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Segurança, Saúde, Higiene e Medicina do Trabalho

IESDE Brasil S.A.


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Segurança, Saúde, Higiene


e Medicina do Trabalho
Segurança, Saúde, Higiene
e Medicina do Trabalho

Autor

Rui Bocchino Macedo

1.ª edição
© 2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos
direitos autorais.

M141 Macedo, Rui Bocchino. / Segurança, Saúde, Higiene e Me-


dicina do Trabalho. / Rui Bocchino Macedo.
— Curitiba : IESDE Brasil S.A. , 2008.
128 p.

ISBN: 978-85-7638-843-2

1. Segurança do Trabalho. 2. Higiene do Trabalho. 3. Medicina


do Trabalho. 4. Regulamentos de Segurança. I. Título.

CDD 363.11

Todos os direitos reservados.


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80730-200 • Curitiba • PR
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Sumário
Introdução à Segurança, Saúde, Higiene e Medicina do Trabalho | 7
Saúde do trabalhador | 7
Anamnese ocupacional | 8
Problemas crônicos de origem ocupacional | 10

Medicina do Trabalho e Toxicologia | 17


Toxicologia | 18

Toxicologia ocupacional | 27
Princípios gerais de Toxicologia | 27

Metais pesados | 35
Chumbo | 36
Mercúrio | 38
Níquel | 40
Cromo | 40
Arsênio | 40

Legislação de Segurança, Saúde, Higiene e Medicina do Trabalho | 47


Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) | 47
Organização dos Serviços de Medicina do Trabalho | 48

Normas regulamentadoras | 61

Riscos ambientais | 77
Riscos ambientais | 77
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (cipa) | 79
Acidentes de trabalho e riscos físicos | 87
Riscos físicos | 88
Radiações | 92
Epidemiologia – fatores de risco de natureza ocupacional conhecidos | 93

Doenças ocupacionais | 99
Conceito | 100
Epidemiologia | 101
LER/DORT | 102

Previdência Social | 109


A diferença entre inss e sus | 110
Seguro social | 111
Regime geral da Previdência Social | 111

Gabarito | 121

Referências | 123

Anotações | 125
Ao longo da história do mundo, o homem sempre enfrentou os mais
diversos tipos de risco. O trabalho é, talvez, a maior fonte desses riscos,
até porque o homem passa a maior parte de sua vida dentro de seu am-
biente laboral, afastando-se de sua família. Desde o caçador mais primi-
tivo, passando pelo artesão da Idade Média, com “escala” nos primeiros
trabalhadores fabris da Revolução Industrial, até chegar no trabalhador
moderno, o homem constantemente passou por diversos riscos de aci-
dentes, de aquisição de doenças e, mesmo, de perder seu maior bem:
a própria vida. Concomitante a esse processo, o homem foi, também,
aprendendo a se cuidar de uma maneira mais adequada, prevenindo-
se, ainda que de maneira empírica, contra os males que pudessem afe-
tar seu bem-estar. Não é exagero, portanto, afirmar que os Serviços de
Saúde e Segurança do Trabalho tiveram origem nos primórdios da hu-
manidade, junto com os processos de trabalho mais remotos, e foram se
adaptando às novas descobertas e aquisições de conhecimentos na bus-
ca eterna de se atingir uma excelência na arte da prevenção e promoção
da saúde, especificamente no ambiente laboral.

A presente obra busca introduzir o leitor nesta viagem apaixonante pelo


mundo da Medicina do Trabalho, através de seus capítulos.

Inicialmente, o leitor é apresentado ao tema, além de ser apresenta-


do aos mais relevantes assuntos: saúde do trabalhador e o Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho.
Após, apresentam-se as principais leis que regem o mundo da Segurança
e Medicina do Trabalho: as normas regulamentadoras, apresentadas
uma a uma. Abordaremos os Riscos Ambientais e a Toxicologia. Este
tema é abordado com mais profundidade nos dois capítulos seguintes,
para, logo após, fazer a introdução do leitor no assunto que envolve as
doenças do trabalho, LER/DORT, que mereceram um capítulo a parte,
tamanha a sua incidência no mundo laboral moderno.
Noções fundamentais sobre o funcionamento da Previdência Social tam-
bém são apresentadas, ficando por conta dos Acidentes de Trabalhos,
seus riscos e prevenções o encerramento desta obra.

Espera-se que a presente obra estimule o leitor a criar uma mentalida-


de prevencionista no que tange aos assuntos relacionados à Saúde e
Segurança do Trabalho. A partir do momento em que esta idéia se so-
bressair em relação às medidas paliativas e curativas, os ambientes labo-
rais, certamente, serão mais prazerosos e menos propensos a aquisição
de doenças laborais.
Legislação de Segurança,
Saúde, Higiene
e Medicina do Trabalho
Serviço Especializado em Engenharia
de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT)
A preocupação com a segurança e a saúde do trabalhador é tema que vem sendo discutido há
muito tempo.
Em 460-375 a.C., Hipócrates, em suas observações sobre o saturnismo em seu clássico Ar, Água e
Lugares, e Plínio (23-79 d.C.), ao tratar dos aspectos relacionados aos trabalhadores mineiros nas minas
de chumbo e de mercúrio, já faziam sérias referências ao tema.
Data do ano de 1959 a Recomendação 112 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) a qual
constitui-se no primeiro documento internacional que descreve, de modo concreto, os princípios e as
condições de atividade da medicina social. Esse documento versou, principalmente, sobre a organiza-
ção e os objetivos dos serviços médicos das empresas.
No Brasil, por meio da Lei 3.724, de 15 de janeiro de 1919, foram instituídas as primeiras diretrizes
da legislação sobre acidentes do trabalho. Tal lei foi substituída pela Lei 24.637, de 10 de julho de 1934,
a qual estabeleceu as sociedades de seguro e cooperativas de sindicatos.
Com o Decreto-Lei 7.036, de 10 de novembro de 1944, ficou estabelecido o infortúnio do traba-
lho, cujo seguro era realizado nas Carteiras de Acidentes do Trabalho, as quais vinculavam-se a diversos
institutos de Previdência Social, dentre eles o Instituto de Aposentadorias e Pensões dos industriários-
(IAPI) e o Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Comerciários (IAPC).
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Somente em 1968 tais institutos de previdência foram unificados, nascendo, por meio da Lei
5.316, de 14 de novembro de 1967, o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), vinculado ao Mi-
nistério do Trabalho.
Em 1977, foi alterado o texto da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), determinando ser da
competência do Ministério do Trabalho as questões sobre Segurança e Medicina do Trabalho.
Como conseqüência, nasciam as Normas Regulamentadoras (NRs) até hoje existentes, as quais
traçam as diretrizes para a organização e manutenção dos SESMT obrigatório em todas as empresas.
Especificamente para os SESMT foi criada a NR 4 (redação dada pela Portaria 33, de 27 de outubro
de 1983).

Organização dos Serviços de Medicina do Trabalho


Os Serviços de Medicina do Trabalho muitas vezes envolvem ações urgentes da empresa, casos
em que há necessidade de uma rápida tomada de decisão para eficácia de procedimentos.
Principalmente por esse motivo é recomendado que no organograma da empresa esse serviço
esteja ligado diretamente ao setor capaz de executar as medidas recomendadas sem que haja necessi-
dade de passar por outros setores para avaliação.
É preciso um livre e fácil trânsito do Serviço de Medicina do Trabalho dentro da empresa para que
as medidas sejam avaliadas e implantadas dentro de um prazo razoável, que possibilite a solução dos
problemas detectados.
Observe-se que o Serviço de Medicina do Trabalho é parte integrante do SESMT.
Na maioria das empresas, verifica-se o posicionamento do SESMT com vinculação ao Departa-
mento de Recursos Humanos. Se assim for, resta a esse departamento dar agilidade aos encaminha-
mentos a quem possui poder de decisão dentro da empresa.
Certo é que cabe ao médico do Trabalho chefiar o Serviço de Medicina do Trabalho, e ao enge-
nheiro de Segurança dirigir o Serviço de Engenharia de Segurança do Trabalho.

Funcionamento do Serviço de Medicina do Trabalho na empresa


Cabe ao Serviço de Medicina do Trabalho aplicar os diversos instrumentos e mecanismos de que
tem conhecimento e que estão ao seu alcance, com o objetivo de proteger a saúde dos trabalhadores,
quer solucionando problemas existentes, quer na prevenção de futuros.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como um perfeito estado de bem-estar físi-
co, psíquico e social. Ainda que a saúde seja objetivo de todos, pode o trabalhador em seu ambiente de
trabalho estar sujeito a condições que a prejudiquem. Como o trabalho também é essencial à sociedade
e à própria pessoa, tem-se a perda da saúde como um fator que diminui a capacidade laborativa e, ao
longo do tempo, pode levar à redução da qualidade de vida.
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Assim sendo, é primordial que a atividade desenvolvida pelo Serviço de Medicina do Trabalho te-
nha também o seu trabalho baseado nos Códigos de Ética Médica e de Conduta do Médico do Trabalho.
Observa-se, ainda, que muitos dos serviços de Medicina Ocupacional restringem-se à atuação
relacionada a atendimento a acidentes de trabalho e, eventualmente, consultas médicas admissionais,
periódicas e demissionais.
O Serviço de Medicina do Trabalho deve ir além de tais serviços, com funções de prevenção, pro-
tegendo a saúde do trabalhador e, por conseqüência, a manutenção da força produtiva de trabalho.
É claro que muitos dos serviços devem respeitar a região em que as empresas estão situadas, mui-
tas delas em locais de difícil acesso, onde sequer existem médicos ou materiais e serviços de saúde.
É possível citar algumas das muitas atribuições que podem ser delegadas ao Serviço de Medicina
do Trabalho:
::: exames médicos admissionais;
::: exames médicos demissionais;
::: exames médicos periódicos;
::: exames médicos especiais;
::: produção de educação sanitária;
::: informação, divulgação e educação;
::: programas de nutrição;
::: programas de vacinação;
::: estatísticas epidemiológicas;
::: controle de absenteísmo por entidade nosológica;
::: controle estatístico dos acidentes de trabalho;
::: participação nas reuniões da CIPA;
::: organização de cursos de socorros básicos de emergência para os trabalhadores;
::: cursos técnicos de reciclagem para o pessoal paramédico, quando houver;
::: exames e controles biométricos;
::: programas de controles especiais relacionados à conservação auditiva, estresse, alcoolismo,
doenças sexualmente transmissíveis, aids, pré-natal, drogas, dentre outras;
::: visitas e inspeções periódicas;
::: auditorias e assessorias;
::: programas de reabilitação, adaptação e serviços compatíveis.
Considerando a gama dos serviços realizados no ambiente da empresa, é necessário uma total
integração do médico do Trabalho com todos os setores da empresa, o que se estabelece por meio de
contatos e visitas regulares, elaborando anotações específicas para acompanhamento.
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Dependendo do tamanho da empresa e do número de empregados é essencial ao Serviço de


Medicina do Trabalho traçar prioridades de atendimento, com critério predeterminado de acordo com
o tipo de empresa, região e outros fatores que possam ser importantes a considerar.
Em empresas pequenas, ao contrário do que possa aparecer, o Serviço de Medicina do Trabalho
possui diversas dificuldades, mormente pelo número reduzido de trabalhadores em contraposição à
gama de atividades variadas a serem desenvolvidas por cada um.

Instalações necessárias para o Serviço de Medicina do Trabalho


É de fundamental importância a escolha do local onde serão desenvolvidas as atividades do Ser-
viço. O local deve ser de fácil acesso, livre da ação freqüente de agentes físicos, químicos e biológicos,
que não possuam degraus ou escadas e, de preferência, próximo às vias públicas para facilitar a movi-
mentação rápida e livre de ambulâncias.
Também, em relação às instalações elétricas e hidráulicas, as quais devem ser adequadas e de
preferência com gerador autônomo de energia elétrica, deve existir sistema de comunicação interna e
externa, sem falar da importância de um sistema de ventilação adequado.
Especificamente, na sala de atendimento, independentemente do tamanho, deve existir no mí-
nimo sala de espera, recepção, arquivo, consultório, posto de enfermagem, sanitários, farmácia, sala de
repouso, espaço para pequenas cirurgias.

Organização
Para regular o início das atividades a serem desenvolvidas pelo Serviço de Medicina do Traba-
lho, é preciso elaborar normas de procedimentos destinadas ao pessoal médico, paramédico e ad-
ministrativo, visando uniformizar procedimentos. Tais normas devem ser escritas e ficar à disposição
para consulta.
É preciso criar um banco de dados, de preferência na forma informatizada, de fácil acesso, para
inclusão de dados e controle para manutenção de dados estatísticos pelo pessoal do setor. Nesse banco
de dados devem constar o número de consultas diárias, afastamentos, acidentes de trabalho, medica-
mentos administrados, dentre outros.
Vários são os formulários a serem preenchidos, os quais irão compor o banco de dados mencio-
nado e formarão o arquivo do serviço. Nesse arquivo deverão ser mantidos os prontuários médicos,
devidamente envelopados e constituídos pelos exames admissional, periódico, de seguimento médico
e demissional, se for o caso, formulário de exame biométrico, dentre outros.
Segundo a Portaria 3.214, de junho de 1978, do Ministério do Trabalho, pela NR 4 há previsão de
efetivo médico e paramédico para compor o Serviço de Medicina em tela.
Recomenda-se que sejam elaborado, com freqüência regular, cálculo de custos das atividades
realizadas pelo Serviço de Medicina do Trabalho.
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Serviços de emergência no Serviço de Medicina do Trabalho


Independentemente do tamanho da empresa ou do serviço médico instalado, é indispensável
a existência de um serviço de emergência, com o objetivo de dar pronto atendimento às ocorrências
graves, muitas vezes envolvendo risco de vida.
Para tanto, é imprescindível a existência de equipamentos e instrumental adequados, dentre os
quais, um carrinho de emergência contendo:
::: cardioscópio;
::: desfibrilador;
::: eletrocardiógrafo; e
::: medicamentos.
Seria importante para o serviço de emergência a existência de uma ambulância dotada minima-
nente de:
::: um sistema de radiocomunicação;
::: macas;
::: colar cervical;
::: ambu e cânula de Guedel;
::: talas de madeira;
::: sistema de aspiração e oxigenação;
::: bandagens, torniquetes; e
::: colete de imobilização.
Em havendo remoção, é necessário o preenchimento do respectivo relatório e guia para autoriza-
ção de remoção, expedida pelo médico socorrista.
Importante trazer à colação a NR 4 que versa sobre os SESMT do Trabalho, aprovada pela Portaria
33, de 27 de outubro de 1983, alterada pela Portaria/MTE 17, de 1.º de agosto de 2007: 
4.1. As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da Administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e
Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), manterão, obrigatoriamen-
te, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a
saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. (104.001-4/I2)
4.2. O dimensionamento dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho vincula-
se à gradação do risco da atividade principal e ao número total de empregados do estabelecimento, constantes dos
Quadros I e II anexos, observadas as exceções previstas nesta NR. (104.002-2/I1) 
4.2.1. Para fins de dimensionamento, os canteiros de obras e as frentes de trabalho com menos de 1 (um) mil empre-
gados e situados no mesmo estado, território ou Distrito Federal não serão considerados como estabelecimentos, mas
como integrantes da empresa de engenharia principal responsável, a quem caberá organizar os Serviços Especializa-
dos em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. (104.003-0/I2)
4.2.1.1. Neste caso, os engenheiros de Segurança do Trabalho, os médicos do Trabalho e os enfermeiros do Trabalho
poderão ficar centralizados.
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4.2.1.2. Para os técnicos de Segurança do Trabalho e auxiliares de Enfermagem do Trabalho, o dimensionamento será
feito por canteiro de obra ou frente de trabalho, conforme o Quadro II, anexo. (104.004-9/I1)
4.2.2. As empresas que possuam mais de 50 (cinqüenta) por cento de seus empregados em estabelecimentos ou se-
tores com atividade cuja gradação de risco seja de grau superior ao da atividade principal deverão dimensionar os
Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, em função do maior grau de risco,
obedecido o disposto no Quadro II desta NR. (104.005-7/I1)
4.2.3. A empresa poderá constituir Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho cen-
tralizado para atender a um conjunto de estabelecimentos pertencentes a ela, desde que a distância a ser percorrida
entre aquele em que se situa o serviço e cada um dos demais não ultrapasse a 5 (cinco) mil metros, dimensionando-o
em função do total de empregados e do risco, de acordo com o Quadro II, anexo, e o subitem 4.2.2.
4.2.4. Havendo, na empresa, estabelecimento(s) que se enquadre(m) no Quadro II, desta NR, e outro(s) que não se
enquadre(m), a assistência a este(s) será feita pelos serviços especializados daquele(s), dimensionados conforme os
subitens 4.2.5.1 e 4.2.5.2 e desde que localizados no mesmo estado, território ou Distrito Federal. (104.006-5/I2)
4.2.5. Havendo, na mesma empresa, apenas estabelecimentos que, isoladamente, não se enquadrem no Quadro II,
anexo, o cumprimento desta NR será feito através de Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Me-
dicina do Trabalho centralizados em cada estado, território ou Distrito Federal, desde que o total de empregados dos
estabelecimentos no estado, território ou Distrito Federal alcance os limites previstos no Quadro II, anexo, aplicado o
disposto no subitem 4.2.2. (104.007-3/I1)
4.2.5.1. Para as empresas enquadradas no grau de risco 1 o dimensionamento dos serviços referidos no subitem 4.2.5
obedecerá ao Quadro II, anexo, considerando-se como número de empregados o somatório dos empregados existen-
tes no estabelecimento que possua o maior número e a média aritmética do número de empregados dos demais esta-
belecimentos, devendo todos os profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e
em Medicina do Trabalho, assim constituídos, cumprirem tempo integral. (104.008-1/I1)
4.2.5.2. Para as empresas enquadradas nos graus de risco 2, 3 e 4, o dimensionamento dos serviços referidos no subitem
4.2.5 obedecerá o Quadro II, anexo, considerando-se como número de empregados o somatório dos empregados de
todos os estabelecimentos. (104.009-0/I1)
4.3. As empresas enquadradas no grau de risco 1 obrigadas a constituir Serviços Especializados em Engenharia de Se-
gurança e em Medicina do Trabalho e que possuam outros serviços de medicina e engenharia poderão integrar estes
serviços com os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho constituindo um
serviço único de engenharia e medicina.
4.3.1. As empresas que optarem pelo serviço único de engenharia e medicina ficam obrigadas a elaborar e submeter à
aprovação da Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho, até o dia 30 de março, um programa bienal de seguran-
ça e medicina do trabalho a ser desenvolvido.
4.3.1.1. As empresas novas que se instalarem após o dia 30 de março de cada exercício poderão constituir o serviço úni-
co de que trata o subitem 4.3.1 e elaborar o programa respectivo a ser submetido à Secretaria de Segurança e Medicina
do Trabalho, no prazo de 90 (noventa) dias a contar de sua instalação.
4.3.1.2. As empresas novas, integrantes de grupos empresariais que já possuam serviço único, poderão ser assistidas
pelo referido serviço, após comunicação à DRT.
4.3.2. À Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho fica reservado o direito de controlar a execução do programa
e aferir a sua eficácia.
4.3.3. O serviço único de engenharia e medicina deverá possuir os profissionais especializados previstos no Quadro II,
anexo, sendo permitido aos demais engenheiros e médicos exercerem Engenharia de Segurança e Medicina do Traba-
lho, desde que habilitados e registrados conforme estabelece a NR 27. (104.010-3/I1)
4.3.4. O dimensionamento do serviço único de engenharia e medicina deverá obedecer ao disposto no Quadro II desta
NR, no tocante aos profissionais especializados. (104.011-1/I1)
4.4. Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho deverão ser integrados por
médico do Trabalho, engenheiro de Segurança do Trabalho, enfermeiro do Trabalho, técnico de Segurança do Trabalho
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e auxiliar de Enfermagem do Trabalho, obedecendo o Quadro II, anexo.(*) Subitem 4.4 com redação dada p/ Port. 11
(104.012-0/I1)
4.4.1. Para fins desta NR, as empresas obrigadas a constituir Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho deverão exigir dos profissionais que os integram comprovação de que satisfazem os seguintes
requisitos:
a) engenheiro de Segurança do Trabalho – engenheiro ou arquiteto portador de certificado de conclusão de curso de
especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, em nível de pós-graduação;
b) médico do Trabalho – médico portador de certificado de conclusão de curso de especialização em Medicina do Tra-
balho, em nível de pós-graduação, ou portador de certificado de residência médica em área de concentração em saúde
do trabalhador ou denominação equivalente, reconhecida pela Comissão Nacional de Residência Médica, do Ministé-
rio da Educação, ambos ministrados por universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação em Medicina;
c) enfermeiro do Trabalho – enfermeiro portador de certificado de conclusão de curso de especialização em Enfer-
magem do Trabalho, em nível de pós-graduação, ministrado por universidade ou faculdade que mantenha curso de
graduação em Enfermagem;
d) auxiliar de Enfermagem do Trabalho – auxiliar de Enfermagem ou técnico de Enfermagem portador de certificado
de conclusão de curso de qualificação de auxiliar de Enfermagem do Trabalho, ministrado por instituição especializada
reconhecida e autorizada pelo Ministério da Educação;
e) técnico de Segurança do Trabalho: técnico portador de comprovação de registro profissional expedido pelo Minis-
tério do Trabalho.
4.4.1.1. Em relação às Categorias mencionadas nas alíneas “a” e “c”, observar-se-à o disposto na Lei 7.410, de 27 de no-
vembro de 1985.
4.4.2. Os profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
deverão ser empregados da empresa, salvo os casos previstos nos itens 4.14 e 4.15. (104.013-8/I1)
4.5. A empresa que contratar outra(s) para prestar serviços em estabelecimentos enquadrados no Quadro II, anexo,
deverá estender a assistência de seus Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
aos empregados da(s) contratada(s), sempre que o número de empregados desta(s), exercendo atividade naqueles
estabelecimentos, não alcançar os limites previstos no Quadro II, devendo, ainda, a contratada cumprir o disposto no
subitem 4.2.5. (104.014-6/I1)
4.5.1. Quando a empresa contratante e as outras por ela contratadas não se enquadrarem no Quadro II, anexo, mas que
pelo número total de empregados de ambos, no estabelecimento, atingirem os limites dispostos no referido quadro,
deverá ser constituído um serviço especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho comum, nos
moldes do item 4.14. (104.015-4 / I2)
4.5.2. Quando a empresa contratada não se enquadrar no Quadro II, anexo, mesmo considerando-se o total de empre-
gados nos estabelecimentos, a contratante deve estender aos empregados da contratada a assistência de seus Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, sejam estes centralizados ou por estabeleci-
mento. (104.016-2/I1)
4.5.3. A empresa que contratar outras para prestar serviços em seu estabelecimento pode constituir SESMT comum
para assistência aos empregados das contratadas, sob gestão própria, desde que previsto em Convenção ou Acordo
Coletivo de Trabalho.
4.5.3.1. O dimensionamento do SESMT organizado na forma prevista no subitem 4.5.3 deve considerar o somatório dos
trabalhadores assistidos e a atividade econômica do estabelecimento da contratante.
4.5.3.2. No caso previsto no item 4.5.3, o número de empregados da empresa contratada no estabelecimento da con-
tratante, assistidos pelo SESMT comum, não integra a base de cálculo para dimensionamento do SESMT da empresa
contratada.
4.5.3.3. O SESMT organizado conforme o subitem 4.5.3 deve ter seu funcionamento avaliado semestralmente, por Co-
missão composta de representantes da empresa contratante, do sindicato de trabalhadores e da Delegacia Regional do
Trabalho, ou na forma e periodicidade previstas na Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho.
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4.6. Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho das empresas que operem em
regime sazonal deverão ser dimensionados, tomando-se por base a média aritmética do número de trabalhadores do
ano civil anterior e obedecidos os Quadros I e II anexos. (104.017-0 / I1)
4.7. Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho deverão ser chefiados por
profissional qualificado, segundo os requisitos especificados no subitem 4.4.1 desta NR. (104.018-9/I1)
4.8. O técnico de Segurança do Trabalho e o auxiliar de Enfermagem do Trabalho deverão dedicar 8 (oito) horas por dia
para as atividades dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, de acordo com
o estabelecido no Quadro II, anexo. (104.019-7/I1)
4.9. O engenheiro de Segurança do Trabalho, o médico do Trabalho e o enfermeiro do Trabalho deverão dedicar, no
mínimo, 3 (três) horas (tempo parcial) ou 6 (seis) horas (tempo integral) por dia para as atividades dos Serviços Especia-
lizados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, de acordo com o estabelecido no Quadro II, anexo,
respeitada a legislação pertinente em vigor. (104.020-0/I1)
4.10. Ao profissional especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho é vedado o exercício de outras atividades
na empresa, durante o horário de sua atuação nos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina
do Trabalho. (104.021-9/I2)
4.11. Ficará por conta exclusiva do empregador todo o ônus decorrente da instalação e manutenção dos Serviços Espe-
cializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. (104.022-7/I2)
4.12. Compete aos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina
do Trabalho:
a) aplicar os conhecimentos de Engenharia de Segurança e de Medicina do Trabalho ao ambiente de trabalho e a todos
os seus componentes, inclusive máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até eliminar os riscos ali existentes à
saúde do trabalhador;
b) determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação do risco e este persistir, mesmo reduzi-
do, a utilização, pelo trabalhador, de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), de acordo com o que determina a NR
6, desde que a concentração, a intensidade ou característica do agente assim o exija;
c) colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas instalações físicas e tecnológicas da empresa,
exercendo a competência disposta na alínea “a”;
d) responsabilizar-se tecnicamente, pela orientação quanto ao cumprimento do disposto nas NR aplicáveis às ativida-
des executadas pela empresa e/ou seus estabelecimentos;
e) manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao máximo de suas observações, além de apoiá-la,
treiná-la e atendê-la, conforme dispõe a NR 5;
f ) promover a realização de atividades de conscientização, educação e orientação dos trabalhadores para a prevenção
de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, tanto através de campanhas quanto de programas de duração per-
manente;
g) esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, estimulando-os
em favor da prevenção;
h) analisar e registrar em documento(s) específico(s) todos os acidentes ocorridos na empresa ou estabelecimento, com
ou sem vítima, e todos os casos de doença ocupacional, descrevendo a história e as características do acidente e/ou da
doença ocupacional, os fatores ambientais, as características do agente e as condições do(s) indivíduo(s) portador(es)
de doença ocupacional ou acidentado(s);
i) registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho, doenças ocupacionais e agentes de insalu-
bridade, preenchendo, no mínimo, os quesitos descritos nos modelos de mapas constantes nos Quadros III, IV, V e VI,
devendo a empresa encaminhar um mapa contendo avaliação anual dos mesmos dados à Secretaria de Segurança e
Medicina do Trabalho até o dia 31 de janeiro, através do órgão regional do MTb;
j) manter os registros de que tratam as alíneas “h” e “i” na sede dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança
e em Medicina do Trabalho ou facilmente alcançáveis a partir da mesma, sendo de livre escolha da empresa o método
Legislação de Segurança, Saúde, Higiene e Medicina do Trabalho | 55

de arquivamento e recuperação, desde que sejam asseguradas condições de acesso aos registros e entendimento de
seu conteúdo, devendo ser guardados somente os mapas anuais dos dados correspondentes às alíneas “h” e “i” por um
período não-inferior a 5 (cinco) anos;
l) as atividades dos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina
do Trabalho são essencialmente prevencionistas, embora não seja vedado o atendimento de emergência, quando se
tornar necessário. Entretanto, a elaboração de planos de controle de efeitos de catástrofes, de disponibilidade de meios
que visem ao combate a incêndios e ao salvamento e de imediata atenção à vítima deste ou de qualquer outro tipo de
acidente estão incluídos em suas atividades.
4.13. Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho deverão manter entrosa-
mento permanente com a CIPA, dela valendo-se como agente multiplicador, e deverão estudar suas observações e
solicitações, propondo soluções corretivas e preventivas, conforme o disposto no subitem 5.14.1 da NR 5.
4.14. As empresas cujos estabelecimentos não se enquadrem no Quadro II, anexo a esta NR, poderão dar assistência
na área de Segurança e Medicina do Trabalho a seus empregados através de Serviços Especializados em Engenharia
de Segurança e em Medicina do Trabalho comuns, organizados pelo sindicato ou associação da categoria econômica
correspondente ou pelas próprias empresas interessadas.
4.14.1. A manutenção desses Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
deverá ser feita pelas empresas usuárias, que participarão das despesas em proporção ao número de empregados
de cada uma.
4.14.2. Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho previstos no item 4.14
deverão ser dimensionados em função do somatório dos empregados das empresas participantes, obedecendo ao
disposto nos Quadros I e II e no subitem 4.2.1.2, desta NR.
4.14.3. As empresas de mesma atividade econômica, localizadas em um mesmo município, ou em municípios limítro-
fes, cujos estabelecimentos se enquadrem no Quadro II, podem constituir SESMT comum, organizado pelo sindicato
patronal correspondente ou pelas próprias empresas interessadas, desde que previsto em Convenção ou Acordo Co-
letivo de Trabalho.
4.14.3.1. O SESMT comum pode ser estendido a empresas cujos estabelecimentos não se enquadrem no Quadro II,
desde que atendidos os demais requisitos do subitem 4.14.3.
4.14.3.2. O dimensionamento do SESMT organizado na forma do subitem 4.14.3 deve considerar o somatório dos tra-
balhadores assistidos.
4.14.3.3. No caso previsto no item 4.14.3, o número de empregados assistidos pelo SESMT comum não integra a base
de cálculo para dimensionamento do SESMT das empresas.
4.14.3.4. O SESMT organizado conforme o subitem 4.14.3 deve ter seu funcionamento avaliado semestralmente, por
Comissão composta de representantes das empresas, do sindicato de trabalhadores e da Delegacia Regional do Traba-
lho, ou na forma e periodicidade previstas na Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho.
4.14.4. As empresas que desenvolvem suas atividades em um mesmo pólo industrial ou comercial podem constituir
SESMT comum, organizado pelas próprias empresas interessadas, desde que previsto nas Convenções ou Acordos
Coletivos de Trabalho das categorias envolvidas.
4.14.4.1. O dimensionamento do SESMT comum organizado na forma do subitem 4.14.4 deve considerar o somatório
dos trabalhadores assistidos e a atividade econômica que empregue o maior número entre os trabalhadores assistidos.
4.14.4.2. No caso previsto no item 4.14.4, o número de empregados assistidos pelo SESMT comum não integra a base
de cálculo para dimensionamento do SESMT das empresas.
4.14.4.3. O SESMT organizado conforme o subitem 4.14.4 deve ter seu funcionamento avaliado semestralmente por
Comissão composta de representantes das empresas, dos sindicatos de trabalhadores e da Delegacia Regional do Tra-
balho, ou na forma e periodicidade previstas nas Convenções ou Acordos Coletivos de Trabalho.
4.15. As empresas referidas no item 4.14 poderão optar pelos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança
e em Medicina do Trabalho de instituição oficial ou instituição privada de utilidade pública, cabendo às empresas o
custeio das despesas, na forma prevista no subitem 4.14.1.
56 | Segurança, Saúde, Higiene e Medicina do Trabalho

4.16. As empresas cujos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho não possuam
médico do trabalho e/ou engenheiro de segurança do trabalho, de acordo com o Quadro II desta NR, poderão se utili-
zar dos serviços destes profissionais existentes nos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medici-
na do Trabalho mencionados no item 4.14 e subitem 4.14.1 ou no item 4.15, para atendimento do disposto nas NR.
4.16.1. O ônus decorrente dessa utilização caberá à empresa solicitante.
4.17. Os serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho de que trata esta NR deverão
ser registrados no órgão regional do MTb. (104.023-5/I1)
4.17.1. O registro referido no item 4.17 deverá ser requerido ao órgão regional do MTb e o requerimento deverá conter
os seguintes dados:
a) nome dos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho;
b) número de registro dos profissionais na Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho do MTb;
c) número de empregados da requerente e grau de risco das atividades, por estabelecimento;
d) especificação dos turnos de trabalho, por estabelecimento;
e) horário de trabalho dos profissionais dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho.
4.18. Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, já constituídos, deverão ser
redimensionados nos termos desta NR e a empresa terá 90 (noventa) dias de prazo, a partir da publicação desta Norma,
para efetuar o redimensionamento e o registro referido no item 4.17. (104.024-3/I1)
4.19. A empresa é responsável pelo cumprimento da NR, devendo assegurar, como um dos meios para concretizar tal
responsabilidade, o exercício profissional dos componentes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança
e em Medicina do Trabalho. O impedimento do referido exercício profissional, mesmo que parcial e o desvirtuamento
ou desvio de funções constituem, em conjunto ou separadamente, infrações classificadas no grau I4, se devidamente
comprovadas, para os fins de aplicação das penalidades previstas na NR 28. (104.025-1/I4)
4.20. Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de serviços, considera-se estabelecimento, para fins de
aplicação desta NR, o local em que os seus empregados estiverem exercendo suas atividades.

Texto complementar
Terceirizações
(Macohin, 2008)

A terceirização trata-se de um processo já há muito tempo presente em nosso país, que


consiste na execução, por terceiro, de atividades não integrantes dos objetivos sociais da empresa
contratante. A expressão ganhou força e notoriedade nos últimos anos, fazendo parte das discus-
sões que impliquem na remodelagem de gestão das empresas.
Legislação de Segurança, Saúde, Higiene e Medicina do Trabalho | 57

Para evitar problemas de ordem jurídico-trabalhista, o administrador deve se cercar de todos


os cuidados para não cometer erros. A empresa poderá terceirizar apenas suas “atividades-meio”,
mas, para o prestador de serviços, a atividade contratada deve ser sua atividade-fim. [...]

Etapas do processo de terceirização


Diversos processos de terceirização falham devido à falta de planejamento e entendimento so-
bre as obrigações e relações contratuais. Para isso, é importante a identificação das diversas etapas
que deverão ser seguidas, como apresentado a seguir.

Planejamento
A etapa de planejamento deve ser considerada tão importante quanto a atividade que será
objeto da terceirização. A fase inicial é a identificação correta das áreas que deseja terceirizar para o
bom andamento de todo plano de trabalho.
Nas organizações existem diversas áreas que podem ser terceirizadas, cabendo aos administra-
dores identificar o foco do negócio e optar ou não por essa forma de gestão.

Formação do perfil do terceiro


Após a identificação das atividades que serão terceirizadas, passa-se para a formação do perfil
do terceiro, em relação ao que se deseja. O objetivo é identificar no mercado qual a empresa que
realiza tal serviço. Ainda não é o momento de fazer a escolha do fornecedor. Nesse momento esta-
mos na fase de planejamento, para identificar com exatidão aquilo que necessitamos.

Cronograma do processo de terceirização


A elaboração de um cronograma de atuação é de fundamental importância, para identificar as
diversas etapas do processo, complementando todas as variáveis esperadas, a fim de evitar desa-
gradáveis surpresas. Devem ser identificadas todas as etapas previstas.

Preparação do público interno


O público interno deve ser trabalhado para interagir de forma produtiva. Dessa forma, se o pú-
blico interno estiver desinformado ou com informações erradas a respeito do processo, isso poderá
dar errado.
58 | Segurança, Saúde, Higiene e Medicina do Trabalho

A realização de um trabalho de preparação e conscientização do público interno, portanto, pas-


sa a ser relevante para que não existam informações desencontradas. É nesse momento que o canal
de comunicações da empresa deve-se abrir, transmitindo a todos os funcionários aquilo que se pre-
tende e quais as perspectivas de aproveitamento daqueles que terão suas atividades terceirizadas.
A falta de comunicação pode levar à visão errada do processo, deflagrando grandes conflitos
internos.

Critérios decisórios para terceirização


A primeira etapa é identificar todos os dados de uma gestão própria e de uma terceirizada, sem
ainda, entrar na discussão de escolha do fornecedor. A comparação de custos é muito relevante.
Assim o mercado deve ser pesquisado sobre o preço a ser pago e quanto isso representa hoje
para a empresa, a partir daí os custos indiretos devem ser levados em comparação, pois existem
custos administrativos indiretos para todas as atividades da empresa.
Finalmente deve calcular todos os custos relativos à terceirização, à administração do contrato,
ao tempo despendido na gestão e à inspeção.

Decisão de terceirizar
O fator econômico não deve ser o único quesito a ser analisado e comparado, vários outros
quesitos deverão ser pesados na decisão, como agilidade, cultura organizacional, qualidade e even-
tuais dissabores de uma eventual descentralização.
Uma terceirização mal feita é altamente problemática, pois traz prejuízos enormes de ordem
financeira e para a imagem da organização.

Administração de atividades terceirizadas


O acompanhamento dos serviços terceirizados deve ser rigoroso por parte da empresa contra-
tante dos serviços.
Todas as tratativas que se referem aos serviços prestados devem ser entre os gestores das em-
presas, não sendo recomendável, por questões jurídicas trabalhistas, que funcionários da empresa
tomadora dos serviços passem ordens diretas aos empregados da contratada.
Existem certos pressupostos jurídicos que devem ser respeitados:
::: o tomador de serviços não pode exercer a superioridade hierárquica sobre o funcioná-
rio terceirizado, todas as recomendações, ordens deverão ser transmitidas através de
seus gestores.
::: a empresa contratada precisa ter total liberdade relativa ao trato com seus empregados.
Legislação de Segurança, Saúde, Higiene e Medicina do Trabalho | 59

::: deve haver uma sólida relação de equilíbrio entre as partes contratantes.
Os tribunais brasileiros não viam com bons olhos as práticas de terceirização, pois algumas
empresas se utilizavam de práticas abusivas nas contratações, burlando a legislação.
Alguns sindicatos de trabalhadores também não vêem com bons olhos a prática da terceiriza-
ção, pois acabam perdendo filiados e reduzindo a dimensão da categoria.
É fundamental a aplicação dos conceitos apresentados no item III do Enunciado 331 do TST, não
permitindo a pessoalidade e a subordinação direta, ou seja, não são as pessoas que estão sendo con-
tratadas, mas o serviço completo, que deverá ser supervisionado e orientado pela empresa contrata-
da. Da mesma forma não é permitido transmitir ordem diretamente aos funcionários terceirizados.
Cabe à empresa tomadora dos serviços ficar atenta às ocorrências contrárias ao objeto da con-
tratação, devendo comunicar imediatamente à empresa prestadora de serviços para que as irregu-
laridades sejam corrigidas, sob pena de responder como pólo passivo na justiça trabalhista.
Uma fiscalização periódica é recomendável ao contratante, tanto nos aspectos técnicos da
prestação de serviços como documental. Devendo observar alguns quesitos, principalmente o re-
gistro de trabalho e as verbas trabalhistas e ainda um acompanhamento dos recolhimentos devidos
ao INSS, FGTS, PIS, COFINS, IRPJ.
Eventualmente, algumas modificações poderão acontecer na prestação de serviços, mas isto
deve constar de termos aditivos ao contrato original.

Os cuidados com a terceirização de funcionários


(ROMANO, 2008)

O excesso de encargos trabalhistas exigidos pela CLT, em vez de proteger o trabalhador, acaba
por fomentar o desemprego, que em abril de 2004 alcançou o índice recorde de 13,1%. Estima-se
que o registro em carteira encareça em 60% a criação de um posto de trabalho. Para fugir dos en-
cargos e continuar crescendo, muitas empresas optaram por terceirizar parte da força de trabalho.
A medida é viável, mas exige cuidados para não se descumprir a lei.
De acordo com o enunciado 331 do Tribunal Superior do Trabalho, só é permitida a terceiri-
zação de funcionários para atividades-meio, não para atividades-fim da empresa. Em uma metalúr-
gica, por exemplo, é possível terceirizar serviços de limpeza e portaria; o trabalho de metalurgia,
jamais. Esse enunciado, adotado pelo TST em 2002, uniformizou as decisões do tribunal nas ações
de prestação de serviços, como os de vigilância e limpeza.
Recentemente, um banco foi questionado, pelo Ministério Público do Trabalho no Rio de Ja-
neiro, por entregar a terceiros o processamento de documentos movimentados nos caixas-auto-
máticos – o que é considerado atividade-fim do banco. A visão do MPT é de que isso caracteriza
relação de emprego (conforme previsto no artigo 3.º da CLT); portanto, o funcionário não poderia
ser tratado e remunerado como terceirizado.
60 | Segurança, Saúde, Higiene e Medicina do Trabalho

Não acaba aí. Também são condições para a terceirização não haver pessoalidade nem relações
de subordinação e hierarquia entre a empresa tomadora de serviço e o funcionário terceirizado. Por
isso, é bom evitar dar ordens diretas a esse trabalhador e sempre pedir, à empresa terceirizada, a
constante mudança do profissional que fará o serviço, evitando que se caracterize o vínculo empre-
gatício. Isso será levado em conta pelo juiz em casos de disputas judiciais. Em empresas com muitos
funcionários terceirizados, um representante deles deve fazer parte da Cipa (Comissão Interna de
Prevenção a Acidentes) da tomadora de serviços.
Outra exigência é de que a empresa terceirizada seja notificada (e assine documento que
comprove a notificação) sobre riscos de acidentes de trabalho na empresa tomadora de serviço.
Essa, por sua vez, deve fiscalizar o pagamento de salários e direitos trabalhistas dos funcionários
terceirizados, uma vez que pode ser acionada em caso de litígios trabalhistas, solidariamente ou
subsidiariamente. Havendo falhas da empresa no pagamento de FGTS e INSS dos empregados, por
exemplo, a tomadora de serviço pode acabar dividindo a responsabilidade judicial do erro.
Funcionários que se sentirem lesados pela terceirização indevida de sua força de trabalho po-
dem recorrer à Delegacia Regional do Trabalho, orientar-se sobre o assunto e fazer denúncias for-
mais contra empregadora e tomadora de serviços. Em casos mais graves (de maus-cuidados com
higiene, medicina e segurança, por exemplo, por parte das empresas envolvidas), a melhor solução
é procurar o Ministério Público do Trabalho. Se o funcionário efetuar uma denúncia por escrito, será
aberto um inquérito e a tomadora de serviço será chamada para averiguação.

Atividades
1. É importante que dentro de uma empresa se tenha um local para serviço de emergência conten-
do alguns itens, exceto:
a) cardioscópio.
b) eletrocardiógrafo.
c) sistema de aspiração e oxigenação.
d) centro cirúrgico.

2. A norma regulamentadora que determina o funcionamento do SESMT é a:


a) NR 17.
b) NR 7.
c) NR 4.
d) NR 32.

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