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PREÇO
Professor:
Me. Adriano Aparecido de Oliveira
DIREÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
•• Compreender as estratégias para a formação de preços.
•• Entender os conceitos econômicos na formação de preços.
•• Captar os tipos de abordagens para a formação de preços.
•• Assimilar as relações legais e éticas na formação de preços.
PLANO DE ESTUDO
introdução
ESTRATÉGIAS PARA A
formação de preços de
produtos e serviços
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saiba mais
Por exemplo, em uma rede de supermercados, os produtos de beleza e
higiene de marca própria que eram 40% a 50% abaixo dos preços das marcas
de fabricantes concorrentes eram vistos pelos consumidores como de qua-
lidade inferior.
O Quadro 1 demonstra as posições que são precificadas de acordo com o valor que
está acima ou abaixo do preço em relação a outros produtos do mesmo segmento.
Em geral, um produto com um valor mais alto faz as pessoas ou consumidores ima-
ginarem naturalmente que o produto tem algo a mais a oferecer em função do seu
preço elevado (CHURCHILL; PETER, 2013).
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Em um processo de precificação, muitas empresas podem decidir por não seguir uma
abordagem reflexiva para definir os preços a serem praticados, e sim, decidir pela
intuição. Entretanto, para alcançar os objetivos do marketing, deve-se seguir uma
recomendação lógica, conforme demonstra a Figura 1 (CHURCHILL; PETER, 2013).
Em que:
Desta forma, o preço de venda deve ser projetado de forma que os custos sejam
pagos com as vendas dos produtos e proporcione a lucratividade desejada pelos pro-
prietários da empresa em questão. Para calcular o preço de venda, parte-se, então,
da lucratividade desejada em função do retorno almejado (YANAZE, 2011).
Neste sentido, pela visão da empresa, de acordo com Yanaze (2011), os compo-
nentes de preço de venda são os valores necessários para:
PV = Preço de venda.
CF = Custos fixos/indiretos.
CV = Custos variáveis/proporcionais de fabricação e de vendas.
I = Impostos incidentes sobre a receita.
ML = Margem de lucro/reservas.
QT = Quantidade produzida e disponibilizada para venda.
Equação básica:
P = CF/QT + CV/QT + I + ML
Preço = Custo fixo/indireto unitário + custo variável/proporcional unitário +
Impostos incidentes + Margem de lucro/reservas.
Assim, tem-se:
Desta forma, após ter realizado cálculo do preço que será cobrado pelo produto,
deve-se avaliar se o preço é competitivo ou não em relação ao mercado.
CONCEITOS ECONÔMICOS
para a formação de preços
14 Pós-Universo
•• Custos de reposição são os estoques que precisam ser repostos pela empresa,
ou seja, o custo que a empresa tem para repor o estoque.
Preço
P1
P2
Q1 Q2 Qtde
Figura 2 - Exemplo de curva de demanda
Fonte: adaptado de Churchill e Peter (2013, p. 322).
Desta forma, tendo a demanda como um fator determinante para formar os preços,
deve-se considerar também o ciclo de vida do produto, pois um produto passa por
várias fases distintas. De acordo com Siqueira (2011), na introdução de um produto
junto ao mercado, pode-se escolher entre colocar um preço mais baixo e atingir todos
os públicos ou colocar um preço mais alto para atender a um consumidor mais exi-
gente. Na fase de crescimento, os preços sobem e, consequentemente, aumentam-se
os lucros. Nas fases de maturidade e declínio, os preços se mantêm ou se reduzem sig-
nificativamente. Uma promoção, por exemplo, pode influenciar a decisão de compra
do consumidor e, assim, deslocar a curva de demanda para a direita. A entrada de
novas empresas competindo neste mesmo mercado também pode alterar a curva
de demanda. Isto acontece porque os consumidores terão a opção de comprar um
produto com preço mais baixo em relação a uma empresa que oferece preço mais
alto. A mudança de comportamento dos consumidores também afeta diretamente
as curvas de demanda. Por exemplo, o lançamento de um novo aparelho Iphone da
Apple (CHURCHILL; PETER, 2013).
Em relação à definição de um preço para um produto industrial, de acordo com
Siqueira (2011), é mais fácil calcular a demanda de um produto novo. Para realizar
a estimativa de vendas de um produto industrial, é necessário realizar uma pesqui-
sa de preço de vendas ou de preços que o consumidor está disposto a pagar, ou
ainda, calcular a quantidade de vendas para diferentes níveis de preços. Outra pos-
sibilidade, ainda de acordo com Siqueira (2011), é pesquisar os preços de produtos
substitutos ou parecidos das empresas concorrentes. Outra alternativa é compreen-
der, junto ao mercado consumidor, as suas intenções e expectativas de preço. É
importante destacar que existem diferenças relevantes em relação ao preço que
o consumidor acha que o produto vale e o preço que de fato ele estaria disposto
a pagar pelo produto.
Existe, porém, uma pergunta que deve ser realizada. Como os gestores de marke-
ting sabem exatamente qual será a demanda de determinado produto? A resposta,
na verdade, é que eles não sabem, pois as perspectivas de demanda são provenien-
tes de pesquisa de mercado, que analisa fatores demográficos e psicológicos dos
consumidores.
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Testes e simulações ajudam os executivos de marketing a conhecer até qual
preço os clientes estão dispostos a pagar pelo produto e, além disso, qual a
sua sensibilidade em relação à variação do preço. Sabe-se que quanto maior
for o preço praticado por uma empresa, maior será a sua lucratividade. No
entanto pode-se diminuir o número de consumidores dispostos a pagar e
a comprar o produto ao se praticar um preço mais alto.
3. Eles têm a capacidade de perceber quando o preço está alto demais para
aquele determinado produto?
4. Os consumidores estão preocupados com status para pagar mais alto pelo
produto?
reflita
Você, enquanto consumidor(a), é sensível à mudança de preço ou o fator
qualidade é o mais importante no momento da decisão de compra?
É fato que as empresas vão sempre buscar a maximização dos lucros. Entretanto, ao
elevar os preços de vendas, isto pode impactar diretamente na curva de demanda,
lembrando que preços menores teriam uma curva de demanda descendente e,
assim, um preço mais baixo significaria que mais unidades seriam comercializadas,
porém, os custos aumentam em termos de produção e marketing. Mas a pergunta
que fica então é a seguinte: em quais níveis de preços a empresa poderá alcançar
maior margem de lucro? Para descobrir a resposta, pode-se utilizar a análise margi-
nal, pois ela contempla uma técnica para buscar maiores lucros por meio da medição
dos efeitos econômicos em produzir ou vender mais um determinado produto
(CHURCHILL; PETER, 2013).
TIPOS DE ABORDAGEM
para a formação de preços
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Em vendas de mercadorias:
Em vendas de serviços:
Não sendo possível cobrir os custos da empresa, certamente a empresa estaria dei-
xando de ganhar dinheiro. Assim, para que a receita cubra os custos, as empresas
determinam a comercialização de seus produtos por um preço maior que os custos
para a produção de determinado produto. Para utilizar essa técnica, os profissionais
da área de marketing utilizam o mark-up, acrescentando percentuais sobre os custos
do produto para determinar o preço de vendas.
Quadro 3 - Porcentagens típicas de margem de lucro
Tipo de Compra Porcentagem de acréscimo (%)
Sapatos. 49
Vestidos femininos. 47
Roupas masculinas. 38
Eletrodomésticos de pequeno porte. 30
Artigos esportivos. 29
Livros e revistas. 28
Acessórios para autos. 27
CDs e fitas. 25
Eletrodomésticos de grande porte. 15
Cigarros. 13
Automóveis. 10
Fonte: Churchill e Peter (2013, p. 329).
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Siqueira (2011), cita que, na prática, o mark-up é o método mais utilizado sobre o
preço de venda. Exemplo:
Preço de vendas:
Preço de vendas
Assim, o ponto de equilíbrio é uma técnica que está intimamente ligada à análise
da quantidade vendida necessária para cobrir todos os custos a um determinado
preço. Desta forma, para calcular o ponto de equilíbrio em unidades, tem-se a se-
guinte fórmula (CHURCHILL; PETER, 2013):
Custos fixos
Ponto de equilíbrio =
Preço de venda – custos variáveis
Neste sentido, Churchill e Peter (2013) citam um exemplo baseado no fato de que
suponhamos que os custos totais para produzir um skate fossem de R$ 60.000 para
produzir ao menos 10 mil unidades, incluindo os custos fixos de R$ 17.500 e custos
variáveis de R$ 4,25 por unidade. Assim, caso o preço do produto fosse R$ 18,25, o
ponto de equilíbrio poderia ser calculado da seguinte forma:
R$ 17.500
Ponto de equilíbrio = = 1.250 Unidades
R$ 18,25 – R$ 4,25
Desta forma, para que a empresa de skate em questão não tivesse nem lucro e nem
prejuízo, seria necessário vender ao menos 1.250 unidades de skates. Assim, os pro-
fissionais de marketing deveriam pensar em ações para conseguir atingir ao menos
o ponto de equilíbrio para a empresa não ter prejuízo, mas, obviamente, os profis-
sionais de marketing possuem perspectivas de ultrapassar o ponto de equilíbrio a
fim de obter o lucro. Assim, de acordo com Churchill e Peter (2013), tem-se a seguin-
te fórmula.
•• Os canais de distribuição.
Neste sentido, tendo em vista estas informações relatadas, pode-se utilizar ao menos
três estratégias diferentes:
•• Igualar os preços dos concorrentes: uma das opções quando se tem poucos
concorrentes disputando um mercado é igualar os preços e buscar alguma
diferenciação por meio do custo-benefício para atrair a atenção dos clientes.
•• Preços mais altos: ao optar por trabalhar com um preço mais alto do que
os da concorrência, o seu produto deverá ter algo a mais para oferecer aos
seus consumidores e atrair a atenção deles.
reflita
Quanto mais caro o produto, maior a sua qualidade? Essencialmente ape-
lativa, esta afirmação não é verdadeira.
Existe outra situação que deve ser considerada na definição dos preços: os clientes.
Pois o valor percebido pelo cliente deverá, essencialmente, determinar a política
de preço da empresa. Tradicionalmente, as empresas procuram estabelecer preços
abaixo ao valor percebido pelo cliente para que ele se sinta estimulado para fazer
a aquisição de determinado produto, e as empresas também costumam estabele-
cer preços superiores aos custos de produção para que elas se sintam estimuladas a
vender os seus produtos (SOBRAL; PECI, 2013).
ÉTICA
para a formação de preços
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A política de preço é uma atividade que pode aferir a uma série de questões de ordem
ética e legal, na qual se exige compreender o contexto onde a empresa está direta-
mente envolvida. Assim, de acordo com Sobral e Peci (2013), existem práticas que
podem ser consideradas ilegais ou antiéticas e que prejudicam o mercado. São elas:
Desta forma, de acordo com Churchill e Peter (2013), são fatores de regulamenta-
ção de preços no Brasil:
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•• Fixação de preço de revenda: são os acordos que são realizados pelas em-
presas fabricantes ou varejistas para estabelecer preços de vendas.
Além dessas práticas legais, há a questão ética envolvida na definição dos preços a
serem praticados, como a questão de se praticar preços abaixo de um valor anun-
ciado somente para atrair uma grande quantidade de clientes, quando, na verdade,
a empresa cita que não tem mais esse produto em estoque e tenta comercializar
outro mais caro para o seu cliente. Existem também situações que a empresa engana
o cliente em relação aos benefícios da compra, quando, na verdade, esta situação
não existe.
saiba mais
Depois que o furacão Andrew devastou o sul da Flórida, as lojas Home Deport
recusaram-se a elevar os preços, embora alguns fornecedores tenham reagido
à intensa demanda de materiais de construção aumentando os seus preços
em até 40%. Ao recusar-se de tirar vantagem da desgraça de seus clientes,
a Home Deport estava praticando marketing de relações, centrando-se em
construir relações de longa duração com os clientes.
1. O preço é a expressão monetária em valor para que de fato possa haver a comercia-
lização de determinado produto ou serviços. Preços podem ser baixos, médios ou
altos. Desta forma, em relação a um dos principais objetivos do marketing, assinale
a alternativa correta.
2. O preço, de acordo com alguns autores, pode ser o elemento mais crítico, mais
concreto e mais manipulável do marketing. Entretanto, pode-se ajustar a qualquer
situação que exija flexibilidade e ser influenciado diretamente por uma estrutura
vigente. Sobre as influências que os preços sofrem na curva de demanda, assinale a
alternativa correta.
a) O ponto de equilíbrio é uma técnica que está intimamente ligada à análise da quan-
tidade vendida necessária para cobrir todos os custos a um determinado preço.
b) É o canal de distribuição utilizado para comercializar o seu produto ou serviços.
c) Envolve o lugar ou o ponto de distribuição para que a empresa encontre o equi-
líbrio necessário para vender os seus produtos.
d) Remete à quantidade máxima que a empresa pode vender de acordo com a sua
capacidade operacional.
e) É uma ferramenta de divulgação dos preços praticados pela empresa.
Assim, o preço de precificação passa por um processo que se inicia na definição dos objetivos de
precificação, na avaliação das respostas dos clientes, na análise do potencial de lucros, na defini-
ção do preço inicial e nos ajustes dos preços conforme o necessário. No que tange aos principais
conceitos econômicos na formação de preços, há o custo de aquisição, os custos de insumo, as
despesas e os impostos. Também há o preço determinado por meio da curva de demanda, que
compõe os seguintes aspectos: monopólio puro, oligopólio, concorrência monopolista e con-
corrência pura.
Em relação ás questões éticas e legais, são muitos os elementos que devem ser analisados e con-
siderados na precificação: preço predatório, combinação e fixação de preço. Além disto, há os
fatores que fazem parte da regulamentação no Brasil: fixação de preço de revenda, precificação
enganosa, discriminação de preços, precificação predatória e dumping.
material complementar
CHURCHILL, G. A.; PETER, J. P. Marketing: criando valor para os clientes. São Paulo: Saraiva, 2013.
FERREIRA, G.; BARBOSA, J. Como formar o preço de venda. Maringá: Projus, 2005.
SOBRAL, F.; PECI, A. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. São Paulo: Pearson,
2013.
4. e) I, II e III, apenas.