ª fase (sindicatos): são criadas associações de operários/políticos que procuram as defesas dos mesmos e lutam
pelos seus direitos; utilizam a greve como forma de revolta o que faz o poder recuar. Em 1864 nasce a Associação
Internacional do Trabalhador em Londres: defendia as mesmas condições de trabalho em todos os locais. Foram
criadas leis, novos salários e horários de trabalho, reformas para idosos, proibido o trabalho infantil, etc.

Quanto à luta política, um conjunto de homens aperceberam-se que o regime liberal se tinha tornado conservador
porque apenas se valoriza o direito individual, e procuram a justiça social, através da valorização da vida em
sociedade, defendendo o sufrágio universal – socialismo.
Surgem os reformistas e os anarquistas, que se opunham a qualquer tipo de hierarquia e dominação, tanto
económica como social, e foram introduzindo medidas para evitar os mesmo.

Karl Marx foi um burguês sociólogo que analisou as fases da história numa vertente mais utópica, onde idealiza uma
sociedade sem classes, deixando de haver antagonismo entre as duas partes. Para tal acontecer, o capitalismo devia
ruir por dentro, o que demoraria. Era necessário educar os operários. Quando estes perceberem que não recebem o
valor correspondente ao seu trabalho haverá uma revolução.
Engles faz uma análise científica da sociedade, onde vê que domina quem tem os meios de produção contra os
operários que nada têm. Este modelo é o marxismo, uma evolução que é feita desde um sistema até a um
comunismo. Como todos os sistemas, este também tem antagonismos: a luta das classes e o ponto de rutura.
Começou no feudalismo, avançou para o capitalismo e para no comunismo (primeiro com a ditadura do proletariado
e depois com a ausência do estado e das classes).
Na Inglaterra temos o Partido Trabalhista, na Alemanha o Partido Social Democrata e em Portugal o Partido Socialista
Português.

Ciência e Cultura

Esta metade do século foi um marco na história da ciência. Assistimos a uma revolução científica e tecnologia na
física, medicina e biologia. Surgem grandes teorias como: a Teoria da Relatividade, de Einstein e a Teoria da Evolução
das Espécies de Darwin. A indústria farmacêutica sofre uma grande evolução com as vacinas, medicamentos e a cura
para a tuberculose.
A nível tecnológico, temos a chegada do comboio, o telegrama, o rádio e a radioatividade.
Ausguste Comte está ligado ao Positivismo, que tem por base a razão e defende que o conhecimento científico é a
única forma de conhecimento verdadeiro, e passa por 3 fases:
1. Fase teológica: onde o ser humano busca explicação para a realidade por meio de entidades sobrenaturais
2. Fase metafísica: explicação das causas abstratas e da matéria,
3. Fase positiva: estudo das leis dos fenómenos, onde não se explica o "porquê" das coisas, mas sim o "como".

Realismo e Naturalismo

Nesta fase surge a necessidade de combater os excessos do romantismo, defendendo que a arte deve retratar a
realidade, principalmente as mais difíceis, como o adultério, incesto ou a prostituição. Estes movimentos são difíceis
de distinguir, pois é uma mudança muito rápida e ao mesmo tempo.
No Naturalismo a arte é abordada de uma forma científica. Por exemplo: Pedro da Maia, geneticamente herdou um
espírito fraco e melancólico. Isto é um algo que o impede desde o início de casar com Maria Monforte.
No Realismo é necessário um olhar mais duro e detalhado sobre a realidade. Esta arte está envolvida numa causa e
movimentos políticos.

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